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Não é novidade nem surpresa para ninguém que vivemos numa sociedade capitalista que supervaloriza as aparências e, mais especificamente no caso do Brasil, incentiva o consumo para estimular o crescimento econômico.
Infelizmente, também não é novidade que muitos crentes estão tão envolvidos com os valores dessa sociedade materialista que a própria Igreja tem se deixado influenciar pelo ritmo do consumismo das sociedades modernas a ponto de, algumas vezes, ser difícil discernir o crente do incrédulo se aquele não estiver com a Bíblia “debaixo do sovaco” e este com uma latinha de cerveja numa das mãos.
Os evangélicos, que deveriam ser exemplos morais, estão tão presentes quanto os incrédulos nas listas do SERASA e SPC. Dever na praça é comum, natural, banal. Quem se importa se Cristo se importa? O negócio é ter o que todo mundo tem, mostrar que pode, que sai, que usa e abusa. O caráter íntegro deixou de ser elemento essencial para o cristão, virou item de “checklist”. Alguns tem, outros não.
Alguns crentes devem e dizem que não conseguem se livrar das dívidas. Estão sempre afogados, religiosamente pedin
É óbvio que não estou falando aqui para viver segundo Müller viveu, nem tampouco para jogar-se para o alto financiamentos ou empréstimos eventualmente necessários para atingir-se um propósito específico. Esta crítica vai para aqueles que fazem dívidas sem possuir capacidade de pagamento, e o fazem sabendo disso. A carapuça serve para os cristãos que abusam da má fé para realizar despesas que não se sabe de onde virá o recurso para honrá-las, e especialmente para aqueles pastores que adoram fazer compromissos com base na fé alheia, sobrecarregando suas congregações com pedidos de ofertas para quitar débitos oriundos de seus desejos carnais.
Se você ganha mil reais, aprenda a viver com seus mil. Não tente ter aquilo que seu irmão que ganha dez mil possui. Viva segundo sua condição financeira, e se não consegue conformar-se vá trabalhar ou estudar para conseguir um emprego melhor, mas não desonre sua igreja nem o evangelho com seu mau testemunho.
Reconheça que o único culpado por suas dívidas é você mesmo. Ninguém obriga ninguém a gastar. Cabe ao cristão ter nem que seja um pouquinho da firme personalidade que Cristo tinha para ter uma postura correta diante das tentações no caminho, não se deixando influenciar pelas propagandas, anseios pessoais ou amizades, usando-os como justificativa para seu atoleiro financeiro.
Só compre o que você tem plena convicção de que poderá pagar. Não gaste o que não tem, pois quando você deixa de honrar com seus compromissos alguém sai prejudicado e você, em vez de ser benção, torna-se uma maldição na vida dos outros.
Quando acordar uma negociação, cumpra-a. Tenha palavra, “seja o seu sim, sim, e seu não, não” (Mt 5:37, Tg 5:12). Como diziam os antigos, seja homem! Seja mulher sábia, que sabe governar sua casa e que ajuda o marido a gerenciar o dinheiro da família, em vez de fazer compras fúteis que só servirão para desestabilizar a paz familiar, pois, como diz uma piada, “se você não crê no diabo, fique sem dinheiro e você verá o cão”.
Não há segredo para se ter uma vida financeira equilibrada. Basta gastar menos do que ganha. Se seu emprego não é estável, evite financiamentos e empréstimos. Evite-os sempre que possível, pois os juros comem seu dinheiro como traças consomem roupas. Olhando de perto você não percebe, mas em alguns meses o estrago é enorme. E, por último, não faça dívidas pela fé pois, por motivos óbvios, Deus não é o responsável pelas suas idiotices e, por esse mesmo motivo, não pagará suas contas.
Se você seguir esses conselhos e evitar agir como um mundano na hora de honrar seus compromissos, tenha certeza de que, além de estar honrando a Deus, terá mais paz e provavelmente melhores noites de sono.
Fonte: Bereianos
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