Isvonaldo sou Protestante

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012



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Por André R. Fonseca 

Meu pai, Vitalino, é natural de Caruaru, Pernambuco. Tive a oportunidade de visitar sua terrinha duas vezes. Na primeira vez, eu tinha apenas 8 ou 9 anos e conheci meu avô e seu lendário sítio. Quantas histórias ouvi do meu pai sobre aquelas terras. A segunda vez foi mais recente, apenas quatro anos atrás. Meu avô não estava mais lá, mas ouvi algumas histórias sobre ele de pessoas que conviveram com meu avô desde a infância.

Foi muito bom ouvir das pessoas palavras de elogios sobre o senhor José Vicente, meu vovô. O provérbio é realmente certo – “O bom nome vale mais do que muita riqueza; ser estimado é melhor do que ter prata e ouro.” Provérbios 22:1 

Um certo homem, do qual não me lembro mais do nome, contou que cresceu num sítio próximo e, vez por outra, durante a seca, buscava latas d'água no sítio do meu avô em um dos seus três barreiros. Barreiros são pequenos lagos artificiais projetados para coletar e conservar as águas das chuvas para que houvesse algum armazenamento provisionado de água para o período de seca. Havia um barreio exclusivo para beber e cozinhar, outro para o gado e um menor para lavar roupas e tomar banho. Quando falo de gado, não imagine meu avô como um Antônio Fagundes, rei do gado. Era apenas uma criação de gado e alguma agricultura de subsistência.

O testemunho que ouvi desse homem foi que durante os períodos de maior seca, muitas pessoas buscavam água nos barreiros do meu avô. Ele contou com admiração que meu avô nunca se importou com o número de pessoas que tiravam água de seu barreiro, nunca proibiu ou impôs limites para a quantidade que cada pessoa poderia retirar de água. Havia apenas duas recomendações: 1) nunca deixe a porteira aberta ao entrar e sair para que o gado não fuja e 2) não pegue mais água do que precisa para não desperdiçar.

Mais admirado ainda esse homem contou que o barreiro do meu avô nunca secou por mais agravada fosse a estiagem. Enquanto os outros não permitiam que se pegasse água emprestada, e seus barreiros secavam; meu avô sempre teve fartura e nunca deixou de ajudar a família desse homem e de quantas outras batessem à sua porta.

Não quero dizer que meu avô foi salvo por obras ou que alcançou algum graça por sua própria justiça ou bondade. Não é isso! Mas acredito que o testemunho do meu avô seja um bom exemplo de que a Graça comum de Deus realmente cobre toda sua criação - “O SENHOR é bondoso com todos e cuida com carinho de todas as suas criaturas.” - Salmo 145:9. Meu avô era abençoado por Graça e compartilhava com seus vizinhos sua benção. Reconhecia, dentro de suas limitações, que a providência divina não era só para ele. Foi abençoado e abençoou vidas. Ajudou e foi ajudado. Foi respeitado e fez muitos amigos. Sem dúvida, o testemunho sobre meu avô serve para demonstrar que o testemunho bíblico continua verdadeiro ainda hoje:
“A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado. Ao que retém o trigo, o povo o amaldiçoa, mas bênção haverá sobre a cabeça do seu vendedor. Quem procura o bem alcança favor, mas ao que corre atrás do mal, este lhe sobrevirá. Quem confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a folhagem. Uma pessoa correta traz bênçãos para a vida dos outros; quem aumenta o número de amigos é sábio.” Provérbios 11:24-28, 30.

Autor: 
André R. Fonseca 

Twitter: @andreRfonseca

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