Isvonaldo sou Protestante

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quinta-feira, 26 de junho de 2014

 

Por Alberto Mansueti


Meu amigo cristão, a sua igreja faz orações “pela nação”, supostamente “para que Deus ilumine as nossas autoridades”? Deus não responde tais orações.

E isso não é opinião minha; é um fato. Faz muito tempo, décadas que oram assim nas igrejas cristãs da América Latina. E as coisas não melhoram. Não há prosperidade nem desenvolvimento; e a cada governo, a situação do povo costuma ser igual ou pior que a do governo anterior.

Essa falta de resposta de Deus carece de explicação. Sobretudo porque nós cristãos estamos dando um mau testemunho. Aquele que não é cristão tem todo o direito de perguntar: “Que aconteceu com esse seu Deus? Por que não responde? É surdo? Acaso está dormindo?”.

A explicação existe, e está na Bíblia: o problema é o sistema. A Escritura Sagrada, nos extensos e detalhados capítulos de seus cinco primeiros livros (Pentateuco ou a Lei) prescreve às nações um sistema legal e político muito específico, o governo de juízes, que hoje se pode chamar de “sistema de governo limitado”. Limitado em funções: exército e polícia, justiça, e algumas poucas obras públicas de infraestrutura. Portanto, limitado também em poderes e em dinheiro.

Como consequência lógica, a Bíblia proscreve o sistema contrário, a “monarquia” ou governo de reis, em sua modalidade ilimitada, que hoje se pode chamar de “estatismo”. Veja por exemplo o capítulo 8 do livro de 1 Samuel. Numerosas outras passagens no Antigo e Novo Testamentos confirmam o conselho de Deus às nações em questões políticas e legais: sistema de governo limitado — que é o contrário do estatismo, o governo “ilimitado”, que acumula uma infinidade de funções, poderes e dinheiro.

Porém, estatismo é o modelo de governo que temos na América Latina e, uns mais outros menos, em todos os países do mundo, adotado democrática e constitucionalmente. Desprezamos ao outro sistema. E a Bíblia diz muito clara e enfaticamente que se o povo escolhe o mau caminho, grandes calamidades sobrevirão, as quais Deuteronômio 28.15-68 descreve com detalhes; bem como o próprio capítulo 8 de 1 Samuel, que se encerra com esta sentença terrível: “Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia” (v. 18). Viu? “Não ouvirá”. E Deus não dá ouvidos mesmo.

2 Crônicas 7 diz que o povo pode, sim, orar pela nação, porém somente se estiver arrependido e “se voltar de seus maus caminhos”; o que nunca acontece na América Latina! Pelo contrário: vemos cada vez mais estatismo! E o cúmulo do estatismo, que é o socialismo.

Longe de provar que não há Deus, ou que Deus é surdo, o fato dele não responder prova: (1) que como soberano de sua Criação, Deus é quem dita a lei; (2) e a aplica, sem desonrar a sua Palavra-Lei; (3) e não se deixa trapacear: sua vontade se cumpre. Se um país escolhe o sistema estatista, contra a recomendação explícita de Deus às nações, acaso não há de receber as consequências claramente estabelecidas pelo rei soberano?

Para encontrar resposta favorável do Altíssimo, nossa oração deve ser acompanhada de arrependimento, por ter andado em caminhos tortuosos, e de uma súplica pela restauração ou ajuste de nossa nação.

A situação ruim da nação “impenitente”, que não se arrepende nem “endireita seus caminhos”, apesar de naufragar cada dia mais no subdesenvolvimento, corrupção e aviltamento moral, é um bom testemunho do caráter de Deus, da natureza objetiva de sua Palavra, e do valor normativo dela. Pense nisso. Leia na sua Bíblia as passagens mencionadas. Reflita.

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Sobre o autor: Alberto Mansueti é advogado e cientista político.
Fonte: El Día
Tradução: Márcio Santana Sobrinho

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