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Por Rev. Dorisvan Cunha
Em um contexto de absoluta paganização da Igreja, o culto de Deus também foi profanado, e agora o SENHOR nos chama ao arrependimento. Mas, afinal de contas, o que é culto? Como deve ser o culto a Deus?
Temos liberdade para introduzir no culto tudo o que achamos interessante ou Deus já determinou em sua palavra a maneira como Ele quer ser adorado?
Assista e tire suas conclusões:
Transcrição:
Olá, gostaria de falar a vocês a respeito do culto a Deus.
Estamos vivendo momento de total perversão do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. E algo que foi totalmente pervertidas foi o culto solene de Deus.
Muitos evangélicos já se entregaram a uma religiosidade emocionalista/ irracional, e o culto passou a ser ditado pelo gosto do freguês e não pela autoridade da Palavra de Deus.
Elementos estranhos foram introduzidos no culto. E assim como os filhos de Arão, tais adoradores extravagantes levam fogo estranho perante a face do Senhor atraindo assim para si mesmo a ira do Deus Todo Poderoso.
Estes, que deveriam chorar e lamentar por seus pecados, fazem infindáveis campanhas de curas e revelações. Deus é apenas um objeto de uso, manipulado ao bel-prazer dos “adoradores”.
O Deus Altíssimo é tratado como um bom palhaço numa brincadeirinha de circo. E nesse circo tudo é permitido, inclusive o ato animalesco de rolar pelo chão, rir descontroladamente e andar de quatro, imitando animais. Vale também campanhas políticas, distribuição de amuletos da sorte, lenços ungidos, sal grosso, canetas abençoadas, livros da vida, e muitos outros aparatos pagãos repudiados pela Palavra de Deus.
E o pior de tudo é que nessa arena gospel, vale também substituir a fiel pregação por piadas motivacionais. E por não haver uma exposição consistente da palavra de Deus em tais reuniões, a voz do líder ganha valor quase que absoluto entre eles, afinal, ninguém pode se levantar contra o “ungido do senhor”.
E o resultado é que tais igrejas são como a Igreja de Sardes, “têm uma enorme fama de que estão vivas, experimentando um grande avivamento, porém Deus diz que estão todos mortos”. E como disse o Rev. Hernandes Dias Lopes,
“Hoje nós temos uma igreja que tem extensão, mas não tem profundidade. Uma igreja que tem influência política, mas não tem poder espiritual. Uma igreja que tem riqueza material, mas não tem integridade moral. Uma igreja que busca os aplausos dos homens, em vez de levar estes homens ao arrependimento. Uma igreja que prega para agradar e não para levar este homem ao arrependimento e a conversão. Nós precisamos parar e rever isso.”
A fiel pregação do verdadeiro evangelho está ausente dos púlpitos. Os pastores falam apenas em quebras de maldições, prosperidade, realização pessoal, mas nunca na escandalosa mensagem da cruz de Cristo. Até mesmo pastores outrora ortodoxos renderam-se às novidades do mercado gospel e aderiram aos produtos de marketing que tornam o evangelho mais atraente à juventude de nossos dias.
O lucro financeiro substituiu a cruz de Cristo e o resultado, é que o evangelho, passou a ser um produto charmoso para rebeldes consumidores. Esta é a lamentável constatação do atual cenário histórico Brasileiro.
O culto de Deus está pervertido, e O SENHOR nos chama ao arrependimento.
Mas, afinal de contas, o que é culto? Como deve ser o culto a Deus?
Temos liberdade para introduzir no culto tudo o que achamos interessante ou Deus já determinou, em sua palavra, a maneira como Ele quer ser adorado?
Desde o Antigo Testamento existe uma distinção entre a vida cristã como culto e as assembleias solenes do povo de Deus. A nossa vida inteira deve ser um culto ao Senhor. Além disso devemos nos reunir em família para cultuar ao SENHOR. Mas, não podemos esquecer que existe também o chamado culto público solene, ao qual o autor de Hebreus se refere dizendo “não devemos deixar de congregar” (Is 56.7; Hb 10.25).
A palavra de Deus diz que “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas” (At 7:48), E por isso não precisa de um templo, tal como o do Edir Macedo, para que o seu povo se reúna para cultuá-lo.
O templo de Salomão no Antigo Testamento era apenas uma sombra que apontava para o Cordeiro de Deus que seria imolado na Cruz. Mas, quando Cristo veio e foi sacrificado, o templo e sua função pedagógica chegou ao fim. Jesus mesmo profetizou a quebra do templo em Marcos 13, fato este que se concretizou no ano 70 depois de Cristo.
Portanto, qualquer tentativa de reconstrução do templo é atitude de rejeição ao sacrifício do Cordeiro de Deus, é voltar às sombras, é calcar aos pés o Filho de Deus, é profanar o sangue da aliança é ultrajar o Espírito da graça. Para tais pessoas resta apenas certa expectação horrível de juízo e fogo vingador sobre suas cabeças, pois horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.
Deus é Espírito e importa que seus adoradores o adorem em Espírito e em Verdade. Isso significa que com a morte do cordeiro pascal, o culto público pode ser prestado em qualquer local em que o povo de Deus for convocado para reunir, pois o que de fato caracteriza o culto público não é o templo sagrado, mas sim a presença dos elementos ordenados pelo próprio Deus.
Deus quer ser adorado conforme Ele mesmo prescreveu em sua palavra e não segundo as invenções do nosso coração. Sendo assim, não temos liberdade e nem o direito de introduzir no culto de Deus elementos estranhos, tais como as danças religiosas, teatros, coreografias ou qualquer outro elemento que Deus não tenha ordenado em sua Palavra.
Sabemos pela cosmovisão reformada que o ato de dançar não é em si mesmo algo errado, a não ser quando tal ato promove a impureza sexual e compromete o testemunho cristão diante do mundo.
A Bíblia atesta que em diversas ocasiões os membros individuais do povo de Deus dançaram. Esse é o caso de Miriam, Davi e da filha de Jefté, que como expressão popular de alegria pelas vitórias militares dadas por Deus, dançaram perante o SENHOR (Ex 15.20; Jz 11.34; ISm 18.6).
Mas, é bom lembrar que essas danças não faziam parte do culto solene do povo de Deus, quer no Antigo Testamento ou Novo Testamento. Por esta razão as danças litúrgicas, tais como coreografias, ministérios de danças, danças proféticas ou quaisquer outras variações desta natureza, não devem ser incluídas no culto a Deus, independentemente do local onde este culto está sendo oferecido.
Cremos que as danças são uma expressão cultural e que podem ser realizadas nas atividades culturais das igrejas locais, mas, não em ambiente do culto ao SENHOR.
Além disso, é importante dizer que o momento do culto não pode ser um emaranhado de coisas sem sentido e cheio de confusão. Por isso, Deus mesmo revelou os 4 Primeiros mandamentos da Lei para nos mostrar a maneira como devemos cultuá-lo:
1 - O primeiro mandamento diz que devemos cultuar somente a Deus (Ex 20.3);
2 - O segundo diz que devemos cultuá-lo em espírito e verdade e não mediante imagens ou representações humanas (Ex 20.4-6);
3 - O terceiro diz que devemos adorá-lo de todo o coração, sem tomar seu santo nome em vão (Ex 20.7);
4 - E o quarto mandamento diz que devemos separar um dia em particular para que descansemos e cultuemos a Deus (Ex 20.8-11), no caso dos cristãos “O Dia do Senhor”.
Biblicamente falando, os elementos que devem estar presentes no culto são estes: Orações, leitura da Palavra de Deus, pregação da Palavra de Deus, salmos, hinos, cânticos espirituais, celebração da Ceia, ministração do batismo, ofertas, juramentos religiosos, votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais.
Esses são os elementos do culto ordenado por Deus, e qualquer inovação a esses elementos é fogo estranho perante o Senhor e deve ser rejeitado como falso.
Sim, é verdade que a igreja do SENHOR é também uma comunidade que se organiza socialmente e que tem suas muitas atividades de caráter social como parte de sua organização. No entanto, tais atividades não podem ser introduzidas no culto do Senhor, sob o risco de profanação.
Não podemos confundir culto com cultura geral: Cultura são os costumes e hábitos de um povo. Culto é ato de adorar a Deus conforme Ele mesmo estabeleceu em sua palavra (Dt 12.32; Mt 4.9-10; Jo 4.23-24).
Sendo assim, a cultura de um povo não deve ser tomada como critério e referencial do culto que Deus revelou e que lhe é agradável. Deus não tem prazer em um culto solene onde constam invenções humanas e aparatos pagãos, por mais atraentes e bem intencionadas que possam parecer (Mt 15.9).
Portanto, ao prestarmos culto a Deus devemos ter cuidado e estar certos de que aquilo que estamos fazendo está de fato ordenado pelo próprio Deus em sua palavra, caso contrário, estaremos oferecendo fogo estranho perante a face do SENHOR e consequentemente atrairemos para nós mesmo Sua justa condenação.
Ouçamos com seriedade a recomendação do autor de Hebreus que diz: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hb 12.28-29).
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Nota: O conteúdo deste vídeo está baseado na chamada "Carta Pastoral da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre Liturgia". Veja aqui!
Divulgação: Bereianos
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