Por Leonardo Gonçalves
Acabo
de ouvir uma preleção do pastor Fred. Nela, ele afirma categoricamente
que arrependimento e confissão de pecados não são critérios para
assentar-se à mesa de Deus no reino celestial. Tendo como texto base
João 1.29, ele defende que o cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo, e
que isso envolve todos os pecados de todas as pessoas, quer tenham se
arrependido ou não, de modo que as pessoas podem ser salvas, sem a
necessidade de se arrependerem e confiarem em Jesus.
Fred
já foi um cara do bem. Infelizmente, o discurso que ele tem sustentado
atualmente só mostra o quanto ele anda longe da verdade. Se antes ele
era uma das poucas vozes que se levantam contra o erro religioso, hoje
se destaca como um dos maiores hereges deste país e um dos mais
perigosos, já que seu discurso mistura verdades e mentiras que são
oferecidas em um só pacote. Em uma mesma pregação ele esculacha os
falsos profetas da prosperidade, ganhando a aprovação de seus seguidores
para depois introduzir o veneno mortal do universalismo, teísmo aberto e
outras heresias sinistras que uma vez abraçadas, conduzem a uma classe
de engano ainda maior que a teologia da prosperidade que ele tanto
detesta (e nós do Púlpito Cristão também).
Para
quem não sabe muito sobre este tema, o Universalismo é a crença no fato
de que todos serão salvos no final, isto é, todos os homens irão para o
Céu com o Senhor, independente do que pensem sobre Cristo. Os
universalistas enfatizam muito o amor e a compaixão de Deus, e por isso
acreditam que ele não enviará pessoas para o inferno. No entanto, a
Escritura é clara quanto ao destino eterno dos homens: Salvação para
aqueles que se arrependeram e creram em Cristo, e tormento eterno para
aqueles que rejeitaram o filho de Deus. Em Mateus 25:46 diz: “E irão estes [não-redimidos] irão para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”.
O
universalismo nega a existência do inferno e coloca em duvida a
integridade de Cristo. Como disse meu amigo, pastor Renato Vargens, “Se
Jesus repetidamente advertiu sobre o inferno. (Mateus 5:21-22, 27-30;
23:15,33.), então, negar a existência do inferno é rejeitar a autoridade
de Jesus. Seria estranhamente inconsistente aceitar Cristo como Senhor,
mas rejeitar um aspecto de Seu ensino. Além do mais, isto seria colocar
uma gigantesca falha moral no caráter de Cristo, se Ele ensinasse sobre
a realidade do inferno quando na verdade ele não fosse um perigo para
ninguém”.
O
Universalismo também anula a necessidade do arrependimento e da fé como
apresentadas na Escritura. Como disse o Dr Russel Shedd: “De acordo com
o Novo Testamento, a salvação de qualquer pessoa, judeu ou gentio,
dependia da confissão que Jesus é Senhor (normalmente no batismo que
marcava a morte e ressurreição com Cristo) e crer na ressurreição de
Jesus (Rm 10.9). Todos que se arrependiam e criam eram incluídos nos
salvos. A Grande Comissão que Jesus deu aos seus seguidores foi de fazer
discípulos de todas as nações, batizando e ensinando-os a obedecer tudo
que Jesus ensinou (Mt 28.19,20)”.
As
vezes me pergunto por que é que tanta gente segue o Fred Benê, apesar
do cara falar tantas heresias inúteis, e a única razão que encontro é a
ignorância bíblica disfarçada de intelectualidade que predomina entre os
jovens da Água Suja. Vivemos uma época em que há tão poucos mentores
sérios por aí, que qualquer maluco beleza que fale umas palavras bonitas
e não tenha medo de peitar o Pedir Maiscedo, Silas Maracutaia e os
profetas da prosperidade acaba sendo aclamado como profeta de Deus,
mesmo que seja um herege em outro sentido.
Espero
sinceramente que o pastor Fred se arrependa de sua pregação. Espero que
os seus seguidores reflitam neste texto e repensem sua teologia. Desejo
de todo coração que estes jovens atuem como bereianos, leiam suas
bíblias e comparem o ensino do seu pastor com as declarações do pastor
Jesus. Animo estes irmãos a procurarem o Fred Benê a fim de indagar
acerca deste tema. Espero que o façam com amor, com desejo de trazê-lo
ao arrependimento e à luz.
Gostaria de terminar este texto citando mais uma vez o Dr Russell Shedd:
“Mesmo
que pareça convincente o argumento exegético, quem examinar mais
profundamente encontrará boas razões para rejeitar a salvação universal.
Considerar estes textos dentro do seu contexto mais amplo convencerá o
intérprete não preconceituoso que os autores bíblicos não estão
declarando a possibilidade de salvação sem fé no Senhor Jesus Cristo.
Considere Hebreus 11.6 que diz que “sem fé é impossível agradar a Deus
(…) O dualismo que divide toda a humanidade aparece em todo o Novo
Testamento. O juiz tem sua pá na mão, limpará completamente a sua eira;
“recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo
inextinguível” (Mt 3.11,12). Sem nascer de novo não há esperança de ver o
Reino de Deus. Achar que o amor de Deus é tão extenso que ninguém pode
cair fora dele, é uma crença muito conveniente para os que rejeitam o
teor de todo o ensino da Bíblia. Não convém se arriscar em tão fraca
esperança”.
***
Fonte: Púlpito Cristão
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