Isvonaldo sou Protestante

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quinta-feira, 17 de maio de 2012


Filadélfia, a Igreja do amor perfeito

Introdução

Palavra Chave:Filadélfia: amor fraternal.

Filadélfia era conhecida nos velhos tempos como a porta para o oriente: construída junto a uma das grandes estradas romanas que apontava como uma flecha para o coração do interior da Ásia, ela estava no caminho de quem se dirigia da Europa para regiões importantes como a Mísia, Lídia e Frigia. Era cercada de vinhas e, embora tivessem templos dedicados a vários deuses, o principal era o dedicado a Dionísio (para os gregos) ou Baco (para os romanos), o deus do vinho. Seu nome significa AMOR FRATERNAL. Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, apenas duas não contêm crítica alguma: A carta à igreja em Esmirna, uma igreja pobre e perseguida, e esta, uma igreja fraca e limitada, mas que dependia totalmente do Senhor. Os homens tendem a medir força e qualidade em termos de tamanho, poder e riqueza. Jesus vê as igrejas de forma diferente. Independente de sucesso em termos mundanos, Jesus olha para o caráter e o coração de cada discípulo e de cada igreja. Ele anda no meio dos candeeiros e sabe muito bem quem pertence a ele. Boa aula!

I - Filadélfia, a cidade do amor fraternal
1. A história de Filadélfia. A cidade de Filadélfia foi erguida em uma área vulcânica perigosa, situada aproximadamente 45 quilômetros ao sudeste de Sardes. Gozava de uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Átalo II, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmãoEumenes, dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa “amor fraternal”). A região produzia uvas, Com um solo extremamente fértil, a cidade tornou-se conhecida por seus vinhos e bebidas refrigerantes. Um templo foi erguido entre 69 e 70 d.C. em homenagem e para culto ao imperador Vespasiano{c} e o povo especialmente honrava a Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Localizava-se num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério que isentou seus cidadãos do pagamento de impostos durante cinco anos, para permitir que eles tivessem fundos para reconstruir a cidade{d}. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Muitas vezes sacudida por terremotos, ela foi destruída em 17 d.C, junto com Sardes e dez outras cidades no vale de Lídia. O medo fez com que grande parte da popu­lação deixasse de morar no interior dos seus muros. Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia. 
2. A igreja em Filadélfia. As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontram no Apocalipse (1.11; 3.7). Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira e Sardes, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11). Filadélfia era uma igreja fiel em uma pequena cidade que houvera sido estabelecida para ser o centro da cultura grega. Localizada no Vale do rio Hermo, que se abria para leste, era chamada de a porta aberta do Vale do Hermo. Usando a situação geográfica como referencial, Jesus diz que a igreja tem uma porta aberta pela frente. Nela havia uma comunidade judaica forte em resistência aos seguidores do Messias. Os judeus consideravam-se os únicos donos da chave dos céus. Jesus afirma que somente Ele possui a verdadeira chave de Davi, símbolo de autoridade (Ap 5.5;22.16;Is 22.22), e a deu para a igreja. Filadélfia é tipo da igreja ideal, a igreja que ama (filadélfia = amor fraterno); “Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4.8).

II - A identificação do missivista

1. Jesus, o Santo de Deus. Mais uma vez nosso Senhor ressuscitado se apresenta em um aspecto da Sua pessoa e obra que é coerente com as necessidades e problemas da assembléia para sempre nos lembrar da suficiência de Sua vida. "Aquele que é santo", afirma divindade do Salvador como Aquele absolutamente justo, o único totalmente separado do pecado. Em Isaías 40.25, o Senhor chama a si mesmo "O Santo". É um título de divindade e contrasta-o com as afirmações de adoração do imperador{e}. O Novo Dicionário Cristão de Thomas Nelson diz: “Santo: Pertencente ou vindo de Deus; Santificado: De pessoas, objetos e edifícios consagrados ou separados para Deus”. A essência da santidade - ser dedicado, separado ou consagrado a Deus e seus propósitos. Viver em santidade, portanto, é viver para os propósitos de Deus, para agradar a Deus, em vez de vivermos para nossos próprios interesses e prazeres. Uma vida pecaminosa é aquela separada de Deus, vivida para si mesma - para seus prazeres e propósitos.
2. Verdadeiro. "Verdade" é a palavra grega alethinos. Significa "o real, o genuíno, o ideal", e está em oposição ao que é falso e ao que é apenas uma imagem ou tipo do real. Ele é Aquele de quem todo o Antigo Testamento falava. No AT encontramos apenas imagens e sombras, mas Ele é a realidade e a substância (Cl 2.16,17). O NT apresenta-O em contraste à todos os enganos do mundo e às respostas falsas e fúteis que oferece-se ao homem. A resposta de Deus para o homem é Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6) {e}. O teólogo alemão Rudolf Karl Bultmann diz: "Em relação às coisas divinas ela tem o sentido daquilo que verdadeiramente é, ou daquilo que é eterno". Comentando a respeito desse título duplo de Jesus, O teólogo inglês Henry Barclay Swete escreve: "O Cabeça da Igreja é descrito ao mesmo tempo como santidade absoluta [...] e como verdade absoluta; Ele é tudo aquilo que afirma ser, cumprindo os ideais que prega e as esperanças que inspira". Charles entende que, no Apocalipse, não temos o sentido clássico do grego alethinos ("genuíno") como acontece no Evangelho de João. Em vez disso, é a ênfase hebraica na fidelidade de Deus. Ele diz: "Por isso, alethinos sugere que Deus ou Cristo, como verdadeiro, cumprirá a sua palavra".
3. A chave da Casa de Davi. Esta metáfora nos fala que somente Cristo tem o controle completo sobre a família real, a sua igreja. A fonte da metáfora é Isaías, como ele fala de um indivíduo, Sebna, que teve a carga do palácio do rei da Judéia. O Senhor diz que vai substituí-lo por seu servo, Eliaquim, filho de Hilquias (22.21). Então, diz o Senhor através do profeta Isaías: "Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; o que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir" (22.21-22). Assim, Hilquias terá poder para controlar a entrada no reino real. Como mordomo do rei, ele vai decidir quem pode ou não ter acesso ao rei. Esta história em Isaías serve como uma profecia do Messias Davídico. O que está em exibição no Apocalipse é claro. Aqui Cristo tem a chave de Davi e abre a porta. A imagem sugere que Cristo é o único que pode conceder acesso a Deus; Cristo deu aos crentes em Filadélfia acesso a Deus e ninguém poderia privá-los disto. A "chave" em Apocalipse faz muito mais que abrir o caminho para uma audiência com um rei nacional. Na mão de Cristo, a chave abre a porta à presença de Deus, o seu reino e a vida eterna. Esta declaração de Cristo para a igreja em Filadélfia que ele tem "a chave de Davi" teria sido muito reconfortante. Isso porque a igreja estava sendo intimidada por aqueles que "se dizem judeus e não são" (3.9). O pano de fundo imediato da frase era a reivindicação dos judeus em Filadélfia, que eram o verdadeiro povo de Deus que tinham a chave para o Reino de Deus. João contradiz esta afirmação, afirmando que a chave para o reino que pertencia a Israel realmente pertence a Jesus como o Messias davídico (5.5; 22.16) e foi perdida por Israel, porque haviam rejeitado seu Messias. Esses judeus acabariam por reconhecer que Cristo ama a Igreja. Eles reconheceriam que a igreja é composta pelo verdadeiro povo de Deus, em vez dos judeus como uma nação. Os crentes de Filadélfia teriam sido muito encorajados quando Cristo se identificou como o verdadeiro Messias, e como alguém que controla o acesso ao reino eterno. Quando ele abre a porta "ninguém pode fechar" - e ninguém pode impedir a entrada de pessoas para quem ele abre (3.7)

III - Uma Igreja amorosa, paciente e confessante

1. Amar é a maior das obras. À igreja de Filadélfia, Cristo disse: “eis que diante de ti pus uma porta aberta” (v. 8) — leia-se: "uma porta que foi aberta e permanece aberta". A figura de uma porta aberta era familiar para os crentes primevos. Paulo e Barnabé, relataram em Antioquia que Deus "abrira aos gentios a porta da fé" (At 14.27). Acerca da obra desenvolvida em Éfeso, Paulo assevera: "porque uma porta grande e eficaz se me abriu" (1Co 16.9). Adiante é dito: "quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo [...] abrindo-se-me uma porta no Senhor" (2Co 2.12). Paulo mesmo solicita aos de Colossos que orassem "para que Deus nos abra a porta da palavra" em Roma (Cl 4.3). Essas passagens das epístolas Paulinas explicitam o significado dos termos “uma porta aberta”. Ela significa uma boa oportunidade para a obra missionária. Filadélfia foi vocacionada a ser uma "igreja missionária". Ele vai dizer o seguinte dessa cidade: “A intenção dos seus fundadores era torná-la um centro da civilização greco-asiática e um meio de espalhar a língua grega e seus costumes na parte oriental da Lídia e da Frígia. Ela era uma cidade missionária desde o seu princípio [...] O seu ensinamento foi bem-sucedido. Antes de 19 d.C, a língua nativa tinha deixado de ser falada na Lídia e a língua grega era a única falada nesse país”. Essa igreja foi chamada para espalhar o evangelho de Jesus Cristo e ela estava estabelecida estrategicamente: a estrada do esplêndido porto de Esmirna passava por Filadélfia. Também passava por ali a importante "estrada imperial do correio de Roma até as províncias mais ao leste" que ligava Trôade, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia. Portanto, a porta estava permanentemente aberta para aquela igreja, que deveria espalhar as boas novas para as cidades da Frígia.
2. Força na fraqueza. É importante frisar que fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena a igreja de Filadélfia por nenhum erro, mas afirma que ela tinha pouca força. Talvez seja uma referência ao tamanho daquela igreja, ou, de outra maneira, limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2Co 12.9,10).
3. Amorosa perseverança. Perseverança (latim perseverantia, -ae:( Qualidade ou ação de quem persevera; Constância, firmeza, pertinácia; Duração aturada de alguma coisa {g}. Não obstante suas limitações, os crentes em Filadélfia se mantinham fiéis. Guardavam a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (Jo 12.48-50). Apesar de serem fracos, os crentes em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos. Os inimigos se prostrarão em submissão aos vitoriosos (Is 60.14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo (Ap 20.4) e exercer autoridade sobre as nações (Ap 2.26,27). Esta honra cedida aos discípulos serviria como prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor Cristo os amava! {h} A declaração “guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” poderia ser lido da seguinte forma: "E mesmo assim guardaste a Minha palavra e não negaste o meu nome". Aqueles crentes passaram provações, mas permaneceram firmes. Não bastasse o enfrentamento político imposto pelo Estado, havia estabelecido ali um grupo chamado por Cristo de “sinagoga de Satanás” (v. 9) [já tinha aparecido em 2.9, na carta a Esmirna]. Tanto lá em Esmirna quanto cá em Filadélfia, a oposição veio principalmente dos que se diziam judeus. Deles Cristo assevera: “eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo”. Cristo elogia a igreja porque ela guardou “a palavra da minha paciência” (v. 10).

IV – Filadélfia nos últimos dias

1. A iminência da volta de Jesus. “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”: Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. O Senhor não atrasará a sua vida além do tempo soberanamente fixado, embora não seja revelado este tempo, o crente deve permanecer preparado. “Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema. Maranata.” (2Co 16.22).
2. A Grande Tribulação. A expressão “Grande Tribulação” (Gr. θλιψις μεγαλη) descreve o período aflitivo que antecederá a presença de Jesus Cristo e por consequência julgamento por parte de Deus ou Armagedon {i}. Alguns estudiosos entendem que, da mesma forma que Israel tomou parte das três primeiras pragas (sangue, sapos, piolhos) com os egípcios (Êx 8.22), também a Igreja poderá passar pela primeira parte da Grande Tribulação antes de ser levada por Cristo – são chamados de Mesotribulacionistas. O fato é que, sendo afastado para longe, ou sendo guardado em meio a, “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.
3. A coroa de Glória. “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”: Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Eles ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar para permanecerem fiéis até o fim {j}. Coroa significa a "coroa da vitória". A advertência é contra fracassar na corrida da vida e, conseqüentemente, perder o direito à coroa da vida. Ou seja: "toma cuidado para que ninguém tome a tua coroa". Esse objetivo é alcançado ao correr com sucesso até o fim!

CONCLUSÃO

Sejamos fiéis. Obediência aos mandamentos de Deus testa o conhecimento do crente em relação a Deus. O verdadeiro amor ao Senhor e um relacionamento baseado na sinceridade com Ele são evidenciados pela lealdade.. O Senhor Jesus não tarda. Em seu inconfundível amor, promete-nos: "A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome" (Ap 3.12 ). Ao final de cada carta dirigida a essas igrejas, os crentes eram instruídos a ouvir e compreender tudo o que lhes fora escrito, e uma bem-aventurança para o vencedor. Como ficou explícito nesta lição, o vencedor não é aquele que tem muita força de vontade, coragem e esforço naturais, mas aquele que ouve a voz do Espírito.

Todo os Créditos para 
Campina Grande, PB
Maio de 2012,
Francisco de Assis Barbosa,

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