Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

domingo, 8 de setembro de 2013


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por Leland Ryken


Os Puritanos foram protótipos da ação social evangélica. Preocupação pelos pobres é virtualmente a primeira coisa que vem à nossa mente quando usamos a frase "ação social", e é um bom lugar para iniciar uma discussão sobre a consciência social dos Puritanos. Uma fonte de dados é um grande número de exortações em sermões e folhetos.

De acordo com uma dessas fontes, "um fim principal de todas nossas ações sociais, empregos políticos e empreendimentos tangíveis em nossos chamados particulares, deve ser dar aos pobres". Um tratado anônimo, chamado St. Paul the Tent-Maker (S. Paulo, o Fazedor de Tenda), afirmou que "quanto mais diligentemente buscarmos nossos diversos chamados, mais somos capacitados para estender nossa caridade aos que encontram-se na pobreza e em apuro". William Perkins era da opinião de que quaisquer ganhos acima de uma justa manutenção patrimonial deve ir diretamente para "o bem dos outros,... o alívio do pobre,... a manutenção da igreja". Thomas Lever disse num sermão que "homens ricos deveriam guardar para si mesmos não mais do que necessitam, e dar aos pobres tanto quanto eles necessitam".

Mas falar sai barato em tais assuntos. O que os Puritanos realmente fizeram para ajudar aos pobres? O teólogo anglicano Lancelot Andrews observou em 1588 que as igrejas calvinistas de refugiados em Londres foram capazes "de fazer tanto bem que nenhum de seus pobres é visto nas ruas a pedir", e ele lamentou que, "esta cidade, a abrigadora e mantenedora deles, não seja capaz de fazer o mesmo bem". W.K. Jordan reuniu uma enorme quantidade de dados sobre padrões de filantropia na Inglaterra durante a época da Reforma. Ele contrasta tempos medievais católicos, que "foram extremamente sensíveis às necessidades espirituais da humanidade enquanto demonstraram apenas uma preocupação escassa e ineficaz com o alívio" da pobreza, da miséria e da ignorância, com as notáveis doações particulares na Inglaterra de 1480-1660. "Uma vasta porção [dos doadores] eram Puritanos", conclui Jordan, e menciona como um dos "grandes impulsos condutores" por trás do crescimento da caridade voluntária "a emergência da ética protestante".

É digno de nota que pregadores Puritanos, eles mesmos relativamente pobres, foram modelos especiais da caridade cristã aos pobres. Samuel Ward registrou "que homem bom é o Sr. Chadderton, que tem tão viva afeição pelos pobres, o que é sinal certo de um cristão verdadeiro". John Foxe escreveu sobre ver na casa de John Hooper, em Worcester, "uma mesa posta com boa quantidade de carne e cheia de mendigos e gente pobre"; por investigação, Foxe soube que Hooper fazia do alimentar os pobres uma prática regular. Richard Greenham elaborou um esquema de compra cooperativa em sua paróquia para ajudar os pobres a comprarem milho barato em tempo de crise.

Os Puritanos mostraram igual preocupação pelos desempregados. Um século após Calvino comparecer diante do conselho da cidade de Genebra para instar com os magistrados a acharem trabalho para os desempregados, Samuel Hartlib, o utópico Puritano, sugeriu que se fizesse uma clara distinção entre os incorrigivelmente ociosos e os involuntariamente desempregados. Os "pobres sem conforto", disse ele, "esperam por uma reforma, como os sedentos ansiam pela chuva... e há... grande necessidade do Parlamento encontrar modos e meios de preservar o povo da pobreza".

Os Puritanos também encorajavam a ação pública contra certas formas de injustiça social. Eles eram, por exemplo, capazes de agir contra preços exorbitantes. Às vezes os Puritanos usavam o púlpito para influenciar os preços. Em 1673 o Puritano da Nova Inglaterra, Urian Oakes, falou contra o muito "apertar, e espremer, e moer os pobres”. Increase Mather exortou seus congregados assim:

O homem pobre chega entre vós e necessita uma mercadoria a qualquer preço, e você o fará pagar o que satisfaz você, e porá qualquer preço que lhe agrade sobre o que ele tem a oferecer... sem respeitar o justo valor da coisa.

Há o comentado caso de Robert Keayne, de Boston. De acordo com o jornal de Winthrop, Keayne era um comerciante que "era notoriamente acima dos outros observado e censurado" porque cobrava preços excessivos. "Sendo discutida a questão pela igreja, alguns acharam que devia ser excomungado, mas a maioria pensou que a admoestação seria suficiente". Keayne foi multado em duzentas libras pelo magistrado, embora sua defesa de si mesmo em seu último testamento deixa impressão de que a sociedade Puritana havia sido excessivamente zelosa em proteger os direitos do consumidor.

Na Inglaterra, Richard Baxter mostrou uma preocupação semelhante com relação aos abusos econômicos na sociedade em geral. Incluídos numa lista de práticas comerciais que ele proibiu, estavam: ganhar mais pelos bens do que eles valem, fazer um produto parecer melhor do que é, esconder falhas no produto, pedir um preço tão alto quanto se pensa poder conseguir, e tirar vantagem das necessidades dos outros.

A consciência social Puritana não estava limitada aos cristãos em necessidade, mas estendia-se a toda a sociedade. Baxter disse que "tamanha é a ternura de um olho santo que ele tem lágrimas para derramar até pelos inimigos". John Preston, ao responder à questão "Você nos 'faria amar a ninguém, senão a santos?", replicou:"Devemos amar todos os outros com um amor de piedade, devemos mostrar abundância deste amor a toda humanidade". E Thomas Doolittle disse a seus companheiros Puritanos, na Londres assolada da peste; a "ter um sentimento de companheirismo em relação às misérias com as quais os outros são incitados... e isto independe de sua condição espiritual".

A caricatura comum dos Puritanos como preocupados apenas com os pecados particulares e despreocupados com os pecados sociais é inexata. Quando William Perkins pregou na Feira Rural de Sturbridge, por volta de 1592, denunciou os pecados da sua cultura. A lista resultante incluía tanto pecados pessoais como sociais:"Ignorância da vontade de Deus e do culto", "desprezo pela religião cristã", "blasfêmia", "profanação do domingo", "acordos injustos nos negócios entre homem e homem", "assassinatos, adultérios, usuras, subornos, extorsões".

A Base Moral e Teológica para a Ação Social Cristã

O que estava por trás deste posicionamento Puritano pela ação social? A resposta é tanto moral como teológica. No lado moral, os Puritanos estavam convencidos de que os cristãos são responsáveis por aqueles em necessidade. Sua ação social estava arraigada na consciência moral cristã. "A verdadeira moralidade, ou a ética cristã", escreveu Baxter, "é o amor a Deus e ao homem, incitado pelo Espírito de Cristo pela fé; e exercido nas obras de piedade, justiça, caridade e temperança". Noutro lugar Baxter advertiu: "Cuidado para não perder aquele amor comum que deves à humanidade". Para William Ames: "servir ou beneficiar os outros é um dever que pertence a todos os homens... Amor a Deus não pode subsistir sem esta caridade pelo nosso próximo nem o pode qualquer verdadeira religião".

Houve também um lado teológico do envolvimento social Puritano. Em contraste com as perspectivas católicas das boas obras como algo que ajuda a assegurar a salvação, os Puritanos acreditavam que o Novo Nascimento resulta em preocupação social. A piedade genuína produz boas obras, que são atos de gratidão, não de mérito. Cotton Mather disse de seu pai:

Uma nobre demonstração deu ele de que aqueles que fazem boas obras porque já são justificados, não farão menos do que aqueles que fazem boas obras para que possam ser justificados; e que aqueles que renunciam a toda pretensão de mérito por suas boas obras, abundarão mais em boas obras do que os maiores negociantes de méritos no mundo.

Este tema de piedade produzindo moralidade foi um dos tópicos mais comuns entre os Puritanos. "Preceitos sem padrões farão pouco bem", escreveu Eleazar Mather;"deve-se... falar pela vida assim como pelas palavras; deve-se viver a religião, tanto quanto falar em religião”. William Ames concordou: "Obediência interna não é suficiente por si, porque todo o homem deve sujeitar-se a Deus. Nossos corpos devem ser oferecidos a Deus".

Ação Social Pessoal em vez de Institucional

Os Puritanos tinham muito mais confiança na responsabilidade social individual do que nas agências governamentais e sociais. Para eles, a ação social eficaz começava com o indivíduo. Richard Greenham escreveu:

Certamente se os homens fossem cuidadosos em reformar a si mesmos primeiro, e então suas próprias famílias, veriam as múltiplas bênçãos de Deus na nossa terra e sobre a igreja e a comunidade. Pois de pessoas particulares vêm famílias; de famílias, cidades; de cidades, províncias e de províncias, regiões inteiras.

Tal declaração é uma rejeição implícita à posição liberal moderna de que o modo de combater os males sociais é multiplicar agências sociais. Que as pessoas como indivíduos são decaídas os Puritanos sabiam tão bem quanto nós, mas eles também sabiam que as instituições não escapavam aos efeitos da Queda e são, de fato, o produto de pessoas decaídas. M.M. Knappen resume a teoria Puritana quando escreve:

Quando o Puritanismo é comparado com os sistemas modernos coletivistas, seu individualismo também aparece. Os pensadores do século dezesseis não depositavam fé no Estado como tal. A integridade de um sistema não salvaria alguém. Integridade deve haver, mas também deve haver cooperação pessoal e responsabilidade pessoal.

Os Puritanos eram igualmente individualistas em sua abordagem da ajuda financeira. Eles opunham-se à caridade indiscriminada e insistiam que ajuda fosse dada apenas àqueles em genuína necessidade. William Perkins pode ser considerado como típico quanto ao pensamento Puritano a respeito de mendigos e vagabundos. Perkins disse que eles "são (na maior parte) uma geração maldita""pragas e chatos" tanto para a igreja quanto para o Estado. "É a boa lei da nossa terra", acrescentou ele, "agradável à lei de Deus, que ninguém deveria pedir, se é capaz de trabalhar". A injunção de Paulo de que "se alguém não quer trabalhar, que não coma" (2 Tessalonicenses 3.10) foi um dos textos citados mais freqüentemente entre os Puritanos.

Christopher Hill resume a atitude Puritana como uma questão de pensar que "a caridade indiscriminada... era uma ameaça social. Ela impedia o pobre de realizar suas responsabilidades e seriamente procurar emprego". Como resultado, muitos Puritanos preferiam que as igrejas tomassem conta dos pobres em suas próprias paróquias, onde julgariam entre a necessidade genuína e a fraudulenta.

O plano positivo de contra-ataque ao dolo era pôr as pessoas para trabalhar e torná-las membros produtivos da sociedade. Richard Stock reivindicou que esta é a melhor caridade, aliviar os pobres, ao fornecer-lhes trabalho. Beneficia ao doador tê-los a trabalhar; beneficia a comunidade não sofrer parasitismos, nem nutrir qualquer ociosidade; beneficia aos próprios pobres.

Quando Hugh Peter retornou à Inglaterra da América, disse ao Parlamento num sermão: "Tenho vivido num país onde em sete anos nunca vi um pedinte, nem ouvi palavrões, nem olhei para um bêbado; por que deveria haver mendigos na sua Israel, onde há tanto trabalho a fazer?” Richard Baxter, pastor em Kidderminster, empreendeu um programa bem-sucedido para capacitar os pobres para trabalhar na indústria têxtil.

Os Puritanos estavam profundamente preocupados com a qualidade da sua sociedade. Increase Mather resumiu seus pontos de vista quando disse que o propósito da Bíblia é mostrar-nos "como devemos servir a Deus, e como devemos servir à geração na qual vivemos". Servir à geração na qual vivemos: este sempre tem sido o lema dos cristãos que estão preocupados em viver sua fé no mundo.

Nenhum Povo Pequeno: A Tendência à Igualdade no Puritanismo

Apesar de toda sua ênfase na comunidade, o Puritanismo também é conhecido como um movimento que defendia o individualismo. A base teológica desse individualismo era o sacerdócio de todos os crentes. Este individualismo não era o humanístico da Renascença, o qual era uma forma de auto-realização baseada na bondade inerente em cada pessoa. Era ao invés disso um "individualismo... para o homem comum".

Este individualismo pode ser visto no impulso "nivelador" dos Puritanos de tratar todas as pessoas como iguais diante de Deus e proteger a importância de cada indivíduo. Para ilustrar, considere as seguintes declarações representativas que cobrem uma variedade de situações:

A pessoa mais desprezada na região deve ser tratada como se fosse um irmão do rei e membro-companheiro com ele no reino de Deus e de Cristo. Que o rei, portanto, não se considere bom demais para prestar serviço a tais pessoas humildes.
O mais pobre lavrador é em Cristo igual ao maior príncipe.
Nenhum homem deverá firmar-se no seu nascimento ilustre, ou gloriar-se em seu parentesco pela nobreza e pelo bom sangue, mas apenas regozije-se nisto: que foi retirado do reino das trevas.
Um povo não é feito para regras, mas regras para um povo.
Todos os cristãos... são feitos sacerdotes igualmente para Deus; e assim não há entre eles clero ou laicato, mas os ministros são aqueles escolhidos pelos cristãos...; eles não têm nem direito nem autoridade alguma neste ofício, senão pelo consentimento da igreja.

Todas estas frases tendem na direção de pôr as pessoas em pé de igualdade, especialmente em assuntos espirituais. Todas elas desafiam séculos de pensamentos, nos quais a sociedade havia automaticamente concedido alguns privilégios e poderes a uma elite exaltada. Lawrence Stone escreveu sobre "o efeito da consciência Puritana em solapar o respeito por posição e títulos em todos os níveis da hierarquia social". Um resultado desta tendência era exaltar a dignidade e o valor da cada indivíduo. Um estudioso moderno crê que "o mais profundo laço entre o Puritanismo e a democracia é seu respeito comum por todo indivíduo humano, independente do seu lugar em qualquer instituição eclesiástica, política, econômica, ou outra". Isto não é para alegar, é claro, que os Puritanos poderiam ter vislumbrado as instituições democráticas que eventualmente se originariam de seu pensamento.

Os Puritanos estavam todos cientes de que havia algo revolucionário em sua ênfase sobre a pessoa comum. Cromwell organizou o New Model Army (Exército Novo Modelo) com base no mérito em vez de status; ele escreveu: "Os oficiais não são de melhor família do que os soldados comuns". Outro Puritano escreveu:

A voz de Jesus Cristo reinando em sua igreja vem primeiro das... pessoas comuns... Deus usou o povo comum e a multidão para proclamar que o Senhor Deus Onipotente reina... Vocês que são da ordem inferior, povo comum, não sejam desencorajados; pois Deus pretende fazer uso do povo comum na grande obra de proclamar o reino de seu Filho.

De acordo com John Benbrigge, uma marca essencial de um verdadeiro convertido é que ele ou ela "estima o homem ou a mulher mais pobre que é rico(a) em Cristo", e denunciou pessoas que preferem "ricos mundanos a cristãos pobres".

Tais atitudes sobre igualdade eram inerentes na teologia Reformada. Ao atribuir primazia a assuntos espirituais em vez de externos, os Puritanos abriram a porta para o enfraquecimento de qualquer privilégio baseado exclusivamente em nascimento ou posição. Isto, por sua vez, foi unido à doutrina do sacerdócio de todo crente. Em tal clima de pensamento, cada santo torna-se igual ao outro e superior às pessoas cuja única reivindicação de status é social ou institucional. De acordo com William Dell, é uma regra na igreja manter a igualdade entre cristãos. Pois, embora de acordo com nosso primeiro nascimento,., há grande desigualdade... entretanto, de acordo com nosso novo ou segundo nascimento, pelo qual somos nascidos de Deus, há exata igualdade, pois aqui não há melhor ou pior, maior ou menor.

Thomas Hooker fez uma reivindicação semelhante:

Tome o santo mais inferior que já respirou sobre a terra, e o mais bem preparado e estudado erudito...; a mais inferior alma ignorante, que é quase um tolo natural; esta alma sabe e entende mais sobre a graça e a misericórdia em Cristo do que todos os mais sábios e entendidos no mundo, do que todos os grandes eruditos.

Para que não pensemos que isto é simplesmente uma preferência pela pessoa ignorante, podemos emparelhá-la com a frase do mais conhecido de todos os poetas ingleses, John Milton: "Um mero homem inculto, que vive por aquela luz que ele tem, é melhor e mais sábio e edifica aos outros mais na direção de uma vida mais santa e feliz" que um clérigo treinado em todas as universidades. Como fundamento de todas estas frases está o princípio de que o cristianismo introduz todo um novo conjunto de critérios pelos quais julgar o valor de uma pessoa.

A direção mais obviamente "democrática" que o pensamento Puritano tomou foi uma nova ênfase no controle pelo consentimento daqueles que são governados. No século dezessete, as pessoas progressivamente presumiram que tinham um direito de rejeitar o governo de magistrados ou oficiais da igreja, cujas decisões não gozassem do apoio da maioria das pessoas. Onde quer que os Puritanos ganhavam certo domínio, as congregações tinham uma voz na escolha de seus ministros.

No âmbito político, John Winthrop teorizou que as pessoas não deveriam ser submetidas ao governo de ninguém, exceto "de acordo com sua vontade e pacto", e considerava como ilegítima qualquer situação "onde um povo tem homens dominando sobre eles sem sua escolha ou permissão". John Davenport disse, num sermão sob o tema de eleição, que o povo consente com um governo "condicionalmente... de forma que, se a condição for violada, eles podem retomar seu poder de escolher a outro". Na Inglaterra, John Milton defendeu a deposição do rei sob exatamente a mesma base:

Visto que o rei ou magistrado mantém sua autoridade pelo povo..., então pode o povo, com a freqüência com que o julgar para melhor, ou escolhê-lo ou rejeitá-lo, retê-lo ou depô-lo..., meramente pela liberdade e o direito de homens nascidos livres de serem governados como melhor lhes parece.

Estas aspirações democráticas não eram necessariamente baseadas em fundamentos bíblicos ou teológicos. Num tratado que leva título re-levador The Throne Established by Righteousness (O Trono Estabelecido pela Justiça), John Barnard negava que qualquer instituição política, por si mesma, garanta o sucesso de uma sociedade:

Não sei de qualquer forma particular de governo civil que o próprio Deus tenha designado, direta ou imediatamente, em qualquer revelação clara de sua mente e sua vontade, a qualquer povo que seja.

Os Puritanos foram responsáveis pela ascensão da democracia moderna? Toda sua situação política era tão diferente da nossa própria que é difícil responder a essa questão. No mínimo, eles produziram um clima de pensamento e prática que tornou possível o desenvolvimento da democracia. Alguém falou a respeito do Puritanismo da Nova Inglaterra que poucas sociedades, na cultura ocidental, jamais dependeram mais inteiramente e mais auto-conscientemente do consentimento de seus membros do que as alegadamente repressivas "teocracias" da Nova Inglaterra antiga... Cada aspecto da vida pública na Nova Inglaterra exigia o assentimento formal do público. Membros de igreja elegiam seus ministros; associações comunitárias, seus homens seletos; homens livres, seus delegados e magistrados; e os militares, seus oficiais.

Certamente o espírito da democracia era inerente ao pensamento Puritano.

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Fonte: Santos No Mundo - Leland Ryken - Editora Fiel.

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