A História da canonização do Novo
Testamento
Trabalho de doutorado em Exegese do Novo Testamento
Introdução. O que virá adiante faz parte do meu doutorado,
onde exclui o evangelho de Lucas, em especifico como ponto de partida o
capítulo 16 e em especial o versículo 19 em diante.
I. Considerações Preliminares.
O
cânon é a coleção de 27 livros que a igreja (geralmente) recebe como parte
construtiva do Novo Testamento. A história do cânon é a história do processo
pelo qual estes livros foram reunidos e o valor deles oficialmente gerou o Novo
Testamento oficialmente reconhecido. O processo de canonização foi gradual,
sendo avançado por necessidades definidas, e, entretanto inquestionavelmente
contínuo. Há duas considerações de sua construção. Estes são:
1.
Os cristãos primitivos tiveram o Antigo Testamento:
Os cristãos primitivos tiveram em mãos o que para eles era a Bíblia, isto é, os
livros do Antigo Testamento. Estes foram usados a uma extensão surpreendente na
instrução Cristã. Durante um século inteiro depois da morte de Jesus.
2.
Nenhuma intenção de escrever um Novo Testamento:
Quando
iniciaram o trabalho de escrever uma carta, ninguém teve o propósito definido
de contribuir para a formação do que nós chamamos hoje de “Bíblia.” Todos os
escritores do Novo Testamento olharam para “o fim” como algo próximo. As suas
palavras eram apenas para satisfazer as necessidades definidas em suas nas
vidas e com pessoas a eles relacionadas. Não houve nenhum pensamento de criar
uma literatura sagrada nova. As circunstâncias e influências que provocaram
este resultado serão brevemente fixado adiante.
II.
O processo em três fases.
Para conveniência de definição de impressão o processo inteiro pode ser
separado em três fases:
a) O tempo dos apóstolos até 170 d.C;
b) Os anos finais do 2º século e o inicio do 3º (170-220 d.C);
c) Do 3º ao 4º século.
No
primeiro se busca as evidências do crescimento em avaliação ao valor estranho
das escritas do Novo Testamento; no segundo se descobri o reconhecimento claro,
uma grande parte destas escritas como sagrado e autorizado; no terceiro a
aceitação do cânon completo tanto no Leste como no Oeste.
1.
Dos Apóstolos a 170 d.C:
1.1.
Clemente de Roma; Inácio; Policarpo:
O
primeiro período estende-se a 170 d.C. Ao final do 1º século todos os livros do
Novo Testamento eram existentes. Eles eram, como tesouros de determinadas
igrejas, extensamente separados e honrados como contendo a palavra de Jesus ou
o ensino dos apóstolos. Os primeiros livros a serem reconhecidos eram aqueles
que gozavam a autoridade de Jesus.
O
crescimento da igreja e a partida dos apóstolos para terras distantes
enfatizaram o valor dos escritos do Novo Testamento. No inicio de período
primitivo houve o desejo de que cada igreja obtivesse instrução de cada carta
para que houvesse um meio de conduta ideal.
Policarpo
(110 d.C?) escrevendo aos Filipenses: “eu recebi as vossas cartas como também
as de Inácio. Vocês recomendam que eu envie para a Síria; Eu tão farei
pessoalmente ou por outros meios. Em retorno, eu lhes envio a carta de Inácio
como também outras que eu tenho em minhas mãos as quais vocês pediram. Elas
servirão para edificar a fé e a perseverança" (Carta aos Filipenses,
XIII).
Esta
é uma ilustração do que deve ter acontecido para avançar o conhecimento das
escritas dos apóstolos. Até que ponto os livros do Novo Testamento começaram a
serem difundidos é impossível dizer, mas é justo deduzir que uma coleção das
epístolas de Paulo já existia no período de Policarpo quando escreveu aos
filipenses e quando Inácio escreveu as suas sete cartas para as igrejas da Ásia
Menor, i.e. aproximadamente 115 d.C.
Clemente
de Roma, em 95 d.C, escreveu uma carta em nome dos cristãos de Roma para os de
Corinto. Na carta ele faz menção de registros encontrados em Mt, Lc, dando isto
uma retribuição grátis (veja capítulos 46 e 13); ele foi influenciado muito pela
Epístola aos hebreus (veja capítulos 9, 10, 17, 19, 36). Ele reconhece romanos,
coríntios, e também há menção de 1 Tm, Tt, 1 Pe e Ef.
As
Epístolas de Inácio (115 d.C) tem muita semelhança ao conteúdo dos evangelhos
em vários lugares (Ef 5; Rm 6; 7) e incorpora muitas relações em sua cartas
semelhantes a das epístolas Paulinas. A Epístola de Policarpo faz uso de
filipenses, e além disto cita nove das outras epístolas de Paulo. Inácio cita
Mateus, aparentemente de memória; também 1 Pedro e 1 João.
Com
respeito ao que Clemente, Policarpo e Inácio escreveram não é o bastante para
dizer que eles nos trazem reminiscências ou cotações disto ou daqueles livros.
O ensino dos doze apóstolos (aproximadamente 120 d.C em sua forma presente); a
Epístola de Barnabé (aproximadamente 130 d.C) e o Pastor de Hermas
(aproximadamente 130 d.C). Estes exibem os mesmos fenômenos assim como está
atestado nas escritas de Clemente, Inácio e Policarpo.
2.
O valor dos escritos:
2.1.
Os gnósticos, Marcion:
Basilides
considerado o grande mestre que ensinou na Alexandria durante o reinado de
Adriano (d.C 117-38), teve por tradição a autoridade dos apóstolos Matias e
Glaucias, intérprete alegado de Pedro, ele testemunhou Mateus, Lucas, João,
Romanos, 1 Coríntios, Efésio, e Colossenses no esforço para recomendar as suas
doutrinas.
O
mais notável dos Gnósticos era Marcion, um nativo de Pontus. Ele foi para Roma
(aproximadamente 140 d.C). Em defesa das suas visões, ele formou o seu próprio
cânon que consistia no Evangelho de Lucas e dez das epístolas de Paulo. Ele
rejeitou as Epístolas Pastorais, Hebreus, Mateus, Marcos, João, Atos, as
epístolas católicas e o Apocalipse, e fez uma recensão do evangelho de Lucas e
as epístolas de Paulo que ele aceitava. A importância do seu trabalho está no
fato de que é ele quem dá a primeira evidência clara da canonização das
epístolas de Paulo.
2.2.
De 170 d.C a 220 d.C:
O
período de 170 d.C a 220 d.C. Inicia a idade de uma literatura teológica
volumosa, ocupando os grandes assuntos do cânon da igreja e do credo. É o
período dos grandes nomes como: Irineu, Clemente de Alexandria, e Tertuliano,
representando a Ásia Menor, Egito e a África.
2.2.1.
Irineu.
Nasceu
na Ásia Menor, viveu e ensinou em Roma e se tornou o bispo de Lions
posteriormente. Fora discípulo de Policarpo, o qual, também fora discípulo do
apóstolo João. Defensor sério da verdade, ele fez do Novo Testamento em grande
parte a sua autoridade. Os quatro Evangelhos, Atos, as epístolas de Paulo, e a
maioria das epístolas católicas e o Apocalipse é para ele a Bíblia em o sentido
mais pleno da verdade o qual ele considerou genuínos e autorizados, assim como
em seu tempo o Antigo Testamento já era. Tertuliano segue a mesma posição,
enquanto Clemente de Alexandria aceita apenas os quatro evangelhos como a
“Bíblia.” No final do 2º século foi resolvido o cânon dos evangelhos. O mesmo
aconteceu com as epístolas de Paulo.
Irineu
fez mais de duzentas citações de Paulo, ele foi considerado o maior defensor
das epístolas de Paulo. Pode se dizer que o cânon do Novo Testamento era para
ele os evangelhos e os apóstolos. O título Novo Testamento parece ter sido
usado pela primeira vez por um escritor desconhecido contra o Montanhismo
(aproximadamente 193 d.C). Após Orígenes e escritos posteriores é que esse
termo é utilizado.
2.3.
O Fragmento Muratoriano.
O
fragmento muratoriano é assim denominado porque sua descoberta em 1740 se deu
pelo bibliotecário de Milão, Muratori. Sua datação está perto do fim do 2º
século, é de interesse vital no estudo da história do cânon, pois registra uma
lista dos livros do Novo Testamento. Contêm os Evangelhos (inicia com Marcos,
mas Mateus é claramente incluído), Atos, as epístolas de Paulo, Apocalipse, 1 e
2 João e Judas.
Não
menciona 1 e 2 Pedro, Hebreus, Tiago. Nesta lista se tem a posição do cânon do
final do 2º século. Sete livros não tiveram contudo um lugar seguro ao lado dos
evangelhos, e as cartas de Paulo como também as igrejas da palestina e síria
rejeitaram o Apocalipse por muito tempo, enquanto algumas das epístolas
católicas estavam no Egito considerado duvidoso. A história da aceitação final
do Cânon e seus livros só se deram perto do inicio do terceiro século.
3.
3º e 4º Séculos:
3.1.
Orígenes:
Nasceu
na Alexandria aproximadamente em 185 d.C. Em 203 foi designado bispo, e morreu
em 254. A sua fama se deu na habilidade com os manuscritos, ele foi considerado
como o maior exegeta, entretanto ele trabalhou laboriosamente e prosperamente
em outros campos.
O
seu testemunho é de valor alto, não simplesmente por causa dos seus próprios
estudos, mas também por causa do seu conhecimento o qual estar em debates em
centros do cristianismo no mundo em seu tempo. Apenas os Evangelhos, as
epístolas de Paulo e Atos, que ele aceitou como canônico.
3.1.
Dionísio:
Outro
nome notável deste século é Dionísio de Alexandria, um discípulo de Orígenes
(morreu 265). A discussão mais interessante dele está em considerar o livro do
Apocalipse a um João desconhecido, mas ele não ignora sua inspiração.
É
um fato singular que a igreja ocidental o aceitou logo de inicio, enquanto sua
posição no oriente foi variável. Com respeito às epístolas católicas Dionísio
apóia Tiago, 2 e 3 João, mas não 2 Pedro e Judas.
3.2.
Cipriano:
No
Oeste o nome de Cipriano, bispo de Cartago (248-58 d.C), era muito influente.
Ele estava muito comprometido em controvérsia, mas um homem de grande força
pessoal. O livro do Apocalipse que honrou altamente, mas concernente ao livro
de hebreus ele não considerava como canônico. Ele também recorre a só dois das
epístolas católicas, 1 Pedro e 1 João.
3.3.
Eusébio:
Inicio
do 4º século (270-340 d.C), bispo de Cesárea antes de 315. Os critérios para
cada um deles eram: autenticidade e apostolicidade, e na lista houve os
Evangelhos, Atos, e as epístolas de Paulo. Entretanto os livros disputados,
i.e. Os que foram reconhecimento parcialmente foram: Tiago, Judas, 2 Pedro e 2
João. Já o livro do Apocalipse ele não estava seguro. Vê-se que não houve muito
avanço no 3º século. Tudo isso demonstra que nenhuma decisão oficial e nem
uniformidade ao canon foi uso da igreja. Na metade do 4º século repetiu-se e
foram feitos esforços para acabar com a incerteza.
3.4.
Atanásio:
Atanásio em uma de suas cartas pastorais com relação à publicação do calendário
eclesiástico dá uma lista dos livros que ele teve como Bíblia, e na porção do
Novo Testamento são incluídos todos os 27 livros que nós reconhecemos agora.
“Estes são a fonte da salvação", ele escreve.
Gregório de Nazianzo (morreu 390 d.C) também publicou uma lista que omite
Apocalipse, como fez Cirilo de Jerusalém (morreu 386), e totalmente ao término
do século (4º) Isidoro fala do “cânon de verdade, como Escritura Divina”.
Durante um tempo considerável o livro do Apocalipse não foi aceito nas igrejas
palestinas ou sírias.
Atanásio
ajudou para a sua aceitação na igreja de Alexandria. Porém, algumas diferenças
de opinião continuaram. A igreja da síria não aceitou todas as epístolas
católicas.
4.
Concilio de Cartago, Jerônimo; Agostinho:
O Concilio de Cartago em 397, decretou que os livros que não estavam inseridos
na Bíblia não deveriam ser lidos nas igrejas e nem considerados como Escrituras
Divinas.
Depois que houve um empenho para atestar a unanimidade, mesmo assim houve
divergência de julgamento. Os livros que tinham variado por estes séculos eram
o Apocalipse e as cinco epístolas católicas. O avanço do Cristianismo por
Constantino teve muito significado para a recepção do grupo inteiro dos livros
em sua época.
A
tarefa que o imperador deu a Eusébio para preparar “cinqüenta cópias da
Escritura Divina” estabeleceu um padrão que ao seu tempo deu reconhecimento aos
livros que até então eram duvidosos. No Oeste, Jerônimo e Agostinho eram os
protagonistas na determinação do cânon. A publicação da Vulgata fez determinar
o assunto.
A
conclusão que se chega é que o elemento humano fora o envolvimento no processo
inteiro de formar o Novo Testamento. Ninguém disputou um dominio providencial
de tudo. É bom ter em mente que todos os livros não têm o mesmo título no cânon
até a sua história de atestação. Porém, claro e cheio e unânime foi desde o
princípio o julgamento nos Evangelhos, Atos, as epístolas de Paulo, 1 Pedro e 1
João.
Fonte:
http://exegesebiblica.blogspot.com.br/p/historia-da-canonizacao-do-novo.html
I. Considerações Preliminares.
Os cristãos primitivos tiveram em mãos o que para eles era a Bíblia, isto é, os livros do Antigo Testamento. Estes foram usados a uma extensão surpreendente na instrução Cristã. Durante um século inteiro depois da morte de Jesus.
2. Nenhuma intenção de escrever um Novo Testamento:
II. O processo em três fases.
Para conveniência de definição de impressão o processo inteiro pode ser separado em três fases:
a) O tempo dos apóstolos até 170 d.C;
b) Os anos finais do 2º século e o inicio do 3º (170-220 d.C);
c) Do 3º ao 4º século.
1. Dos Apóstolos a 170 d.C:
1.1. Clemente de Roma; Inácio; Policarpo:
2. O valor dos escritos:
2.1. Os gnósticos, Marcion:
2.2. De 170 d.C a 220 d.C:
2.2.1. Irineu.
3. 3º e 4º Séculos:
3.1. Orígenes:
3.1. Dionísio:
3.3. Eusébio:
3.4. Atanásio:
Atanásio em uma de suas cartas pastorais com relação à publicação do calendário eclesiástico dá uma lista dos livros que ele teve como Bíblia, e na porção do Novo Testamento são incluídos todos os 27 livros que nós reconhecemos agora. “Estes são a fonte da salvação", ele escreve.
Gregório de Nazianzo (morreu 390 d.C) também publicou uma lista que omite Apocalipse, como fez Cirilo de Jerusalém (morreu 386), e totalmente ao término do século (4º) Isidoro fala do “cânon de verdade, como Escritura Divina”. Durante um tempo considerável o livro do Apocalipse não foi aceito nas igrejas palestinas ou sírias.
4. Concilio de Cartago, Jerônimo; Agostinho:
O Concilio de Cartago em 397, decretou que os livros que não estavam inseridos na Bíblia não deveriam ser lidos nas igrejas e nem considerados como Escrituras Divinas.
Depois que houve um empenho para atestar a unanimidade, mesmo assim houve divergência de julgamento. Os livros que tinham variado por estes séculos eram o Apocalipse e as cinco epístolas católicas. O avanço do Cristianismo por Constantino teve muito significado para a recepção do grupo inteiro dos livros em sua época.
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