Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

sábado, 28 de dezembro de 2013


Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E eis que o Anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; tiveram grande temor.

E o Anjo lhes disse: Não temais, por que aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2: 8 -11). 

Há dois mil anos atrás, nasceu Jesus, data esta que denominamos de Natal. Volte no tempo e imagine o primeiro Natal: Os pastores estavam no campo cuidando das ovelhas... anjos aparecem... o sobrenatural surge... o céu desce a terra... a figura principal surge: Cristo!

Jesus é o aniversariante! Jesus é o Salvador. Ele é a pessoa mais importante.

Porém, hoje 24 de dezembro, data em que a humanidade determinou comemorar o aniversário de Jesus muitos passarão o dia ocupadíssimo com tantas coisas preparando para a ceia de natal. Presentes, cartões para os amigos. Bebidas, panetone, papai Noel, parentes, família. Alguns viajam para ficar com a família etc. o natal virou símbolo de tantas coisas que esquecemos do “aniversariante”.

Eu poderia ilustrar isso com uma mensagem que recebi pela internet que conta o seguinte:

Jesus se prepara para o seu aniversário... todo entusiasmado como qualquer ser humano, espera uma festa surpresa realizada por seus amigos. O dia chega e Ele vai até a casa dos seus amigos. Sem ninguém perceber Ele entra timidamente... lá dentro encontra todos reunidos, árvore de Natal, presentes, músicas, bebida, amigos, etc. Todos bebem, comem e não percebem a Sua presença.

Chega certo momento e batem à porta, todos gritam entusiasmados: Chegou o Papai Noel! Uma pessoa gorda, barbas brancas torna-se o centro das atenções... os pais chamam as crianças e ele começa a distribuição de presentes. Jesus então aguarda... breve alguém vai chamar seus nome... porém a festa acaba e ninguém lembrou do aniversariante...Jesus, então lamenta: Mais uma vez a humanidade esqueceu de mim.

As festas terminam em bebedeira, brigas e vários acidentes... e assim é comemorado o natal hoje... 

A humanidade sofre de uma doença que se chama interesse. Cada um busca os seus próprios interesses. Todas as brigas em família, ministério, sociedades se resume nisso: cada um busca o seus próprio interesse. 

E na cristandade a maioria “usa” Jesus para seu próprio interesse. Jesus se tornou algo parecido com o bezerro de ouro, como um talismã para dar sorte ou trazer “bênçãos”.

Chegou ao ponto de um pastor dizer aos seus membros: No natal não teremos culto. Cada pessoa vai comemorar o natal com sua família... pronto: A família tornou-se mais importante que JESUS. Com certeza ai haverá decepção e frustração.

Na mensagem que contei no inicio JESUS sai decepcionado da festa de “seu” aniversário e deixa uma mensagem aos seus amigos: 
Amados, um dia eu farei uma festa em minha casa, no céu. Será uma grande ceia onde eu vou servir os meus convidados. Vou servir vinho e maná celestial e também arei presentes á cada um dos convidados.

Ali haverá paz, alegria e felicidade eterna. Não haverá choro, nem morte e nem morte, mas sim a vida eterna. Convide todos os seus amigos. Podem vir! Há lugar para todos. Eu amo vocês e para isto eu nasci: Para salvar a humanidade e morar para sempre com os meus amigos.

Para concluir eu creio que devemos voltar a dois mil anos atrás e fazer como os pastores que estavam nas montanhas fazendo vigília com suas ovelhas. Eles esperavam o Salvador e o anjo apareceu com as boas novas.

As boas novas hoje é que Jesus está vivo e Ele quer entrar na sua casa e cear com você e comemorar o seu aniversário. 
Convide Ele para entrar na sua casa, coloque uma cadeira no lugar de honra na mesa e honre-o como a pessoa principal neste Natal.

Você que está perdido pode receber o salvador hoje mesmo. Para que você seja salvo basta receber Jesus em seus coração através de uma simples oração.

Repita esta oração comigo:
Senhor Jesus, eu preciso de ti. Abro a porta do meu coração e te recebo como meu único Salvador e único Senhor. Peço que perdoe os meus pecados e me dê a vida eterna. Amém.

Envie esta mensagem aos seus amigos e os convide a entregar suas vidas a Jesus para que um dia possamos estar juntos lá no céu na grande festa que Ele vai fazer. Então vamos entrar pelas portas do céu e levar para Ele todos os nossos amigos como presente. Os anjos ficarão alegres e nos levarão até o aniversariante. Você vai abraçá-lo e dizer:

Feliz aniversário Jesus. 

Joel Engel
Guiame

"Que Natal é esse?"
Manhã de seu aniversário, Josef levanta cheio de alegria pensando: Hoje vou ganhar vários parabéns, vários abraços, presentes, quem sabe até um almoço ou jantar.

Seu filho caçula passa correndo e diz: Bom Dia papai, e vai brincar. Sua esposa, como sempre, ocupada no fogão, nem atentou para Josef. Simplesmente ela estava muito ocupada preparando o café, apenas deu um rápido beijinho de bom dia.

Josef vai até o quarto de Stefani sua filha primogênita e pensa: só me resta ela não ter lembrado deste dia. Abre a porta de mansinho percebe que Stefani não está. Logo algo invade seu pensamento: Stefani deve ter ido ao Shopping comprar o tal presente. Claro ela não esqueceria jamais, pois é muito carinhosa comigo, pensou Josef. De repente, chega Stefani apenas com uma sacola de pão e biscoitos. Olá Pai, bom dia. Beijou-o e apressadamente foi para o seu quarto.

Parado e perplexo Josef não acredita no que está acontecendo, e pensa: Todos esquecem de meu aniversário. Ele passa e repassa perto deles, mas, por incrível que pareça, eles não atentam para Josef.

Josef então chama seu filho e toca no assunto, e seu filho acaba entregando à surpresa. Disse o garotinho: Papai, compraram bolas azuis e muito refrigerante e até chamaram os vizinhos mais chegados, eu acho que é para comemorar o seu dia, mas não fala para mamãe que eu te falei.

Ufa! Menos mal, pensou; eles não poderiam esquecer desta data tão importante.

Chega a tarde; mesa estava posta, salgadinhos, docinhos e um lindo bolo, velas coloridas e muitos balões azuis. Quando Josef menos espera chegam os convidados, um por um passam por Ele e nenhum dos convidados se quer, parabeniza-o, nem trazem presentes. Estranho! Pensa Josef: Deve ser alguma pegadinha. Teria minha esposa combinado com todos eles para nem ligarem para mim? Não acredito que ela tenha feito isto. Como podem comemorar minha data, sem se quer olharem para mim?

Mais incrível aconteceu, todos os visitantes e parentes vão até a mesa e Stefani como a mais extrovertida, coloca uma canção que até fala de Josef e começam a comerem e dançarem.

Perplexo Josef não entende o que está acontecendo. De repente: Alguém grita: Gente vamos cortar o bolo. Josef continua sem acreditar que toda aquela festa diz respeito a seu aniversário, mas ninguém havia se importado realmente com ele.

Então Josef se retira “triste” por ver que até os seus, esqueceram de prestar homenagem no que chamam de aniversário.

Eu gostaria de te chamar a atenção para esta Ilustração, pois é assim que muitos que se dizem cristãos comemoram o Natal.

Ás Vezes Fazemos como os filhos de Josef, convidamos os parentes mais próximos, amigos fazemos churrasco as vésperas do Natal. Enfeitamos a mesa com várias comidas típicas da época e quando chega a meia noite, trocamos presentes, escutamos músicas natalinas...

No dia seguinte comemos as sobras da noite de Natal, bebemos, dançamos e folgamos, mas esquecemos se quer de tocar no nome de Jesus. Se quer agradecemos a Deus pelo Presente recebido por nós. Lembramos mais do “tal” de Papai Noel do que do Pai do céu.

Que significado tem o Natal para você? Natal de quem? Parabéns para quem? O que você tem para ofertar ao aniversariante?

Faça uma Reflexão este Ano e não seja ingrato, fale pra Ele o quanto você O ama. Doe-se como presente.

Feliz Natal de Cristo Jesus o Filho de Deus.

Por Josiel Dias

Estudos explicam que Jesus nasceu alguns anos antes do que é apontado
Em uma discussão que questiona a exatidão e a verdadeira data específica do Natal, um levantamento traz a questão "Jesus nasceu em ano?" como ponto central para desvendar qual seria a época correta para celebrar seu nascimento, período de grande significância para bilhões de pessoas.

A data do nascimento de Jesus é tão importante que pode ser percebida por meio de fatos históricos cotidianos, visto que todos os registros são calculados com os anos Antes e Depois de Cristo. No entanto, estudiosos buscam saber se ele nasceu mesmo há 2.013 anos.

Ao esclarecer como surgiu o contagem dos anos do mundo ocidental, Edwin Tait, colaborador da revista Christian History Magazine, explica que a proposta surgiu por meio de Dionísio, escritor do século VI, que gostaria de eliminar o calendário então existente, fundamentado por Diocleciano, imperador romano que perseguiu cristãos no século III.

Estudos indicam que Dionísio estabeleceu o nascimento de Cristo no velho ano de 753 Ab Urbe Condita (a partir da fundação de Roma) e em uma visão mais aprofundada, tal cálculo estaria em desacordo com o que dizem as evidências dos Evangelhos, quanto ao ano 4 a.C., quando o rei Herodes teria morrido.

"Se Herodes morreu em 4 a.C., e se [os evangelistas] Mateus e Lucas estão certos em terem proclamado que Jesus nasceu no reinado de Herodes, então fica óbvio que Jesus nasceu mais cedo que Dionísio pensava", relata Tait.

Em uma outra possibilidade, o site Gotquestions.org, site que se dedica em trazer argumentos de que a fé pode ser comprovada pela razão, determina que o nascimento de Cristo aconteceu entre o ano 5 ou 6 a.C., baseado no período em que Quirino governou a Síria, segundo relata a página.

Um pouco mais duvidosa, a tese do Gotquestions.org observa que tem a intenção apenas de apurar e esclarecer evidências, pois independente de qual seja a data exata, nada vai mudar o fato de que o "nascimento mudou a história para sempre, junto com a vida de inúmeras pessoas ao redor do mundo", resume.

Christian Post

terça-feira, 24 de dezembro de 2013


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Por Jonathan Master


O que poderia ser mais evangelical e abrangente que o Natal? É uma época quando todos aqueles que celebram o Natal concordam sobre o significado da festividade, e mesmo muitos não cristãos fingem acreditar – ou pelo menos afirmar que algo bom aconteceu na noite em que Cristo nasceu. O Natal dificilmente parece ser a época apropriada para discutir as doutrinas da graça. Afinal de contas, somos levados a crer que o Natal é gloriosamente abrangente e o Calvinismo é desafortunadamente restrito.

Então por que inserir tais severas doutrinas na abrangente e bela alegria que compartilhamos no Natal? Bem, em primeiro lugar, essas doutrinas não são severas de forma alguma, ou restritas. Elas são atraentes e gloriosas, e o entendimento delas leva imediatamente ao tipo de alegria abundante que associamos ao Natal.

Mas há mais do que isso. A razão pela qual devemos associar o Natal e o Calvinismo é que o próprio Jesus o faz. Em João 6, Jesus dá uma razão muito clara para a encarnação. E a encarnação é o que celebramos quando celebramos o Natal corretamente. Ele diz isso: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (João 6.38). Essa afirmação abrangente de Jesus toma uma forma mais definida nos versos que se seguem: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (6.39-40). Mais à frente nessa mesma discussão, Jesus fala mais sobre a vontade do Pai, a qual ele veio à terra para cumprir: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer;” (6.44). E, novamente, “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita” (6.63). Por fim, ao responder algumas questões dos discípulos sobre aqueles que não creem, Jesus diz “Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (6.65).

Como a razão apontada por Jesus para a encarnação é fazer a vontade do Pai, vale a pena olhar para esses ensinamentos de uma forma sistemática. Primeiro, aprendemos que ninguém pode vir a Jesus, a não ser que o Pai o atraia ou lhe permita isso (João 6.44, 65). Isso é assim porque somente o Espírito Santo vivifica, e o homem em seu estado natural não é capaz de encontrar vida; na carne, seres humanos não possuem qualquer coisa aproveitável para alcançar a salvação (João 6.63). Aprendemos que o Filho veio para salvar aqueles que foram entregues a ele (João 6.39). Nos é dito que aqueles que foram atraídos, entregues e trazidos à vida pelo Pai de fato vêm: ninguém pode resistir à Sua graça transformadora (João 6.37). E então, talvez o mais notável, aprendemos que Cristo garante que todos os que vêm a ele em fé, aqueles que lhe foram dados pelo Pai e transformados pelo Espírito, certamente serão ressuscitados no último dia (João 6.40).

Em outras palavras, quando Jesus reflete sobre sua vinda à terra, ele explica nos termos da vontade do Pai na salvação, uma vontade que é demonstrada em no contexto da depravação total do homem, a eleição incondicional de Deus, a obra definitiva de Cristo na salvação, a graça irresistível de Deus em atrair e entregar os homens a Cristo, e a promessa gloriosa de que Cristo um dia irá ressuscitar aqueles que olham para ele em fé genuína. É disso que falamos quando falamos sobre Calvinismo. E, como vimos, também é o que Jesus ensina quando fala sobre o Natal.

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Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui

Sabemos que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, como popularmente se convencionou. Aliás, antes do ano 300 d.C. os cristãos sequer comemoravam o nascimento de Jesus. Isso passou a ocorrer por volta de 330 d.C., quando eles decidiram cristianizar a festa pagã do solstício, que acontecia no início do inverno.

Em Lucas 2.8, temos uma pista de quando Jesus nasceu. Nesse texto, é dito que, na noite em que o filho de Deus nasceu, os pastores estavam no campo, em vigília, guardando o rebanho. Não era inverno em Israel. Logo, não poderia ser em dezembro.

Se é assim, por que comemoramos o dia 25 de dezembro como o Natal? Porque sendo o tempo de Deus o kairós (o eterno), e não o kronos (cronológico), para o Senhor, o importante é reconhecermos que Ele nos amou de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16). Porque o mais importante do Natal não é o dia em que Jesus nasceu, e sim o fato de ter nascido como homem, habitado entre nós e nos salvado.

É isto que comemoramos; este é o significado do Natal! Essa festa aponta para a necessidade de Cristo nascer em cada coração, trazendo vida, cura, libertação, comunhão com o Pai!

Então, que você possa celebrar esse maravilhoso Presente, que é Jesus, confraternizando-se nessa data com sua família, seus amigos e irmãos. Que seja um tempo para você louvar e agradecer a Deus por tudo o que Ele tem feito; por todas as lutas e vitórias que lhe concedeu! Que seja um tempo de projetar novos sonhos e de realizá-los!

Eu nunca vi um besteirol tão grande como este de que nós não podemos celebrar o Natal pois é uma data de uma festa pagã. O que estamos cebrando não é a data e sim o nascimento de Cristo. O argumento estúpido também poderia ser usado para dizer que não podemos usar gravata pois foi um gay que a inventou.

O nascimento de Jesus foi celebrado pelos pastores que representam o povo (luc 1:8-12), foi celebrado no mundo espiritual com os anjos louvando (luc 1:12), celebrado pelos astros, a estrela no oriente, isto é pelo universo (mat 2:2), e pela elite, os magos do oriente (mat 2:1).

Pouco importa a data real do nacimento de Cristo, se foi em abril ou em outubro. O que importa é celebrarmos o nascimento do salvador do mundo. Diria que é cômico, para não dizer que é tragico, ver aqueles que se dizem cristãos celebrarem festas judaicas e não celebrarem o nascimento de Cristo. 

Eu garanto, para finalizar, que só tem um que odeia a celebração do nascimento de Cristo, SATANÁS, você está de que lado? Feliz natal e abencoadíssimo 2014.

VerdadeGospel

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


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Por Leonardo Dâmaso


Obs: Neste artigo, eu me detive a analisar apenas a questão do exorcismo e da verdadeira “possessão” maligna, uma vez que existem casos parecidos com a “possessão” maligna que, de fato, não é “possessão maligna, antes, são pessoas com diagnósticos de problemas mentais e distúrbios de múltipla personalidade que muitas vezes desconhecem que possuem tal problema de saúde bem como os pastores que atribuem tal problema à “possessão” maligna”.  

O exorcismo, que é simplesmente o ato de libertar uma pessoa “possessa”, demonizada ou sob o domínio de Satanás, é uma prática bastante antiga não somente vista no Cristianismo, mas, também, em outras religiões. Os xamânicos, por exemplo, acreditavam em pessoas “possessas”, demonizadas ou sob o domínio de Satanás. Os xamãs, portanto, realizavam exorcismos.

A primeira referência sobre pessoas “possessas”, demonizadas ou sob o domínio de Satanás foi descrita pelos sumérios, um povo oriundo da Suméria, que é considerada a civilização mais antiga da humanidade. Os principais registros que temos acerca de pessoas “possessas”, demonizadas ou sob o domínio de Satanás e de exorcismos está descrito nos evangelhos através do ministério de Jesus e com apenas um relato escrito no livro de Atos através do ministério dos apóstolos. Logo, no inicio do século II, no período pós-apostólico, o exorcismo ou a prática do mesmo alcançou certa proeminência de acordo com alguns registros do Cristianismo histórico. Em vista disso, como, então, saber como era a prática do exorcismo? Quem eram as pessoas que podiam realizar os exorcismos? Como era o processo? Se ordenava que o demônio manifestasse e quem realizava o exorcismo conversava com ele? Como não é o meu objetivo me deter na parte histórica e ter como regra base o método em que as outras religiões empregam na realização do exorcismo, todavia, quero enfatizar o método correto de exorcismo baseado no que as Escrituras ensinam sobre o assunto.

Não obstante, o primeiro relato que temos na Escritura sobre “possessão”, demonização ou alguém sob o domínio de satanás pode ser visto em Marcus 1.21-26, onde Jesus, entrando numa sinagoga para ensinar às Escrituras, se depara com um homem “possesso” ou sob o domínio de um espírito maligno que, talvez no meio ou no final do discurso de Jesus, diz: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para destruir-nos? Sei quem és tu, o Santo de Deus(vs.24). [Almeida Século 21] Jesus, porém, repreende os demônios, dizendo: Cala-te e sai dele (vs.25). [Almeida Século 21] E, imediatamente, Marcus diz, que o espírito (os) maligno(s) saiu do homem (vs.26). Note que, neste caso, Jesus não ordenou que o demônio MANIFESTASSE; ele apenas REPREENDEU o demônio ordenando-o que saísse do homem. Podemos observar também que, ainda, no capítulo 1.34, é dito que Jesus, ao realizar exorcismos, não “permitia que os demônios falassem, porque eles sabiam quem ele era”. [Almeida Século 21]

Outro caso relatado no evangelho de Marcus é de dois homens gerasenos (Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39). De acordo com o relato de Marcus 5.7-13, que descreve apenas um homem, é dito que, ao ver Jesus de longe, ele correu e se prostrou de joelhos aos seus pés, porque Jesus dissera ao demônio que saísse daquele homem (vs.6-8). Em seguida, Jesus pergunta qual é o nome daqueles demônios, que se chamava legião, porque eram muitos [uma legião romana de soldados era composta por cerca de 6000 soldados] (vs.9 para mais detalhes do diálogo, leia os vs.10-12). Portanto, neste evento observamos duas atitudes de Jesus em relação ao exorcismo:

(1) Jesus não ordenou que os demônios MANIFESTASSEM no homem ou nos homens sob o domínio deles. Os demônios simplesmente quando viram Jesus logo MANIFESTARAM.

(2) O diálogo de Jesus com a legião de demônios, além de ser o único evento em que Jesus conversa com um ou vários demônios, não é um ensinamento e nem sequer uma base para se conversar e entrevista-los no momento do exorcismo como vemos nos “cultos” de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais, onde se fazem os mais variados tipos de perguntas e, sobretudo, perguntas irrelevantes e patetas aos “supostos demônios”.

O diálogo de Jesus com aquela legião de demônios perguntando seu nome não era porque ele não sabia quem eram aqueles demônios. Jesus, como Deus que é, Onisciente e Soberano sabia quem eram aqueles demônios, entretanto, o diálogo e a pergunta revela-nos o seu poder superior sobre o poder dos demônios. Adolph Pohl corrobora que Jesus não perguntou o nome daqueles demônios por não saber, mas para demonstrar que tudo tem de ser entregue a ele.[1]

O fato de Jesus ter conversado com os demônios neste evento é algo singular na história!

No evangelho de Mateus é descrito no capítulo 9.32-34, logo após Jesus curar dos cegos (Mt 9.27-31), que levaram até Jesus um homem mudo sob o poder de Satanás, isto é, o demônio fez com que aquele homem ficasse mudo. Em seguida, é dito que Jesus expulsou o demônio daquele homem e ele falou. Novamente não vemos nenhuma menção de Jesus ter ordenado que o demônio manifestasse ou que ele conversou com o demônio. Ainda, em Mateus 15.21-28, no caso da filha da mulher cananeia, que também estava sob o domínio ou poder do demônio, Jesus simplesmente proferiu uma palavra para a mãe desta menina que a sua filha estava liberta e, assim, aconteceu imediatamente (veja o paralelo em Mc 7.29-30).

Retornando ao evangelho de Marcus 9.14-29, podemos observar o evento de um garoto que estava sob o poder do demônio, que o fazia ter convulsões, de modo que ele espumava pela boca, rangia os dentes e, por muitas vezes, tentou matá-lo lançando-o no fogo e na água (vs.18, 20, 22). Ao se deparar com este garoto, Jesus liberta-o do poder do demônio não ordenando que ele se manifeste e, tampouco, conversa com ele, mas, simplesmente, dizendo: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele e nunca mais entre! Almeida Século 21

No livro de Atos, por sua vez, vemos apenas um único relato acerca de um exorcismo realizado por Paulo, ou seja, no caso em pauta, em Atos 16.16-18, onde o apóstolo repreendeu, [não ordenando que ele se manifestasse e nem conversou com ele] o espírito maligno de uma jovem adivinha, dizendo: Eu te ordeno (ao espírito maligno) em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora ele saiu. Almeida Século 21 Certamente pode ter ocorrido alguns outros casos de exorcismos realizados pelos demais apóstolos, porém, tais eventos não foram registrados por Lucas por vontade divina em virtude dos eventos de exorcismos já contidos nos evangelhos serem suficientes.

Portanto, concluímos, então, que a prática de ordenar que o demônio manifeste e conversar com ele conforme é visto nos cultos de libertação nas igrejas/seitas neopentecostais não é coerente com o tipo de exorcismo que as Escrituras ensinam. Tal prática é uma crença pagã antiga onde se acreditava que o conhecimento do nome de uma entidade espiritual que estava possuindo uma pessoa conferia poderes mágicos ao exorcista que era capaz de expulsá-la do corpo da pessoa possessa e até destruí-la. Champlin ressalta que os nomes de vários deuses pagãos nunca eram proferidos, e eram mantidos em segredo por temor que, conhecidos esses nomes, ficaria prejudicado o poder dessas divindades entre o povo, pois algo de sua distinção era prejudicado.[2] Jesus nem sequer os apóstolos utilizavam tal prática pagã no exorcismo, mas, simplesmente, repreendiam o demônio da pessoa que estava sob o seu poder e domínio ordenando-o que fosse embora. O que passar disso no exorcismo não é do agrado de Deus e, sobretudo, fora dos padrões estabelecidos por ele nas Escrituras.

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NOTAS:
1 Comentário Esperança. Marcus, pág 122.
2 Russel Norman Champlin. Marcus, pág 696.

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Divulgação: Bereianos
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Por Ednaldo Cordeiro


Sempre que transitamos nas conturbadas estradas da predestinação, nossos opositores, no sentido doutrinário, levantam a questão de Judas, o Iscariotes, afirmando que enquanto não havia traído o Mestre, era um salvo, já que andava entre eles, falava como eles, pregava como eles, e o próprio Cristo o escolhera para ser um de seus apóstolos.

Eu sei que é difícil aceitar aquilo que muitas vezes se coloca de forma clara diante de nossos olhos, devido aos nossos amados pressupostos. Lutei e ainda luto para vencer alguns que insistem em permanecer, mas prossigo conhecendo ao Senhor, moldando minha mente à Palavra. Algumas vezes me deparo com minhas limitações, e peço a Deus que me ilumine, e quase sempre Ele atende, algumas vezes me deixa de molho por um tempo, outras não se dá ao trabalho de responder.

Mas o caso de Judas é emblemático, pois aqueles que não acreditam que Deus possa reprovar alguém, condenar sem dar sequer uma chance, não aceitam que Judas tenha sido escolhido exatamente para fazer o que fez, ou seja, trair a Cristo. Alguns, inconsistentemente, afirmam que qualquer um dos discípulos poderia ter feito o mesmo.

Eu até poderia afirmar que qualquer um dos discípulos poderia ter sido o traidor, se eu não tivesse a Bíblia em mãos e se isso, a traição, ainda estivesse por acontecer. Realmente eu não sei o que acontecerá daqui a alguns segundos, que dirá dias ou anos, mas o que aconteceu e está registrado eu sei, e o que eu sei é que Judas foi o traidor porque estava destinado a isso. Inclusive, nossos opositores negam o seu próprio ensino sobre a presciência divina, ao defender a idéia de que o traidor poderia ter sido Pedro, por exemplo.

A Escritura é clara quanto a isso, Judas nunca foi um dos que teve seu nome escrito no livro da vida. Vamos ver como a Bíblia trata Judas.

Ladrão (João 12:6), e se Paulo, anos depois, ensinava que os ladrões não herdam o Reino dos Céus, 1 Co 6:10-11, quanto mais Cristo;

Um diabo (João 6:70), se o caso fosse de possessão demoníaca, Jesus poderia muito bem expulsar o “encosto” e Judas “tão bonzinho que era”, deixaria de roubar da bolsa, e jamais teria traído Jesus.

Haviam profecias de que o Messias haveria de ser traído, isso é ponto pacífico. Se haveria o ato, também devia haver o agente executor desse ato. Dizer que Deus deixou isso aberto no tempo é tolice. Na verdade, para demonstrar que Judas foi escolhido por Cristo para isso mesmo, bastaria ler os versos finais do capítulo 6 de João, onde Cristo diz “Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.”. Cristo diz que Judas “é um diabo”, não que Judas se tornaria um após Satanás entrar nele como escreve Lucas, ou ter dado lugar como escreve o próprio João. Judas ERA um diabo.

Ainda no capítulo 6, mas agora nos vs.64-65, e fazendo uma montagem da fala de Cristo, retirando os comentários joaninos do meio da fala, e colocando-os no final, fica até mais fácil compreender: “Mas há alguns de vós que não crêem.[...] Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido, porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.”. João afirma que “desde o princípio” Cristo sabia que havia descrentes entre os discípulos, bem como também sabia quem seria o traidor, apenas os apóstolos estavam alheios a esse fato, afinal eram simples humanos limitados no tempo e no espaço, e se Cristo desde o princípio sabia quem seria o traidor, não havia a possibilidade de algum dos outros discípulos passarem na frente de Judas.

Judas estava no lugar errado, como bem nos ensina Pedro após a ascensão de Cristo. Ele diz em Atos 1:25 que Judas se desviou do caminho de Deus para ir para O SEU PRÓPRIO CAMINHO. Judas apenas seguiu seu destino.

Agora, se formos buscar oportunidades de salvação no sentido que os nossos opositores usam, Judas teve todas, ele ouviu a Palavra da boca daquele que é a Palavra, ele teve oportunidade de pregar o Evangelho, ele curou enfermos, mas a despeito de ter visto e ouvido tudo isto, o discurso de Cristo era, e ainda é, “duro” de engolir. O próprio Jesus nos adverte acerca deste tipo de pessoa em Mateus 7:21-23, onde Ele afirma que não é porque alguém diz que Jesus é Senhor de sua vida, ou porque opera sinais e maravilhas, mas continua mantendo atitudes iníquas, que está salvo. Estes não são frutos da salvação, o fruto da salvação é uma nova natureza que tem prazer em fazer a vontade do Pai. E Judas não tinha isso, apesar dos sermões de Cristo, continuava roubando, apesar dos dons de operar maravilhas, continuava sendo “um diabo”. Sendo assim, ao trair Cristo, ele estava apenas seguindo o seu próprio caminho.

Se os nossos opositores estivessem corretos, Deus não poderia condenar nenhuma das pessoas que não tiveram a “oportunidade” de ouvir o Evangelho, pois, segundo eles, seria injusto condenar sem dar a chance. Como diria o Pr. Renato Vargens, vamos combinar uma coisa, em nenhum lugar da Bíblia há este tipo de ensino, são simplesmente sofismas humanos aplicados na interpretação bíblica, ou seja, não tem nenhum valor.

Concluindo, afirmar que qualquer outro discípulo poderia ter sido o traidor, para aqueles que advogam a eleição presciente, é atirar no próprio pé. No fim das contas, a única posição que realmente podemos seguir é a de que, apesar de ter caminhado entre os salvos por mais de três anos, Judas nunca foi um deles, ele sempre foi o filho da perdição, nascido para cumprir o propósito de trair o Messias.

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Fonte: Divinitatis Doctor

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Corrigido em 19/12/2013, às 18:40hs.

Por C. Matthew McMahon - Tradução: Francisco Alison Silva Aquino


É importante notar que os pais da igreja primitiva tinham certas ideias que diferiam do contexto histórico da idade média, ou da reforma. Desta maneira, muitos dos termos e ideias que eles utilizavam “teologicamente falando” são abrigados diferentemente. Por exemplo, “regeneração” para os pais da igreja primitiva significava a “integridade da vida cristã”, ou o que nós poderíamos querer dizer como parte da santificação. Isso esclarece a enorme quantidade de passagens problemáticas que a maioria das pessoas não entenderia se elas os lessem, ou distorceriam para querer dizer algo mais. Em nossos dias, ou mesmo já na reforma, este termo “regeneração”, é usado mais especificamente em relação ao passo inicial da conversão que é operado pela mudança do coração pelo espírito de Deus sobre o pecador. Subsequentemente, muitos que se opõe contra o evangelho, vão aos pais da igreja simplesmente porque eles acreditam que a igreja primitiva não ensinava o que a reforma ensinou, ou que Westminster ensinou depois. Eles veem a teologia como progressiva. Isto é um erro. Cristo ensinou o mesmo evangelho que Agostinho, Gottschalk, Lutero, Calvino, os puritanos, ou a teologia de Princeton acreditavam—ou mesmo você. Cabe ao estudante organizar uma teologia histórica consistente baseada em uma representação delicada do contexto histórico para cada período da história da igreja.

Estas citações são simplesmente citações tiradas do contexto que ensina as doutrinas da graça. Isto não significa que são áreas incômodas da teologia de Tertuliano, ou difícil entender Agostinho. Isto significa que o estudante deve ser cuidadoso ao tomar os escritos deles como compêndios, não simplesmente textos de prova. Mas isto será de grande ajuda.

Depravação Total

Barnabé (70 D.C): “Aprenda: antes de nós crermos em Deus, a habitação do nosso coração era corrupta e débil.”

Inácio (110 D.C): “Aqueles que são carnais não podem fazer as coisas que são espirituais... nem podem os incrédulos fazer as coisas da fé.”

Justino, o Mártir (150 D.C): “Com a trapaça da serpente a humanidade cai em morte em Adão. Nós nascemos pecadores, nada de bom habita em nós... Pois nem pela natureza, nem pelo entendimento humano é possível para mim adquirir o conhecimento das coisas tão grandes e divinas, mas pela “energia” do espírito santo...Ele nos condenou da impossibilidade de nossa natureza obter vida...O livre-arbítrio nos destruiu; Nós que éramos livres nos tornamos escravos e por nossos pecados somos vendidos...sendo pressionados por nossos pecados, nós não podemos nos mover para Deus; nós somos como pássaros que tem asas, mas são incapazes de voar.”

Clemente de Alexandria (190 D.C): “A alma não pode subir nem voar, nem ser levantada sobre as coisas que estão nas alturas, sem a graça especial.”

Orígenes: “Nosso livre-arbítrio... ou natureza humana não é suficiente para buscar Deus de forma alguma.”

Eusébio (330 D.C): “A liberdade de nossa vontade em escolher as coisas que são boas está destruída.”

Agostinho (370 D.C): “Se, portanto, eles são escravos do pecado (2 Co 3.17), por que eles se gabam do livre-arbítrio? Oh, homem! Aprenda do preceito que você deve fazer; aprenda da correção, que é sua própria falha que você não tem poder...deixe o esforço humano, que pereceu por Adão, aqui ficar em silêncio, e deixe a graça de Deus reinar por Jesus Cristo...o que Deus promete, nós mesmos não fazemos através do livre arbítrio da natureza humana, mas ele mesmo pela graça dentro de nós...Os homens trabalham para encontrar em nossa própria vontade algo que é nosso mesmo e não de Deus; como eles podem encontrá-lo, eu não sei.”

Eleição Incondicional

Clemente de Roma (69 D.C): Portanto nos aproximemos dele em santidade da alma, erguendo mãos puras e imaculadas a ele, com amor em direção ao nosso gentil e compassivo pai porque Ele nos fez uma porção eleita para ele... Vendo então que nós somos a porção especial eleita de um Deus santo, façamos todas as coisas que dizem respeito à santidade... foi dado uma declaração das bem-aventuranças àqueles que tem sido eleitos por Deus através de Jesus Cristo, nosso Senhor, Jesus Cristo é a esperança do eleito...”

Barnabé (70 D.C): “Nós somos eleitos para esperança, enviados por Deus a fé, apontados para salvação.”

Inácio (110 D.C): “Aos predestinados antes de todos os tempos, isto é, antes da fundação do mundo, unidos e eleitos em uma paixão verdadeira, pela vontade eterna do pai.”

Justino, o Mártir (150 D.C): “Em todos esses discursos eu tenho trazido toda as minhas provas dos seus próprios escritos santos e proféticos, esperando que alguns de vocês possam ser encontrados dentre o numero de eleitos que através da graça que vem do Senhor, é deixado ou reservado para a salvação eterna.”

Irineu (198 D.C): “Deus tem completado o numero que ele antes determinou consigo, todos aqueles que estão escritos ou ordenados para a vida eterna... sendo predestinados na verdade de acordo com o amor do pai que nós pertenceríamos a ele para sempre.”

Clemente de Alexandria (190 D.C): “Pela fé os eleitos de Deus são salvos. A geração daqueles que buscam a Deus é a nação eleita, não um lugar [terreno], mas a congregação dos eleitos, que eu chamo igreja... se cada pessoa tivesse conhecido a verdade, todos eles teriam se movido para o caminho e não haveria eleição... vocês são aqueles escolhidos de entre os homens e aqueles que são predestinados de entre os homens, e em seu próprio tempo chamados, fiéis e eleitos, aqueles que antes da fundação do mundo são conhecidos intimamente por Deus pela fé; isto é, são apontados por ele à fé, amadureçam.”

Cipriano (250 D.C): “Esta é, portanto a predestinação que nós fielmente e humildemente pregamos.”

Ambrósio de Milão (380 D.C): “A predestinação da igreja de Deus tem sempre existido.”

Agostinho (380 D.C): “Aqui certamente, não há lugar para o vão argumento daqueles que defendem o pre-conhecimento de Deus contra a graça de Deus e consequentemente mantém que nós fomos eleitos antes da fundação do mundo porque Deus previu que nós seríamos bons, não que ele mesmo fizéssemos bons. Esta não é a linguagem dele quem disse: “Vós não escolhestes a mim, mas eu vos escolhi’” (João 15.16)

Expiação Limitada

Barnabé (70 D.C): “[Cristo falando] Eu assim oferecei meu corpo pelos pecados do novo povo.”

Justino, o Mártir (150 D.C): “Ele suportou os sofrimentos por aqueles homens de quem as almas são [na verdade] purificadas de toda iniquidade... como Jacó serviu Labão pelo gado que havia visto e de várias formas, assim Cristo serviu à cruz pelos homens de todo tipo, de muitas maneiras, adquirindo-os por seu sangue e o mistério da cruz.”

Irineu (180 D.C): “Ele veio para salvar todos, todos, eu digo, que através dele nascem de novo para Deus, bebês e pequeninos, e crianças, e jovens e velhos... Jesus é o Senhor daqueles que creem; mas não o Senhor daqueles que não acreditam. Portanto, Cristo é apresentado no evangelho exausto... prometendo dar sua vida em resgate de muitos.”

Tertuliano (200 D.C): “Cristo morreu pela salvação do seu povo... pela igreja.”

Cipriano (250 D.C): “Todas as ovelhas que Cristo adquiriu por seu sangue e sofrimentos são salvas... quem quer seja encontrado no sangue e com a marca de Cristo escapará... Ele redimiu os crentes com o preço do seu próprio sangue. Deixe-no temer morrer quem não é acreditado ter nenhuma parte na cruz e sofrimentos de Cristo.”

Lactâncio (320 D.C): “Ele estava para sofrer e ser morto pela salvação de muitas pessoas... quem sofreu a morte por nós, nos fez  herdeiros do reino eterno, tendo abdicado e deserdado o povo dos judeus... Ele tem estendido suas mãos em paixão e medido o mundo, que Ele podia ao mesmo tempo mostrar que um grande povo, colhidos de todas as línguas e tribos, deveriam vir abaixo de suas asas, e receber o maior e sublime sinal.”

Eusébio (330 D.C): “A que “nós” Ele se refere senão àqueles que creem nele? Para aqueles que não creem nele, Ele é o autor de seu fogo e inflamação. A causa da vinda de Cristo é a redenção daqueles que estavam para ser salvos por ele.”

Júlio (350 D.C): “O filho de Deus, pelo derramar de seu sangue, redimiu seus separados; eles são libertados pelo sangue de Cristo.”

Hilário (363 D.C): “Ele permanecerá à vista de Deus para sempre, tendo já tirado todos aqueles que Ele redimiu para serem reis do céu, e coerdeiros da eternidade, entregando a eles como o reino de Deus ao pai.”

Ambrósio (380 D.C): “Antes da fundação do mundo, era a vontade de Deus que Cristo deveria sofrer pela nossa salvação... Ele pode condenar a quem redimiu da morte, a quem ele ofereceu a si mesmo, cuja vida ele sabe que é a recompensa da sua própria morte?

Paciano (380 D.C): “Muito mais, Ele não permitirá que o que é redimido seja destruído, nem ele lançará fora aqueles a quem ele tem redimido com um alto preço.”

Epifânio (390 D.C): “Se vocês são redimidos... se, portanto vós sois comprados com sangue, não sois vós o numero daqueles que foram comprados com sangue, ó almas! porque negam o sangue, ele deu sua vida pelas suas próprias ovelhas.”

Jerônimo (390 D.C): “Cristo foi sacrificado pela salvação dos crentes... nem todos são redimidos, pois nem todos serão salvos, mas o remanescente... todos aqueles que são redimidos e libertos pelo seu sangue retornam a Sião, que tem preparado para ele mesmo por seu próprio sangue... Cristo veio redimir Sião com seu sangue... mas para que nós não devêssemos pensar que todos são Sião ou cada um é Sião é verdadeiramente redimido do Senhor, que são redimidos pelo sangue de Cristo formam a igreja... Ele não deu sua vida por cada homem, mas por muitos, isto é, por aqueles que creriam.”

Graça Irresistível

Barnabé (70 D.C): “Deus nos dá o arrependimento, apresentando a nós no templo incorruptível.”

Inácio (110 D.C): “Ore por eles, se eles podem se arrepender, o que é muito difícil; mas Jesus Cristo, nossa vida verdadeira, tem o poder disto.”

Justino, o Mártir (150 D.C): “Tendo algum tempo antes nos convencido da impossibilidade de nossa natureza obter vida, tem agora nos mostrado o salvador, que é capaz de salvá-los que do contrário era impossível serem salvos... o livre-arbítrio tem nos destruído; nós somos escravos do pecado.”

Irineu (180 D.C): “Não de nós mesmos, mas de Deus, é a bênção da nossa salvação... o homem que antes era cativo é tirado do poder da escravidão, de acordo com a misericórdia do Deus pai, e restaurando, dá salvação pela palavra; isto é, por Cristo, que muitos podem experimentalmente aprender que não por si mesmo, mas pelo dom de Deus, ele recebe imortalidade.”

Tertuliano (200 D.C): “Vocês acham, ó homens, que nós deveríamos já ter sido capazes de ter entendido essas coisas nas escrituras a menos que pela vontade dele que quer todas as coisas, tivéssemos recebido graça para entendê-las? Mas é claro que a fé não é dada a vocês por Deus pelo fato de vocês não a atribuírem a ele apenas.”

Cipriano (250 D.C): “Todo aquele que é grato é para ser atribuído não ao poder do homem, mas ao dom de Deus. É de Deus, eu digo tudo é de Deus o que nós podemos fazer. Sim, Não devemos nos gloriar em nada, desde que nada é nosso.”

Arnóbio (303 D.C): “Vocês colocam a salvação de suas almas em vocês mesmos, e confiam que vocês podem ser feitos deuses por seu próprio esforço interior, ainda que não é de nosso próprio poder alcançar as coisas de cima.”

Atanásio (350 D.C): “Crer não é nosso, ou em nosso poder, mas o espírito que está em nós, e habita em nós.”

Jerônimo (390 D.C): “Esta é a principal justiça do homem, acreditar que seja qual for o poder que ele pode ter, não é seu próprio, mas do Senhor quem o dá... vede quão grande é o auxílio de Deus, e quão frágil a condição do homem que nós não podemos por nenhum meio cumprir isso, que nós nos arrependemos a menos que o Senhor primeiro nos converta... quando Jesus diz “nenhum homem pode vir a mim”, ele quebra a liberdade orgulhosa do livre-arbítrio, pois o homem não pode desejar nada, e em vão ele se esforça...Onde está a ostentação do livre-arbítrio? Nós oramos em vão se é em nossa própria vontade. Por que os homens deveriam orar por aquilo que parte do Senhor que eles tem no poder do seu próprio livre-arbítrio?

Agostinho (370 D.C): “A fé ela mesma é para ser atribuída a Deus. A fé é um dom. Estes homens, porém, atribuem a fé ao livre-arbítrio, então a graça é rendida a fé não como um dom gratuito, mas como uma dívida... eles devem parar de dizer isso.”

A Perseverança dos Santos

Clemente de Roma (69 D.C): “É a vontade de Deus que todos a quem ele ama deveriam participar do arrependimento, e então não perecer com o incrédulo e impenitente. Ele estabeleceu isso por sua poderosa vontade. Mas se qualquer daqueles a quem Deus quer que participem da graça do arrependimento, deveriam depois perecer, onde está a sua soberana vontade? E como isto é resolvido e estabelecido por tal vontade dele?

Clemente de Alexandria (190 D.C): “A alma de um cristão nunca em qualquer tempo será separada de Deus... a fé, eu digo, é algo divino, que não pode ser despedaçada por qualquer amizade mundana, nem ser dissolvida por medo presente.”

Tertuliano (200 D.C): “Deus impediu que nós devêssemos crer que a alma de qualquer santo deveria ser retirada pelo demônio... pois o que é de Deus nunca é exterminado.”

Agostinho (370 D.C): “Destes crentes nenhum perece, porque eles foram todos eleitos. E eles foram eleitos porque eles foram chamados de acordo com o propósito, porém, não o seu próprio, mas de Deus... obediência então é um dom de Deus... isto, na verdade, nós não somos capazes de negar, que a perseverança no bem, progredindo até o fim, é também um grande dom de Deus.

OBS: Outros teólogos afirmavam essas doutrinas, como por exemplo:

Anselmo (1033): “Se você morreu em incredulidade, então Cristo não morreu por você.”

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Fonte: A Puritans Mind
Citações dos pais da Igreja compilados em: Michael Horton, Putting Amazing Back into Grace (Grand Rapids, MI Baker, 2002), Appendix.
Tradução: Francisco Alison Silva Aquino
Divulgação: Bereianos

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Por Carlos Mendes


Homens piedosos precisam de bons amigos. Amigos nos enriquecem, nos empobrecem, nos alegram, nos irritam, nos magoam! Todos querem amigos, mas nem todos estão dispostos a terem amigos. Não há dúvida de que queremos desfrutar de amizades sinceras, mas, infelizmente, muitas de nossas igrejas não se prestam a ser um ambiente onde as verdadeiras amizades, amizades desinteressadas e leais possam se desenvolver. No entanto, antes de procurarmos termos amigos devemos procurar ser amigos como Jesus foi. Neste artigo, gostaria de destacar, a partir de uma leitura do livro Homens do Futuro de Douglas Wilson, alguns princípios para a amizade entre homens piedosos.

Boas amizades são encontradas em igrejas fieis.

As escrituras vão orientar homens a ter amizades saudáveis e não só isso, vão ensinar também como devem ser essas amizades. As amizades são uma realidade pactual na vida dos servos de Deus, portanto, é difícil ter boas amizades fora da comunidade do pacto, ou seja, fora da igreja. Mas, preciso fazer esse comentário, hoje em dia, essas amizades não serão encontradas em qualquer igreja, é importante que seja uma igreja onde a Palavra é fielmente pregada e que em todas as áreas ela é biblicamente orientada. Desta forma, o primeiro passo para se encontrar uma boa amizade é que ela seja encontrada em uma igreja fiel às escrituras. Portanto, quando for mudar de cidade pense nisso antes de fazer a escolha pra qual cidade vai mudar. A igreja que você frequentará influenciará profundamente nas amizades que você e sua família terão e consequentemente na sua visão de mundo.

Evite homens iracundos.

As Escrituras nos orientam a evitar homens contenciosos (Pv 16.28). Homens iracundos com certeza vão magoar seus amigos (Pv 17.9). Além do mais, a ira é um pecado contagioso, sendo assim, a probabilidade de você também se tornar alguém irado é grande.

Ame seus amigos, mas não dependa deles.

Aqueles que dependem desesperadamente de seus amigos, dificilmente farão boas amizades. O amigo é aquele que serve, não aquele que suga os que estão à sua volta (vampiros emocionais). Um amigo verdadeiramente piedoso não faz exigências emocionais, mesmo que essa exigência seja feita em nome da amizade. Tome cuidado para não entrar em uma amizade com alguém que manipula as emoções. Sentimentos de pena e dependência são sinais de que a amizade não é boa.

Evite amigos bajuladores.

As Escrituras nos alertam também para amizades interesseiras (Pv 19.4-7). Esse tipo de amizade provoca armadilhas (Pv 17.18). Amigos assim estão apenas interessados em nosso “valor monetário”, não em nossos valores eternos. Fuja deles!

Amizades crescem em torno de pontos em comum.

As grandes amizades devem crescer em torno de interesses comuns. Mas qual dever ser o ponto em comum? O maior interesse em comum que uma amizade deve ter é que ambos cresçam em semelhança a Cristo (Rm 8.28,29).

Verdadeiros amigos fazem sacrifícios uns pelos outros.

Uma verdadeira amizade é definida pela disposição de ambas as partes em fazer sacrifícios. Afinal, o maior amigo de todos os tempos fez o maior sacrifício de todos (Jo 15.13-15). Da mesma forma, bons amigos são dispostos a doar-se e sacrificar-se. Os amigos de verdade estão por perto nas adversidades, não apenas nos momentos oportunos para serem vistos como “bonzinhos”, na verdade, neste momento, os verdadeiros amigos se tornam irmãos (Pv 17.17). O amigo de verdade é fiel mesmo quando a aflição passa a fazer parte da amizade. Um verdadeiro amigo ama em todo tempo.

Busque ter amigos sábios.

Algo maravilhoso é ter amigos que nos orientam biblicamente quando somos insensatos (Pv 27.9-11). Um amigo estulto não é muito útil, principalmente nos momentos de aflição. Bons amigos nos encorajam a fazer o certo e nos desencorajam a fazer o errado. Verdadeiros amigos vão nos dissuadir a fazer o errado. No entanto, amigos devem ter o cuidado para não se intrometer ou dar palpite quando não é necessário. Por exemplo, piadas de mau gosto que ridicularizam o amigo, que o diminuem e ressaltam defeitos devem ser evitadas. Não que o bom humor não seja necessário em uma boa amizade, mas as brincadeiras devem ter os seus limites, o sacarmos e as ironias devem ser evitados. Nenhuma amizade verdadeira é possível separada da amizade com Deus (Tg 2.23).

Amizade e casamento.

Boas amizades nos preparam para bons casamentos. Elas nos ensinam o significado do verdadeiro companheirismo, sendo assim, conseguimos ver nossas esposas como companheiras também (Ml 2.14). Um homem que não compreende o significado da amizade não aprende a ser um bom marido.

Seja honesto com seus amigos.

A honestidade amorosa é essencial para um bom relacionamento, mesmo que às vezes ela promova alguns problemas. Alguns amigos nos ouvem, outros não. No entanto, um dos principais objetivos da amizade é fazer o outro crescer em Cristo e para isso há necessidade de se falar a verdade em amor.

Amigos não crentes.

As escrituras não nos proíbem de ter amigos não cristãos. O apóstolo Paulo, por exemplo, possuía amigos não crentes (At 19.13). E ele mesmo não proibia o relacionamento com os pagãos (1 Co 10.27). Mas é o tipo de amizade que tem que ser cuidadosamente analisada, pois é um grande perigo que o não crente influencie o amigo crente mais do que o contrário. O padrão é que se tenham amizades piedosas (Sl 119.63). Seja criterioso, e analise se seu amigo incrédulo é um refugiado do mundo (interessado no evangelho) ou um propagandista dele. E o seu amigo não é alguém atraído pela fé evangélica, então não é uma boa que essa amizade continue (Pv 28.7).

Há limites para as amizades.

Pv 25.17 nos orienta que deve haver bom senso nas amizades, para que não exageremos e nos tornemos inconvenientes.

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Por William Einwechter


O feminismo é um movimento radical. Como tal, ele atinge até as raízes do relacionamento entre homem e mulher, e busca alterar a estrutura social e institucional, que é percebida como conflitante com as ideias e objetivos do feminismo. Janet Richards declara que “O feminismo é em sua natureza radical… nós protestamos primeiramente contra as instituições sociais… se considerarmos o passado não há dúvida de que toda a estrutura social foi planejada paramanter a mulher inteiramente sob a dominação do homem.”[1] Sendo uma ideologia radical, o objetivo do feminismo é a revolução. Gloria Steinem fala pelas feministas quando diz: “Pregamos uma revolução, não apenas uma reforma. É uma mudança mais profunda que qualquer outra.”[2] Feministas querem criar uma “nova sociedade” onde as condições restritivas sociais do passado sejam para sempre removidas.[3] Quão bem sucedidas feministas foram em promover sua agenda de revolução social? Davidson diz: “Hoje, o feminismo é a ideologia de gênero da nossa sociedade. Desde as universidades até as escolas públicas, da mídia até as Forças Armadas, o feminismo decide as questões, determina os termos do debate, e intimida oponentes em potencial ao ponto do silêncio absoluto.”[4]

A instituição social que o feminismo tem mirado como uma das mais opressivas a mulher é a família tradicional. Por “família tradicional” queremos dizer a estrutura familiar desenvolvida na sociedade Ocidental, sob a influência direta do Cristianismo e a Bíblia. Na família tradicional, o homem é o cabeça do lar e o responsável por prover as coisas necessárias para o sustento da vida. A mulher é a “mantenedora do lar”, e sua principal responsabilidade é o cuidado com as crianças. A família tradicional assim definida é de acordo com o plano bíblico para o lar. Feministas odeiam a família que é padronizada de acordo com a Palavra de Deus porque é contrária a tudo que aceitam como verdade. Portanto, seu objetivo é a destruição total da família tradicional. A feminista Roxanne Deunbar disse claramente: “Em última análise, queremos destruir os três pilares da sociedade de classes e castas – a família, a propriedade privada, e o estado.”[5] Feministas buscam subverter a família tradicional, e no seu lugar almejam uma instituição social radicalmente diferente que é moldada segundo o dogma feminista.

Quando consideramos a natureza radical do feminismo e da sua agenda para subverter a família que é estruturada segundo o modelo bíblico, seria sábio parar um pouco e refletir o quão bem sucedidas feministas tem sido em remodelar a família de acordo com o seu próprio desígnio. O fato é que na sociedade Ocidental o feminismo tem sido enormemente bem sucedido em destruir a família tradicional. A feminização da família já foi estabelecida! Por “feminização da família” queremos dizer o moldar da família de acordo com as crenças e objetivos do feminismo. Essa feminização ocorreu nos últimos trinta anos e com pouca oposição dos homens. Os homens sumiram amedrontados com as acusações feministas de sexismo, repressão, tirania e exploração, como um covarde fugiria diante de acusações de determinado inimigo em campo de batalha. Nada parece ter aterrorizado tanto os homens do que encaradas e palavras iradas de feministas.

Agora, quando dizemos que a feminização da família já foi estabelecida, não queremos dizer que as feministas alcançaram totalmente seus objetivos em relação à família. Queremos dizer, no entanto, que uma revolução na vida da família por influência feminista e de acordo com a ideologia feminista já foi estabelecida na sociedade ocidental. Hoje, a instituição social da família está mais alinhada com a visão de Betty Friedan do que com os ensinamentos do apóstolo Paulo. Isso representa um triunfo (pelo menos parcial) da visão radical feminista de revolução social.

A feminização da família é observada em pelo menos seis áreas:

1. O casamento foi desestabilizado, e o divórcio está numa crescente.

A “demonização” feminista do casamento fez do divórcio algo “socialmente e psicologicamente aceitável, através da ideia de que é uma possível solução para uma instituição defeituosa e já em seu leito de morte.”[6] O ensinamento bíblico que casamento é uma instituição divina e pactual que une homem e mulher para o resto da vida através de um voto sagrado (Gen. 2:18-24; Mat. 19:3-9) foi repudiado pela sociedade moderna. O conceito bíblico foi substituído pela noção de que casamento é uma mera instituição humana, e por isso imperfeita, e que o divórcio é uma forma aceitável de lidar com qualquer problema associado ao casamento.

2. A liderança masculina na família foi substituída por uma organização “igualitária” onde marido e esposa “compartilham” as responsabilidades da liderança na família.

A ideia bíblica de que o homem é o cabeça da família (1 Cor. 11:3-12; Ef. 5:22-23) e senhor do seu lar (1 Pe. 3:5-6) é considerada por feministas algo tirânico e bárbaro, um vestígio do homem primitivo e sua habilidade de dominar fisicamente sua parceira. Nos nossos dias, a esmagadora maioria de ambos homens e mulheres zombam da noção de que a esposa deve se submeter à autoridade do marido.

3. O homem como provedor foi rejeitado, e introduzido um novo modelo de responsabilidade econômica compartilhada.

A visão da nossa era é que o homem não é mais responsável do que a mulher por prover as necessidades financeiras da família. Feministas creem que o ensinamento bíblico que o homem é o provedor da família (1 Tim. 5:9) é parte de uma conspiração masculina para manter as mulheres sob seu domínio por fazerem delas economicamente dependentes dos homens.

4. A mulher como uma dona do lar de tempo integral é zombada, e a mulher que trabalha fora buscando realização e independência é agora a norma cultural.

O mandamento bíblico para que a mulher seja “dona do lar” (Tito 2:4-5) ou é desconhecido ou ignorado. Pessoas com a mentalidade feminista consideram algo indigno que uma mulher fique em casa e limite suas atividades à esfera do lar e da família. Uma carreira profissional é considerada mais conveniente e significante para as esposas e mães de hoje.

5. A norma bíblica da mulher como cuidadora de suas crianças foi substituída pelo ideal feminista de uma mãe que trabalha fora e deixa seus filhos na creche para que ela possa cuidar de outros assuntos importantes.

 A responsabilidade da maternidade é vista em termos muito diferentes do que no passado. O chamado bíblico para a mãe de estar com suas crianças, amá-las, treiná-las, ensiná-las, e protegê-las (1 Tim. 2:15; 5:14) é rejeitado pela visão feminista de uma mulher que foi libertada de tais limitações sobre sua individualidade e realização própria.

6. A ideia de que uma família grande é uma “bênção” é rejeitada por uma noção de que uma família pequena de um ou dois filhos (e para alguns, nenhum filho) é muito melhor.

O conceito de “planejamento familiar” objetivando reduzir o número de crianças num lar é defendido por quase todos. O ensino bíblico de que uma família grande é sinal de bênçãos e da soberania de Deus (Salmo 127; 128) é ignorado por famílias modernas, até mesmo aquelas proclamando serem cristãs. A visão feminista que nós determinamos o número de crianças que nós teremos, e que nós somos soberanos sobre esse assunto é agora aceito sem questionamento. E é claro, essa suposta soberania humana sobre a vida e o nascimento leva a justificação do aborto, que é o maior controle de natalidade de todos.

Sim, a feminização da família foi estabelecida no Ocidente! O conceito cristão de família foi substituído pela ideia feminista de família: divórcio fácil substituiu a visão pactual do casamento; igualitarismo substituiu a liderança masculina; o homem e a mulher como provedores em parceria substituiu o homem como provedor; a esposa e mãe que trabalha fora do lar substituiu a mulher como dona do lar; a mãe como uma empregada profissional substituiu a mãe como cuidadora de suas crianças; “planejamento familiar” e “controle de natalidade” substituíram a grande família.

Dois fatores contribuíram significantemente para o sucesso do feminismo na subversão da estrutura e prática familiar que é baseada na Bíblia.

primeiro fator é a covardia dos homens; sim, até mesmo homens cristãos. Até certo ponto é compreensível (mesmo assim vergonhoso) que homens não-cristãos se acovardassem diante das feministas e seus ataques contra eles e a família tradicional. Mas que homens cristãos, que tem a Palavra de Deus, igualmente tenham se rendido é realmente lamentável. Deus chamou homens para defenderam a Sua verdade no mundo e viverem Seus preceitos. Mas um olhar para o lar evangélico cristão mediano revelará que até mesmos eles foram largamente feminizados. Feministas radicais e anticristãs transformaram nossos lares, e os homens cristãos quase não objetaram contra isso, nem disputaram por esse santo território, que é o padrão familiar bíblico. E ainda, maridos e pais cristãos também demonstraram covardia ao serem incapazes de liderar e assumir a responsabilidade que Deus os entregou. Eles estiveram mais que dispostos a abrir mão da carga total de liderança e provisão para suas famílias; eles estiveram mais que alegres de compartilhar (ou despejar) essas cargas com (ou sobre) suas esposas. A família foi feminizada porque homens cristãos abandonaram seus postos.

segundo fator é o silêncio e a passividade da igreja. A feminização da família ocorreu em boa parte porque a igreja na maior parte do tempo esteve em silêncio sobre a questão. A igreja não resistiu os ataques feministas com a espada da Palavra de Deus. Ao invés disso, e vergonhosamente, a igreja abandonou seu posto diante da investida feminista, e na verdade até absorveu várias ideias feministas. A igreja vem sendo cúmplice ao ensinar coisas como um casamento igualitário, “planejamento familiar”, e por apoiar a ideia de mulheres profissionais e mães trabalhando fora. Muito da culpa deve ser depositada aos pés de pastores e anciãos que ou foram enganados ou se acovardaram de pregar ou se posicionar pela verdade concernente à família como Deus a revelou na Sua Santa Palavra. Feministas tem sido bem sucedidas em alterar a família porque a igreja falhou em viver e ensinar a doutrina bíblica positiva sobre a família e não expôs, denunciou, e respondeu as mentiras das feministas.

Qual deve ser a nossa resposta como cristãos diante da feminização da família? Nossa resposta começa com o reconhecimento de que isso aconteceu. Negar o fato não nos fará bem algum. Então, devemos assumir a tarefa de “desfeminização” da família e da “re-Cristianização” da família. Essa tarefa é o dever de cada família cristã individualmente; mas é principalmente o dever de maridos e pais cristãos que foram escolhidos por Deus como líderes de seu lar. Homens devem liderar através de preceitos e exemplos na erradicação de todos os aspectos da influência feminista da vida e estrutura de suas famílias, e a restaurar segundo o padrão bíblico. Homens devem ser homens e tomar sobre si a carga total da responsabilidade confiada a eles por Deus. Homens devem parar de se intimidar com a retórica feminista e devem promover a ordem de Deus em suas famílias sem receio.

A tarefa de reconstrução da família de acordo com a Palavra de Deus também faz necessário que a igreja ensine fielmente o que a Bíblia diz sobre a família, e em muitos casos, a alterarem a estrutura de suas igrejas e ministérios (que também foram feminizados) para fortalecerem a família em vez de miná-la. Faz-se necessário que pastores e anciãos respeitam a instituição pactual da família, e parem de entregar o senhorio de suas famílias, e parem de perseguir aqueles homens que buscam uma “desfeminização” das suas próprias famílias. Faz-se necessário que pastores e anciãos sejam um exemplo para o rebanho na “desfeminização” das suas próprias famílias. E faz-se necessário que professores e pregadores com a coragem e a convicção de João Knox e João Calvino exponham as mentiras venenosas do dogma feminista e declararem e defendam o padrão bíblico para a família desde o púlpito.

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Notas:
[1] Citado por Michael Levin em Feminism and Freedom [Feminismo e Liberdade] (New Brunswick, 1988), p. 19.
[2] Idem.
[3] Idem.
[4] Nicholas Davidson, “Prefácio”, em Gender Sanity [Sanidade de Gênero], ed. Nicholas Davidson (New York, 1989), p. vi.
[5] Citado por Rita Kramer em “The Establishment of Feminism” [Estabelecendo o Feminismo], em Gender Sanity [Sanidade de Gênero], p. 12 (ênfase acrescentada).
[6] Levin, Feminism and Freedom [Feminismo e Liberdade], p. 277.

Sobre o autor: William O. Einwechter serve como presbítero docente na Immanuel Free Reformed Church em Ephrata, Pennsylvania. Ele também é vice-presidente da National Reform Association e editor do The Christian Statesman. Ele pode ser contatado no weinwechter@dejazzd.com . 

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Fonte: Darash Press
Tradução: Isaac Barcellos
Via: Monergismo