Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Eleição - Defesa e Evidências (sermão de C.H.Spurgeon, 1º semana Calvinista)



nº 2920 
Sermão pregado em 1862
Por Charles Haddon Spurgeon
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres
E Publicado em 26 de janeiro de 1905


“reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção [...] Com efeito, vos tornastes imitadores nosso e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo.”

1 Tessalonicenses 1:4-6

Já no anunciar do texto, alguns estarão prontos a dizer: “por que pregar sobre uma Doutrina tão profunda como a Eleição?” Eu respondo, porque ela está na Palavra de Deus, e o que quer que esteja na Palavra de Deus, deve ser pregado! “Mas algumas verdades de Deus devem ser mantidas desconhecidas do povo,” você dirá, “para que eles não façam um mau uso delas.” Isto é doutrina papista! Foi com esta teoria que os padres mantiveram a Bíblia fora do alcance do povo – não a deixaram com o povo para que ele não fizesse mau uso dela. “Mas algumas doutrinas não são perigosas?” Não se elas são verdadeiras e corretamente ministradas. A verdade de Deus nunca é perigosa – isto é um erro e uma reticência que estão repletos de perigo! “Mas os homens não abusam das Doutrinas da Graça?” Eu concordo que eles abusam! Mas se nós formos destruir tudo que os homens usam incorretamente, nós não teríamos nada!  Não deveria existir cordas porque alguns tolos se enforcariam com elas? E deveria o cuteleiro[1] ser descartado e denunciado porque há alguns que usaram armas perigosas para destruição de seus inimigos?  Decididamente não! Além disso, lembrem-se de que os homens lêem as Escrituras e meditam sobre estas Doutrinas e, portanto, frequentemente cometem erros sobre elas. Quem, então, deverá explicá-las, se nós que pregamos a Palavra, segurarmos nossas línguas sobre este tema?

Eu sei que alguns homens que abraçaram a Doutrina da Eleição se tornaram antinomianos[2]. Estes homens provavelmente teriam encontrado outras desculpas para suas más obras se não tivessem se abrigado à sombra desta Doutrina. O sol irá amadurecer as ervas daninhas tanto como à planta frutífera, mas isto não é culpa do sol, mas da natureza da erva em si! Nós cremos, contudo, que mais pessoas se tornam antinomianas através daqueles que negam esta doutrina do que através daqueles que a pregam. Uma evidência disto está na Escócia. Você dificilmente encontrará lá uma congregação de hiper-calvinistas – pela simples razão de que a Igreja da Escócia sustenta toda esta doutrina sobre esta matéria, e seus ministros, por regra, não tem vergonha de pregá-la destemidamente e com ousadia – e em conexão com o resto da fé.

Pegue qualquer doutrina e pregue sobre ela exclusivamente, e você a distorcerá. O mais belo rosto do mundo, com as feições mais graciosas, logo se tornaria desfigurado, se a uma das feições fosse permitido se expandir enquanto as demais fossem mantidas em sua forma usual. Proporção, como a entendo, é beleza – e pregar toda a Verdade de Deus em sua proporção justa, sem reter, e tampouco dar indevida proeminência a qualquer parte, é pregar toda a Verdade como Cristo a teria pregado! Em um Evangelho assim, completo e harmonioso, nós podemos esperar ter a benção do Altíssimo. E isso desde o prefácio do sermão, e não apenas fazendo referências ocasionais. Não é meu costume fazer nenhuma apologia ao falar a Verdade de Deus!

I. O QUE É A DOUTRINA DA ELEIÇÃO? Vamos tentar entende-la conforme diz o texto – “Reconhecendo, irmãos amados de Deus, a vossa eleição.”

A Eleição existe. Qualquer homem que negue que o homem é um agente livre pode muito bem ser considerado irrazoável, mas o livre arbítrio é diferente de livre agência. Lutero denunciou o livre arbítrio quando disse que, “livre arbítrio é o nome para nada.” E Jonathan Edwards demoliu a idéia em seu tratado magistral sobre o tema. Deus é o Agente universal e age como quer – e Sua vontade é supremamente boa. Ele é o superlativo Agente e o homem, agindo conforme os desígnios do seu próprio coração, é assim mesmo governado por aquele soberano e sua sábia lei que leva a ira do homem – aquela situação em que a criatura não pode governar a si mesma – a louvá-Lo enquanto Ele restringe o restante. Como essas duas coisas são verdadeiras eu não posso dizer. Não é necessário para o nosso bem, mesmo nesta vida ou na próxima, que nós tenhamos habilidades para resolver tais problemas. Eu não tenho certeza se no Paraíso estaremos aptos a saber onde a livre agência e a Soberania de Deus se encontram, mas ambas são grandes Verdades. Deus predestinou todas as coisas, mas o homem é responsável, pois ele age livremente e nenhuma restrição é colocada sobre ele quando peca, e arbitrária e perversamente desobedece a vontade de Deus! “Mas tantos quantos são salvos”, você dirá, “são salvos porque crêem”. Certamente é assim! É a mais pura verdade – Deus me livre que eu negue isto – mas, por que eles crêem? Eles crêem como resultado da obra da Graça de Deus em seus corações. Visto que todo homem salvo confessa isso, e cada crente verdadeiro no mundo reconhece que algo especial tenha sido feito por ele mais do que pelo impenitente, está provado assim que Deus faz a diferença. Ninguém jamais ouviu disto ser colocado como acusação contra o Senhor por ter feito tamanha diferença, então eu não vejo porque Ele deve ser acusado de intentar fazer a diferença – que é a Doutrina da Eleição! Eu sou salvo, mas eu sei que isto não é por causa de nenhuma bondade em mim. E se você é salvo, você irá confessar livremente que é o distintivo amor de Deus que o tornou diferente. A Doutrina da Eleição é simplesmente a intenção de Deus de fazer a diferença entre pessoas que vocês sabem existir[3]. Enquanto Deus concede misericórdia a todos, Ele dá mais misericórdia para alguns para que aquela misericórdia já recebida seja eficaz para a eterna salvação deles.

Esta Eleição de Deus é Soberana. Ele escolhe como quer. Quem lhe pedirá explicações? “Não posso fazer o que Eu quero com o que é meu?” é sua resposta a cada tagarela, “não, mas ó homem, quem és tu que a Deus replicas?” é o pronunciamento solene que silencia qualquer um que queira impugnar a Justiça do Altíssimo. Sendo que todos nós somos criminosos, ele tem o direito de punir quem Ele quiser. Como Rei do Universo, sem dúvidas Ele age com discrição, mas ainda de acordo com Sua Soberania. Sabiamente, não caprichosamente, Ele reina, mas sempre de acordo com o conselho de Sua própria vontade. A Eleição, portanto, é Soberana.

Novamente, a Eleição é livre. Qualquer que sejam as razões de Deus para escolher um homem, certamente não é por causa de nenhuma coisa boa neste homem! Ele é escolhido porque Deus assim o quis! Nós não podemos ir mais adiante. Nós vamos tão longe quanto as palavras de Cristo, “Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado,” e aí paramos – para além disso, nem a filosofia nem as Escrituras nos conduzem.
Como Soberana e livre, a Eleição é irreversível. Tendo escolhido Seu povo, Ele não os lançará fora, tampouco chamará de volta a palavra que sair de Seus lábios, pois está escrito, “Ele odeia o repúdio”. Ele tem um só desígnio, e quem pode fazê-Lo voltar atrás?

Uma vez mais, a Eleição é eficaz. Pois, “aqueles que Ele predestinou, também chamou: aos que chamou, também justificou: aos que justificou, também glorificou.”

E essa Eleição é pessoal, pois Ele chama seus filhos, um a um, por seus nomes. Ele os chama, assim como faz chamada das estrelas, e assim Ele os leva a Casa do Pai nos Céus.

Temos assim, uma declaração sobre o que é esta Doutrina. E aqui nós a deixamos. Nosso objetivo presente não é expor a Doutrina, mas atacar alguns erros que brotam dela que são muito comuns. Eu sei, queridos amigos, existem alguns tão temerosos desta Doutrina que a menção dela produz alerta. Se eles encontrassem um leão em seu caminho, não ficariam tão atemorizados quanto ficam quando vêem esta Doutrina nas Escrituras ou a ouvem do púlpito!

II. Portanto, em segundo lugar, nós observaremos quais são AS DEFESAS DESSA DOUTRINA, e tentar, se pudermos, caso vocês estejam enfrentando qualquer aflição de espírito sobre isto, remover suas dificuldades.
Vocês se recordam, então, que este não é um ponto sobre o qual vocês podem entender no início da sua vida espiritual e religiosa? Eu suponho que vocês não ensinariam seus filhos a fazer suas orações de trás para frente e começar com “Amém”. E você está começando pelo fim, quando você quer, primeiramente, reconhecer a sua eleição, ao invés de começar com arrependimento perante Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo! Eleição é uma lição para estudantes avançados. A fé e a esperança devem ser aprendidas em primeiro lugar na classe infantil, para a qual todos nós devemos ir se quisermos ser sábios para a salvação.

Agora, se uma criança tiver um livro de aritmética em suas mãos, e se confundir e por fim dizer: “Eu nunca terei uma educação, pois não consigo entender isto.” E então ela pegar alguns clássicos antigos e dizer, “eu também não consigo entender isto”, você diria, “Querida criança, você ainda não tem que lidar com isto! Aqui está um livro mais simples pra você – um do primário. Aqui você tem o A, B, C – aprenda isto primeiro, e então, passo a passo, você alcançará o resto.” Também é assim conosco. Confiança simples em Cristo é a primeira coisa que você deve entender. Após isto você conhecerá as altas, sublimes e gloriosas Doutrinas dos Decretos de Deus – mas não comece com isto! Você irá se confundir e se arruinar – você se perderá em uma névoa e não alcançará nada de bom assim.

Novamente, é muito certo que, o que quer que esta doutrina possa ser – e nós não iremos discutir isto agora – esta Doutrina não pode ser inconsistente com certas promessas claras na Palavra de Deus. Promessas como estas – “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.” “Quem quiser beba de graça da água da vida.” “Pode também salvar perfeitamente os que por Ele se achegam a Deus.” Por que, eu poderia citar por horas algumas destas promessas que são tão abrangentes quanto os pólos terrestres – convites não devem ser reduzidos, exortações que são endereçadas a cada homem e mulher debaixo do Céu – no qual cada um deles é instado a ouvir e viver. 

Oh, todos que tem sede, venha para as águas.” Vocês sabem a que classe de promessas estou aludindo. Agora esta é a Palavra de Deus para você – aproprie-se dela – venha para Jesus Cristo com elas em suas mãos e fique assegurado que a Doutrina da Eleição, ao invés de empurrá-lo para trás, agirá como os serviçais perante a mesa de seu pai para fazer música enquanto todo o seu ser dançará ao som glorioso! Será como um prato na mesa do banquete do retorno do filho pródigo, o qual você deve comer para ser farto! Isto não deve causar-lhe repulsa ou demonstrar qualquer coisa que lhe impeça de ter esperança em Cristo.

Uma vez mais, é certo que, seja ela o que for, esta Doutrina não o livrará do seu dever. Agora, o que é o seu dever? “Esta é a obra de Deus, que creiais Naquele que Ele enviou”, tão certo que este é o seu único dever que “aquele que não crê já está condenado, porquanto não crê”. Essa, mais do que qualquer outra coisa é a razão da condenação dos homens! A Escritura diz que este é o grande e único pecado. Sobre o Espírito da Verdade nós lemos que, “Quando Ele vier convencerá o mundo do pecado – do pecado porque não crêem em mim.” Muito bem, então – da forma que Deus coloca, Ele manda hoje que você confie em Cristo e creia Nele – isto é o que você tem que observar – e você pode estar perfeitamente certo que descansar sobre a Doutrina da Eleição para se exonerar do que Deus ordena que você execute, não é nada além do que um pretexto lamentável! Você é ordenado a crer, e o que Deus ordena, nenhuma Doutrina pode dizer que você não é capaz de fazer! Que Deus possa lhe ajudar a crer, pois esta Doutrina não veio para lhe dar desculpas. O Evangelho lhe ordena e a Eleição, através do Espírito Santo, lhe capacita. É seu dever crer, mas nenhum homem jamais foi salvo por uma questão de dever, pois o que salva é o dom de Deus. Porem, seu negócio agora é com Cristo, somente, e não com os Decretos do Pai, os quais estão sob a guarda de Cristo, e dentro em breve lhes serão revelados. Você deve ir a Cristo, primeiro, e a Seu Pai, em seguida, pois Ele diz, “Ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Você deve ir à Cruz para chegar ao Decreto – você deve passar pela Redenção pra chegar à Eleição – não há outro caminho.

III. Em terceiro lugar, vejamos QUAIS SÃO AS EVIDÊNCIAS DA ELEIÇÃO. Nosso texto diz, muito claramente, que o apóstolo reconhecia a eleição dos tessalonicenses. Como ele tinha certeza? O modo pelo qual o apóstolo sabia, também deve ser a maneira pela qual você e eu também reconhecemos a nossa eleição de Deus.

Temos tomado conhecimento em nossos dias, mais de uma vez, de alguns homens que supõem saber sua eleição pela sua insolência. Eles têm em suas cabeças a presunção de que foram eleitos, e embora vivam em pecado, fazendo o que gostam, imaginam que foram eleitos de Deus. Isto é o que eu chamo de presumir a eleição por pura insolência.

Nós sabemos de outros, infelizmente, que imaginavam-se eleitos por causa das visões que tiveram quando estavam dormindo, ou quando acordados – pois os homens tem visões acordados – e eles entenderam isto como evidências de sua eleição. Estas coisas são de tanto valor como uma teia de aranha para uma peça de vestuário! Elas serão de tanta serventia para você no Dia do Julgamento quanto as convicções de um ladrão seriam para tal espúrio se ele estivesse precisando de alguém que o recomendasse à misericórdia. Você pode sonhar tempo bastante antes de se imaginar no Paraíso – e você pode ter tantas noções estúpidas em sua cabeça quanto há livros de romance em suas bibliotecas enormes – mas porque elas estão na sua cabeça, não estão, portanto, no Livro de Deus. Nós precisamos de uma palavra de testemunho mais certa que isto, e se nós não a temos, Deus proíba que nós sejamos complacentes em nosso coração vão, com o saboroso pensamento que somos eleitos de Deus!

Eu ouvi falar de alguém que disse em uma taverna que ele poderia dizer, mais do que qualquer um dos demais, que era um dos filhos de Deus. Enquanto isto ele, rumo a uma intoxicação, bebia mais do que o restante. Certamente ele poderia ter dito, com ênfase, que era um dos filhos do diabo – e aí estaria correto. Quando homens e mulheres imorais, que vivem constantemente em pecado, tagarelam sobre ser filhos de Deus, nós os discernimos de uma vez. Assim como conhecemos uma árvore quando vemos os seus frutos pendurados nela, nós entendemos de que espírito estas pessoas são, quando vemos seus caminhos e conversas. Oh, isto é detestável – repugnante acima de todas as repugnâncias – ouvir homens cujas características são infames no íntimo e cujas vidas são destituídas de qualquer virtude cristã, vangloriando-se como se tivessem as chaves do Céu e pudessem admitir quem eles quisessem e rejeitar ao seu bel prazer! Bendito seja Deus, que nós não estamos debaixo de sua dominação, pois um conjunto mais terrível de tiranos do que eles o mundo jamais conheceu! E eu tenho certeza que a vilania em si não poderia conceber o reino mais temível de vício que eles inaugurariam, se tivessem chance. “Não vos enganeis, de Deus não se zomba.” “Sem santidade, homem nenhum verá o Senhor.” Se a Graça Divina não nos torna santos, ensinando-nos a renunciar a impiedade e as paixões mundanas, não vale a pena ter tal coisa! Irmãos e irmãs, se nós somos eleitos de Deus, nós devemos ter algumas evidências substanciais para atestar isto!

De acordo com o nosso texto, quais são estas evidências? Elas parecem ser quatro. A primeira evidência parece ser a Palavra de Deus vindo com poder. Se você voltar para o versículo, verá como o Apóstolo diz: “Nosso Evangelho não chegou até vós somente em palavras, mas também em poder e no Espírito Santo.” O Evangelho é pregado para todos os ouvidos – mas somente vem com poder para alguns. O poder do Evangelho não está na eloquência do pregador, caso contrário os homens seriam os conversores das almas. Tampouco reside na instrução do pregador, pois de outra maneira, consistiria na sabedoria dos homens. O poder que converte almas também não está na adaptação do pregador ao seu trabalho, ou em sua simplicidade – isto é uma causa secundária, não a principal. Ainda, o poder que converte almas nem mesmo reside no entusiasmo que o pregador possa empregar. Os homens podem chorar pela musa trágica em um teatro, bem como para frases proféticas em uma capela! As paixões das criaturas podem ficar impressionadas com atuações em um palco, assim como pela fala de servos de Deus! Não, há algo mais do que isto que é necessário, e onde quer que isto esteja em falta, toda pregação é nada! Nós podemos pregar até que nossas línguas apodreçam, até que os nossos pulmões se exaustem e morramos, mas nunca uma alma seria convertida sem o misterioso poder do Espírito Santo agindo nela, mudando a vontade do homem!

Oh senhores! Nós também podemos pregar para a humanidade como para paredes de pedra que seria o mesmo, a menos que o Espírito Santo juntamente com a Palavra provesse poder para a conversão da alma! Somos lembrados do Sr. Rowland Hill[4], que uma vez encontrou um homem à noite na rua, não totalmente bêbado, mas quase. O homem disse, “Sr. Hill, eu sou um dos seus convertidos.” “Sim”, ele disse, “ouso dizer que você é um dos meus – mas se você fosse um dos de Deus, não estaria no estado no qual está agora.” Nossos convertidos valem nada. Se eles foram convertidos pelo homem, podem ser desconvertidos pelo homem! Se algum encanto ou poder de um pregador pode trazê-los à Cristo, algum encanto ou poder de outro pregador pode tirá-los de Cristo. Verdadeira conversão é obra do Espírito Santo e somente do Espírito Santo!

Então, meus ouvintes, alguma vez vocês ao ouvirem a Palavra, sentiram um Divino Poder dela? Não importa onde você estava, se na Abadia de Westminster, na Catedral de São Paulo, neste Tabernáculo, ou em algum culto especial em um dos auditórios – o lugar não importa. “Bem”, talvez você dirá, “eu senti alguma impressão.” Ah, mas isto pode ser apagado! Alguma vez você sentiu algo vindo com a Palavra que não podia entender? A qual, enquanto lhe persuade, e ganha seu coração, lhe atinge como uma espada que lhe atravessa por inteiro, não como uma ferida de raspão, mas como uma ferida que divide alma e espírito, junta e medula, como se a Verdade de Deus fosse, e de fato é, apta para discernir os pensamentos e intenções do coração?

Aqueles que são verdadeiramente eleitos de Deus podem contar uma história como esta: “Houve um tempo quando a Palavra era para mim como um grande chicote de dez pontas – meus ombros foram despidos e cada vez que a Palavra era pregada ela parecia fazer um corte em minha alma! Eu tremia. Eu via Deus em armas contra mim. Eu compreendi que estava em débito para com Sua Justiça e não poderia pagar – eu estava envolto em uma disputa com meu Criador e não poderia ganhar. Eu me vi nu em minha vergonha, leproso da cabeça aos pés, falido, um criminoso pronto para ser entregue ao destino de um traidor.” Verdadeiramente a Palavra veio com poder à sua alma. “E”, você continua, “eu me lembro também quando a Verdade de Deus veio ao meu coração e me fez pular de tanta alegria, pois levou todo o meu fardo – me mostrou o poder de Cristo para salvar! Eu havia conhecido a Verdade antes, mas agora eu a sentia! Eu sabia que Cristo podia salvar, mas agora eu levava este fato comigo profundamente! Eu fui a Jesus como estava – eu toquei a orla de Suas vestes, e então estava curado! Eu descobri agora que a Palavra não era uma ficção – mas a própria realidade. Eu já tinha ouvido diversas vezes o discurso e era como se o que o fazia tocasse uma melodia em um instrumento solo - mas agora parecia lidar diretamente comigo, colocando sua mão direita em meu coração e me conquistando. Primeiro Ele me levou ao banco do Julgamento de Deus e lá eu ouvi os trovões estalarem! Então ele me levou ao banco da Misericórdia e eu vi o sangue aspergido nele, e fui para casa triunfante porque meu pecado fora lavado.” Oh, de novo eu lhes pergunto, teria a Palavra ido com poder sobre vossas almas?

Desde o dia de sua conversão, alguma vez a Palavra lhe repreendeu? Teria ela alguma vez reduzido suas esperanças? Às vezes, após ouvir um sermão, você sente como se um grande furacão passasse através da floresta de seus pensamentos, cortando seu próprio curso e deixando várias coisas mortas e varridas, que você pensava estarem vivas e bem enraizadas? Você também sente, quando você sai do templo e vai pra casa, como se Deus mesmo houvesse estado lá? Você não sabia mais o que poderia ser. Não pode ter sido o pregador ou as palavras que ele proferiu, mas o próprio Deus veio, e olhou em seus olhos e esquadrinhou os pensamentos de sua mente – e virou seu coração de cabeça pra baixo e o encheu novamente com Seu amor e com Sua luz, com Sua Verdade e com Sua alegria, com Sua paz e com Seu desejo por santidade? É assim com você? Onde a Palavra não é com poder em sua alma, falta-lhe a prova da eleição.

Lembrem-se, eu não disse que será sempre assim. Vocês não devem esperar que Deus falará com vocês toda vez – de fato, o pregador mesmo falha frequentemente e está dolorosamente consciente disso. Como um homem sempre deve falar mesmo algumas vezes sentindo que, ele mesmo, não está em uma posição apta a ser porta voz de Deus? Mas, embora ele seja um palhaço para o país, se ele prega a Palavra de Deus, o Espírito irá com ele! Não é o palhaço, nem ainda o arcebispo quem faz a obra – é a Palavra de Deus que é rápida e poderosa! Sua evidência da Eleição é apagada e borrada, a não ser que a Palavra chegue até você com a demonstração do Espírito e com Seu Poder. As pessoas vêm ouvir sermões neste lugar e, então saem e dizem, “você gostou?” – como se isso significasse algo para alguém – “você gostou?” E um diz, “Ah, sim, gostei muito.” E outro diz, “Ah, não tanto.” Você acha que vivemos na respiração de suas narinas? Você acredita que os servos de Deus, se realmente são Dele, se importam com o que pensam deles? Não, na verdade, mas se por acaso você responder, “eu gostei do sermão”, eles estarão inclinados a dizer, “então nós devemos ter sido infiéis, pois de outra maneira você estaria com raiva – nós devemos ter sido levados por alguma coisa, ou então a Palavra teria cortado sua consciência como as bordas afiadas de uma faca! Você teria dito, “eu não penso se gostei ou não – eu estava pensando como eu gostava de mim e sobre o meu estado diante de Deus. “Este era o assunto em que refletia, não se o pregador pregava bem, mas se eu estava aceito em Cristo, ou se era um rejeitado.” Meus queridos ouvintes, vocês estão aprendendo a ouvir desse jeito? Se não estão, se ir à igreja ou à capela para vocês é como ir a um jogo, ou como ouvir um orador que fala sobre assuntos temporais, então vocês não tem a evidência da Eleição – a Palavra não chegou à vossas almas com poder.

Mas há ainda uma segunda evidência da Eleição. Aqueles a quem Deus escolheu receber a Palavra “com convicção.” Eles não receberam com completa certeza – isto é uma Graça que eles tiveram depois – mas eles receberam com muita certeza. Existem alguns professores que se baseiam em princípios muito estranhos. Na verdade é um pouco difícil saber quais princípios são respeitados e reconhecidos nos dias de hoje, pois há algumas pessoas cujos princípios os permitem dizer que branco e preto são a mesma coisa! E existem certas pessoas cujos princípios religiosos não diferem muito destes. Eles colocam um hinário em seus bolsos quando vão a um culto. E colocam um livro de piadas quando vão a outro lugar. Eles podem se esconder com a lebre e correr com os cães. Pessoas como estas nunca tem muita confiança em sua religião – e é bastante adequado que não tenham – pois a sua religião não vale o tempo que gastam fazendo uma profissão dela!

Mas o verdadeiro Cristão, quando ele se apossa de seus princípios, os mantém, e não há nenhum equívoco acerca da firmeza com a qual ele se assegura deles. “Ah”, ele diz, “essa Palavra que ouvi com meus ouvidos é a Verdade de Deus, e é verdade para mim, real e substancial – e aqui eu fecho com as duas mãos – com um fecho que nem o tempo, ou tribulação, tampouco a morte, jamais me deixará abrir.” Para um Cristão sua religião é parte dele mesmo – ele crê na Verdade de Deus não porque lhe foi contada, ou ensinada por sua mãe ou amigo, mas porque ela é verdadeira para ele no mais profundo de sua alma. Ele é como a serva que, quando não podia responder ao seu mestre infiel, disse, “Senhor, eu não posso te responder, mas eu tenho algo aqui que responderia se pudesse falar.” Isto é “muita certeza.”

Pecadores que uma vez sentiram a necessidade de um Salvador, sentem muita certeza acerca de Sua preciosidade. E santos, que um dia O acharam precioso tem muita certeza sobre Sua Divindade, Sua Expiação, Seu eterno Amor, Sua dignidade imortal como Profeta, Sacerdote e Rei. Eles têm certeza disto. Eu conheço algumas pessoas que dizem que se um homem fala positivamente, ele é dogmático. Velho e glorioso dogmatismo, quando você voltará para a Terra? São estes “e se”, e “mas”, e qualificações – estes “quiçás”, e “talvez” – que tem arruinado nossos púlpitos! Vejam Lutero quando ele se levantou para a Glória de Deus – houve algum dogmático como ele? “Eu creio”, ele disse, “e portanto, eu falo.” A partir deste dia, quando na Escada de Pilatos, em Roma, ele estava tentando subir e descer as escadas para ganhar o Céu, quando a sentença saiu diante dele através dos mais empoeirados livros, “Justificados pela fé, nós temos paz com Deus,” este homem estava tão certo que as obras não poderiam salvá-lo, quanto estava certo de sua própria existência! Agora, se ele tivesse saído e dito, “Senhores, eu tenho uma teoria à propor que pode ser correta. Desculpem-me por fazê-lo”, o Papado teria sido dominante até o dia de hoje! Mas ele sabia que Deus tinha dito e sentia que este era o caminho de Deus para sua própria alma – e ele não podia deixar de ser dogmático com esta força gloriosa de secessão que logo colocou seus inimigos prostrados aos seus pés!

Agora, você teria recebido o Evangelho, “com muita certeza”? Se sim, você pode dizer, “Cristo é meu. Eu confio Nele, e embora algumas vezes eu possa ter dúvidas sobre meu próprio interesse Nele, ainda eu sei pela experiência em minha alma que Ele é o precioso Cristo – eu não sei pela “evidência Paley[5] tampouco pela “analogia Butler[6], mas eu sei pela evidência interna do meu coração. Eu sei pela analogia da experiência da minha própria alma que a Verdade de Deus que eu recebi não é nenhuma fábula engenhosa, mas é algo que veio de Deus, para chamar a minha alma a Deus – isto é outra evidência da Eleição! Se você tem isto, não importa o resto! E não me importa se você crê na Doutrina da Eleição ou não – você é eleito. Como eu disse algumas vezes para um irmão que nega a Doutrina da Perseverança Final, quando eu vi sua vida santa, “não importa meu irmão, você perseverará até o final e provará a Doutrina que você não crê! Você pode não estar apto a receber a Doutrina que agora eu prego, mas se esta tem sido sua experiência, quando chegar ao Céu, você acordará e irá dizer, “Bem, eu sou um dos eleitos! Eu fiz barulho sobre isso enquanto estava na Terra, mas farei música sobre isso agora que cheguei ao Paraíso. E eu cantarei mais doce e alto que todos os outros,” “A Ele que me amou e me lavou dos meus pecados com Seu sangue, a Ele seja a glória para sempre e sempre.”

Mas há uma terceira evidência. Aqueles que são escolhidos do Senhor, desejam ser como Ele. “Vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor,” o Apóstolo diz no texto – pelo qual ele não significa que eles disseram, “Eu sou de Paulo, eu de Silas, eu de Timóteo” – mas eles imitaram Paulo tanto quanto ele imitou Cristo. Tomas de Kempis escreveu um livro sobre a imitação de Cristo, um livro abençoado a respeito disto. Mas eu gostaria que o Espírito Santo escrevesse em seus corações a imitação de Cristo. Será pra vocês uma doce prova que são escolhidos de Deus. Você é como Cristo, ou quer ser? Você pode perdoar seu inimigo e amá-lo e fazê-lo bem? Você pode dizer esta noite, “eu não sou mais inimigo de nenhum homem tanto quanto um bebê que acabou de nascer”? E você agora deseja viver desinteressadamente, viver para os outros, viver para Deus? Você ora constantemente? Você vai a Deus em oração como Jesus ia? Você é cuidadoso com suas palavras e atos como Jesus era? Eu não estou perguntando se você é perfeito, mas sim se você segue o Perfeito! Temos de ser imitadores de Cristo, senão com passos iguais, ainda com passos que seriam iguais se pudessem! Se imitamos Cristo, isto será para os outros uma das provas mais concretas de nossa eleição, embora, talvez para nós mesmos, se somos humildes de espírito, isto não será prova desde que nós vemos mais nossos defeitos que nossas virtudes e lamentamos sobre nossos pecados mais do que nos gloriamos nas Graças. Se um homem não imita Cristo, quem o observa pode se sentir seguro o bastante para concluir que, o que quer que este diga sobre eleição, e por mais que ele tagarele sobre isso, ele não é do Senhor. Sobre este ponto eu não direi mais nada, pois já tratei anteriormente no discurso.

Por último eu direi que a quarta evidência é a existência de uma alegria espiritual no culto. Se você olhar mais atentamente, parece que aqueles cuja eleição o Apóstolo tinha certeza receberam a Palavra de Deus “em muita tribulação”, mas “com alegria no Espírito Santo.” O que você tem a dizer sobre isso, você cuja religião consiste de um atendimento servil em formas que você detesta? Veja como há muitos que vão a um local de culto, só porque não é respeitável deixar de ir, mas que muitas vezes gostariam que fosse! E quando muitos desses cristãos chegam ao Continente, onde fica o Sabbath deles, então?[7] Onde está o seu cuidado com a Casa de Deus? Veja também, como com que infelicidade, de suas casas elas vão à Casa do Senhor. Por quê? Porque eles passaram a considerá-la com um lugar onde eles devem ser muito solenes. Não é uma casa para eles – é uma prisão. Quão diferente é com seus filhos quando eles chegam em casa para as férias! Como eles entram na casa de seu pai? Estúpidos, recatados, como se não pudessem falar? Não, benditos sejam seus pequenos corações, eles vêm correndo para os joelhos de seu pai, tão felizes de estar lá, tão felizes de estar em casa! Assim é como um homem cuja religião é seu deleite vai à Casa do Senhor. Ele sente como se fosse a Casa de seu Pai. Ele seria reverente, pois seu Pai é Deus, mas ele deve estar feliz, pois Deus é seu Pai!

Veja novamente o cristão quando ele vai para o seu quarto para orar. Ímpios não vão de jeito nenhum. Ou, se vão, é porque querem ganhar o Céu através disto. Mas, veja, eles passam por suas tristes preces – e que coisa triste deve ser para o homem orar quando ele nunca espera ser ouvido, e quando não tem espírito de oração. É como um cavalo girando um moinho para alguém e nunca ficar mais longe – fazendo o mesmo amanhã, e depois de amanhã, e sempre e sempre. Algumas vezes, como os pequenos sinos soam na manhã em determinadas igrejas para chamar as pessoas – Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado – existem algumas pessoas que podem ser encontradas lá para as orações iniciais – e elas vão para as orações vespertinas também, e seria uma coisa muito boa se aqueles que assistem lá fossem com santa alegria! Mas há o sacristão e ele diz que é um grande problema sempre abrir as portas quando ninguém vem, exceto três velhas senhoras, que estão no asilo, e duas que as esperam e estão, portanto, lá. Você pensa que este é um culto aceitável a Deus? Mas eles que vão, porque não poderiam ficar longe se pudessem – eles que adoram a Deus, porque isto é um instinto e um prazer, uma coisa santa e honrada – estes são os homens e mulheres que se deleitam na Palavra de Deus, e eles são a melhor evidência de serem escolhidos de Deus!

Ai de vocês escribas e fariseus que fazem suas faces miseráveis para aparecerem para os homens mais jejuadores! Em verdade, em verdade, eu digo a vocês, Aquele que lê os corações não pede que sua cabeça balance como um junco, mas que faça obras de misericórdia e ande humildemente com seu Deus! E você que pode deleitar-se em seu Deus, deverá ter os desejos do seu coração! Você que se regozija no Senhor, sempre, e triunfa em Seu nome, irá de força em força, e finalmente para a Glória, e você descobrirá que está lá como resultado de Seu Divino Propósito e Decreto – e dará a Ele todo o louvor!
Mas agora, eu acho que ouvi alguém dizer, “Ah, eu queria saber se sou um eleito. Eu não sei dizer se a Palavra veio a mim com poder. Eu não sei dizer se a recebi com muita certeza. Eu não sei dizer se sou um imitador de Cristo. Eu não sei dizer se recebi a Palavra com alegria.” Bem, querido amado, então deixe estas questões! Ao invés disto, deixe-me perguntar outra coisa, “Você crê no Senhor Jesus Cristo? Você confiará em Cristo agora para salvar sua alma?” Ele salvará, se, assim como você está, quem quer que você seja, você vir a Cristo e se entregar a Ele para salvá-lo, tê-lo, segurá-lo para o melhor e o pior, na vida e através da morte. No momento em que crê, você é salvo! Este ato de fé, através do precioso sangue de Cristo, lançará fora cada pecado seu! Você não começará a ser salvo – você é salvo. Você não será colocado em uma posição salvável, mas será salvo no momento em que crê – completamente e perfeitamente salvo! “Oh”, diz um, “eu queria poder confiar em Cristo.” Você diz isto? “Aquele que quiser, tome,” deixe ele confiar em Cristo. Deus o ajudará agora a fazê-lo! Confie em Cristo e você é salvo! Isto é endereçado a cada um de você sem exceção, pois, “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna.” O Senhor os ajude a confiar em Jesus, e então você poderá seguir seu caminho com alegria, “reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição de Deus.”

ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMÃO PARA TRAZER UM CONHECIMENTO SALFÍVICO DE JESUS CRISTO E PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA
FONTE:
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público
Sermão nº 2920 — Volume 51 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit,

Tradução: Vinicius Gralato Jr
Revisão: Daniel Campos
Capa: Victor Silva


Projeto Spurgeon - Proclamando a Cristo crucificado.
Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos de seus pecados.

Você tem permissão de livre uso desse material, e é incentivado a distribuí-lo, desde que sem alteração do conteúdo, em parte ou em todo, em qualquer formato: em blogs e sites, ou distribuidores, pede-se somente que cite o site “Projeto Spurgeon” como fonte, bem como o link do site www.projetospurgeon.com.br. Caso você tenha encontrado esse arquivo em sites de downloads de livros, não se preocupe se é legal ou ilegal, nosso material é para livre uso para divulgação de Cristo e do Evangelho, por qualquer meio adquirido, exceto por venda. É vedada a venda desse material

 

[1] cuteleiro: Pessoa que fabrica facas ou instrumentos cortantes
[2] Antinomiano: aderente do Antinominismo, doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura (Dicio)
[3] i. e., os eleitos. [Nota do revisor]
[4] Rowland Hill (1744-1833), foi um popular pregador Inglês, entusiasta evangélico e um defensor influente da vacinação contra a varíola. Ele foi o fundador e pastor residente de uma capela totalmente independente, a Capela de Surrey , em Londres, alem de presidente da Sociedade de Tratados Religiosos , e um defensor da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira e da Sociedade Missionária de Londres . (Wikipédia)
[5] William Paley (14 de julho de 1743 - 25 de maio de 1805) foi um teólogo e filósofo britânico. Autor da obra Natural Theology, argumentou que a complexidade e adaptações dos seres vivos eram prova da intervenção divina na criação, no que se veio chamar "analogia do relojoeiro".
[6] Joseph Butler (18 de Maio de 1692 - 16 de Junho de 1752) foi um bispo anglicano Inglês e um filósofo. Nasceu em Wantage, Berkshire, Inglaterra.  Escreveu “A Analogia das Religiões Natural e Revelada à Constituição e ao Decurso da Natureza” , onde adotou a posição de que a ordem na natureza tem o seu paralelo na ordem da revelação, concluindo que Deus era o autor das duas. Argumentava que a ordem e a beleza da natureza revelam uma inteligência criadora que tinha em vista algum desígnio consciente.
[7] Referência ao fato de que fora da Inglaterra, o Sabbath, quando não desrespeitado, era mais aliviado do que nos termos puritanos, por algumas concessões decorrentes do catecismo Belga (nota do Projeto Spurgeon)

Nenhum comentário: