O que a igreja teme perder?
“Vendo a mulher que a árvore era boa
para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar
entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e DEU também ao seu Marido, e
ELE COMEU” (Gn 3.6).
Amamos fazer parte da maioria, e isso
tem se tornado o veneno mortal que destrói a igreja da nossa era. Nada
mais difícil para nós em nos contentarmos em ser o que temos que ser
para a glória de Deus, sabendo que o mundo, e com isso a maioria, jamais
viverá para esse propósito.
A “igreja” de hoje é como Adão. Mesmo
sabendo das conseqüências em desobedecer a Deus, já que Deus falara
diretamente com ele, Adão depois de Eva ter comido o fruto proibido por
Deus, tomou e comeu também. Quanto não foi perdido naquele momento. Por
que ele não a deixou sozinha naquela loucura? Por que participar de algo
que você sabe ser a morte e ruína inevitável? Talvez tenha começado aí a
inclinação de preferirmos nos unir a maioria a sermos obedientes a Deus
sozinhos. Adão ficou com medo de ficar só? Medo de perdê-la? O que a
“Igreja” teme perder ao se unir ao mundo num culto antropocêntrico
quando ela podia desfrutar da glória da Verdade de Deus?
Alargamos as portas e o mundo entrou. O
mundo ao entrar, a atração da maioria fez seu trabalho e nos tornamos a
imagem do mundo. Escolha tão louca quanto a escolha de Adão. Era melhor
ficar só no Éden na companhia do Altíssimo ( se é que isto é estar só) –
do que ter Eva, e com isso perder tudo. Tudo pelo qual tinha sido
criado – A GLÓRIA DE DEUS! Não é esta a louca história dessa geração que
ENCHE templos VAZIOS de Deus e da Verdade? Escolhemos comer o fruto
proibido por Deus junto com o Mundo do que perdê-lo. Perdemos Deus,
perdemos a verdade, perdemos a glória da existência como homem e como
igreja. Podemos ter ficado juntos com o Mundo como Adão conservou Eva,
mas então iremos juntos em direção a MORTE. Depois de tanto tempo, já
devíamos ter perdido o medo de sermos MINORIA na terra. Ter acreditado
que a porta era estreita e o caminho apertado – mas que conduz a
salvação.
A igreja quis construir pontes para o
mundo – a intenção inicial podia ser até influenciar o mundo. Mas as
pontes não tem uma mão única, mas mão dupla. Não foi a Igreja que
invadiu o mundo através destas pontes, mas por essas pontes o mundo
invadiu a igreja.
Por que insistimos se está claro que
isso conduz tudo a perdição? Porque achamos que está tudo bem, afinal
estamos nos tornando grande multidão. Se somos pragmáticos não há mais
nada que possa nos interessar. Mas uma pergunta sempre ecoará sobre
nossas cabeças. POR QUE CONTAR PESSOAS? Não há dúvidas de que um homem
com Deus é a MAIORIA. Melhor um Jeremias do que toda a população de
Jerusalém que está fadada por sua obstinação ao cativeiro babilônico. A
Palavra de Deus nos diz: “UM SÓ HOMEM dentre vós perseguirá mil, pois o
Senhor, vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu” (Jz
23.10).
Então por que contar pessoas? Por que
mensurarmos o valor das coisas contando cabeças? Um homem com Deus se
torna maioria, embora existam milhares do outro lado. Ficamos com a
força da multidão e não percebemos que os muitos que nos ajudam podem
ser muitos, e de fato são MUITOS, para que Deus possa nos ajudar. Esses
muitos são nosso empecilho e não nossa benção. Deus disse a Gideão “É
demais o povo que está contigo, para que eu possa entregar os medianitas
nas suas mãos”. (Jz 7.2) – Deus desejou diminuir as fileiras. A vitória
do Reino de Deus não depende delas. Conforme aconteceu com Gideão que
não pôde fazer nada, até que FORTALECEU SEU EXÉRCITO, REDUZINDO O NÚMERO
DE SOLDADOS. Teremos que perder a paixão pela maioria, parar de contar
pessoas… Havia o perigo de Israel dizer que sua própria mão o livrou – e
é nossa própria mão que tem transformado o igreja num monstro enorme,
feita de pedaços de cadáveres, um FRANKENSTEIN – enorme, mais um monstro
– fruto, como na história de Mary Shelley, de um homem querendo gerar
vida e força a partir de pedaços mortos, que além de mortos não podem se
encaixar – fruto do homem querendo fazer o que só Deus pode fazer, DAR
VIDA. Deus quis que Gideão reduzisse o número de soldados. De trinta e
dois mil, para trezentas pessoas – muitos diriam, que fracasso esse
grupinho. Mas Deus diz: “Um só homem dentre vós perseguirá mil!!!!” – E
Deus fortaleceu o exército o diminuindo. Mas as hostes de Deus são
infinitas – Um perseguirá mil por quê? “Pois o Senhor, vosso Deus, é
quem peleja por vós!”
Se você desejasse criar uma nação
poderosa para cumprir um propósito, como você começaria? Escolheria uma
raça de homens fortes, organizados, constituídos por laços antigos?
Quando DEUS FUNDOU a nação de Israel, Ele chamou apenas um homem. Um
para Deus basta para formar uma grande nação – Ele chamou ABRAÃO. Chamou
Abraão SOZINHO e o ABENÇOOU!! Aí está a diferença. Cremos nas escolhas
de Deus. Cremos que de um ele faz uma nação? “Ele é quem peleja por vós,
como já vos prometeu”.
Quatrocentos anos de cativeiro. Geração
após geração nascida e acostumada com a vida de escravos. Escravos do
maior Império que a terra conhecera até então. Como tirar aquele povo
inteiro do cativeiro? Como enfrentar tão grande poder? Tão grande e
temido exército? Ah! Se pudéssemos entender hoje. Quando Deus quis
DERROTAR O ORGULHOSO Faraó, não recrutou um exército. Não preparou
armas, arcos, bigas, lanças, multidão… Apenas chamou UM homem – Apenas
Um! Moisés! Como podemos denominar isso? O MINISTÉRIO DE UM ÚNICO HOMEM.
É isso que Deus tem utilizado por gerações e gerações. Então, porque
continuamos contando pessoas? O exército, o ministério de UM HOMEM tem
sido mais utilizado por Deus do que multidão de soldados treinados e
comandados por grandes oficiais.
O filisteus eram uma nação poderosa.
Trabalhava o ferro, criava armaduras e armas letais. Dominavam povos e
os escravizavam. Entre estes povos estava Israel. Debaixo das garras
mortais da força filistéia. Deus irá libertar seu povo de novo. Quantos
ele levantará? Quantos ele treinará e dará armas mais poderosas para
poderem fazer frente a tão grande poder dominador? Me responda: quantos
israelitas seriam necessários para destruir o poder filisteu – que
SANSÃO não pudesse, tendo sido levantado por Deus para fazer? Deus
levanta um SANSÃO, e isso lhe basta!
Saul era um homem valente e grande
guerreiro. Seu filho Jônatas também. Davi disse sobre eles quando
morreram:”A tua glória, ó Israel, foi morta sobre os altos! Como caíram
os valentes!…” (2Sm 1.19) – Saul era valente, Jônatas era valente e com
eles estava grande exército de valentes. Mas o quê é dito para nós? SAUL
E SEUS EXÉRCITOS mataram os seus milhares, porém DAVI destruiu seus DEZ
MILHARES!!
Então por quê continuar a contar
pessoas? Por quê estreita é a porta e poucos entram por ela? Por quê o
caminho é apertado…? Deus pode, Deus quer OFERECER GRANDE VANTAGEM AOS
INIMIGOS e, apesar dessa grande vantagem, VENCÊ-LOS!! Por quê contar
pessoas? Isso não te dá vontade de mandar a multidão para casa como
Gideão?
“Um só dentre vós perseguirá mil…” – Por
quê??? “Porque Deus é quem peleja por vós, como vos prometeu!” – Por
quê mercadejar o evangelho para atrair a multidão quanto temos essa
promessa? Diante disso, O QUE SIGNIFICAM MULTIDÕES DE HOMENS? Se Deus
envia um homem (Abraão, Moisés, Gideão, Sansão, Davi…) ou um pequeno
povo, meu irmão – O PODER DELE REALIZARÁ O SEU PROPÓSITO.
O segredo para a pureza da igreja é
acreditar na Palavra de Deus, não mercadejá-la. CONFIAR!! “O Senhor,
vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu”. (Js 23.10) –
Confiem na divina promessa. A mesma feita a Josué. Com essa promessa no
coração Deus diz a nós: “Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo
herdar a terra…” (Js 1.6).
A igreja não precisa se mundanizar para que Deus realize o seu propósito. Então por que contar pessoas?
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Fonte: Blog do Josemar Bessa. Divulgação: Púlpito Cristão.
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