A ETERNIDADE NO DIA-A-DIA
“Tudo que não é eterno é eternamente inútil”. C.S Lewis
Chega a ser engraçado quando vamos viajar. Compramos passagens, arrumamos as malas, planejamos o roteiro, economizamos. E ficamos á esperar o dia chegar e nesse meio tempo desejamos que o tempo passe, numa expectativa só. E no dia estamos lá, fazendo uma lista mental de coisas a fazer, outra de coisas que não podemos esquecer e ás vezes alguns estresses. Porém tudo é recompensado ao chegar ao destino, quando se chega onde se espera, onde se almeja tudo vale a pena.
Vejo-me nessa situação e me pego a pensar, o que eu tenho esperado? O que é que está por vir que tem feito meu coração ansiar? Será que é o meu emprego dos sonhos, um casamento, filhos, um bom carro e uma boa casa? Jesus disse que onde está o seu tesouro lá também estará o seu coração (Mt 6:21). Se meu tesouro estiver nessas coisas me frustrarei, Deus “pôs no coração do homem o anseio pela eternidade;” (Eclesiastes 3:11). Sendo assim só ele tem o que me é mais vital. Ele é atemporal e infinito, e nos criou para sermos completos Nele. A humanidade tenta de todas as formas ser eterna, deixar algo que dure e se esmera a isso. Mas tudo passa, porque está sujeito ao sujeito chamado tempo, que atua em todos. A eternidade ecoa dentro do peito deserto de quem não teve um encontro pessoal com Cristo, mesmo que não sintamos nossa vida algo vai buscar. No entanto aqueles que foram achados por Ele tem seu vazio preenchido pela certeza de vida eterna, por uma razão de viver, por um caminho a seguir.
Ainda assim, nos deparamos como os outros. Parece-nos que a eternidade não nos é mais atrativa, que é algo distante. Nossos atos dizem isso, vivemos como se nunca fôssemos morrer e morremos como se nunca tivéssemos vivido. Paulo estava ciente dessa tendência humana ao escrever: “Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.” (I Pedro 2:11). Nossa terra não é aqui (peregrinos), nosso lar não é esse (estrangeiros), estamos de passagem, o melhor está por vir! Uma historia real exemplifica o que quero dizer:
“Diagnosticada com uma doença terminal e já em seus últimos dias, uma jovem conversou com seu pastor sobre os desejos para o enterro: a música que seria cantada, os versículos bíblicos a serem lidos, as roupas que vestiria. No fim do diálogo, sem hesitar, fez um pedido esquisito. Gostaria de ser enterrada com uma garfo na mão direita, disse ela. Questionada pelo pastor, abriu um sorriso. Quando eu era pequena, e a família reunida à mesa estava terminando o prato principal, alguém sempre se levantava e exclamava: “Mantenham seus garfos a postos!”. Era o sinal de que o melhor estava por vir, a parte da refeição que eu mais gostava: a sobremesa! A gente comia um maravilhoso bolo de chocolate, um suculento e enorme pedaço de torta de maçã. Então, eu quero que no meu velório as pessoas olhem para mim no caixão, vejam esse garfo e fiquem espantadas, a ponto de perguntarem ao senhor: “Por que ela está com um garfo na mão?”. E quero que o senhor responda: “Mantenham os garfos a postos que o melhor estar por vir”.
Quanta certeza no coração dessa menina! Ela tinha convicção que o melhor ainda viria a acontecer. Tente supor como será, pare um pouco e experimente a sensação de pensar na eternidade, guarde essa imagem contigo. Já? Agora tenho uma boa noticia, o céu não vai ser nada como você pensou, pois: “Todavia, como está escrito: ‘Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam’”; (I Coríntios 2:9). Se pesamos já não será assim, será melhor, pois não entra em nossas mentes. Vemos muito pouco, mas um dia O conheceremos e O experimentaremos em sua plenitude: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.” (I Coríntios 13:12). Chegará o dia em que a escuridão se dissipará totalmente e a luz do amanhecer será perpetua.
Queridos, que nossos pensamentos estejam nas coisas do alto (Cl 3:2). Afinal, tudo que não é eterno é eternamente inútil. Que nãos nos iludamos com essa vida vã, esse corpo material. Que não percamos a força diante da vida “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;” (II Co 4:17). Que nossa visão esteja no alvo, “no prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus” (Fp 3:14). Fomos feitos para além daqui, o que vira será incomparavelmente melhor! E que vivamos de acordo com isso, ansiando a eternidade e vivendo-a no dia-a-dia.
Termino com C. S Lewis, autor das Crônicas de Nárnia, que no último parágrafo do ultimo livro da coleção expressa o seguinte:
“Para nós, este é o fim de todas as histórias, e podemos dizer, com absoluta certeza, que todos viveram felizes para sempre. Para eles, porém, este foi apenas o começo da verdadeira história. Toda a vida deles neste mundo e todas as suas aventuras em Nárnia haviam sido apenas a capa e a primeira página do livro. Agora, finalmente, estavam começando o Capitulo Um da Grande História que ninguém na terra jamais leu: a história que continua eternamente e na qual cada capitulo é muito melhor do que o anterior.”
Que a visão da eternidade com o Senhor do Tempo, seja suficiente para mantermos uma esperança viva em nossos corações e um desejo ardente de “estar em casa”.
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Isaque Pedro pernambucano, mas tem jeito de “paraíba”, é mais um colaborador do UMP Guarabira. Divulgação: Púlpito Cristão.
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