Isvonaldo sou Protestante

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quarta-feira, 1 de agosto de 2012



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Por Josemar Bessa

Jesus, pelos padrões atuais, foi um líder terrível, não entendendo os paradigmas da verdadeira liderança.

Pelos padrões atuais Jesus era um líder incompetente que de maneira óbvia não estava em sintonia com as necessidades da “experiência de adoração” de sua cultura.

Quando lemos sua biografia no Novo Testamento, não vemos Jesus discutindo as mais recentes filosofias de liderança, estratégias de qualidade da igreja, as práticas de marketing e as últimas ideias de concepção de ambiente holístico tanto áudio como visualmente para criar o clima perfeita para as pessoas terem uma experiência de adoração e pregação envolvente. Todas coisas comuns na ideia e na concepção de liderança de nossos dias.

Ao contrário disso tudo, ao lermos o Novo Testamento, vemos e descobrimos que Jesus ensinou em lugares inadequados e estava longe de ser sensível aos “buscadores”. Se você ousar comparar as práticas de liderança de Rick Warren... e tantos outros que de várias formas diferentes “encontram” maneiras e métodos de comunicarem com mais relevância, e encontraram material mais relevante aos ouvintes... Jesus parece tosco e você teria que concluir que Jesus foi um completo fracasso como líder, e que nunca esteve antenado em suas reuniões com as necessidades sentidas no seu, como dizem os experts, mercado-alvo.

Um exemplo da mais profunda ignorância de Jesus sobre tudo isso podemos encontrar em Marcos capítulo 8. Logo nos versos iniciais aprendemos que Jesus realizou, não temos um termo melhor para explicar, três dias de “conferência ao ar livre” – onde Ele mesmo foi o orador de destaque:

“Naqueles dias, havendo uma grande multidão, e não tendo que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse-lhes: Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo, e não têm que comer. E, se os deixar ir em jejum, para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe”Marcos 8:1-3

Será que lemos corretamente? Aqueles que participaram da “conferência” de três dias – ficaram ao ar livre, expostos ao sol, vento, chuva... e pior, não havia comida fornecida até o final do evento?

Vocês conseguem imaginar  os comentários que Jesus e seus discípulos receberam nos formulários de pesquisa sobre a satisfação dos “clientes” após o evento? O lugar escolhido não foi nada sensível ao público alvo. Imagino alguém dizendo, o calor, o ambiente, os 5.0000 homens aglomerados... arruinaram completamente minha “experiência de adoração”.

E o ensino, será que ouviram bem, assimilaram....? “Ah! Não! Diriam, o som se perdia na multidão e ambiente aberto, e eu estava com o estômago vazio por três dias de palestras... inviabilizaram  tudo. Por que Jesus não ensinava no máximo em 40 ou 50 minutos? Por que se estender tanto? E como ele espera que lembremos o que ele ensinou, não havia material adequado, meios para fazermos nossas anotações... Afinal de contas Jesus devia saber que o Ipad, laptops, Twitter, Facebook... sequer foram inventados ainda, como iríamos registrar tudo? Então porque ele não foi breve e fez breves palestras??? Ficou impossível anotar seus pontos relevantes, frases impactantes... Como podes aplicar os pontos mais relevantes as nossas vidas? Como experimentar, depois dessa falta de sensibilidade ao público, alguma mudança em nossas vidas? Isso é uma péssima maneira de motivar as pessoas a mudarem...”

Imagine quando o formulário chegasse ao item comida! Diriam: “Nós estávamos morrendo de fome e assando no sol por três dias antes que a primeira e única refeição fosse servida. Ele sabia que estávamos completamente famintos mas continuou com suas palestras sem fim, e só decidiu nos atirar o “milagre”, que só tinha pão e peixe, já no fim do evento. Por que ele esperou até o fim da conferência para fazer isso?
Por que Ele não fez o milagre nos três dias da conferência e pelo menos com duas refeições ao dia? Por que tínhamos que ouvir suas palestras enooooooormes com o estômago vazio?”

Agora, pense nas impressões gerais da conferência de três dias. Além do fato de estar quente no deserto da Judéia, suportar o cheiro dos 5.000 camponeses ( não sei como era o sistema sanitário ) e com essa multidão sem ter um sistema de som adequado, sendo ensinado por 3 dias sem data show, sem material para as anotações, sem comida, num ambiente não confortável... era impossível ter uma experiência de “adoração relevante” e “aprendizado relevante”! – Eu acho que a conferência foi um tremendo tiro no pé e não um grande sucesso. Alguém diria, “eu prefiro ir qualquer coisa a assistir outra conferência de ensino planejada por Jesus”.

Pelo que o Gurus da “Liderança relevante” de nossos dias falam, você acha que no Novo Testamento está repleto de “sabedoria” para a “liderança eficaz e relevante” que pode ser aplicado por líderes visionários e inovadores. Mas quando lemos o Novo Testamento vemos que a liderança que Jesus exemplificou para nós, nem sequer remotamente é parecida com a “nova liderança” que os gurus de hoje vendem com estardalhaço.
A razão para isso o modelo de liderança de Jesus NUNCA teve nada a ver como o foco na satisfação do cliente, ou a preocupação, como algo essencial, com as experiências positivas do cliente.

Nos três dias da “conferencia” com Jesus, uma coisa fica evidente, uma coisa se sobressai, uma coisa é essencial. A chave para entendermos essa coisa “essencial” podemos encontrar em Mateus 4.4: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” - Mateus 4:4

Ao perdermos o essencial, todo o resto não passa de banalidades fúteis. O que descreve perfeitamente a nossa geração e o que ela acha importante de fato.

Fonte: Josemar Bessa

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