Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

quarta-feira, 10 de julho de 2013




Olá,

Um erro comum de interpretação das parábolas de Jesus é tirar o foco da pessoa principal da parábola. Algumas vezes essa pessoa parece estar “oculta”, outras a identificamos com maior facilidade. Seja como for, as parábolas de Jesus sempre apontam para Deus. Sempre mostram alguma maneira do Pai agir ou como ele considera diversos assuntos.

No livro de Lucas, capítulo 15, temos uma das mais famosas parábolas do Reino (clique aqui para ler na bíblia online.), a do Filho Pródigo.
Esta parábola está localizada próximo a uma grande série de parábolas e discursos de Jesus acerca de como Deus lidava com os pecadores que se arrependiam ou eram por Ele encontrados.

É muito interessante percebermos que a história do filho mais novo é muito semelhante ao pecado original cometido no Éden. Assim como no primeiro jardim, o filho clamava por independência, por emancipação. O filho acreditava que poderia viver à parte de seu Pai. Acreditava que era digno de sua parte nos bens de seu pai, e então partiu para viver a vida à sua maneira. No entanto, tanto o filho da parábola, quanto o primeiro casal humano, aprenderam a duras penas que este não era o melhor caminho.

Esta história, contudo, também é a minha e a sua! Nascemos debaixo da mesma perspectiva do filho mais novo da história. Achamos que a vida é nossa e temos todo o direito de lidarmos com ela como bem entendermos. E assim que nossa capacidade mental nos permite, fazemos o mesmo: Nos emancipamos de Deus (ou pelo menos assim pensamos) e vamos cuidar da “nossa” vida.

E como Deus reage a tudo isso? Como Ele reagiu no Éden? Como Ele reagiu com o filho, na história? Como ele reage conosco?

Ele permite. Ele simplesmente permite. E veja que isso não fere a Sua soberania, pois foi Ele quem escolheu permitir. Aliás, vejo nessa permissão para partir, o casamento perfeito entre a soberania e o amor de Deus. Pois o Deus da bíblia se revela como sendo Amor, mas ainda sim se apresenta também como Senhor da história.

O amor que Deus espera de suas criaturas precisa ser livre. Não pode haver coerção. Imagine um homem que, com uma arma na mão, tenta obrigar uma mulher a amá-lo. A mulher, pelo medo de morrer, certamente dirá que o ama, mas saberá no fundo de seu coração que só fez isso por sua própria sobrevivência.

Não enxergo um Deus que coage suas criaturas para o amarem. Também não enxergo, através dessa parábola, um Deus que cria seres autômatos que simplesmente cumprem um roteiro pré-estabelecido. De fato, vejo um Pai que deixa partir, pois se não for de livre vontade, de nada vale. Vejo um Pai que, embora tenha deixado seu filho ir, não desistiu de revê-lo. Vejo um Deus que não desistiu de suas criaturas, que tanto ama.

Vemos, nessa história, também o regresso do filho. Vemos que o caminho de retorno é precedido por uma percepção da realidade. O filho que outrora altivo exigia sua parte da herança para viver como quisesse, percebe que está em terrível situação. Ele enxergou o lamaçal existencial em que se encontrava. Sua dignidade já não existia. Ele deseja comer com os porcos.
Esse é um princípio simples até. Só podemos regressar ao caminho correto, quando percebemos que estamos no caminho errado. As esposas sabem muito bem do que estou falando. Principalmente quando o seu marido insiste em continuar dirigindo, ao invés de perguntar o caminho correto a alguém. E na grande maioria das vezes o marido faz isso para não dar o braço a torcer. Para não assumir que errou.
C. S. Lewis em seu livro “Cristianismo Puro e Simples” diz que aquele que progride mais rapidamente é aquele que mais cedo percebe o caminho errado em que está e dá meia-volta.

Assim foi com aquele jovem. Ele percebeu o caminho terrível em que se metera e ARREPENDEU-SE. E seu arrependimento foi tão genuíno que ele decidiu voltar para seu Pai, só que desta vez como um simples empregado.

Mas aí está a beleza de um Deus que é amor. O Pai não deixa nem o filho terminar seu discurso. O importante é que ele voltou. O que importa é que ele voltou dos mortos. Ele finalmente voltou!
O Pai nem sequer espera o filho em casa, mas sai correndo ao seu encontro pelo caminho.

Esse é o Deus da bíblia, o Emanuel (Deus conosco). O Deus que encarnou em Jesus e veio até nós, encontrar conosco pelo caminho.

Deus está de braços abertos para receber seus filhos que entendem o lamaçal em que se encontram e decidem dar meia-volta, e irem de encontro ao seu criador.

E aos que desse modo procedem, recebem, assim como o filho, o anel da reconciliação, cravejado das pedras preciosíssimas que vemos em Romanos 5.1-5

"Tendo sido, pois, justificados pela , temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado."



Que bom que existe um Deus que está esperando pelo pecador de braços abertos, pronto para dar uma festa!

Deus te abençoe!

Nenhum comentário: