Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

sábado, 28 de agosto de 2010

Os pais apologéticos orientais (gregos) e ocidentais (latinos)












Por: Djalma Oliveira

No II e início do III século a Igreja cresceu tanto que chama a atenção dos pensadores pagãos que começam a atacá-la. Surgem dentro da própria Igreja elementos treinados em filosofia que conseguem responder a estes ataques e apresentar uma declaração positiva do que a Igreja é e o que ensina. Estes autores mostram um conhecimento de cultura e dialética que faltava aos pais apostólicos. Assim os primeiros apologistas procuravam defender o direito do cristão existir como cristão. Este intelectuais procuram defender o cristianismo contra 4 acusações básicas: Ateísmo, foram acusados de ateísmo por não adorar os deuses pagãos, coisa que os politeístas não podiam compreender. Paixão lasciva e incestuosa: suas reuniões nocturnas e secretas foram interpretadas como para dar oportunidade à carne. Canibalismo: ou malícia ou mal-entendido quanto ao comer o corpo e beber o sangue do Senhor. Ignorância: os mestres cristãos eram incultos.

Ao invés de aceitar que o cristianismo seja uma religião nova, os apologistas baseiam sua antiguidade sobre o próprio AT. O cristianismo é apresentado como sendo o cumprimento das profecias mosaicas. Como Filo, eles procuram mostrar que Socrátes e Platão tomaram suas idéias do Deus de Moisés. Para os apologistas Cristo veio para cumprir as profecias do AT. Eles põem grande ênfases sobre a profecia como a principal evidência da verdade do cristianismo. Ao mesmo tempo a pureza da vida e dos ensinos de Jesus, bem como o poder transformador do cristianismo são constantemente destacados.

As primeiras Apologias (Apologistas gregos)

Aristides

Eloquente filósofo em Atenas, dirigiu sua apologia ao imperador Adriano (antes de 138). Faz uma pequena introdução quanto à natureza de Deus (primeiro motor) e do mundo. Divide a humanidade entre bárbaros, gregos, judeus e cristãos. Mostra que os primeiros três, partiram da religião da reta razão. Só os cristãos acharam a verdade. Distinguem-se como povo que participa da divindade e pelo amor uns pelos outros. O mundo será julgado por Jesus.

Flávio Justino

Foi o mais importante destes do II século. Filósofo por vocação, foi o primeiro dos pais que pode ser chamado de "teólogo". Tentou mostrar que o cristianismo é a verdadeira filosofia. Foi martirizado em Roma em 166. Seu Diálogo com Trifon discute as relações entre o AT e o NT (em seus 142 capítulos). É uma vindicaçào do cristianismo a partir de Moisés e os profetas contra as objeções dos judeus. Nas 2 apologias: a primeira (com 68 capítulos) argumenta que é razoável abandonar as tradições que são más e seguir a verdade. Daí passa a fazer uma exposição da relação dos cristãos ao império e contrastar seus bons costumes com os maus dos pagãos.. A segunda (com 25 caps.) continua o argumento, dando atenção especial as relações entre o cristianismo e a filosofia pagã. Justino forma a transição entre os pais apostólicos e os patrísticos propriamente dito.

Taciano

Vindo do oriente (talvez da Assíria), converteu-se em Roma sob a influência de Justino. Posteriormente fundo uma escola herética na Síria. Escreveu um Discurso aos Gregos e o Diatesseron, este último sendo uma harmonia dos 4 evangelhos. O Discurso... é uma ataque à civilização e a religião helênica em que Taciano expõe o cristianismo.

Atenágoras

Contemporâneo de Taciano, deixou 2 escritos: Súplica a Favor dos Cristãos e Sobre a Ressurreição dos Mortos. A súplica, escrito em 177, procura rebater as acusações principais ao cristianismo: ateísmo, incesto e antropofagismo. A Ressurreição... procura mostrar que a ressurreição é necessária para ter uma ideia adequada de Deus e da natureza humana.

Teofilo

Bispo de Antioquia. Escreveu Três Livros a Autólico (180) para mostra a este seu amigo a verdade do cristianismo. O primeiro trata de Deus, o segundo contrasta os poetas e o AT., e o terceiro mostra a excelência moral do cristianismo.

Clemente (150-220)

Escreveu o Protreptikos, onde exorta o leitor a abandonar seus costumes pagãos e tomar o caminho da salvação. Seus 12 capítulos atacam os erros pagãos sem negar os valores da cultura helenista. O Pedagogo é uma obra que se propõe guiar o crente na conduta cristã. O Stromateis, é uma série de apontamentos onde expõe o mais profundo do pensamento de Clemente. Procura desenvolver a relação entre a filosofia e a teologia. A filosofia foi dada aos gregos com o mesmo intúito da lei aos judeus: ser um aio a Cristo.

Orígenes (185-253)

A obra literária foi imensa, embora a grande parte foi perdida. Há 800 títulos conhecidos das suas obras. Contra Celso, é uma obra apologética, foi escrito para refutar, argumento por argumento, um livro deste filósofo pagão contra os cristãos. Embora Orígenes cria firmemente na inspiração da Bíblia sua interpretação foi "espiritual"e não ao pé-da-letra. Falou que qualquer texto bíblico tem 3 sentidos: um literal ou corporal, um moral ou psíquico e um intelectual ou espiritual. Este último pode ser alegórico ou tipológico.

2.Os Apologéticos Latinos

Irineu

Nasceu entre 130-135. Foi discípulo de Policarpo. Foi muito estudioso. Citou quase todos os clássicos gregos, conhecia bem tanto o AT, e o NT, citou quase todos os escritores cristãos de que temos conhecimento e conhecia bem a literatura herética de seu tempo e dos tempos anteriores. Homem piedoso e zeloso pela fé, foi missionário na região de Leão. Quando Potino, o pastor da igreja de Leão, foi martirizado em 177, Ireneu aceitou este posto perigoso. No período de seu pastorado a perseguição diminuiu sensivelmente. No seu lugar surgiu uma expansão rápida do gnosticismo e outras heresias. Irineu escreveu seus cinco livros Contra Heresias (Adv.Haer.) em torno de 185. Nestes 5 livros Adv. Haer. (Contra as Heresias) temos: no primeiro livro dá um relato histórico das seitas gnósticas e apresenta como contrapeso a declaração de fé da Igreja Católica, talvez a primeira em forma de proposições. No segundo livro, é uma ataque filosófico as doutrinas gnósticas. Rejeita a espiritualização do texto sagrado. O terceiro livro procurou refutar o gnosticismo apartir das Escrituras. O quarto livro, apartir das palavras de Cristo; e o quinto, procurou vindicar a doutrina da ressurreição. No último manteve a vera humanidade e a vera divindade de Cristo, para depois demonstrar que o corpo é passível de salvação. Também escreveu : Exposição da pregação Apostólica. Tem caráter catequético, edificatório e indiretamente polêmico. A primeira parte é teológica (monarquia, trindade, batismo); a segunda cristológica (Jesus, o Senhor, o Filho de Davi, o esplendor da cruz, o reino de Deus). Irineu, concebeu a Igreja como uma unidade orgânica transmitida através duma sucessão de presbíteros. Deus ênfase à liberdade e autonomia de cada igreja como princípio básico da constituição eclesiástica.

Hipólito

Escritor grego em Roma em princípios do III século. Possivelmente discípulo de Ireneu, foi homem ambicioso e rigorista. Escreveu sua Refutação de Todas as Heresias, em 222. Consiste de 10 livros. A primeira parte (I-IV) procura mostrar que os hereges haviam tomado sua doutrina da ciência dos pagãos e não da revelação cristã. A segunda parte (V-IX) contêm uma exposição de 33 sistemas gnósticos.

Tertuliano

Natural de Cartago, foi educado em direito romano e retórica. Alcançou iminência antes de se converter. Estudou grego e escreveu umas obras nesta língua. Foi grandemente influenciado pelo estoicismo posterior. A influência do direito romano e da filosofia estóica são claramente visíveis nos seus escritos. Seus escritos latinos são volumosos e hábeis. Deitaram os alicerces para a teologia latina, inclusive a toda a terminologia teológica. Os seus livros podem ser divididos em: Apologéticos: (Contra Naçòes, Apologeticum, Adv. Judaeos); Dogmáticos e Polêmicos (De Praescriptions Haereticorum, Adv. Marcionem, De Carnis Ressurretione, De Baptismo, De Anima) e Ascético e Prático (17 livros)

Cipriano (200-258)

Foi um brilhante professor de retórica antes de sua conversão. Pouco depois da sua conversão se tornou bispo da igreja de Cartago em 248. Seu episcopado durou 9 anos. O ataque de Décio em meados do III século foi dirigido especialmente aos líderes das igrejas. Sendo assim Cipriano fugiu e se escondeu para não deixar a igreja de Cartago acéfala. Este ato foi muito criticado e, por uns, foi considerado apostasia. Escreveu dois livros para tornar conhecida sua posição quanto à eclesiologia e o tratamento dos "caídos" (lapsi): Dos caídos e o outro Da unidade da Igreja. Na questão dos lapsi, tomou uma posição medianeira: mais rigoroso do que Roma, mas não tanto quanto os novacianos. Realizou um concílio em 255 que tomou uma posição mais rigorosa quanto à validade do batismo herético. Foi Cipriano que mais fez nesse período para o desenvolvimento de pontos de vista e princípios hierárquicos. Estabelece distinção nítida entre bispos e presbíteros, bem como a supremacia da igreja de Roma como cátedra de Pedro e centro de unidade da Igreja Universal. Para Cipriano a Igreja é a arca (como a de Noé) da salvação. Ele cunho a frase: "fora da Igreja não há salvação". Acrescentou outra: "quem não tem a Igreja por mãe, não pode ter Deus por Pai". Para ele a unidade da igreja está no episcopado sobre o qual ela é constituida.

Recomendamos a leitura: Gonzáles, J. A Era dos Mártires. p.79-132; Cairns Earle; O Cristianismo Através dos Séculos, p.85-98

Fonte: [ Presbiterianos Calvinistas ]
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Como pregar o evangelho

Por: Martyn Lloyd Jones

A apresentação do evangelho é assunto sempre importante, pelas consequências eternas que dependem da nossa atitude para com o evangelho. Para mim não há necessidade de argumentar que é especialmente importante nos dias atuais por duas razões: a apostasia geral, o fracasso da parte das igrejas em não apresentarem o evangelho de Jesus do modo como deveria ser apresentado; e a consequente impiedade e o consumado materialismo que crescentemente, caracterizam a vida do povo. Também é um assunto de urgente importância, em face da natureza dos tempos pelos quais estamos passando. A vida é sempre incerta, mas é excepcionalmente incerta hoje. (…)

Que privilégio maravilhoso o Senhor Deus Todo-poderoso confiar a homens como nós esta obra de propagar e pregar o evangelho! Ao mesmo tempo é uma responsabilidade tremenda. (…)

Este assunto é tão amplo e importante que, obviamente, é impossível tratar dele adequadamente numa só preleção. Tudo o que posso fazer é selecionar o que considero como alguns dos mais importantes princípios relacionados com ele; procurarei ser tão prático quanto poder. (…)

Agora se me fosse pedido falar sobre este assunto em certos círculos, meu primeiro trabalho seria tentar definir a natureza do evangelho, e eu iria adiante e perguntaria: o que é o evangelho? Em muitos círculos as pessoas se extraviaram; caíram em heresias; pregam um evangelho que, para nós, não é evangelho nenhum. Pode ser que alguns de vocês perguntem: “Será necessário gastar tanto tempo no estudo da apresentação do evangelho? Não seria uma coisa que podemos considerar ponto pacífico? Se o homem crê no evangelho, ele está incumbido de apresentá-lo do jeito certo. Se um homem é ortodoxo e crê nas coisas certas, a sua aplicação do que ele crê é algo que cuidará de si mesmo”. Isso, para mim é um erro muito grave; e quem quer que seja tentado a falar assim, não somente ignora a sua própria fraqueza, porém, ainda mais, ignora o adversário das nossa almas, que está sempre tentando frustrar a obra de Deus.

(…) Tomo como prova dois exemplos: Há, por exemplo, homens que parecem evangélicos em sua crença e doutrina; são perfeitamente ortodoxos em sua fé e, todavia, a obra que realizam é completamente infrutífera. Jamais conseguem quaisquer resultados; nunca ficam sabendo de algum convertido resultante do seu trabalho e do seu ministério. Eles são tão firmes quanto você, entretanto o ministério deles não leva a nada. Por outro lado – e esta é a minha Segunda prova – há aqueles que parecem conseguir resultados fenomenais do seu trabalho e dos seus esforços. Empreendem uma campanha, ou pregam um sermão e, como resultado, há numerosas decisões por Cristo, ou o que eles chamam de “conversões”. Contudo, muitos desses resultados não duram; não são permanentes; são apenas de natureza temporária ou passageira. Qual a explicação desses dois casos? (…) Há uma lacuna entre o que o homem crê e o que ele apresenta em seu ensino ou pregação. O perigo quanto ao primeiro tipo é o de apenas falar ACERCA do evangelho, exulta nele; porém, em vez de pregar o evangelho, ele o elogia, diz coisas maravilhosas sobre ele. O tempo todo fica simplesmente falando sobre o evangelho, em vez de apresentar o evangelho. O resultado é que, embora o homem seja altamente ortodoxo e firme, o seu ministério não mostra resultado nenhum.

O perigo quanto ao segundo homem é o de interessar-se tanto e preocupar-se tanto pela aplicação do evangelho e pela obtenção de resultados, que deixa abrir-se uma brecha entre o que ele está apresentando (aquilo que ele crê) e a concreta obtenção dos resultados propriamente dito. Como eu disse, não basta você crer na verdade; você deve ter o cuidado de aplicar da maneira certa o que você crê.

Métodos de Estudo

Há dois meios principais pelos quais podemos estudar este assunto da apresentação do evangelho. O primeiro é estudar a Bíblia mesma, com especial referência a Atos dos apóstolos e às Epístolas do Novo Testamento. Isso deve ser posto em primeiro lugar, se queremos saber como se faz este trabalho. Devemos retornar ao nosso livro-texto, a Bíblia. Devemos retornar ao modelo primitivo, à norma, ao padrão. Em Atos, e nas Epístolas é-nos dito, uma vez por todas, o que é a Igreja Cristã e como é, e como se deve realizar a sua obra. Devemos sempre certificar-nos de que os nosso métodos estão em harmonia com o ensino do Novo Testamento.

O segundo método é suplementar; é fazer um estudo da história da Igreja Cristã subsequente aos tempos do Novo Testamento. Podemos concentrar-nos especialmente na história dos avivamentos e dos grandes despertamentos espirituais; e também podemos ler biografias dos homens que no passado foram grandemente honrados por Deus em sua apresentação do evangelho. Mas devemos notar aqui um princípio da maior importância. Quando digo que é bom fazer um retrospecto e ler a história do passado e as biografias de grandes homens que Deus usou no passado, espero que esteja claro em nossas mentes que precisamos retornar para além dos últimos 100 anos. Vejo muitos bons evangélicos que parecem ser de opinião que não houve nenhum real labor evangelístico até por volta de 1870. Há os que parecem pensar que não se conheceu obra evangelística antes do surgimento de Moody. Conquanto demos graças a Deus pela gloriosa obra realizada nos últimos 100 anos, eu os conclamo a fazerem um estudo completo da história pretérita da Igreja. Vão até o século dezoito. Vão até o tempo dos puritanos, e para mais atrás ainda, à Reforma Protestante. Retrocedam mais ainda, e estudem a história daqueles grupos de evangélicos que viveram no continente europeu na época em que o catolicismo romano detinha o poder supremo. Vão direto aos Pais Primitivos que defendiam idéias evangélicas. É uma história que pode ser rastreada ininterruptamente até a própria Igreja Primitiva. Esse estudo é de importância vital, para que não venhamos a supor, em função de uma falsa visão da história, que a obra evangelística só pode ser feita de uma certa maneira e com a aplicação e o uso de certos métodos.

Eu gostaria de recomendar a vocês um bem completo estudo daquele teólogo americano, Jonathan Edwards. Foi uma grande revelação para mim, descobrir que um homem que pregava como ele podia ser honrado por Deus como o foi, e Ter tão grandes resultados para o seu ministério como teve. Ele era um grande erudito e filósofo, que redigia cada palavra dos seus sermões. Tinha vista fraca, e costumava ficar no púlpito com o seu manuscrito numa das mãos e uma vela na outra e, conforme lia o seu sermão, homens não somente foram convertidos, mas alguns deles literalmente caíam no chão sob a convicção de pecado sob o poder do Espírito. Quando pensamos na obra evangelística em termos de evangelização popular dos 100 anos recém-passados, acho que poderíamos ser tentados a dizer que um homem que pregasse daquela maneira não teria a menor possibilidade de obter conversões . todavia, ele foi um homem usado por Deus no Grande Despertamento ocorrido no século 18. Assim, eu os concito a se entregarem completamente ao estudo da história da Igreja e das coisas grandiosas que Deus fez em várias eras e períodos. Aí estão, pois, as duas linhas mestras que seguiremos na abordagem deste assunto – o estudo da Bíblia e um estudo da Igreja Cristã.

Os Princípios Fundamentais

O objetivo supremo desta obra é glorificar a Deus. Esse é o ponto central. Esse ;é o objetivo que deve dominar e sobrepujar todos os demais. O primeiro objetivo da pregação do evangelho não é salvar almas; É GLORIFICAR A DEUS. Não se tolerará que nenhuma outra coisa, por melhor que seja nem por mais nobre, usurpe esse primeiro lugar.

O único poder que realmente pode realizar esta obra é o Espírito Santo. Quaisquer que sejam os dons naturais que um homem possua , o que quer que um homem seja capaz de fazer como resultado das suas propensões naturais, o trabalho de apresentar o evangelho e de levar àquele supremo objetivo de glorificar a Deus na salvação dos homem, é um trabalho que só pode ser feito pelo Espírito Santo. Vocês vêem isso no próprio Novo Testamento. Sem o Espírito, é-nos dito, não podemos fazer nada. (Desde os tempos bíblicos até a história da igreja nos mostra que somente através da obra do Espírito Santo é que o evangelho foi pregado com poder e autoridade).

O único e exclusivo meio pela qual o Espírito Santo opera é a Palavra de Deus
. Isso é algo que se pode provar facilmente. Vejam o sermão que foi pregado por Pedro no dia de Pentecoste. O que ele fez realmente foi expor as Escrituras. Ele não se levantou para relatar as suas experiências pessoais. Ele deu a conhecer as Escrituras; esse foi sempre o seu método. E esse é também o método característico de Paulo, como se vê em Atos 17:2: “disputou com eles sobre as Escrituras”. No trato com o carcereiro de Filipos, vocês vêem que ele pregou-lhe Jesus Cristo e a Palavra do Senhor. Vocês recordarão as suas palavras na Primeira Epístola a Timóteo, onde ele diz que a vontade de Deus ;e que todos os homem sejam salvos e sejam levados ao conhecimento da verdade (1 Tm.2:4). O meio usado pelo Espírito Santo é a verdade.

A verdadeira motivação para a evangelização deve provir da apreensão destes princípios. E, portanto, de um zelo pela honra e glória de Deus e de um amor pelas almas dos homens.

Há um constante perigo de erro e de =heresia, mesmo entre os mais sinceros, e também o perigo de um falso zelo e do emprego de métodos antibíblicos. Não há nada sobre o que somos exortados mais vezes no Novo Testamento do que sobre a necessidade de constante auto-exame e de retorno às Escrituras.

Aí, penso eu, vocês têm cinco princípios fundamentais claramente ensinados na Palavra de Deus e confirmados profusamente na subsequente história da Igreja Cristã.

A Aplicação dos Princípios

Isto me leva à Segunda divisão principal do nosso assunto, que é a aplicação desses princípios à obra concreta da apresentação do evangelho. Este é um assunto que se divide naturalmente em duas partes principais. Há primeiro a obra de evangelização, e depois a obra de edificação e instrução na justiça.

A Evangelização e os Seus Perigos

O primeiro é o de exaltar a decisão como tal, e este é um perigo especialmente quando vocês estão trabalhando com jovens (…). Mostra-se às vezes no uso da música. (…) Fiam-se na música e no cântico de coros para produzirem o efeito desejado e de ocasionarem decisão. (…) Há os que tem o Dom de contar histórias de maneira comovente e eficaz. Outros parecem por a sua confiança no encanto pessoal do orador.(…)

O segundo perigo é que as pessoas podem chegar a uma decisão resultante de um falso motivo. Às vezes as pessoas se decidem por Cristo simplesmente porque estão desejosas de ter a experiência que outros tiveram (…) Ou pode ser o desejo de Ter este maravilhoso tipo de vida do qual lhe falaram. O evangelho de Jesus Cristo dá-nos uma vida da maravilhosa, e louvamos a Deus por isso, mas a verdadeira razão para nos tornarmos cristãos não é que tenhamos uma vida maravilhosa; é, antes, que estejamos em correta relação com Deus. Às vezes Cristo é apresentado como herói. (…) poderá ser que (…) se unam a nossa classe bíblica ou à nossa Igreja simplesmente porque a mensagem atraiu o seu instinto heróico. (…)

E, a seguir, o último perigo que desejo acentuar sob o presente título, é a terrível falácia de apresentar o evangelho em termos de “Cristo precisa de você”, e de dar a impressão de que, se o rapaz não se decide por Cristo, é um mal sujeito. (…)

Devemos apresentar a verdade; esta terá que ser uma exposição positiva do ensino da Palavra de Deus. Primeiro e acima de tudo, devemos mostrar aos homens a condição em que se acham por natureza, à vista de Deus. Devemos levá-los a ver que, independentemente do que façamos e do que tenhamos feito, todos nós nascemos com “filhos da ira”; nascemos num estado de condenação, culpados aos olhos de Deus; fomos concebidos em pecado e fomos formados em iniquidade. Isso vem em primeiro lugar.

Feito isso, devemos prosseguir e demonstrar a enormidade do pecado. Não significa apenas que devemos mostrar a iniquidade de certos pecados. Não há nada que seja tão vital como a distinção entre pecado e pecados. (…) Depois devemos conclamar os nossos ouvintes a confessarem e a reconhecerem os seus pecados diante de Deus e dos homens. E então devemos ir adiante e apresentar a gloriosa e estupenda oferta de salvação gratuita , que se acha unicamente em Jesus Cristo, e Este crucificado. A única decisão, que é do mais diminuto valor, é a que se baseia na compreensão dessa verdade. Podemos fazer os homens se decidirem como resultado dos nossos cânticos, como resultado do encanto da nossa personalidade, mas o nosso dever não conseguir seguidores pessoais. O nosso dever não é simplesmente aumentar o tamanho das nossas classes de estudo da Bíblia ou das organizações e igrejas. O nosso dever é reconciliar almas com Deus. Repito que não há nenhum valor numa decisão que não esteja baseada na aceitação da verdade.

A Edificação

A minha Segunda subdivisão relacionada com a apresentação do evangelho é a obra de edificação. Este é um grande tema, e tudo o que eu posso fazer é simplesmente lançar certos princípios. Em nenhuma oura parte o perigo de um falso método é mais real do que esta particular questão de edificação, como o que me refiro ao ensino concernente à santificação e à santidade. Não se pode ler o Novo Testamento sem perceber logo Que a Igreja Primitiva reagia contra problemas, perigos e heresias incipientes que a assediavam. Havia os que diziam, por exemplo: “Continuemos no pecado para que a graça seja mais abundante”. Havia os que diziam que, contanto que você fosse cristão, não importava o que você tinha feito, que, contanto que você estivesse certo em suas crenças, o seu corpo não importava e você podia pecar o quanto quisesse. Isto é conhecido como antinomianismo. Havia os que se diziam sem pecados. Havia os que partiam em busca de “conhecimento”, que alegavam Ter alguma experiência esotérica especial que os outros , cristãos inferiores, ignoravam. (…)

Se posso fazer um sumário de todos esses perigos, é o perigo de isolar um texto ou uma idéia e construir um sistema em torno dele, em vez de comparar Escritura com Escritura. Isso é procurar atalho no mundo espiritual. As pessoas tentam chegar à santificação com um só movimento, e assim se privam do processo descrito no Novo Testamento. A maneira de evitar esse perigo é estudar o Novo Testamento, especialmente as Epístolas. Devemos ter o cuidado de não tomar um incidente dos Evangelhos e tecer uma teoria em torno dele(…) Devemos compreender que o nosso padrão nesta questão particular(santidade/santificação) acha-se nas Epístolas.(…)

Conclusão

Permitam-me resumir tudo o que eu venho tentando dizer, da maneira seguinte: se vocês quiserem ser competentes ministros do evangelho, se quiserem apresentar a verdade de modo certo e verdadeiro, terão que ser estudantes assíduos da Palavra de Deus, terão de lê-la sem cessar. Terão que ler todos os bons livros que os ajudem a entendê-la e os melhores comentários da Bíblia que puderem encontrar. Terão que ler o que denomino teologia bíblica, a explicação das grandes doutrinas do Novo Testamento, para que venham a entendê-las cada vez mais claramente e, daí, sejam capazes de apresentá-las com clareza cada vez maior aos que venham ouvi-los. A obra do ministério não consiste meramente em oferecer a nossa experiência pessoal, ou em falar das nossa vidas ou das vidas de outros, mas sim, em apresentar a verdade de Deus de maneira tão simples e clara quanto possível. E o jeito de fazer isso é estudar a Palavra e toda e qualquer coisa que nos ajude nessa tarefa suprema.

Talvez vocês me perguntem: quem é suficiente para estas coisas? Temos outras coisas que fazer; somos homens ocupados. Como poderemos fazer o que você nos pede que façamos? Minha resposta é que nenhum de nós é suficiente para estas coisas, todavia Deus pode capacitar-nos para fazê-las, se de fato estamos desejosos de servi-lO. Não me impressionam muito esses grandes argumentos de que vocês são homens ocupados, de que vocês têm que fazer muitas coisas no mundo e, por isso, não têm tempo de ler estes livros sobre a Bíblia e de estudar teologia, e por esta boa razão: alguns dos melhores teólogos que conheci, alguns dos mais santos, alguns dos homens mais culto, tiveram que trabalhar mais duro que qualquer de vocês e, ao mesmo tempo, foram-lhes negadas as vantagens que vocês gozam. “Querer é poder”. Se eu e vocês estivermos preocupados com as almas perdidas, jamais deveremos alegar que não temos tempo para preparar-nos para este grande ministério; temos que fabricar tempo. Temos que aparelhar-nos para a tarefa, consciente da séria e Terrível responsabilidade da obra. Temos que estudar, trabalhar, suar e orar para podermos conhecer a verdade cada vez mais e cada vez mais perfeitamente. Temos que pôr em prática em nossas vidas as palavras que se acham em 1 Tm.4:12-16. Conceda-nos Deus a graça e o poder para fazê-lo, para a honra e a glória do Seu santo nome.

Fonte: [ Liga Calvinista ]

Sobre a idolatria evangelica




















O evangélico é idólatra! Tenho ministrado em alguns grandes congressos e o nível de idolatria assusta. Basta o cantor (ou pregador) ser famoso e pronto, está deflagrado o processo idólatra. Olhinhos brilhando, tietagem, lágrimas, milhares de fotos, celulares brotando do chão, em alguns lugares gritos eufóricos tiram Cristo do foco e assassinam o sagrado.

A mentalidade evangélica do show não é mais novidade - e a idolatria também não - tanto que já não choca, não "escandaliza" ninguém. Já não se respeita o lugar do culto, a ambiência do sagrado, o momento da adoração. O que importa é tirar fotos com o ídolo, abraçar, chorar, entronizar o novo deus do instante.

Os chamados "artistas gospel" adoram isso tudo! Basta ver em seus rostos a expressão de êxtase por estarem na mira dos holofotes. Notei o modus operandi desses deuses de hoje: as mesmas técnicas dos "artistas" seculares em seus shows: "Joga a mão pra cima!" Enquanto o "culto" se desenrola em sua forçada normalidade, o povo tenta esconder sua alarmante ansiedade pelo show, até que chega o momento esperado: "com vocês: o nosso deus!" E o povo... abraça a idolatria em sua mais nefasta expressão - a substituição do Deus verdadeiro pela cópia bizarra do momento.

Eugene Peterson escreveu: "Gostamos dos ídolos porque gostamos secretamente da ilusão de controlá-los. São deuses destituídos de divindade para que nós possamos continuar a ser deuses de nós mesmos. A adoração de ídolos (em todas as dimensões: céu, terra, embaixo da terra) sempre foi o jogo religioso predileto. A adoração de ídolos é o vazio batizado de espiritualidade" Dt. 5. 8-10.

Não preciso lembrar que a idolatria é um pecado que fere profundamente o coração de Deus, preciso? O grande problema na adoração aos ídolos é a inversão teológica que é feita. Passa-se a adorar o objeto criado ao invés do Criador de todas as coisas (Rm. 1.19-23). Alguns estudiosos trabalham com a ideia de que o deus de uma pessoa é aquilo a que ela dedica seu tempo, seus bens e seus talentos; aquilo a que ela se entrega. A ideia teológica dessa linha de pensamento é a de que sempre que alguém, ou algum objeto, ou até mesmo alguma função ocupa o lugar central em nosso coração, mente e intenção, torna-se um ídolo, porque tomou o lugar que pertence a Deus (Mt. 22.37).

Não há problema em gostar do trabalho de alguém, ou mesmo tirar uma foto com ele(a), mas a questão é: dentro do templo? No ambiente do culto? Qual é a intenção em celebrar tão desesperadamente alguém? Em matéria de idolatria, todo cuidado é pouco.

A W Tozer disse: "Um ídolo na mente é tão ofensivo a Deus quanto um ídolo na mão".

Até mais...

Autor: Alan Brizotti
Fonte: [ Blog do autor ]

As heresias do Cristianismo Judaizante

Por Renato Vargens

Uma das mais novas crenças dos denominados evangélicos é o cristianismo judaizante. Na verdade, este movimento religioso e herético é a nova febre da atualidade. Isto porque, alguns dos evangélicos têm introduzido praticas vetero-testamentárias nos cultos e liturgias de suas igrejas. Na verdade, tais pessoas têm declarado que o resgate dos valores judaicos é uma revelação de Deus a igreja contemporânea, cujo slogan é “Sair de Roma e voltar para Jerusalém”

Estes modernos fariseus têm disseminado praticas como:

  • Tocar de costas para a congregação, por considerar os ministros de musica “levitas de Deus”.
  • Usar o Shofar, para liberar unção ou invocar a presença divina.
  • Guardar o sábado fezendo dele o dia do Senhor.
  • Observar TODAS as festas Judaicas.
  • Usar o Kipá e o Talit, que são as vestimentas que os judeus praticantes usam para ir a sinagoga.
  • Usar excessivamente símbolos judaicos tais como, a bandeira de Israel, o Menorah ou a Estrela de Davi dentre tantos outros mais.
  • Construir protótipos da Arca da Aliança a fim de simbolizar entre os cristãos a presença de Deus.
  • Mudar os nomes e as nomenclauras bíblicas judaizando tudo, a ponto de chamar Paulo de Rabino.
Caro leitor, não existem pressupostos bíblicos para que a igreja de Cristo, queira “recosturar” o véu do templo. Entretanto, alguns dos crentes atuais teimam em transformar em realidade aquilo que deveria ser uma simples sombra. Foi o Apostolo Paulo quem afirmou: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados. Estas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, encontra-se em Cristo", Colossences 2.16-17.

As leis cerimoniais judaicas, os ritos sacrificiais, as festas anuais, foram abolidas definitivamente por Cristo na cruz do calvário(o significado de cada uma delas se cumpriu em nosso Senhor). Por esse motivo, mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados das leis cerimoniais judaicas. É por esta razão que crentes em Jesus, não fazem sacrifícios de animais, não guardam o sábado, não celebram as festas judaicas, não se prostram diante a Arca da Aliança e nem tampouco fazem uso do shofar.

Nossa mensagem, vida e testemunho deve ser Cristo, o Evangelho pregado deve ser o evangelho de Cristo, nossa mensagem central deve ser para a gloria e o engrandecimento do nome de Cristo.

Soli Deo gloria!

Fonte: [ Blog do autor ]