Teologia da Prosperidade e as prostitutas da religião
Uma das coisas evidentes nos dias atuais
em grande parte da igreja brasileira é o desejo de prosperidade
material. Alguém diz: – Deus é Fiel! e entende-se: “Deus vai me abençoar
financeiramente, pois Ele é dono do ouro e da prata”; outro diz, “sou
mais que vencedor” e interpreta-se: “tenho que ter mais bens e dinheiro
do que os ímpios”. Gente, muito maior do que fila para empréstimo
consignado é a fila dos que almejam um deus preocupado com luxo e
prosperidade dos seus interesseiros.
A falácia da teologia da prosperidade espalha-se como um câncer em nossa terra tropical.
Em uma nação onde a esperança política
praticamente acabou, nada mais viável do que encontrar a botija da
riqueza na metafísica divina. Os pilantras logo sacaram isso logo!
Alguns, mestres estelionatários da fé, outros manobrados, mas ambos
conspirando para o mesmo deus.
Os canais de TV nos expõe ao ridículo
quando estes falsos mestres anunciam seus produtos em troca de
investimentos e se esquivam de falar de temas como
arrependimento,pecado, Cruz, Graça e Inferno.
Num país onde há 70% de analfabetos
funcionais (ou seja, os que lêem, escrevem, mas quase nada decodificam e
interpretam) e a sua maioria não gosta de ler, é oportuno que muitos
crentes com tais características fechem as cartas de Deus em detrimento
de um contato místico através de barganhas altamente convenientes às
suas necessidades e desejos terrenos.
Como bem diz o Rev. Antonio Carlos Costa
em relação a nossa natureza caída: “o principal compromisso do homem é a
com a sua própria felicidade”. E isso é uma total verdade,
principalmente diante de uma cultura onde ser feliz significa ter muito
dinheiro, bens e status social.
Nossa reflexão é a seguinte:
- na pauta de Deus há tanto
interesse em nos conceder prosperidade material? Será que isso fará com
que vivamos em maior comunhão e gratidão a Ele?
Aconteceu que nos tempos de Jeremias, o
povo de Israel passava por um momento de economia próspera e conforto
material, no entanto estes estavam sob julgamento de Deus por terem
cometido apostasia, vejam o que a divindade falou:
“Como, vendo isto,
te perdoaria?’ Teus filhos me deixaram a mim e juram pelo que não são
deuses; depois de eu os ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes
se ajuntaram em bandos; como garanhões bem fartos correm de um lado
para o outro, cada um rinchado a mulher de seu companheiro”. Jeremias 5.7-8.
Note que quando o povo estava
alimentado, farto e com tempo de sobra o que eles decidiram fazer?
Perceba que Deus usa termos fortes e os acusa de adultério.
Amigos, quanto mais abastados , menos nos identificamos com o sofrimento de Cristo e menos almejamos a eternidade!
Nas palavras de Paulo em 2Co 11.1-2
podemos ressignificar o adultério do tempo de Jeremias e pensá-lo em
outra dimensão: adultério espiritual.
“Quisera eu me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda.
Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”. 2 Coríntios 11:1-2
Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”. 2 Coríntios 11:1-2
Deus quer que nos apresentemos como uma
noiva pura e fiel. Não obstante, quando a noiva não se satisfaz com a
doce presença do noivo e o troca por outros deuses, dentre eles o deus
da prosperidade, ela comete tal adultério e passa a ser uma prostituta
travestida de religião.
Alguns líderes midiáticos que têm
ceifado multidões e lhes oferecido um deus cujo objetivo principal é
ludibriar seus filhos e engordar as contas dos falsos mestres. Por isso a
cada dia tem se tornado difícil falar da beleza do Evangelho. A
satisfação em apenas ter Jesus tornou-se irrelevante para muitos ditos
evangélicos. Cantar “Tua Graça me Basta” está totalmente fora de moda.
Isso é triste e inquietante!
Urgentemente, precisamos pregar para as
pessoas deixando claro que o convite de Jesus não nos garante sucesso
material, mas paz, gozo, e alegria eterna. Semelhantemente, para alguns
evangélicos, precisamos perguntá-los com ousadia: como anda esse amor
pelo noivo. É Amor ou só interesse?
***
Antognoni Misael. Um Maluco Pecador que coedita o Púlpito Cristão e Arte de Chocar.
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