Isvonaldo sou Protestante

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terça-feira, 10 de setembro de 2013


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Por Rev. Leandro Lima


Desde o primeiro dia que a televisão deu a notícia da chacina na zona norte de São Paulo, eu não consegui acreditar que o garoto de treze anos poderia ser o assassino da família. Hoje, a mídia começa a especular outras possibilidades, falando sobre possíveis denúncias feitas pela mãe do garoto (que é policial) a respeito de policiais corruptos, o que poderia conduzir a investigação para outros rumos. Todos nós, de certo modo, ansiamos para que haja outra explicação para o caso, e talvez possa haver mesmo. Porém, meditando nesse terrível assunto, a pergunta acima começou a se tornar importante para mim. Ela é reveladora de anseios profundos que habitam nossa alma, e infelizmente, muitos desses anseios são completamente infundados e mentirosos.

Em primeiro lugar é difícil para nós aceitar que um garoto de treze anos possa fazer algo assim tão terrível porque alimentamos a ilusória esperança de que o ser humano não seja tão perverso quanto é. É uma ilusão romântica que, apesar de todos os desmentidos da mídia a nos mostrar diariamente o que o ser humano é capaz de fazer, ainda assim, lutamos desesperadamente para crer que resta algo de bom nessa raça que a Bíblia chama de decaída, pervertida e corrupta (Fp 2.15; Jr 17.9; Rm 3.10-12,23).

Em segundo lugar, há uma ilusão ainda mais arraigada em nosso coração a respeito da bondade inerente dos infantes. Queremos acreditar que o terrível mal do pecado não os atingiu, ou que só os atinge a partir de certa idade, ignorando o ensino bíblico de que todos já nascem pecadores (Rm 5.12, Sl 51.5).

No entanto, todo esse caso também nos ensina algo importante que, se for considerado atentamente, poderá trazer grande benefício para a vida das pessoas. A primeira lição é que todas as pessoas (inclusive nós) são capazes de realizar os atos mais terríveis. Há potencial em cada ser humano para ser o pior dos criminosos. Deus refreia a pecaminosidade humana a fim de impedir que esse mundo se torne um verdadeiro inferno. No entanto, de tempos em tempos, ele solta os freios de algumas pessoas, que ficam como testemunhos perante nossos olhos do verdadeiro mal que habita em todos nós. Até porque, somente quando o ser humano compreende sua condição, seu estado deplorável, sua absoluta inaptidão para ser justo, é que ele está preparado para receber o maior dos presentes de Deus: a salvação. Quando toma consciência de sua pecaminosidade, de seu terrível e completo estado de perdição, o homem pode compreender o amor de Deus que enviou seu próprio Filho para sofrer a maior das violências na cruz, e assim conduzir os perdidos aos braços do Pai (Jo 3.16, Rm 5.8).

Talvez o garoto não tenha realizado o que estão atribuindo a ele. Mas há algo que não podemos ignorar: ele pode ter feito isso. Não devemos acompanhar esse tipo de caso com um sentimento mórbido por ver o mal dos outros, e, às vezes, alimentar um senso inócuo de superioridade por não estar em situação semelhante; antes, humilhados diante de Deus, reconhecendo toda a falência espiritual do gênero humano, suplicar sua misericórdia para nosso mundo; ansiar e contribuir para que o Evangelho alcance e transforme mais vidas; e que o Reino vindouro venha depressa. Maranata!

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