Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

domingo, 31 de março de 2013



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Por Clóvis Gonçalves


No livro O Grande Conflito, existe uma declaração que Leandro Quadros considera a síntese do pensamento de Ellen White sobre a predestinação calvinista. Ei-la:

Estas monstruosas doutrinas são essencialmente as mesmas que o ensino posterior dos educadores e teólogos populares, de que não há lei divina imutável como norma do que é reto, mas que o padrão da moralidade é indicado pela própria sociedade, e tem estado constantemente sujeito a mudança. Todas estas idéias são inspiradas pelo mesmo espírito superior, sim, por aquele que mesmo entre os habitantes celestiais, sem pecado, iniciou sua obra de procurar derruir as justas restrições da lei de Deus.

Sai daí a base de Quadros para afirmar que a doutrina calvinista é satânica. Essa afirmação encontra-se no capítulo 14, o mesmo em que White menciona com aprovação o nome e as doutrinas de eminentes predestinistas, entre os quais Martinho Lutero, Ulrich Zwinglio, John Knox, John Bunyan, Richard Baxter, John Flavel, Joseph Alleine e George Whitefield: “O grande princípio mantido por aqueles reformadores... foi a autoridade infalível das Escrituras Sagradas como regra de fé e prática... A Bíblia era a sua autoridade, e por seus ensinos provavam todas as doutrinas e reivindicações”, disse ela sobre todos eles. Soa incoerente ela em seguida classificar a predestinação, juntamente com o antinomianismo, como “monstruosas doutrinas”, inspiradas por Lúcifer? Soa, mas coerência não é a característica principal dos adventistas.

No entanto, há um fato desconhecido por muitos adventistas: a declaração não é da pena de Ellen White. Trata-se de uma alteração feita W. W. Prescott na edição de 1911 do Grande Conflito. Surpreso pelo espírito de profecia precisar ser revisado e corrigido? Mas foi, aqui e em outros 105 pontos, apenas nessa edição da obra. O que White escreveu, e que consta na edição de 1888, é: "Esta monstruosa doutrina é essencialmente a mesma coisa que a alegação dos romanistas, de que ‘o Papa pode dispensar acima da lei, e do errado fazer certo, pela correção e mudança nas leis”, e que ‘ele pode pronunciar sentenças e julgamentos em contradição... com a lei de Deus e dos homens’”. O filho de Ellen White questionou Prescott sobre a alteração e este a justificou dizendo que a afirmação da senhora White estava errada e que os adventistas se veriam em dificuldades se alguém pedisse a fonte da declaração.

Além do todo da redação ter sido alterado, na versão original, “monstruosa doutrina” está no singular e se refere ao antinomismo apenas e não ao calvinismo conjuntamente. A autora compara “esta monstruosa doutrina” com a revindicação romanista de que o Papa pode mudar as leis de Deus e dos homens, dizendo em seguida que “ambas revelam a inspiração” do Diabo. O singular, a referência ao romanismo e a palavra “ambas” tornam gramaticalmente impossível inserir ali a“predestinação calvinista”, como faz Leandro Quadros. São dois pontos a se ter em conta: as palavras não são de Ellen White e ela não fez referência direta ou indireta à doutrina da predestinação, mas unicamente ao antinomianismo e ao romanismo.

Seja como for, o fato é que Ellen White está trabalhando sobre declarações que não são, de forma alguma, expressões da doutrina da predestinação conforme entendida pelos calvinistas. Prova isso a própria fonte utilizada por ela, a Cyclopaedia of Biblical, theological, and ecclesiastical literature, de John McClintock e James Strong. Esta obra atribui a origem moderna do antinomianismo a John Agricola, um dos primeiros cooperadores de Lutero. Compreendendo erradamente algumas palavras de Lutero e Melâncton sobre a justificação sem as obras da lei, Agricola apregoou a doutrina antinomiana e foi por isso repreendido severamente por Lutero, não uma mas várias vezes, até que admitiu publicamente seu erro e se reconciliou com Lutero. Desnecessário dizer que Lutero era mais predestinista que Calvino e combateu duramente a teoria do livre-arbítrio, veja-se seu Nascido Escravo para confirmar.

Segundo a mesma obra, o antinomianismo foi defendido nos dias de Oliver Cromwell por um tal John Saltmarsh, que entre outras coisas defendia o universalismo e a justificação eterna, ou seja, que os eleitos eram justificados antes mesmo de nascerem, daí sua declaração de que “as ações ímpias que cometem não são realmente pecaminosas, nem devem considerar-se como violação da lei divina por parte deles, e que em conseqüência não têm motivo quer para confessar os pecados, quer para com os mesmos romper pelo arrependimento”, mencionada por White. Saltmarsh foi combatido por Samuel Rutherford, calvinista escocês que participou da Assembleia de Westminster. Mais tarde, o também calvinista Richard Baxter iria refutar seus ensinos.

Ao lado de Saltmarsh, os principais antinomianos da época foram Crisp, Richardson, Hussey, Eaton e Town, segundo os mesmos McClintock e Strong. E estes foram atacados e refutados com sucesso pelos calvinistas Thomas Gataker, Andrew Fuller, Richard Baxter e, principalmente, por Daniel Williams, além de outros. Embora escrita por teólogos de orientação wesleyana, a obra é cuidadosa em distinguir entre hiper-calvinismo e antinomianismo de um lado e o calvinismo dos reformadores de outro. Em nenhum lugar a obra referenciada menciona o calvinismo como responsável pelo antinomianismo, portanto, se White pretendeu dar essa impressão, agiu de má fé, se não foi o caso, seus intérpretes é que a compreendem equivocadamente ou a distorcem deliberadamente no calor do debate.

Creio que as palavras de Charles Spurgeon, extraídas de um sermão pregado em 1859, deixam clara a posição calvinista conforme definida em Wesminster e Dort:“Quantos danos tem sido causados às almas dos homens por homens que só tem pregado uma parte, e não todo o conselho de Deus! Meu coração sangra por muitas famílias sobre as quais a doutrina antinomiana conquistou domínio... Não posso imaginar instrumento mais apto, nas mãos de satanás, para arruinar almas do que o ministro que diz aos pecadores que não é dever deles arrepender-se de seus pecados ou crer em Cristo”. Em seu The History of Dissenters, no qual retrata a época referida, James Bennett diz que o antinomianismo “não resulta do genuíno calvinismo”, como aquele que “era familiar aos escritos e práticas dos grandes reformadores”, mas do “erro que tem sido enxertado por aqueles que são mais ansiosos para abraçar certas partes do que estudar para entender o todo”.

Em seu texto, Leandro Quadro menciona outras citações feitas por Ellen White no Grande Conflito, recorrendo a John Wesley. A obra de John Wesley não tão fácil de se analisar e cada citação deve ser analisada em sua ordem no tempo, além do contexto em que foi feito. Demanda tempo e requer espaço, ambos me faltam no momento, a Providência dirá se os terei no futuro. Por ora, basta-nos concluir que a citação feita por Leandro Quadro como sendo da senhora White e contra o calvinismo não é nem uma coisa, nem outra.

Soli Deo Gloria

Fonte: Cinco Solas

Páscoa – A Mais Linda História de Amor


Jesus vive, e essa é a razão principal pela qual devemos comemorar a Páscoa. O filho de Deus, feito homem, marcou sua passagem na terra, derramando Seu sangue em sacrifício pela humanidade. Ainda hoje, depois de mais de dois mil anos, em Jerusalém e em todo o mundo, por todos os lugares, as marcas do ministério de Jesus são evidentes.

Intocável, a história do Mestre de acordo com as Escrituras atravessou os séculos e milênios e  permanece sem se contradizer em nada. Nem perseguição, nem guerras, nem modernidade, nem as novas ideologias, avanços tecnológicos, enfim, se passaram milhares de anos e a “lenda” da ressurreição jamais consegui ser apagada.

A ressurreição de Jesus tem significado vital para a humanidade, é a ascensão da vida vencendo a morte, é a ‘morte da morte’. Alguns ainda relutam contra essa maravilhosa história e deixam de desfrutar das delícias que a morte e ressurreição de Cristo nos proporcionam.  A fé nasce no coração e se pauta no invisível, é através da fé que Jesus continua vivo dentro de nós, nos fortalecendo, nos acompanhando, nos abraçando nos momentos mais incertos da vida.

Precisamos conhecer a Jesus, vivo em nosso coração, além das histórias que nos são apresentadas, muito além das tradições. Ele em nós é o revestimento da justiça, o manto da paz e a plenitude do amor!

Não precisei ir a Jerusalém para ver o sepulcro vazio e entender que Jesus ressuscitou. Bastou a certeza de Sua presença nos momentos que mais precisei. Quando mais temia, mais podia sentir seu abraço e meu coração cheio de paz na certeza que Ele estava sussurrando: “Estou contigo!”. E, Ele sempre esteve comigo, sempre está conosco, cuidando, zelando, apreciando, e se deliciando em nós.

É páscoa, é chegada a  hora de abrirmos nosso coração e deixar que ELE viva em nós e guie nossos passos. Dizer SIM para a morte e ressurreição de Cristo nos torna filhos e herdeiros, e assim viveremos a vida que Deus planejou para nós, vida de filho mui amado.  Isso é que é plenitude de alegria!

Um breve relato sobre o verdadeiro Significado da Páscoa:

A sexta feira santa representa o dia em que Jesus mais sofreu. Retrata que há mais de 2000 anos as profecias que antecediam a morte do Salvador se cumpriram com exatidão. JESUS: o homem mais amável, mais bondoso, mais sensível, mais sábio, mais terno, mais meigo, mais surpreendente, incrível e fascinante que já pisou na terra padeceria em um madeiro, mesmo sem merecer.

O Homem capaz de confundir os mais sábios, desafiar os mais poderosos, ensinar os próprios mestres de sua época seria humilhado, ridicularizado e desprezado. Aquele que conquistava grandes multidões, alimentava almas e curava feridos sentiria a DOR da TRAIÇÃO.  O Homem que confundia a medicina, constrangia os pecadores, desmascarava os hipócritas, exaltava os humildes, conversava tanto com os doutores da lei quanto com os rejeitados pela sociedade, viveria naquela sexta-feira o pior dia da sua vida: seria traído, preso, escarnecido, humilhado e açoitado. O Getsêmani conheceu seu dia mais sombrio.

ELE, que foi um divisor de águas da humanidade, seria condenado. Ele, que perdoou a tantos, não recebeu perdão dos pecadores que tanto amou. Mas, caminhava em direção a cruz, derramaria ali todo o Seu amor por nós. Assim, seguiu sua missão: interrogado por Anás, julgado por Caifás e condenado pelo Sinédrio. Traído por Judas e NEGADO por PEDRO. Açoitado, traído, zombado e injustiçado. Julgado perante Pilatos. Levado à presença de Herodes. Após, sentenciado e, enfim, crucificado entre dois ladrões. Foi assim, a triste sexta feira da paixão: os que o aplaudiam e o beijavam poucos dias antes, eram os mesmos que gritavam a plenos pulmões “crucifica-o”.

Não importa sua classe social, sua formação, de onde você vem ou quais são suas aspirações futuras, qualquer pessoa que se dedicar a estudar a história de JESUS ficará atônito diante do Seu poder e singularidade.

A crucificação de Cristo, se estudada em seus detalhes, é incrivelmente capaz de deixar perplexo qualquer médico ou profissional da área psíquica. ELE transpirava paz, serenidade e amor em toda caminhada de tortura e agonia que antecederam sua morte. Isto é algo que excede a lógica humana. Junto com seu suor saía sangue, mas o seu coração transbordava de amor.

Jesus não veio ao mundo para que nos tornássemos isentos dos sofrimentos desta vida, ao contrário, veio para nos ensinar como proceder diante de cada situação adversa, nos mostrar que o alívio se encontra em Cristo ressurreto.

Hoje, temos o conforto de saber que JESUS conhece nossas dores. Nenhum sentimento é desconhecido para o Senhor. ELE conhece, como ninguém, a realidade do sofrimento humano. Nenhuma dor é insignificante para o Mestre da sensibilidade. A morte de Cristo foi para nos proporcionar benefícios presentes e também eternos.

E, para finalizar, sabe qual foi a última coisa que JESUS pensou antes de dar seu último suspiro?

Ele pensou em você. Pensou em mim. Pensou em nós. Por amor, Ele suportou até o fim:

“Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:20-21)

Jesus é o Mediador da Nova Aliança (Hebreus 12.24). Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus (1 Timóteo 2.5). Podemos nos alegrar com a BOA NOVA que ELE ressuscitou! ELE vive!

No seu último suspiro de vida, algo maravilhoso aconteceu: o véu do templo se rasgou e reconheceu-se em toda a terra que AQUELE ERA DE FATO O FILHO DE DEUS!

“Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus” (Marcos 15:39).

*O véu do templo era uma cortina pesada que ficava no Santo dos Santos. Ela representava uma separação entre a humanidade e DEUS. Hebreus 10 nos diz que, na hora da morte de Cristo, a barreira que nos separava de DEUS deixou de existir para aqueles que aceitassem o sacrifício de JESUS na Cruz do Calvário. Hoje temos livre acesso a ELE. Somos chamados de amigos de DEUS.

Escrevo naquEle que me atraiu com amor.



Como você deve saber, a Páscoa é uma celebração cristã que comemora a ressurreição de Jesus. No entanto, durante as festividades existe um personagem que aparece por todos os lados, sendo o responsável por entregar ovos de chocolate para as criancinhas bem comportadas. Você já sabe de quem estamos falando, não é mesmo?

Mas, afinal, o que é que o coelhinho tem a ver Páscoa, se nem ovos ele bota? Bem, na verdade, o surgimento desse simpático personagem tem relação com o paganismo. No hemisfério norte, a primavera chega em março, sendo conhecida como a estação do renascimento e renovação após o duro e gélido inverno. Assim, é durante esse período que as plantas voltam a florescer e os animais começam a procriar.

                            Origens pagãs
No passado, muitas culturas pagãs organizavam várias festividades durante a primavera, justamente para celebrar esse renascimento, e uma dessas festas era dedicada à deusa da fertilidade “Eastre” (nome que provavelmente deu origem à palavra Easter, que significa Páscoa em inglês), que guardava uma forte relação com dois símbolos utilizados pelos antigos europeus para representar a fertilidade: a lebre e o ovo.

Mais tarde, quando o cristianismo começou a se espalhar na Europa, algumas tradições pagãs acabaram sendo incorporadas, e uma delas foi a Páscoa. Como a ressurreição de Cristo e a festividade da deusa Eastre aconteciam em datas muito próximas, as duas celebrações se tornaram uma só, e os símbolos presentes nas duas passaram a ser compartilhados.

O primeiro coelho da Páscoa da História de que se tem notícia data do século XVI, e o primeiro conto sobre um desses animais trazendo ovinhos e escondendo-os em um jardim surgiu em 1680. As lendas sobre os coelhinhos começaram a chegar nas Américas por volta do século XVIII, quando os imigrantes europeus começaram a colonizar os Estados Unidos.

Logo depois, surgiu o costume de criar pequenos ninhos para que os coelhos pusessem os ovinhos e, eventualmente, os ninhos se transformaram em grandes cestas e os ovos coloridos foram sendo substituídos por doces, chocolates e pequenos presentes!

Fonte
 mental_floss Discovery News The Holiday Spot
Posted: 31 Mar 2013 05:30 AM PDT
Gostaria de falar sobre a pascoa, não esta pascoa com interesses comerciais passada nas propagandas exaustivamente de coelhos, de ovos de chocolates. Aliais é nesta época que as fábricas de chocolates engordam suas contas bancárias. Mas gostaríamos de falar do real sentido da pascoa cristã.

Na Bíblia vemos duas Pascoas, uma: Judaica na Antiga Aliança. Instituída por Deus em Êxodo 12. Outra, a Cristã: A Nova Aliança de Deus para com os homens, mas detalhada por Jesus em Mateus 26:17-29.

O povo de Israel passou anos sobre a escravidão no Egito, seus filhos nasciam vendo seus pais sendo escravizados, humilhados por Faraó. Mas, este círculo de escravidão, de sofrimento findou-se com a saída do povo de Deus do Egito.
 
Após saírem da escravidão, foi instituída a festa da pessach, Pascoa Judaica. Todas as vezes que era comemorada a Pascoa Judaica, os judeus lembravam com alegria que Deus havia libertado seu povo através de Moisés. Êxodo 12:128.

O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach" ("passagem"), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho, que se tinha aberto para "abrir passagem" aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra Prometida).

O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre Deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: A libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.

Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós, comemorando esta passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.

Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: "morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.

Nós cristãos protestantes de todas as partes também comemoramos a “pessach”. Não com coelhos, nem chocolates, mas “com o pão e vinho”. Comemoramos a libertação da escravidão do pecado para liberdade em Cristo.
 
Assim como o sangue do cordeiro pascoal ficou marcado nas tendas dos filhos de Israel, livrando-os do castigo da morte, o Cordeiro de Deus (Jesus) que tira o pecado do mundo também nos marcou com seu sangue derramando-o na cruz do Calvário. Hoje, nos lembramos de seu sacrifício e temos como memorial “o pão e o vinho”. I Corintios 11:23-26

Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste vinho, nos lembramos de seu sacrifício, nos lembramos de Seu Calvário para nossa libertação. Para o Judeu “Pessach” sem cordeiro imolado não seria pessach. Para nós cristãos Páscoa sem “O Cordeiro Jesus” não tem sentido. Pascoa sem Jesus não é pascoa é simplesmente comércio.

                   “Jesus é a nossa Pascoa”

Deus o abençoe ricamente

Pb. Josiel Dias
IEC Alcântara

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Por John Piper

Domingo de Páscoa

"Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai." (João 10:17-18)

Por que Jesus diz isso? Por que ele enfatiza sua voluntariedade em morrer? Porque se isso não fosse verdade — se sua morte fosse forçada a ele, se não fosse livre, se seu coração não estivesse de fato nisso — então uma grande interrogação seria colocada sobre seu amor por nós.

A profundidade de seu amor está em sua liberdade. Se ele não morreu por nós voluntariamente — se ele não escolheu o sofrimento e o abraçou — então quão grande é seu amor realmente? Então ele enfatiza isso. Ele deixa explícito. Isso vem de mim, não das circunstâncias, não de pressão, mas do que eu realmente anseio fazer.

Jesus está enfatizando para nós que seu amor por nós é gratuito. Ele parece ouvir alguma calúnia inimiga dizendo: “Jesus não ama a você de verdade. Ele é um mercenário. Ele entrou nessa por outra razão que não amor. Ele está sob algum tipo de obrigação ou compulsão externa. Ele não quer realmente morrer por você. Ele apenas de alguma maneira acabou entrando nessa tarefa e tem de se submeter às forças que o controlam.” Jesus parece ouvir ou antecipar algo assim. E ele responde: “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” Ele está pressionando nesse ponto para ver se creremos em seu protesto de amor, ou se creremos no oposto — que seu coração não está realmente nisso.

Qualquer um que faz uma afirmação como essa está mentalmente perturbado, mentindo, ou é Deus. Eu tenho autoridade de dentro da morte, como um homem morto, de tomar minha vida de volta quanto eu quiser. Agora qual é o ponto aqui? Bem, o que é mais difícil? Controlar o momento de sua morte, ou dar a si mesmo vida novamente quando já morto? O que é mais difícil? Dizer “eu entrego minha vida por minha própria iniciativa,” ou dizer “eu tomarei minha vida de volta depois que estiver morto”?

A resposta é óbvia. E esse é o ponto. Se Jesus podia tomar — e tomou — sua vida de volta da morte, então ele de fato estava livre. Se ele controlou o momento em que saiu da sepultura, ele certamente controlou o momento em que ele foi para a sepultura.

Então eis o ponto. A ressurreição de Jesus é dada a nós como a confirmação ou a evidência de que ele estava, de fato, livre ao entregar sua vida. E então a ressurreição é o testemunho de Cristo quanto à liberdade de seu amor.

O Significado da Páscoa

De todas as grandes coisas que a Páscoa significa, ela também significa isso: é um grande “Eu quis fazer isso!” por trás da morte de Cristo. Eu quis fazer isso! Eu estava livre. Você vê o quão livre eu estou? Você vê quanto poder e autoridade eu tenho? Eu era capaz de evitá-la. Eu tenho o poder de tomar minha vida e voltar da sepultura. Então, como eu não conseguiria devastar meus inimigos e escapar da cruz?

Minha ressurreição é um brado sobre meu amor por minhas ovelhas: Eu era livre! Eu era livre! Eu escolhi isso. Eu abracei isso. Eu não fui capturado. Eu não fui encurralado. Nada pode me obrigar a fazer o que eu não escolho fazer. Eu tinha poder para tomar minha vida de volta da morte. Quão mais, então, eu poderia evitar meu encontro com a morte!

Eu estou vivo para mostrar a você que eu realmente amei você. Eu amei você livremente. Ninguém me forçou a fazê-lo. E agora estou livre para passar a eternidade amando você com um amor onipotente de ressurreição para sempre e sempre.

Vinde a mim, vós todos pecadores que necessitam de um Salvador. E eu os perdoarei, os aceitarei, e os amarei de todo o meu coração para todo sempre.


Veja outros devocionais da série clicando aqui!

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Por John Piper © 2013 Desiring God Foundation. Usado com permissão. Website em português: www.satisfacaoemdeus.org. Original: Love to the Uttermost (Free eBook for Holy Week)Tradução: www.VoltemosAoEvangelho.com. Original: John Piper – Um Amor de Ressurreição Tão Incrível (Amor ao Extremo 9/9)

quinta-feira, 28 de março de 2013



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Por Renato César


Toda fase que se inicia na vida um dia terá fim. A infância começa de maneira encantadoramente frágil. Quando bebês, somos fofinhos, espontâneos, cativantes. Para muitos pais, é a fase que mais deixa saudade.

Então crescemos de pouquinho em pouquinho, até que a mais bela fase da vida de um ser humano chega a seu fim, dando lugar a adolescência, um período, para alguns, de instabilidade e grandes mudanças. Para a maioria de nós, a segunda melhor fase, pois é quando descobrimos muitos dos prazeres da vida, porém ainda sem o peso da responsabilidade da vida adulta.

A adolescência passa e, finalmente, nos tornamos adultos. A liberdade que essa fase traz consigo também acarreta maiores responsabilidades, descolorindo um tanto a vida, fazendo aparecer tons de rotina, de obrigações e afazeres diários que nos tomam quase todo o tempo, com o trabalho, criação dos filhos...

Os anos se passam, e até mesmo a longa fase adulta, recheada com suas responsabilidades diárias, dá lugar à velhice, a última e mais dolorosa de todas as fases. É quando olhamos pra trás na esperança de ter feito valer a pena todos os esforços desprendidos, todas as noites mal dormidas, todos os segundos gastos em busca de um futuro melhor.
Por fim, a fase da vida precisa dar lugar à fase da morte. Mas será esta a última fase? Começamos nascendo e terminamos morrendo? É só isso? 

Não posso, não consigo crer nessa hipótese. Não é possível que a morte seja o final de tudo. Prefiro crer no Evangelho. Não apenas porque é uma ideia mais agradável e afasta minha crise existencial, mas porque me parece mais lógica.

Se tudo acabasse com a morte, seria como dizer a alguém que terminou o doutorado: “Pronto, acaba aqui. Você já sabe tudo sobre esse assunto. Não há mais nada a aprender”. Na verdade, é desse ponto em diante que o novo começa. É quando surgem os maiores desafios e descobertas. Se assim não fosse, a humanidade não evoluiria. Sempre há um depois, a não ser que o agora seja para sempre. Mas sempre não existe neste mundo material.
Prefiro crer no Evangelho, porque ele me diz que depois de toda uma vida existe outra, melhor, abundante, perfeita e eterna. O Evangelho me diz que o que hoje vejo por espelho, em enigma, verei face a face. Em outras palavras, me diz que os vislumbres do outro mundo presentes neste, como o amor incondicional da mãe pelo filho, tornar-se-ão patentes a meus olhos e encherão toda a existência humana.

Não posso crer que a longa caminhada no deserto da vida, que para uns é mais difícil que para outros, termine em nada. Se há um deserto a ser cruzado, é porque do outro lado há uma terra prometida. E é para esta Terra que os filhos da promessa, os que creem no Messias, no Cristo ressurreto, estão indo.
A morte não é fim de tudo, mas tão somente o que vemos daqui de onde estamos, como era o monte Nebo (Dt 32.49) para os israelitas. Ela é o último obstáculo a ser superado antes de se chegar à Terra Prometida, à santa cidade, de onde mana a água da vida.

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Sobre o autor: Cristão reformado, formado em administração de empresas e teologia, membro da IPB - Fortaleza/CE. 

Artigo enviado por e-mail. 
Contatos com o autor: renatocesarmg@hotmail.com
Divulgação: Bereianos


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Por Augustus Nicodemus Lopes


As cartas que Paulo escreveu à igreja de Corinto são as de maior cunho pessoal e que mais revelam como era a vida daquele que é considerado o maior apóstolo do Cristianismo, data vênia Pedro e os papistas.

Como era a vida diária de Paulo, um apóstolo de Cristo?

- evitava batizar muita gente, para que não se formasse um fã clube em torno do seu nome (1Co 1:14-17);

- evitava a ostentação de linguagem na pregação pelo mesmo motivo e pregava somente a Cristo e este crucificado (1Co 2:1-5).

- a razão é que ele queria evitar que pessoas se agregassem à igreja impressionadas por seus talentos e carismas e não pela fé em Jesus Cristo (1Co 2:5).

- ficava lembrando seu rebanho de que ele era um mero servo, junto com outros, e que seu sucesso em ganhar pessoas para Cristo se devia tão somente à graça de Deus e não a méritos próprios (1Co 3:5-9).

- insistia que Deus requeria dos apóstolos somente que fossem fiéis, e não que fossem bem sucedidos, diante da tentação de muitos de compararem os ministérios dele, de Apolo e de Pedro (1Co 4:1-3).

- era constantemente considerado – inclusive por pessoas que faziam parte das próprias igrejas que havia fundado – como condenado a morte, espetáculo ao mundo e aos anjos, louco, fraco e desprezível (1Co 4:9-10).

- em diversas ocasiões passou fome, sede e nudez; foi esbofeteado e não tinha moradia certa ou casa própria (1Co 4:11)

- trabalhava até cansar com as próprias mãos para garantir o seu sustento (1Co 4:12).

- era perseguido, injuriado, caluniado e considerado o lixo do mundo, mas não respondia nem revidava a nenhuma destas provocações (1Co 4:13).

- muitos achavam que ele não tinha o direito de receber sustento da igreja e nem de se fazer acompanhar de uma esposa nos trabalhos missionários intensos e cansativos. Por isto, ele trabalhava para se sustentar e se recusava a receber salário, ofertas, dízimos e contribuições das igrejas, quando fazer isto pudesse lançar dúvida sobre suas intenções (1Co 9:1-12).

- pregava e evangelizava nas igrejas de graça, sem nada pedir e nada receber, para não colocar empecilho ao Evangelho de Cristo (1Co 9:15-18), pois seu alvo era ganhar o maior número possível de pessoas.

- preocupava-se em ser irrepreensível, em controlar-se e manter suas paixões e desejos debaixo de controle, para poder ter autoridade para pregar (1Co 9:25-27).

- enfrentou a morte várias vezes no trabalho missionário, e em algumas delas considerou que sua hora de morrer tinha finalmente chegado (2Co 1:8-9).

- passava por constantes sofrimentos e angústias de coração por causa das igrejas e dos crentes a quem amava e por quem se preocupava individualmente (2Co 2:4).

- perdoava e pedia o perdão dos outros para aqueles que o haviam ofendido e prejudicado o seu trabalho (2Co 2:7-8).

- quando era necessário mostrar as suas credenciais de apóstolo, apontava para as multidões convertidas pelo Evangelho da cruz que pregava com simplicidade e no poder do Espírito (2Co 3:1-4).

- tomava o maior cuidado para não adulterar a mensagem do Evangelho, não andava com astúcia e nem procurava enganar seus ouvintes para tirar proveito financeiro deles (2Co 4:1-2).

- vivia como um condenado à morte, levando em seu corpo o morrer de Jesus na forma de privações, perseguições, sofrimentos, calúnias e injúrias, como meio da vida de Cristo se manifestar através dele (2Co 4:7-15).

- sua esperança e expectativa não estavam aqui, nas riquezas, propriedades e bens, mas o tempo todo ele faz menção da glória celestial, das coisas invisíveis e eternas que ele aguardava como recompensa de seus sofrimentos e trabalho (2Co 4:16-18).

- quando precisava se recomendar aos ouvintes como ministro de Cristo incluía em seu currículo as muitas aflições, angústias, privações, açoites, prisões, tumultos, vigílias e jejuns no trabalho do Senhor (2Co 6:4-10).

- ainda nesta lista incluía os 39 açoites recebidos dos judeus pelo menos 5 vezes, ser fustigado com varas 3 vezes, 3 naufrágios, apedrejamentos, perigos de salteadores e assassinos, além do peso constante da responsabilidade das igrejas que pesava sobre seus ombros (2Co 11:29). 

- passou privações e teve de trabalhar arduamente para não ser pesado às igrejas onde receber oferta seria dar motivo para a acusação de mercenário (2Co 11:7-9).

- apresentava como motivo de gloria o fato de que uma vez teve que fugir de uma cidade escondido em um cesto e descido pelos irmãos pela muralha, para poder escapar com vida (2Co 11:30-33).

- lutava diariamente com um doloroso espinho na carne, que o abatia e fazia sofrer e clamar a Deus, mas sem resposta a não ser a provisão da graça para poder suportá-lo (2Co 12:7-10).

Muitos se consideram sucessores dos apóstolos, aqui e em Roma. É só comparar...

Fonte: Perfil do autor no Facebook.
Foto: Apóstolo Paulo - ilustração de Robert T. Barrett.


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Por Renato Vargens


Em virtude dos escândalos relacionados a alguns líderes evangélicos, parte da sociedade brasileira acredita que todos os pastores são safados, ricos e que extorquem dinheiro do bolso dos fiéis.

Claro que não dá para tapar o sol com a peneira, contestando de forma absoluta esta afirmação, mesmo porque, é inegável a existência de pastores desonestos que em nome de Deus vivem nababescamente.

Infelizmente alguns dos denominados "ministros do evangelho" justificam seu imenso patrimônio pregando doutrinas estapafúrdias, afirmando em nome de uma teologia espúria, que o desejo de Deus é que sejam prósperos e ricos. No entanto , você há de convir que também é inegável que a imensa maioria dos pastores brasileiros não se encaixam no perfil do "lobo mau".

Caro leitor, graças a Deus existe um número impressionante de pastores que não se venderam e nem se corromperam, por causa do poder. Tais pastores abnegadamente dirigem asilos e orfanatos, visitam presídios, dividem o pão, admoestam os insubmissos,  se esmeram na Palavra, consolam os enlutados, recuperam drogados, sem contudo exigir dinheiro em troca das bênçãos divinas. Além disso, os pastores em  questão  não usufruem de teologias malditas, nem tampouco comercializam a o nome de Deus vendendo objetos “sagrados” àqueles que sofrem as agruras da vida. Homens como estes, lutam com sacrifício trabalhando arduamente para subsistir e sustentar com dignidade suas famílias Particularmente eu conheço inúmeros destes  que possuem dupla jornada, trabalhando fora além obviamente de pastorear com esmero o rebanho que o Senhor lhes confiou.

Isto posto, considero injusto, desrespeitoso, e maldoso afirmar que todos os pastores são "farinha do mesmo saco", mesmo porque, pela graça de Deus ainda existem espalhados  por esse imenso país pastores comprometidos com o Evangelho de Cristo e que não se dobraram aos ensinos de Baal, optando por uma vida que glorifique a Deus.

Pense nisso!

Renato Vargens

Fonte: Blog do autor


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por Mike Bullmore

O que é pregação expositiva? Um sermão é expositivo se seu conteúdo e sua intenção são controlados pelo conteúdo e a intenção de uma passagem específica da Escritura. O pregador diz o que a passagem diz, e pretende com seu sermão alcançar em seus ouvintes exatamente o que Deus está buscando alcançar através da passagem escolhida da Palavra.

Pregador, imagine Deus sentado na congregação conforme você prega. Qual será a expressão em sua face? Ela dirá: “Não é aí que eu queria chegar com essa passagem.” Ou dirá: “Sim, é exatamente isso que eu pretendia”?

O caso bíblico para a pregação expositiva começa com a conexão entre o dom que o Cristo assunto deu à igreja em pastores-mestres (Efésios 4:11) e a determinação bíblica para “pregar a palavra” (2 Timóteo 4:2). Aqueles que pregam, deveriam pregar suas Bíblias.

Talvez, o melhor lugar para começar a demonstrar a legitimidade de identificar pregação e pregação da palavra seja o livro de Atos. Em Atos, a frase “a palavra de Deus” é uma abreviação costumeira para a substância da pregação apostólica. Em Atos 6:2, por exemplo, os apóstolos dizem: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus” (veja Atos 12:24; 13:5, 46; 17:13; 18:11). A frase também aparece frequentemente como “a palavra do Senhor” (8:25, 13:44; 15:35-36; et. al.) e não raramente é abreviada para “a palavra” (cf. 4:29; 8:44; 11:19). No livro de Atos, há uma clara e consistente identificação entre a pregação apostólica e a frase “a palavra de Deus.”

Enquanto a substância da pregação apostólica era as boas novas da reconciliação com Deus através de Cristo Jesus, tal mensagem era entregue e explicada quase invariavelmente por meio de uma exposição do Antigo Testamento. Então pregar nos tempos do Novo Testamento envolvia a pregação da “palavra de Deus,” e um essencial componente de tal pregação era a exposição do Antigo Testamento. Isto, por sua vez, nos leva à conclusão de que o Antigo Testamento deve ser incluído em nossa compreensão de “a palavra” a ser pregada, uma conclusão confirmada tanto por afirmações diretas (ex., 2 Timóteo 3:16; Romanos 3:2) quanto por indiretas (ex., Romanos 15:4) do Novo Testamento.

Então essa “palavra” é a palavra a respeito de Jesus, conforme antecipada no Antigo Testamento e agora explicada na pregação apostólica. Esta é a palavra que é “falada” (Atos 4:29), “proclamada” (13:5), e a ser “recebida” (17:11) como “a palavra de Deus.” Esta mesma identificação é mantida ao longo das cartas de Paulo. Sem hesitar, ele chama a mensagem que proclama de “a palavra de Deus” (2 Coríntios 2:17, 4:2; 1 Tessalonicenses 2:13) ou simplesmente “a palavra” (Gálatas 6:6).

Mesmo na ordem de Paulo a Timóteo para “pregar a palavra” há confirmação desta identificação entre pregação e a pregação da palavra de Deus. Timóteo saberia imediatamente de que “palavra” Paulo estava falando. Como a biografia de Timóteo destaca, ela certamente incluía tanto os “escritos sagrados” quanto a mensagem apostólica — “aquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste” (2 Timóteo 3:10-17).

A conclusão que devemos tirar de tudo isso é que a “palavra” que devemos pregar é o corpo da verdade consistindo do Antigo Testamento e do ensino apostólico a respeito de Cristo, isto é, o Novo Testamento. Assim, identificar a “palavra” com nossas Bíblias é apropriado. É isso que aqueles comissionados como “pastores-mestres” devem ensinar. Nosso trabalho é proclamar “a palavra” que Deus falou, preservada na Escritura, e confiada a nós. A vida espiritual do povo de Deus depende desta palavra (Deuteronômio 8:3). É por isso que a um pastor jovem é ordenado aplicar-se “à leitura, à exortação, ao ensino” (1 Timóteo 4:13). Se esta ordem faz qualquer reivindicação em nós hoje, e ela faz, então a fonte de nossa pregação deve ser inteiramente coextensiva com nossas Bíblias.

Como isso se parece? Na preparação de nosso sermão, parecerá tomar passagens definidas da Palavra de Deus e estudá-las cuidadosamente para “manejarmos corretamente a palavra da verdade.” No púlpito, parecerá com o quadro que vemos em Neemias 8:8: “Leram no livro [...] claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia.” Deus tem o propósito e a promessa de usar esse tipo de pregação para alcançar um de seus maiores objetivos — o ajuntamento e a edificação de seu povo.

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Mike Bullmore é pastor presidente da CrossWay Community Church em Kenosha, Wisconsin.
Extraído do site www.9marks.org. Copyright © 2007 9Marks. Usado com Permissão. Original: A Biblical Case for Expositional Preaching
Tradução: Alan Cristie – Editora Fiel
Fonte: Blog Fiel

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Por Silas Figueira


Qual é afinal de contas a finalidade da Igreja? Para que estamos aqui? Qual a mensagem que o Senhor quer que preguemos? Devemos dar as pessoas o que elas querem ou lhes dar o que elas na verdade necessitam? Mas do que elas necessitam?

Muitas vezes por falta de discernimento a Igreja inverte os valores do Reino e passa a agir segundo os ditames do mundo e não segundo a vontade de Deus. Para exemplificar o que quero abordar aqui, eu gostaria de analisar o texto de Atos 3.1-8:

”Quando Pedro e João sobem ao templo para o momento de oração. Diz assim o texto: “Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona. Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola. Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus”.

Ao analisarmos esse texto nós encontramos as respostas para esses questionamentos. Vejamos o que podemos aprender aqui.

Em primeiro lugar o texto nos diz que Pedro e João estavam indo ao templo para orar. Mesmos depois da decida do Espírito Santo a igreja e principalmente os apóstolos mantiveram esse hábito de estarem no templo orando, pois isso já fazia parte da tradição religiosa deles como também eles aprenderam muito com Jesus a esse respeito.

Segunda coisa que nós observamos é que diariamente era posto ali um coxo de nascença em uma das entradas do templo. Se esse coxo era colocado ali diariamente na entrada do templo, certamente Jesus e seus discípulos já haviam passado por ele várias vezes, no entanto ele nunca alcançou a cura. Eu entendo aqui a soberania de Deus, se aquele coxo durante todo o ministério de Jesus nunca fora confrontado para ser curado era porque não era o tempo de Deus manifestar em sua vida esse milagre. Eu aprendo aqui que nem sempre por onde Jesus passa tem que haver necessariamente algum milagre extraordinário. O tempo de Deus não é o nosso tempo, e nem Jesus cura todo mundo a torto que é direito. Ele faz o que Ele quer, quando quer e do jeito que Ele quer e quando há um propósito para isso.

Terceira coisa que eu observo aqui é que quando aquele mendigo olha para os apóstolos ele esperava receber alguma coisa deles. O texto nos diz que ele implorava que lhe desse uma esmola. Não sabemos se esse homem havia alguma vez recebido alguma esmola deles ou de algum outro discípulo, mas uma coisa é certa, naquele dia ele desejava receber alguma ajuda deles. No entanto Pedro e João dizem para ele: “Olha para nós”. Quando o mundo olha para nós o que ele precisa receber? O que eles querem ou o que temos para dar? Será que temos alguma coisa para dar?

Aqui entra o meu questionamento. Esses apóstolos representavam a Igreja do Senhor Jesus. Como Igreja o que eles deveriam fazer? Amados, por falta de discernimento a igreja muitas vezes tem metido os pés pelas mãos. O que os apóstolos deveriam fazer? Dar a esmola que aquele homem tanto desejava ou lhe dar o que ele realmente precisava?

Eu tenho visto a igreja hoje dando as pessoas que as frequenta não o que o eles necessitam, mas o que o povo quer. Observe as campanhas de muitas igrejas por aí. Geralmente essas campanhas vão de cura e libertação a tomar posse das riquezas dos ímpios. As pessoas não vão a igreja adorar ao Senhor, mas vão buscar uma bênção, e o pior é que muitos vão buscar um milagre não importando de onde proceda se de Deus ou do diabo, o negócio é ver o milagre. As pessoas querem ver, sentir, serem reveladas, ouvir profetadas e vai por aí a fora. Isso sem contar a macumba gospel onde “deus” passa para os objetos “ungidos” o seu poder milagroso.

Se Pedro e João tivessem dado aquele coxo o que ele queria ele certamente chegaria ao fim de seus dias aleijado. Mas os apóstolos não tinham o que ele queria, mas tinha algo muito melhor. A igreja tem a mensagem certa para a ocasião certa e para as pessoas certas, mas está faltando em muitas igrejas o que havia naqueles dois homens discernimento de espírito (detectar o problema e não aplicar um paliativo). Eu não tenho nada contra igrejas que fazem campanhas de arrecadação de alimentos, distribuem cestas básicas e outras coisas nessa área, mas eu não creio que a igreja foi levantada com esse propósito. Quando modificamos a mensagem do evangelho nós deixamos de ver o extraordinário de Deus acontecer na vida de muitas pessoas. É o caso daquela viúva pobre que procurou o profeta Eliseu para tentar resolver o seu problema, pois credor queria levar os seus dois filhos como escravos para ser quitada a dívida que seu marida havia deixado para ela. Se Eliseu metesse a mão no bolso e pagasse a dívida dela ela certamente não vivenciaria o milagre que vivenciou. Discernimento é o que a igreja precisa.

Voltando a questão dos apóstolos. Eles olham para aquele homem e lhe dizem que não possuíam nem ouro e nem prata, mas o que possuíam isso eles lhe dariam, em nome de Jesus anda. Aqui entra o meu questionamento, quantas vezes a igreja tem dado ao povo o que o povo quer (pão e circo), mas não lhes tem lhe dado o que o Senhor quer fazer na vida das pessoas. Aquele mendigo não precisava de esmola, ele precisava era de um milagre. E digo mais, ele recebeu o que o seu coração tanto deseja alcançar que nenhuma esmola poderia comprar. Eu imagino aquele homem desde a infância sendo colocado ali na entrada dom templo e nunca poder entrar naquele lugar, estar a porta, mas não adentrar os seus lugares de culto. Vivendo à custa da misericórdia do povo. No entanto, o Senhor se voltou para ele e ele agora está vivendo o milagre de Deus em sua vida. Essa é a mensagem da Igreja ao homem perdido, Jesus quer operar o verdadeiro milagre. O milagre é a Palavra dele em nossas vidas nos levantado e tirando de uma vida de mendicância podendo adentrar os seus átrios o adorando em Espírito e em Verdade.

A Igreja precisa de discernimento e poder através da Palavra para que não venhamos satisfazer a vontade das pessoas e não lhes dando o que o Senhor tem para elas. Espero vivenciar em minha vida o que está escrito em Mc 16. 20: “E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”.

Fonte: NAPEC

segunda-feira, 25 de março de 2013



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Por Felipe Maia

O TEMPORA, O MORES!

O título acima é a célebre frase proferida por Cícero ao ver a corrupção e desvios da igreja de sua época. A tradução da frase seria algo do tipo “Que tempos os nossos! E que costumes!” Isso tem tudo a ver com o que vou compartilhar a seguir, pois, tenho para mim, que se Cícero estivesse em nosso tempo, ao contemplar os caminhos da igreja de hoje, não alteraria seu desabafo pessoal: O tempora, o mores!

Vivemos dias negros da história do evangelicalismo cristão. Poderíamos afirmar que presenciamos uma espécie de segunda “Idade das Trevas” onde se proliferam superstições e  crendices que nada mais são do que a franca deturpação da simplicidade do evangelho de Cristo. O apaixonante e apaixonado evangelho que é “o poder para a salvação de todo aquele que crê” (cf. Rm 1.16).

Não é de se admirar o surgimento e a formatação de algumas espiritualidades estranhas, caricaturadas que advogam para si o nome honroso de cristãs. Nada mais normal e lógico do que isso: evangelhos estranhos, espiritualidades estranhas. Era de se esperar que isso acontecesse em terras tupiniquins, já que a igreja brasileira tornou-se uma cópia barata da igreja norte-americana que tem sido a precursora da diluição do vinho ardente de Cristo.

O surgimento da espiritualidade pop com suas celebridades e estrelas gospels, e da espiritualidade hedonista que tem a teologia da prosperidade como seu principal ícone representativo, têm conduzido às fileiras de cristãos na igreja como manada entorpecida rumo ao matadouro de uma vida espiritual epidérmica de discipulado inconsistente, vida de oração frívola e de total ou quase total ausência de meditação e contemplação nas Sagradas Escrituras.

O que nos parece é que uma grande parcela dos cristãos hoje em dia já não deseja ver cumprindo em sua vida o chamado apóstólico de ser uma voz profética de contracultura em meio à sociedade:

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2)

A grande problemática velada por detrás do presente estado das coisas, é a falsa esperança da vivência de uma espiritualidade cristã autêntica sem que isso implique em se carregar a cruz todos os dias (cf. Lc 9.23).

Discipulado sem cruz, sem negação do falso eu, sem a não conformação com os ventos comportamentais de uma sociedade em franca rebelião ao Homem da Cruz é no mínimo algo inconcebível como se querer que exista vida neste planeta se o oxigênio aqui acabar. Assombra-nos o fato de que bem poucos queiram o martírio de serem taxados como tolos por causa de Cristo (cf. Mt 5.11; Jo 15.19).

A cruz de Cristo é o chamamento da morte para a vida. Não somente dos que ainda estão perdidos no oceano de pecados, mas, sobretudo dos que já encontraram a rota para casa. A Bíblia nos fala não apenas de um Senhor crucificado, mas, de homens e mulheres crucificados também (cf. Gl 2.20; 5.24; 6.14). A cruz é o estandarte do nosso Reino. É o brasão da família real a qual pertencemos. Sem ela não há relacionamento com Deus. Mística sem a cruz de Cristo não passa de mais uma superstição das trevas que cobrem a vida espiritual de muitos filhos e filhas de Deus dentro das igrejas.

Na cruz de Jesus temos o caminho para o retorno à espiritualidade genuinamente cristã. Na cruz nos vemos face a face com aquele que nos mostra as perfurações de suas mãos e pés, as marcas dos açoites, os hematomas das pancadas que lhe foram desferidas, o cenho rasgado pela coroa de espinhos, e que nos diz no silêncio do encontro: “Tudo isso fiz por você, porque te amo!”

A cruz também nos confere a possibilidade de moldar toda a nossa vida como resposta a tão grande paixão. Na verdade essa é a única resposta relevante que podemos dar: a entrega total e sem restrições a essa amor maravilhoso de Jesus (cf. Jo 14:1). E quando isso acontece vemos emergir uma espiritualidade bíblica porque se alicerça nas páginas sagradas das Escrituras; cristã porque se fundamenta no Cristo vivo, esperança nossa e mística porque proporciona-nos a experiência pessoal, no silêncio, solitude e contemplação, de um encontro com aquele que é Totalmente Outro, Transcendente e ao mesmo tempo imanente.

Oh! Assim como a cruz de nosso Senhor atraiu a muitos para a salvação quando esta foi levantada do solo, que hoje atraia novamente o coração de homens e mulheres, adultos e crianças, para um novo e renovador mergulho nas profundezas da intimidade e do seguimento de Jesus Cristo, nosso Senhor.

“(…) tome a cada dia a sua cruz e siga-me”

domingo, 24 de março de 2013


NEOPENTECOSTALISMO BRASILEIRO E A SUA ALMA CATÓLICA

Por Renato Vargens
Diversas práticas e comportamentos de algumas das denominadas igrejas neopentecostais carregam em si inúmeros pressupostos católicos. Se não vejamos:
1 -O púlpito como altar.
É comum os pastores tratarem o pulpito como lugar sagrado desafiando os crentes a depositarem suas expectativas de oração num lugar especial. Para tanto, transformaram a plataforma de pregação em “altares” onde os fiéis de forma abnegada se prostam no desejo de vivenciarem milagres . Para os evangélicos em questão o “altar” é um lugar mais santo do que o restante do “templo”, onde o “sacerdote” mediante prerrogativa divina impetra as bênçãos do Senhor.
Há pouco fiquei sabendo de uma igreja cujo o púlpito onde o apóstolo prega foi considerado pelos membros de sua comunidade como sagrado e que em virtude disso, não pode em hipótese alguma receber pecadores.
2- A hierarquização do reino
o catolicismo a figura do Papa impõe sobre os fiés o entendimento de que a autoridade divina repousa sobre um único homem. Para os católicos o Sumo Pontífice é o Vigário de Cristo, o representante de Deus na terra. Além disso, Roma faz uma séria distinção entre clérigos e leigos colocando os sacerdotes católicos em um nível acima das pessoas comuns.
Ora, lamentavelmente o neopentecostalismo brasileiro tem funcionado nos mesmos pressupostos.  Nessa perspectiva é possível encontrarmos bispos,  apóstolos, profetas e similares que por vontade própria se auto-nomearam representantes de Deus na terra, impondo sobre os seus seguidores suas vontades e doutrinas.
No neopentecostalismo tupiniquim a “hierarquização do reino”, tem sido caracterizada pelo aparecimento de estruturas monárquicas, onde “apóstolos” em nome de Deus mandam e desmandam na vida alheia. Tais homens, como ditadores da fé, têm feito do rebanho de Cristo propriedade particular. Além disso, os apóstolos em questão, sem o menor constrangimento “militarizaram” a comunidade dos santos, obrigando a seus liderados a se submeterem sem questionamento as suas ordens e determinações. Em estruturas como estas, é absolutamente comum exigir-se dos crentes, submissão total. Em tais comunidades, a vida cristã é regida exclusivamente por um sistema onde coronelismo e arbitrariedade se misturam. Infelizmente, aqueles que porventura ousem opor-se a este estilo de liderança, sofrem sanções das mais estapafúrdias possíveis.
3- Sincretismo e objetos mágicos
O Catolicismo brasileiro tem por características o misticismo e a superstição.  Basta olharmos para a nossa colonização que perceberemos com facilidade mistura de fé e comportamento . Além disso, o catolicismo ultramontano tupiniquim acreditava em milagres de santos,  aparições de Maria, em objetos ungidos e santificados, como por exemplo a água benta. Ora, o neopentecostalismo nacional também se  comporta de forma  mística e sincrética. Nessa pespectiva é comum as mais variadas unções, do uso de copo d’água como instrumento de contato, da rosa ungida, do sal grosso, e muitas outras coisas mais.
Conclusão:Isto posto, chego a conclusão que mais do que nunca necessitamos voltar as ESCRITURAS. Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro, portanto, em tempos difíceis como o nosso onde o sincretismo se multiplica a olhos vistos precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.
Soli Deo Gloria,Renato Vargens
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Fonte: Blog do Renato. Divulgação: Púlpito Cristão.