Isvonaldo sou Protestante

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quarta-feira, 25 de julho de 2012


O “DIREITO” DO CRISTÃO À CONSCIÊNCIA POLÍTICA

Por Antonio Carlos Junior
As eleições municipais de 2012 se aproximam e, com elas, afloram em boa parte da população alguma forma de participação política, mesmo que seja apenas para dizer “todos são corruptos” e “não tem mais jeito”.
Nesse sentido, devemos ter cuidado com as promessas de campanha, já que muitos prometem o que não podem realizar, até mesmo por não serem os competentes pela Constituição. É preciso, também, cuidado com a compra de votos: sacos de cimento, leito em hospital ou qualquer outra coisa pessoal. O verdadeiro político não cuida dos interesses particulares, mas de toda a população (res publicae). Ao invés de lhe dar cimento ou conseguir leito para seu parente que enfermou, será que o candidato tem propostas para a melhoria dos programas de moradia e saúde para todos?!
Especificamente quanto aos evangélicos, engana-se aquele que ainda acredita no “voto de cabresto” dentro das igrejas, ou pelo menos da maioria delas. Imaginemos: se juntarmos as cinco principais igrejas/denominações das cidades de médio porte, que, sozinhas, possuem “voto” suficiente para eleger um candidato cada, teríamos pelo menos cinco evangélicos em todas as Câmaras Municipais, o que não acontece. Os membros, hoje, olham para o pastor como uma “autoridade espiritual”, e não como aquele capaz de determinar todas as atitudes do fiel.
E, para uma consciência política efetiva, aconselho a todos os cristãos que leiam o Decálogo do Voto Ético da AEVB (Associação Evangélica Brasileira), produzido durante as eleições presidenciais de 1998. Sobre essa consciência, Paul Freston já disse: “os evangélicos devem se envolver politicamente, não em nome de suas igrejas ou instituições, mas em grupos de pessoas que pensam politicamente de uma mesma forma, inspiradas pela sua compreensão da fé cristã. Trata-se de um projeto que inclui a abertura para o diálogo e para censuras proféticas”, que denunciem o Estado naquilo que contraria os princípios divinos.
Assim, o cristão na política não pode se restringir a ser um mero “despachante” das igrejas. Se comportando como cristão verdadeiro, acabará por fazer transparecer seus valores éticos e morais, na imensa maioria das vezes resultantes de sua fé. Mesmo porque, ainda que o Evangelho se funde, essencialmente, em uma dimensão espiritual, é certo que as “boas obras” (e aqui incluo a implantação de “boas propostas políticas”) são um reflexo da salvação que temos, exclusivamente, por meio de Jesus Cristo.
O político cristão, por isso, deve expor sua “plataforma” sem “apelar” para o “sou seu irmão”, mas, efetivamente, demonstrando suas intenções e projetos de forma clara e transparente. Mas o problema é que, infelizmente, a maioria dos candidatos, cristãos ou não, sequer possuem propostas para a melhoria da cidade e da vida dos cidadãos!
Valorize sua liberdade de voto e não o negocie… sob pena de ficar mais quatro anos lamentando a situação de sua cidade.
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Antonio Carlos da Rosa Silva Junior. Bacharel em Direito, Especialista em Ciências Penais e em Direito e Relações Familiares, Mestrando em Ciência da Religião, Presidente do Projeto Desperta e Membro do Juristas de Cristo. Contato: acarlos_juridico@yahoo.com.br. Fonte: Ultimato.

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