Por Judiclay Santos
Aos 22 anos de idade, o jovem Martinho Lutero entrou para o monastério de Erfurt. Dois anos depois, na ocasião da sua ordenação, nem Lutero nem qualquer outra pessoa sabia o que esse evento significaria para ele, para a igreja ou para o mundo.
O teólogo britânico, R. C. Sproul faz uma curiosa observação. Cem anos antes da ordenação de Lutero, o reformador da Boêmia, Jan Hus havia sido condenado à fogueira pelo famigerado Concílio de Constança (1415), sob a sentença de “pecado de heresia”. Hus teria dito ao bispo que ordenou a sua execução: “Você pode cozinhar este ganso, mas há de vir um cisne que não será silenciado”. Não era apenas um vaticínio, era um jogo de palavras. Seu nome, Hus, significa ganso na língua Tcheca.
Ao ser ordenado na capela agostiniana em Efurt, Lutero foi deitado com seus braços esticados na forma de cruz na base do altar da capela. Curiosamente, o lugar exato onde Lutero estava deitado, havia uma inscrição no piso de pedra que indica que abaixo do lugar estava sepultado o bispo que ordenara a execução de Jan Hus. Sproul confessa: “É uma grande tentação revisar a História e atribuir ao bispo uma resposta apropriada às palavras de Hus que um cisne surgiria. Gosto de pensar que o bispo respondeu: “Sobre meu cadáver!” De fato, foi sobre seu cadáver que o cisne foi ordenado”.
A Reforma eclodiu na Europa do século 16 por meio de uma conjugação de fatores. Embora tenha tido raízes e implicações políticas, econômicas e sociais, a Reforma foi essencialmente um movimento de retorno à sã doutrina, que propôs expurgar da Igreja doutrinas e práticas contrárias à fé cristã. O fato mais surpreendente é que a Reforma, ansiosamente desejada por muitos, teve o seu marco inicial com o protesto de um anônimo monge agostiniano numa pequena cidade com aproximadamente 3.500 habitantes. Lutero era apenas um ilustre desconhecido na insignificante cidade alemã de Wintemberg.
Graças à sábia providência divina, a Reforma avançou e redesenhou o mundo. O Senhor da Igreja age conforme o conselho de sua soberana vontade e usa os meios necessários para realizar os seus propósitos e manter o seu programa redentor. Lutero reconhece ter sido um vaso de barro. Não obstante as suas fraquezas, Deus o usou para edificar a Igreja do Senhor Jesus. “Não fiz nada. A palavra fez e realizou tudo”, disse o reformador.
Somos gratos a Deus pela vida de Lutero, pois embora tenha sido tão pecador quanto nós, foi um importante instrumento nas mãos do Senhor para promover o evangelho de Jesus Cristo.
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Judiclay Santos é pastor, teólogo, e blogueiro. Outros textos inspiradores podem ser encontrados no blog do autor. Divulgação: Púlpito Cristão
Judiclay Santos é pastor, teólogo, e blogueiro. Outros textos inspiradores podem ser encontrados no blog do autor. Divulgação: Púlpito Cristão
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