Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Falsificações da verdade



Por Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)

Temos vivido dias enganosos. Muitos têm sido enganados por falsificações, por fatos que aparentemente são reais, a tal ponto que, por eles, vão às ultimas conseqüências. Mas não são verdadeiros, são falsos, e esta é uma característica do diabo, de satanás, o pai da mentira, o pai da falsificação. E neste contexto as seitas são exatamente o que aparenta ser verdadeiro e por isso têm enganado a tantos. Como diagnosticar estas seitas?

Primeiro, seria bom dizer que o surgimento de seitas no meio dos evangélicos é demonstração de que a igreja não está bem. Muitos estão com problemas graves e têm procurado a igreja, mas não têm visto solução para si mesmos; creio que aqui deva ser colocado o tradicionalismo evangélico, a ortodoxia (que, diga-se de passagem, é necessária) morta, a superficialidade cristã, a falta de conversão verdadeira, o comodismo, tudo isso tem feito as pessoas buscarem outro aconchego.

No entanto é fato real que a grande maioria das pessoas está em busca de solução para os seus problemas, uma vida melhor, vida de paz, sem problemas, sem doença, mas são avessas às exortações, às recomendações de santificação; estão buscando pão como nos dias de Jesus. "Vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comeste dos pães e vos fartastes" (Jo.6:26). Aqui é que entra a seita, pois ela oferece ao povo exatamente aquilo que ele necessita (quer). E se você repreende alguém, recebe esta advertência: "Veja o bem que estou recebendo! Se me faz bem, deve ser de Deus!" Ou seja, se traz sucesso, solução, fez-me mudar de vida e traz felicidade, deve ser de Deus.

É exatamente aí que satanás arma sua cilada e já tem dominado muitas vidas. Lembrem-se que muitas organizações que ridicularizam o cristianismo podem ajudar as pessoas e fazê-las felizes. Lembro aqui os psiquiatras e psicólogos ateus. Eles podem trazer resultados muito bons, sem nada de orientação cristã. O próprio espiritismo tem trazido solução para muitas vidas; a yoga, o pensamento positivo e outros. Se você acha que tudo o que traz o bem pessoal é de Deus, saiba que já está caído diante do diabo.

Como saber então se é de Deus? Como diagnosticar o problema?

Seria bom inicialmente afirmar que o que importa ao homem não é o que ele sente, mas o seu relacionamento com Deus. Qualquer orientação que me faça ficar satisfeito, quando a minha relação com Deus está ruim, isto é do diabo. Era esta a situação dos fariseus.

Mas há outros testes práticos que gostaria de colocar.

O modo como vem a "bênção". Eles ensinam que se você obedecer a uma fórmula, pré-estabelecida, a bênção virá, a felicidade, a paz, a cura. E sempre é uma fórmula alheia às Santas Escrituras. Geralmente a idéia de uma visão que alguém teve, e daí é elaborado o sistema. Elas podem até citar as Escrituras, mas ao acaso, texto fora do contexto, e isso é transformado em pretexto. Compare isso com as grandes confissões de fé e credos do cristianismo. São todos sinopses da Palavra de Deus. Ali é enfatizada a grandeza e extensão da Bíblia. Como é diferente das seitas que apresentam apenas uma fórmula, uma fórmula mágica. ( Na igreja: ir a igreja, ou ler a Bíblia, ou orar).

Testemunho Pessoal. Outro aspecto que é característico de uma seita é o testemunho pessoal. O que os sectários destas seitas falam é sobre sua vida, o que era e o que são agora. Que eram assim até entrarem para esta "igreja", o seu problema está resolvido. Não ensinam as doutrinas fundamentais do cristianismo. Enfatizam apenas uma fórmula. Vejam que eles, ao enfatizarem seus testemunhos, começam com eles e terminam com eles, e não com Jesus como Senhor, apesar de citá-lo.

Apenas o prático. Eles enfatizam apenas o que é prático. Negligenciam a doutrina. Dizem: "Vocês precisam é de algo prático". Na verdade, porém, o que estão querendo dizer é que não é importante a doutrina. Mas não era assim que Paulo fazia na epístola aos Efésios; ele escreve os três primeiros capítulos nos quais a doutrina não é prática, é pura doutrina. E só depois do capítulo quatro ;e que a torna prática. Ou seja, primeiro o fundamento doutrinário, depois a prática. A ordem inversa é de grande perigo. É o que acontece com essas seitas.Quero aqui realçar o perigo dentro das nossas igrejas. Hoje há uma tendência em se desvalorizar a doutrina. Teologia, doutrina, tudo soa muito intelectual, sofisticado (creio até que em algumas circunstâncias é verdade) e por isso é negligenciado. Há risco de seitas no nosso meio.

Você é que pode fazer. Apesar de falar no Espírito Santo, não se acha que Ele é que vai realizar em nós o que Deus quer. Eles sempre afirmam que é você que pode fazer. Esquecem que é Deus que opera em nós tanto o querer como o efetuar. Daí surgir a jactância, o orgulho, a satisfação própria. Há muita arrogância, pois são eles que conseguem realizar. A mudança foi devido a uma atitude tomada, uma conseqüência do seu esforço próprio. "Eu era assim, mas agora consegui isto..." Não estão entregues à vontade de Deus, mas seus interesses é que prevalecem. Este perigo também está em nossas igrejas e os que agem assim estão esquecidos do que disse Paulo: "operai a vossa salvação com temor e tremor"(Fl.2:12) - Mas eles dizem "não há nada o que temer". Deus nos livre deste pecado da arrogância. É Deus que opera em nós a mudança. O mérito é dEle!

Fórmula Simples. Uma outra característica é que "a fórmula é muito simples". Eles chegam a dizer que é um desperdício estudar tanto as epístolas, quando eles têm uma fórmula tão simples. As seitas têm todas as características dos remédios dos charlatães e toda a sua propaganda. "Eis aí o remédio que cura todos os males". O pior é que não afirmam apenas que podem resolver todos os problemas, mas que podem resolver com facilidade. Mas não é isto que ensina o apóstolo Paulo quando diz: "em tudo somos atribulados, mas não angustiados, perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos..." Podemos ser vitoriosos, é verdade, mas não é fácil. Por isso ele disse também: "Nossa luta não é contra a carne e o sangue..." Temos de lutar contra poderes terríveis. Essa idéia de "fácil" é falsa à luz do Novo Testamento.

Cura e Benção imediatamente. Nesta linha de pensamento, outra característica semelhante das seitas é que elas oferecem a CURA, a BÊNÇÃO, "imediatamente". Já notou isso? É o método do "atalho", e por isso conseguem tantos adeptos. Mas o que nos ensina o Novo Testamento é que estamos num mundo difícil, pecaminoso, dominado pelo diabo e seus anjos. Por isso precisamos de toda a armadura de Deus. Precisamos ser fortalecidos "com poder pelo Seu Espírito no homem interior" (Ef.3:16). O homem moderno afirma: "Eu pensava que o cristianismo resolveria todos os meus problemas e endireitaria tudo imediatamente, mas agora me dizem que devo lutar, vigiar, orar, jejuar, suar... Não quero nada disso! Quero algo que solucione rápido o meu problema". As seitas respondem: "Certo, naturalmente". Observem que as seitas não ensinam crescimento na graça e conhecimento de Cristo; não falam em "operai a vossa salvação com tremor e temor"(2Pe.3:18).Qualquer coisa que ofereça "atalhos" espirituais não é cristianismo da Bíblia. Mas as seitas perguntam: "O que você está precisando? Qual o seu problema?" E responde: "Venha. Nós podemos ajudá-lo". E oferecem o remédio barato, fácil e rápido. Saúde, cura física, a bênção que soluciona todos os seus problemas.Mas o método do Evangelho é muito diferente. A primeira coisa do Evangelho é o CONHECIMENTO DE DEUS. Está é a grande mensagem da Bíblia. Por que Cristo veio ao mundo? "Para conduzir-nos a Deus", responde o apóstolo Pedro (1Pe.3:18). O Evangelho não começa com as minhas dores e penas, minhas necessidades de orientação ou minha aflição. Começa por conhecer a Deus. Este é o objetivo do Cristianismo. "A vida eterna é esta" - Qual? Que eu não me aflija mais, ou que fique livre daquilo que me deprime? Não! - "que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste"(Jo.17:3). Se eu estiver correto com este pensamento, as outras coisas estarão resolvidas. O objetivo do Cristianismo é levar-nos ao conhecimento de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

Sem ênfase na santidade. As seitas não mencionam isto e também não falam de santidade. Podem até proibir muitas coisas nocivas, e dessa forma fabricar fariseus satisfeitos consigo mesmos. Mas a santidade não é algo negativo, e sim positivo - "Sede santos, pois Eu Sou Santo" diz o Senhor. Não é apenas vitória sobre pecados particulares, mas é de fato ser santo. Eles não enfatizam isso.

Ênfase no agora. Outra coisa que as seitas não falam é sobre a "esperança da glória". O Novo Testamento nos fala da glória vindoura. Mas as seitas se propõem a ajudar as pessoas enquanto elas estiverem neste mundo, sem enfocar o futuro. "VOCÊ", você é que está no centro, eles estão enfatizando a experiência e não falam da glória do céu, nem do "NOVO CÉU E NOVA TERRA, ONDE HABITA A JUSTIÇA".(2Pe.3:13).

Enfim, as seitas ficam apenas num estreito círculo no qual o homem está girando, girando e repetindo constantemente a mesma coisa. A "bênção" oferecida pelas seitas é bem diferente do que o Evangelho oferece.

Abomino as seitas. Elas não passam no teste que é a Pessoa de Cristo. Todo movimento ou ensino que não faça do Senhor Jesus Cristo e Sua morte na cruz e Sua gloriosa ressurreição, uma necessidade absolutamente central, não é cristã e sim manifestação das "astutas ciladas do diabo". Ou seja, qualquer ensino ou movimento que diga que você pode Ter esta ou aquela benção sem primeiro crer no Senhor Jesus Cristo como o Filho de Deus, como Salvador de sua alma e Senhor de sua vida, e que sem Ele você não é nada, é uma negação das Escrituras, do cristianismo. Se o ensino ou movimento inclui maometano, budista, judeu e lhe oferece a bênção sem que eles reconheçam e confessem que Cristo, e somente Cristo, é o Filho de Deus e que Ele, somente Ele, pode salvar o pecador, porque ele morreu pelos nossos pecados, NÃO É CRISTÃO! Essa bênção fora do evangelho é negação do cristianismo e devemos rejeitá-la. Não há acesso a Deus, não há conhecimento de Deus como Salvador e Libertador, exceto por meio de Cristo. As seitas são um insulto a Deus, a Jesus Cristo, não têm direito de existir. Se você acha que Jesus não é suficiente, e que deve ir após as seitas em busca de ajuda e "bênção"(cura, prosperidade...), você O está negando; você O está insultando. São as astutas ciladas do diabo.

A fé que sustentou, fortaleceu e abençoou os santos no transcurso dos séculos, e que tem resistido a todos os testes que se podem conceber, é suficiente. Você não tem necessidade de seguir alguma idéia nova, moderna, que só passou a existir no século passado, ou neste. VOLTE PARA A VELHA HISTÓRIA, sempre nova e verdadeira. Volte para a fonte e origem de todas as bênçãos; volte para o Deus eterno e Seu Filho, nosso glorioso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. E o Espírito entrará em seu ser, e todas as suas necessidades serão supridas.

Fonte: [ Josemar Bessa ]
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Faz descer o Nardo! #MORRI

Mais um vídeo bem humorado, de tirar o pica-pau do ôco que mostra como o não-crente interpreta as conçoes evangélicas. Confira!


Fonte: http://www.pulpitocristao.com/

Coreografia na Igreja: A Dança da Ignorância



A ignorância dança na minha frente! Colorida, maquiada, e iluminada, ela se contorce feita serpente, mas não entendo o que ela quer dizer!

Trevas medievais se abatem sobre o culto de igrejas modernas. Novamente os ministros do evangelho estão buscando roupas, cores, luzes, sons, gestos mudos, e centralidade em mulheres que, sem saber, roubam a glória de Cristo nos cultos dessas igrejas. Dessa forma, a velha igreja Católica Romana com seu culto colorido tem sido lembrada no meio evangélico.

Estive pregando em um congresso para jovens presbiterianos, e fiquei decepcionado ao ver que, o culto desses jovens nada tinha a ver com o presbiterianismo histórico, nem com o sistema calvinista de adoração. Não sei quem é o culpado por tantos descaminhos dentro de nossas igrejas; o que sei é que o culto presbiteriano está aleijado em muitas igrejas; precisa de muletas para andar. O princípio que subjaz esta enfermidade é o fato dos líderes acharem que só a Palavra de Deus e os sacramentos já não podem mais ter tanta graça, e para isso insistem em trazer algo com mais engraçado. O que pude observar naquele congresso não posso chamar de culto. Não tive impressão de que as pessoas ali estivessem com suas mentes voltadas para Deus. Palco com muitas luzes pondo seus holofotes em moças maquiadas, brilhando à luz dos reflexos de sapatilhas prateadas, com vestidos multicoloridos, contorcendo seus corpos como serpentes, e até, sensualmente mostrando o contorno de seus corpos, dançando e sinalizando com os membros superiores e inferiores, gestos obscuros que ninguém entendia o que queriam dizer com aqueles movimentos.

Quando sento num banco de igreja e vejo aquelas mocinhas dançando na minha frente, nada mais consigo além da ignorância dançante de seus líderes. Como dançam ao som de músicas, entendo a letra da música, mas não sei o que elas pretendem dizer com seus braços e pernas que sobem e descem sincronizadamente, repetindo cansativamente os mesmos movimentos. Será que somente eu não compreendo a linguagem daqueles corpos coloridos, brilhantes e emudecidos, que se contorcem sobre o palco querendo dizer algo? Será que terei que aprender um alfabeto dos movimentos coreográficos para decodificar a mensagem dançada?

Foi-me dito que elas estão louvando a Deus. Estranho! Parece que esse louvor nunca poderá ser congregacional; ou imaginaremos os anciãos da igreja coreografando sincronizadamente? Por que essa modalidade de louvor só pode ser praticada por moças novas?

Por que a coreografia não é a vontade de Deus para o culto cristão? 

1) PORQUE É UM MEIO ATRASADO E PRIMITIVO DE COMUNICAÇÃO QUE COMPROMETE O CULTO À OBSCURIDADE E AO ERRO.

O meio mais direto, perfeito e objetivo de nos comunicarmos com Deus é por meio da palavra inteligível. Os movimentos corporais podem representar simbolismos nas muitas religiões pagãs e de mistérios pelo mundo afora; mas só o culto revelado a Israel (Rm 9:4) contém os verdadeiros elementos que agradam a Deus. Nada há no culto de Israel que lembre o culto pagão das nações vizinhas, que era recheado de danças folclóricas. O louvor de Israel sempre foi por meio de palavras inteligíveis, e não por expressões corporais. Além disso, teria que haver uma codificação dos movimentos, para que a igreja pudesse ler e decodificar o significado de cada movimento, o que é impossível, pois como é uma dança ao som de músicas, as letras das músicas confundiriam as letras expressas pela linguagem corporal. Ainda assim, a expressão corporal seria inviável para o culto porque o corpo é mudo e seus movimentos limitados, tendo-se que repetir as mesmas coisas significadas, e caindo no erro das vãs repetições.

A coreografia é proibida pelo apóstolo Paulo por representar uma forma muda de expressão que nada expressa. Nenhuma formalidade sem sentido deveria fazer parte do culto cristão, (I Co 14:8-9). A própria palavra louvar (do lat. Laudare) sempre está relacionada a “dizer algo inteligível à mente”, “bendizer”; assim sendo nunca poderia ser empregada para gestos ou expressões corporais. O Salmo 150:4 emprega o termo para “adulfes e danças” porque está citando a expressão de Êxodo 15:20-21, que é acompanhada de bendições em alta voz por Miriam e as mulheres que acompanharam o coro.

Todo meio obscuro de cultuar a Deus é proibido em sua Palavra, pois a igreja tem entender a mensagem para dar o amém, (I Co 14:16). Toda forma de culto que não comunica a mensagem inteligívelmente, é semelhante a falar ao ar, (I Co 14:9). Além do mais, o apóstolo Paulo ensina que o culto cristão é racional, pertencente ao entendimento, (Rm 12:1). Cultos em que não se entende a mensagem ou o louvor, são caracteristicamente pagãos em sua essência.

Usar exemplos de Miriam ou Davi é cometer sério erro hemenêutico. Eles dançaram porque quiseram; não estavam obedecendo a nenhum mandamento da lei, nem seu exemplo ficou para ser seguido. O povo de Deus não segue exemplos, e sim ordens.

2) PORQUE NÃO É PARTE INTEGRANTE DE NENHUM DOS MEIOS DE GRAÇA, E, PORTANTO NÃO PODE FAZER PARTE DO CULTO.

Além dos sacramentos e da palavra, Cristo e os apóstolos não instituíram nada mais como meio de graça para o povo de Deus. Todos os elementos do culto cristão são, necessariamente, meios de graça. Mas fica difícil explicar como um grupo de mulheres fantasiadas e dançantes se tornariam um meio de graça para a igreja de Cristo. O que coreografia tem a ver com a história da redenção? O que as danças comunicariam à mente dos crentes? A música cantada é ordenada nas epístolas paulinas, e foi usada por Cristo ao término da ceia; nada há, porém, quanto à dança.

3) PORQUE NÃO FAZ PARTE DE NUNHUMA ORDEM LITÚRGICA ENCONTRADA NO VELHO OU NOVO TESTAMENTO.

A própria expressão “dança litúrgica” é precária, pois não há nenhuma liturgia de culto onde haja danças no Velho ou Novo Testamento.

O culto foi uma das dádivas pactuais dadas ao povo de Israel, e sobre o qual a nova aliança é inspirada. Não há nenhum registro do culto no Antigo Testamento que danças fizeram parte do culto israelita no templo. O culto de Israel era santíssimo, e jamais seria profanado por elementos de cultos pagãos. Os povos vizinhos de Israel adoravam o sol, as estrelas, gatos, serpentes, jacarés, deusas, e deuses, dançando religiosamente para eles. Esse culto dançante era originado da própria vontade humana, mas o culto do Deus de Israel tinha origem divina, e foi revelado pelo próprio Deus ao seu povo, (Rm 9:4); em nenhum lugar da revelação Deus requereu danças; elas eram exatamente o elemento mudo das religiões pagãs daqueles tempos. O mesmo pode-se entender no Novo Testamento. Nenhuma evidência há para uma tradição pagã entre os crentes da igreja primitiva.

4) PORQUE NÃO HÁ MODELO NEM MANDAMENTO APOSTÓLICO PARA ISTO.

As ordens apostólicas do conteúdo do culto no que se refere a louvor é salmo, (I Co 14:26); salmos, hinos e cânticos espirituais, (Ef 5:19). Em nenhum lugar da tradição apostólica foi incluída coreografia, sendo, portanto, uma tradição humana acrescentada ao culto cristão.

5) PORQUE ROUBA A GLÓRIA DE CRISTO E MACULA O CULTO DIVINO.

O movimento moderno secular de coreografia na igreja apresenta-se como um show, bem ensaiado, e que, impecavelmente pretende agradar à expectativa de quem assiste. A atenção dos expectadores está em acompanhar os movimentos dos corpos brilhantes e coloridos e conferir as falhas e os acertos para depois atribuir-lhes elogios. Nada há na coreografia que leve a mente dos crentes a glorificar a Cristo, pois os corpos dançantes não falam à mente. Se nada comunicam, acabam distraindo a mente dos crentes e desviando o foco das atenções do verdadeiro culto que é Cristo.

Nenhuma dançarina vai a um palco querendo dar glória a outrem, pois ela está ali para “demonstrar” e não para levar a mente das pessoas cativas a outro lugar que não sua própria pessoa. Assim, as dançantes amaldiçoam-se por roubar a centralidade da adoração a Deus, (Atos 12:21-23), por receber honras e elogios que deveriam ser de Cristo, e por tornar a adoração a Deus em show, culto profano e pagão.

6) PORQUE A COREOGRAFIA SEMPRE ESTÁ ENVOLVIDA COM CARNALIDADE.

Na coreografia, os movimentos dançantes são voltados para demonstrações dos corpos de quem dança. A mente de quem assiste é eficazmente desviada para contemplar movimentos, e não para pensar em Deus ou em Cristo. As moças fantasiam-se sensualmente, - exatamente como procedem as dançarinas mundanas para atrair olhares, e provocar impressões sensoriais fortes em quem assiste. Quando dizem que estão imitando a profetisa Miriam, com coreografias modernas, tais coreógrafos esquecem-se de que uma profetisa judia nunca vestiria trajes tão pecaminosos como as atuais fantasias que circulam nos palcos eclesiásticos dos nossos dias. Pelo efeito que produz, a coreografia é uma obra de sensualidade, voltada para o pecado da carne; e o pendor da carne é morte, (Rm 8:6).

7) PORQUE É PECAMINOSO POR ENALTECER A NATUREZA HUMANA.

Nada pode ocupar o centro da adoração cristã senão a Palavra de Deus, por meio do pregador. As danças, os conjuntos, cantores e corais são terminantemente proibidos de ocupar o lugar central da Palavra de Deus no verdadeiro culto cristológico. Todas essas pretensiosas formas de expressões de louvor são individuais e particularizadas, devendo apenas ser para uso de cada um em ambiente privado, não na igreja. Na igreja o culto é público, e o louvor sempre é congregacional. O apóstolo Paulo foi incisivo contra os coríntios com seus individualismos em detrimento da igreja como corpo. A visão de cantor A, conjunto B, coral C, que se apresentam sozinhos, segregando-se do louvor congregacional, nada mais é do que uma visão de fama, e isto é pecaminoso aos olhos de Deus.

Uma expressão absurda que se usa muito nas liturgias seculares é o termo “participação especial” para designar um cantor que vai cantar na frente da igreja. Sem perceber, o liturgo anuncia que o culto vai parar porque alguém mais especial vai cantar.

Sempre que houver o incentivo à manifestações particulares de louvor, a tendência é à segregação, individualismo, fama, elogios, e exaltação à pessoa que canta ou grupo que se apresenta. Assim sendo, tais modelos são carnais, (Gl 5:20-21) e devem ser evitados na igreja de Cristo. Todos esses modelos são seculares, trazidos do mundo pagão para dentro da igreja, sem nenhuma base bíblica. No céu toda a igreja cantará em um coral universal; lá não haverá participação especial de A ou B. Se a igreja de Cristo quer agradar a Deus, então, deverá copiar o modelo das coisas celestiais, e não das terrenas, (Cl 3:2).

8) PORQUE É AFÔNICA E DENUNCIA-SE DESNECESSÁRIA

A mais absurda idéia que podemos ouvir dos defensores da coreografia na igreja é que ela é uma maneira de louvar a Deus. Usam os textos dos Salmos 150 e o exemplo de Miriam (“Se ela dança, eu danço!”), e o exemplo de Davi – textos que tratarei mais adiante – para fundamentar uma teologia contraditória, por desconhecerem a verdadeira idéia do salmo 150 e do exemplo de Miriam.

A grande contradição da coreografia é que ela precisa da música para louvar. Ora, como pode um corpo dançante louvar, se louvar é bendizer, e o corpo nada diz?

Ao olharmos para o Salmo 150:4 (“Louvai ao Senhor com adulfes e danças”), o termo hebraico mahol “dança”, é um termo usado como símbolo de alegria após uma vitória. Normalmente uma mahol era acompanhada de adufes (tof); por isso o salmista usa o conjunto “adulfes e danças”. A expressão hebraica do Salmo 150:4 é exatamente a mesma encontrada em referência à dança de Miriam em Êxodo 15:20, em sua forma verbal (“tocaram adulfes e dançaram”). Algo muito importante que muitos deixam de esclarecer é que a dança de Miriam nada tem a ver com o moderna coreografia praticada nas igrejas. Vejamos as diferenças: 1) A dança de Miriam foi resultado de uma alegria de vitória do povo de Israel sobre os egípcios; 2) Foi acompanhada por um instrumental próprio; 3) Constituiu parte do ato de louvor a Deus pela vitória, que compunha-se de repertório, som, e dança. Daí podemos concluir: a) que Miriam não coreografou apenas gestos mudos; b) Que é errado referir-se a Miriam apenas à sua dança, pois ela tocou, cantou, e dançou; c) Que a parte mais importante do seu ato não foi a dança, e sim a letra da música que ela proferiu; d) Que o que louvou a Deus não foi o movimento do seu corpo, e sim as palavras que proferiu para engrandecer e bendizer a Deus; e) Que a dança de Miriam não foi uma parte integrante do louvor, e sim o resultado da alegria que sentiu, sendo apenas uma manifestação contingente.

Uma segunda abordagem importante é lembrar que aquele ato de Miriam foi um ato profético extraordinário e inspirado, no qual, ela como profetisa inspirada, estava profetizando Palavras de Deus que ficaram registradas no cânon das Escrituras do Antigo Testamento. Portanto ninguém pode querer dançar como Miriam dançou, porque sua dança foi um mover inspirado do Espírito de Deus no profetismo do Antigo Testamento, que tinha fins de escrituração da Palavra de Deus; Miriam não dançou porque quis, e sim porque o Espírito quis. Quando as pessoas querem imitar Miriam, estão assumindo a postura do falso profeta, pois não têm credenciais para isto.

Quanto ao Salmo 150, estaria dando ordens para louvar a Deus com danças? Absolutamente não! O salmista não está se referindo apenas à “dança”, separadamente de adulfe, pois ele está se referindo ao ato de Miriam. “Adulfes e danças” é a expressão do louvor profético da profetisa Miriam, que foi inclusa no livro dos salmos para ser lembrada continuamente no cântico de Israel, porque continha os elementos da redenção de Israel.

Grande parte do erro da coreografia deve-se à visão errada que as pessoas têm dos Salmos. A maioria acha que os salmos são mandamentos; e quando lêem o Salmo 150:4, acham que o salmista está ordenando ao povo de Deus a dança como louvor. Os salmos são poemas musicais compostos pelos israelitas da antiguidade para serem usados como hinos na adoração. Ao invés de dançarem por causa da expressão do salmo, eles apenas cantavam o salmo; não há nenhum indício de que os israelitas dançassem no templo. Na verdade, o Salmo 150:4 não foi dado para imitar Miriam, mas para cantar a vitória redentiva que ela celebrou. Portanto, o Salmo 150:4 não é para ser dançado, e sim cantado. Bater tambores e movimentar o corpo nada diz acerca das grandezas de Deus; portanto, não é à dança ao que o salmista está se referindo, e sim ao que foi dito por Miriam quando dançou.

O caso da dança de Davi em I Crônicas 15:29 tem sido usado como modelo ou mandamento para justificar coreografia. Isto consiste muito mais em ignorância do que exegese. Davi não deu ordens a ninguém para dançar, nem instituiu em seu reinado a “dança litúrgica”. Mais uma vez, somente o rei se empolgou porque estava vindo de uma vitória contra os filisteus, e apenas ele dançou. Davi dançou e se alegrou, mas depois é que adorou ao Senhor com cânticos dos Salmos de sua autoria, (I Cr 16:7-36). Isto é prova de que as danças do Antigo Testamento estão relacionadas com a história das vitórias de Israel, e nunca com a adoração. Danças no Antigo Testamento é uma expressão de alegria, e não de louvor.

A dança celebra alegria, festa; a única festa a qual somos ordenados celebrar é a ceia do Senhor no dia do Senhor, (I Co 5:7,8).

9) PORQUE ROUPAS, CORES, FORMAS, LUZES E SONS SEMPRE CARACTERIZAM O VELHO CULTO CATÓLICO ROMANO.

O culto reluzente e colorido é o culto que não agrada a Deus. No Antigo Testamento havia muitas figuras, cores, formas e ritos, mas tudo tinha um significado tipológico. Com a vinda de Cristo, toda expressão profética do antigo culto cumpriu-se. Agora, somente os aspectos da nova aliança devem interessar à igreja de Cristo. Nada há Novo Testamento que nos dê a entender que o culto da Nova Aliança seja recheado de cores, luzes e sons. Ao contrário, a recomendação apostólica, quanto ao culto cristão, é de simplicidade e humildade. A igreja neotestamentária que mais deu trabalho ao apóstolo Paulo quanto à humildade do culto foi Corinto. Loucos por extravagâncias, os coríntios foram duramente repreendidos pelo apóstolo.

Antigamente, antes das missões protestantes alcançarem as Américas, a roupa comum dos crentes era, naturalmente, o paletó. O pregador usava paletó porque era a roupa de todos os homens presentes na igreja; não havia destaque do pregador pela roupa ou qualquer outro utensílio. Hoje as igrejas buscam destacar cada vez mais o pregador da multidão. Contrariamente aos reformadores do passado, o Catolicismo procurou enaltecer infinitamente seu clérigo, pondo sobre ele roupas, cores, e objetos, que o tornam o centro da missa. O papa católico, com seus grandiosos palácios e fortunas, com tantos aparatos, ouro, e finíssimas roupas sobre si, nunca poderia ser o representante de Cristo na terra; Cristo morreu nu, desprezado, sem riqueza, e abandonado numa cruz. Por este motivo, o verdadeiro culto cristão é aquele que melhor representa a humildade do nosso Senhor. Implementar o culto com tantas paramentas é voltar à ostentação do culto católico romano, culto abominável a Deus.

10) PORQUE IMPEDE QUE A PRÓPRIA MENSAGEM PRETENDIDA CHEGUE A MENTE, POR APRISIONAR-SE AOS OLHOS.

Deus nunca estabeleceria coreografias para o seu culto porque seria uma contradição de propósitos. Seria a coreografia para os olhos ou para mente? Até agora nunca vi nada diferente do que as tais danças proporcionam para quem as assiste, além de novidades para os olhos. Nada diz ao coração, nem à mente. Ninguém entende nada que se faz com o corpo. É mero lazer para quem pratica, e confusão para quem vê. Dessa forma, a coreografia constitui um elemento proibido pela literatura apostólica. Nela não há mensagem de louvor, palavras de gratidão ou qualquer coisa parecida. Como poderia algo tão inócuo e irracional fazer parte do culto racional dos cristãos, (Rm 12:1)?

11) PORQUE DESOBEDECE AO MANDAMENTO DA MODÉSTIA DA MULHER NO CULTO.

As dançarinas produzidas em vestes, cores e arranjos ferem a ordem apostólica dos trajes modestos que Paulo dá em I Timóteo 2: 9 para o culto cristão. O culto não é lugar para demonstrações de fantasias de danças femininas. Certamente isto constitui um pecado grave para com Deus: a profanação do seu santo culto.

12) PORQUE FAZ PERDER A SIMPLICIDADE DO CULTO A DEUS.

O culto cristão é um momento onde todos os crentes devem estar quebrantados de espírito, arrependidos de seu mal, perdoado o próximo, e na mais total dependência de Deus. O sentimento de igualdade e dependência mútua como partes de um corpo deve permear o ambiente sagrado, fazendo de todos um único organismo. Quando o culto é recheado de destaques, privilégios, participações “especiais”, apresentações e representações individuais, (cores, movimentos, sons, personalidades centralizadas no palco, concorrências, etc.) elementos chamativos da atenção da congregação para um único indivíduo ou grupo, perde-se então, a verdadeira natureza de culto a Deus; a adoração é transformada em relações psico-sociais e antropológicas. Personagens se tornam o foco das atenções, as mentes são desviadas de Cristo, e o interesse aumentado em direção aos talentos, cores, sons, gestos e aplausos.

Para a maioria das pessoas o culto não tem graça quando o único atrativo é Deus. Haverá sempre muito mais adeptos do falso culto, porque, além de tal culto não exigir pré-requisitos espirituais, ainda garante um relaxamento e lazer para os participantes.

13) PORQUE CONTRARIA OS PRINCÍPIOS DE LITURGIA DO CALVINISMO, CARACTERIZANDO OS USUÁRIOS COMO NÃO CALVINISTAS.

Calvinismo é um sistema de culto e vida. Incrivelmente, podemos encontrar coreografia em igrejas que vêm de origens calvinistas; até mesmo alguns pastores coreógrafos querem ser identificados como calvinistas. Com toda certeza esses movimentos coreográficos seriam taxados por Calvino e seus sucessores como movimentos pagãos. O culto do calvinismo clássico está muito longe das caricaturas modernas do culto protestante. Os praticantes da coreografia evangélica desconhecem o verdadeiro culto calvinista, e não partilham da tradição reformada deixada pelos gigantes do calvinismo clássico.

A ênfase dada pelos calvinistas ao culto cristão condena qualquer representação visível (CONFISSÃO DE WESTMINSTER, cap. 1, seção 1), seja de danças, de teatro, ou de qualquer outra coisa. Pastores que afirmam serem presbiterianos, ou que adotam a Confissão de Westminster como símbolo de fé, jamais deveriam estar envolvidos em práticas coreográficas no culto reformado, pois isso é negar o voto ministerial, e incorrer numa infidelidade para com a Igreja Presbiteriana do Brasil.

14) PORQUE A ORDEM É LOUVAR COM A BOCA, E NÃO COM DANÇAS.

“Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15)

A palavra “sacrifício” da expressão “sacrifício de louvor”, representa a adoração a Deus no Antigo Testamento. O autor está citando a mesma idéia contida em Oséias 14:2 (“sacrifícios de nossos lábios) para afirmar a verdade comparativa com o Antigo Testamento: enquanto a adoração da Antiga Aliança era por meio de sacrifícios de animais, a adoração da Nova Aliança é por meio de um outro tipo de sacrifício,“o sacrifício que procede dos lábios”. O autor desta epístola é unânime com a doutrina apostólica, quando fundamenta toda a adoração do Novo Testamento sobre o louvor dos lábios dos crentes. Indiscutivelmente, quando alguém tem dúvida sobre a adoração do Novo Testamento, podemos dizer-lhe que aquilo que era para o antigo culto de Israel, é hoje o louvor dos lábios dos crentes. Esse é o modelo neotestamentário de adoração da Nova Aliança, não havendo nenhuma outra forma de adorar a Deus, além de nossos lábios. 

15) PORQUE NO CÉU O CORAL É DE VOZES E NÃO DE DANÇARINAS.

“Era necessário que, as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores.” (Hebreus 9: 23)

O culto terreno, instituído por Cristo e pelos apóstolos, é figura do que há no céu, e lá não há grupos de dançarinas, apenas um imenso coral de vozes dos redimidos, (Apocalipse 7 e 19). O texto de Hebreus está intimamente relacionado com o sacrifício de louvor dos lábios dos crentes. Não há nenhuma margem para cultos dançantes no céu. A adoração a Deus que acontece na terra é uma cópia da adoração celestial. Por isso João tem a visão apocalíptica de um grande coral, e não de dançarinas.

16) PORQUE DENUNCIA A IGNORÂNCIA TEOLÓGICA DOS LÍDERES QUE APOIAM ESTE PECADO NA IGREJA.

Como já vimos anteriormente, a prática da coreografia na igreja é uma prática mundana que entrou no culto dos mais desinformados. A liderança que compartilha de tais “expressões de louvor” desconhece a história do Calvinismo, ignora os símbolos de fé reformados, não tem raciocínio teologicamente preciso, e nunca aprenderam teologia reformada. Cansam-se de dizer que são reformados, quando na verdade só acreditam, com reservas, no sistema de governo e na doutrina da predestinação. Se olharmos para o presbiterianismo histórico, veremos que os antigos líderes eram homens mais conscientes da doutrina reformada, e detinham certa cultura teológica; essa é razão porque nunca encontramos coreografia na igreja quando recuamos um pouco na história. A maioria da liderança perdida com coreografia representa um pessoal que nada lê ou estuda; ignora a teologia, as letras, e o conhecimento. Assim, perecem no paganismo de sua própria ignorância.

Quando corpos se contorcem feitos serpentes na frente de uma igreja, a única coisa que representam com aquelas danças é a materialização dançante da ignorância de seu pastor.

16) PORQUE CONTRARIA A ORIENTAÇÃO LITÚRGICA DA IPB.

A base constitucional contra a coreografia na igreja está nos Princípios de Liturgia cap. III, Artigos. 7 e 8, no qual a IPB define os elementos que devem constar no culto presbiteriano.

A posição mais recente da Igreja Presbiteriana do Brasil quanto à coreografia está na resolução exposta no documento CXIII da reunião ordinária do SC/IPB-98, a qual rejeita o movimento coreográfico na igreja em bases teológicas, históricas, e confessionais, ordenando aos concílios que façam lembrar aos pastores o voto de seguir os padrões institucionais quando da ordenação, e que também façam cumprir os princípios de liturgia quanto ao culto público da IPB no cap. III, artigos 7 e 8. Todos os líderes eclesiásticos que compartilham, ensinam, ou praticam coreografias em suas igrejas incorrem em grave falta, sendo passivos de disciplina pelos concílios da IPB, bastando para isso que qualquer membro da igreja ou concílio denuncie tal líder. Aqueles que não concordam ou sentem-se ultrajados por causa de seus líderes dançarinos, devem enviar documento formal, com base constitucional (tanto do Manual Presbiteriano, quanto do doc. CXIII-SC/IPB-98) ao conselho, pedindo que tal documento seja enviado ao Presbitério. Em tal documento deve haverá: a) denúncia formal de que o pastor promove ou permite danças no culto público; b) a base constitucional que referenda a falta ( Manual Presbiteriano e doc. CXIII-SC/IPB-98); c) a requisição pedindo que seja proibido pelo concílio superior o procedimento coreográfico de tais líderes.
Moisés C. Bezerril
Em: [ Teologia Hoje ]
Via: [ Blog dos Eleitos ]

Soli Deo Gloria


Por Leonardo Gonçalves
Nenhuma afirmação doutrinária pode ser mais ignorante do que aquela que diz existirem condições para a Salvação. Ora, se é por graça, que condição pode haver? Será que teremos que ser santos antes mesmo de sermos salvos? Seriam as boas obras a condição da salvação ou o efeito da mesma? Será que retrocedemos à era medieval e as heresias do romanismo estão novamente invadindo a igreja protestante?
Insisto, qual a condição para a salvação? Se alguém disser: “É a fé!”, devo lembrá-lo que também a fé é um dom de Deus. A fé não é a condição da salvação, mas o meio pelo qual ela é aplicada a nós. Se alguém disser: “Mas tem que abrir o coração”, devo lembrá-lo que foi Deus quem abriu o coração de Lídia (Atos 16.14). Se disserem: “É o arrependimento!”, ousemos perguntar: Pode um homem morto se arrepender? (Ef 2.1). De fato, pode um homem morto dar qualquer passo em direção a Deus?
Outros dirão: “A salvação é dos que buscam!”. Acaso esquecem que “Não há quem entenda, não há quem busque a Deus”? (Rm 3.11). E se disserem: A salvação é obtida pela justiça humana, respondamos uníssonos: “não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10). Como dizia o grande pregador batista Charles Haddon Spurgeon: “Se nossas justiças são como trapos imundos diante da santidade de Deus, imagine nossas injustiças!”.
E desde os tempos de Pelágio, muitos afirmam: “Mas o homem é um ser dotado de vontade, portanto pode escolher a Deus por si mesmo”. Mentira das mentiras! Embora o homem seja dotado de vontade, essa vontade foi, por causa da queda, sujeita a vaidade. Sua natureza é caída, e embora o homem seja – de fato – livre para escolher conforme a sua vontade, a vontade do homem sem Cristo sempre será má (Is 1.6, Sl 52.3, Jo 8.44, Ef 1.17-18 e Jr 7.24). Por isso, o homem é incapaz de escolher a Deus por si.
Ninguém nasce de novo da sua própria vontade (João 1.13). Somente o Espírito de Deus pode conduzir o coração do homem a escolher da maneira correta! Deus mesmo é quem escolhe e atrai para si.
Disso, segue-se que nenhuma coisa intrínseca ao próprio homem pode salva-lo. A regeneração do homem (a qual precede a fé) é obra gratuita de Deus, e atribuir tão grande salvação ao arbítrio humano, às obras ou a sua justiça própria, além de constituir uma heresia horripilante, também furta a glória daquele que chama soberanamente.
Ao Senhor (e só a Ele) pertence a Salvação! (Jonas 2.9)
Soli Deo Gloria
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Leonardo Gonçalves é editor do Púlpito Cristão
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