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“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)
Aqueles que defendem o Cessacionismo, segundo o qual Deus não mais concede dons espirituais extraordinários aos cristãos de hoje, freqüentemente são chamados de incrédulos, carnais, “frios” e até mesmo de apóstatas e hereges. Contudo, pode ser facilmente observado que os cessacionistas são justamente aqueles que mais crêem em Deus, atribuindo a ele toda a glória e poder.
No Pentecostalismo e todas as suas derivações, a atenção é voltada para o homem. O homem possui os dons espirituais; o homem possui o poder de cura; o homem tem o dom da fé; o homem tem o dom de línguas, etc. Não somente os dons são reconhecidos, mas revestidos de uma importância exagerada, tal que os fiéis são continuamente instados a buscá-los; por sua vez, aqueles que alegadamente recebem tais dons ocupam uma posição de destaque, reconhecimento e até mesmo de veneração. Milhares e milhares de pessoas saem de suas casas em busca da oração de pastor fulano, ou daquele irmão que Deus “usa”. O que é mais grave: por conta desse destaque a tais pessoas, as suas pregações (na maioria das vezes, totalmente antibíblicas e anticristãs) são recebidas como palavra de Deus, revestidas da autoridade que pertenceu somente a Cristo, aos profetas e aos apóstolos. Assim, toda a atenção está centrada no homem! Sim, existe “fé”, mas trata-se de uma “fé” cega, antropocêntrica.
Já no Cessacionismo, não há espaço para o homem. Os defensores dessa posição reconhecem que Deus deu uma posição de destaque aos apóstolos; os sinais e maravilhas que os acompanharam corroboraram a mensagem que pregavam; não somente isto, os sinais e maravilhas eram as credenciais de um apóstolo (vide a defesa que o apóstolo Paulo faz do seu apostolado com base nos milagres ocorridos no seu ministério: 1Coríntios 15). Os cessacionistas defendem que Deus é o mesmo, possuidor do mesmo poder (contrariamente às calúnias dos nossos oponentes!), mas que pelo Seu conselho, resolveu tratar os cristãos dos séculos posteriores à era cristã primitiva de modo diferente daqueles que viveram no primeiro século, a exemplo de como agiu com aqueles que viveram antes de Cristo. Reconhecemos que Deus pode fazer milagres, pois à luz da sua soberania, ninguém pode frustrar os seus planos ou mudar a sua vontade. Todavia, Deus não age primariamente através de milagres, pois milagre é o nome atribuído às ocasiões nas quais Deus resolve agir de uma forma diferente daquela que ele mesmo age corriqueiramente. Como crentes no controle absoluto de Deus, os cessacionistas, diferentemente dos pentecostais e qualquer outro arminiano, defendem que Ele não está ausente quando milagres não acontecem – absolutamente! Deus é o grande sustentador do universo e controla minuciosamente todos os eventos. É Ele quem manda a chuva, mantém o universo em harmonia, faz a semente germinar, faz o sol raiar, etc. Assim, quando Deus resolve agir diferentemente do habitual, chamamos isso de milagre. Assim, milagre é algo extraordinário, incomum e, conseqüentemente, raro. No entanto, os pentecostais dizem exatamente o contrário: para eles “milagre” é Deus não fazer nada, pois na sua concepção, quando Deus não interfere sobrenaturalmente e visivelmente na história, está quieto no seu trono. Não cremos em tal Deus! A Bíblia não descreve Deus como um relojoeiro que deu corda no mundo e foi descansar, tal como ensina o Deísmo. Deus está controlando ativamente o mundo, A CADA MOMENTO.
Dessa forma, não somente temos uma concepção diferente de milagre, mas também um Autor diferente. Não são os homens que realizam milagres, mas Deus. É Deus quem deixa de agir da maneira como ele costuma agir. É Deus quem cura, é Deus quem reverte um quadro totalmente sem esperança no nível humano. É Deus, e somente Deus. Realmente, às vezes Ele faz isso em resposta às orações dos seus servos, mas não por causa de alguém “especial” que está orando, pois a Bíblia nos ensina que Deus responde nossas orações somente por causa de Cristo, quer seja um pastor famoso ou uma criança que esteja orando, quer seja o Presidente da república ou um mendigo de rua. No início, centro e no final de tudo sempre está Deus!
A calúnia lançada contra os cessacionistas é mais irônica ainda quando lembramos que praticamente todo pentecostal é arminiano, ou seja, atribui todo poder ao livre-arbítrio do homem. Diferentemente dos arminianos, o calvinista atribui a maior manifestação de poder visível aos nossos olhos a Deus, ou seja, na conversão de um pecador. O homem é pecador, totalmente perdido e rebelde a Deus, mas Ele é quem, unicamente por causa da sua vontade, decide transformar o coração do pecador, e dar-lhe uma nova vida, uma nova disposição, uma mente renovada. Cremos no poder de Deus, e não no poder do livre-arbítrio, como fazem os pentecostais.
Assim, quando um cessacionista vê um pecador convertido (que não é um milagre no sentido de ser algo raro, mas uma demonstração visível do poder de Deus), quando vê alguém curado de câncer, quando vê um grande livramento dado a alguém, quando vê alguém sair incólume de um acidente, ele, juntamente com o apóstolo Paulo em Romanos 11:36, atribui toda glória a Deus! O Cessacionismo é teocêntrico, enquanto que o Pentecostalismo é antropocêntrico! O Cessacionismo depende e confia somente em Deus, enquanto o Pentecostalismo descansa e confia no homem. De qual lado você está?
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Fonte: Monergismo
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