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O
debate entre monergistas e sinergistas tem de ser lutado mais uma vez
em cada geração, pois não há nada mais oposto à exaltação inerente do
homem de seus próprios poderes da vontade do que o reconhecimento da
liberdade soberana da graça. Enquanto nós podemos, e fazemos, nos
beneficiar muito dos esforços daqueles que foram antes de nós, o fato
que permanece é que cada geração de crentes enfrenta essa questão e deve
vir aos apertos com as ramificações das respostas dadas.
Quando Roger Olson anunciou que ele estava lançando um livro,
parte de um contra-ponto de dois livros com Michael Horton, intitulado
contra o calvinismo, havia esperança para algo que poderia comprometer a
força real da teologia reformada a clara e consistente exegese do texto
bíblico que o “jovem, agitado e reformado” tem descoberto tão
convincente. Mas mesmo antes do seu lançamento, o Dr. Olson deu clara
indicação de que seu foco não era ser exegético. Em vez disso, como o
livro fundamentou, seu argumento pode ser sumarizado com bastante
facilidade: o Deus do calvinismo é um “monstro moral”, e os calvinistas
simplesmente precisam pensar em suas crenças o bastante para ver o que
Olson tem sido capaz de ver.
Há
duas razões primárias porque eu acredito que a abordagem do Dr. Olson
terá de pouco a nenhum impacto sobre os crentes calvinistas como eu,
mesmo pessoas que não nasceram e se desenvolveram em uma tradição
reformada e por isso não mantém seus pontos de vista fora de um
compromisso com a tradição. Primeiro é a ausência de força exegética por
trás da apresentação de Olson, e o segundo é o fundamento
auto-professado de Olson por fazer a “grande decisão” quanto à bondade e
a soberania de Deus. Eu comentarei brevemente sobre o primeiro e
focarei no segundo.
Não
há argumentação a ser feita contra a afirmação de que a escola de
pensamento da reforma tem produzido uma quantidade monumental de
material exegético. Sua profundidade e amplitude são, simplesmente,
surpreendentes. Mas o Dr. Olson escolheu focar unicamente em alguns
representantes modernos, e propositalmente evitar outros (eu mesmo entre
outros) “no princípio”. Isto resultou em uma apresentação profundamente
enviesada que não se comprometeu com respostas exegéticas a textos
chaves como 1 Timóteo 2.4, um texto repetidamente usado como uma
proteção do seu argumento. Olson foi tão longe a ponto de insistir que a
linguagem original do texto “não pode ser interpretada de qualquer
outra maneira do que se referindo a cada pessoa sem limite” (uma
afirmação muito facilmente refutada, mas que Olson não ofereceu nenhuma
evidência ou autoridade). Neste nível, a apresentação de Olson deixou
muito a desejar.
Mas
o mais importante foi a fundamental conclusão tirada de suas próprias
palavras: realmente não importaria mesmo se estes textos
consistentemente atestassem ao que os calvinistas acreditam. Dr. Olson
não adoraria este Deus de nenhuma maneira, não importa o que a Bíblia
diz sobre o assunto. Como ele expressou de si mesmo (p.85 ênfase
original):
Um dia, no fim de uma sessão de aula sobre as doutrinas da soberania de Deus do calvinismo, me fez uma pergunta que eu tive que parar de levar em consideração. Ele perguntou: “se fosse revelado a você de uma forma que você não pudesse questionar ou negar que o Deus verdadeiro na verdade é como o calvinismo diz e os preceitos como o calvinismo afirma você ainda o adoraria?” Eu sabia que a única resposta possível sem um momento de reflexão, embora eu soubesse que isto chocaria muitas pessoas. Eu disse não, que eu não o adoraria porque eu não podia. Tal Deus seria um monstro moral. É claro, eu tenho consciência de que os calvinistas não pensam que os seus pontos de vista da soberania de Deus fazem dele um monstro moral, mas eu posso simplesmente concluir que eles não têm pensado nisso através de sua conclusão lógica ou mesmo levado suficientemente a sério as coisas que dizem sobre Deus e o mal e o sofrimento inocente no mundo.
Este
parágrafo me paralisou e assim tem sido a experiência da maioria dos
outros leitores reformados. É incrível que Dr. Olson acredita que ele
tem sondado as profundidades da teologia reformada ao mais profundo
nível do que fez Calvino, Beza, Zanchius, Turretini, Owen, Edwards,
Warfield ou Hodge. Mas o mais marcante foi a ousadia da postura de
Olson. A pergunta do estudante foi clara, e Olson enfatiza seu ponto. A
questão se reduz a se Olson, confrontado com a clara revelação de que os
calvinistas estão certos, e Deus existe, e age como os calvinistas
dizem que ele faz, adoraria aquele “Deus calvinista” ou não. Sua
resposta é clara: ele não adoraria. Tal Deus seria um “monstro moral.”
Este é o cerne de rejeição de Olson da posição reformada, e isso é algo
que ele tem afirmado em seu diálogo com Michael Horton que aconteceu em
Southern California seguindo o lançamento do seu livro. A mais alta
autoridade para Roger Olson na questão de determinar a natureza de Deus
não é a revelação da escritura, é seu próprio entendimento do que deve
constituir a “bondade”.
É
aqui que o crente reformado convicto deve romper com Roger Olson. É uma
separação fundamental que vai ao mais profundo nível do que a acusação
de Olson de “seu Deus é um monstro moral.” Isto vai a se nós, como
criaturas, temos o direito de estabelecer padrões que determinam o que é
aceitável e inaceitável para Deus. A revelação de Deus de sua própria
natureza e ações no universo determina a verdade sobre o Deus que nós
adoramos, ou nós colocamos os limites do que será “aceitável” para nós
antes de nós estarmos dispostos para se render a adoração? Arão ficou em
silêncio diante de Deus quando Deus destruiu os seus filhos (Lv 10). Jó
aprendeu que o homem não tem direito de questionar a Deus e estabelecer
padrões fora de sua revelação (Jó 40.3-5).
As
objeções de Roger Olson a bondade de Deus á luz de seu decreto soberano
tem sido respondido, a um mais profundo nível do que ele parece estar
ciente, muitas vezes. Mas é sua afirmação fundamental que ele
estabelecerá um padrão pelo qual Deus deve ser julgado que é mais
preocupante. Ele deveria se lembrar das palavras de Dn 4.34-35 de um rei
pagão que ao receber de volta a sua razão e mente sã proferiu estas
palavras:
Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonozor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a mim o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre; porque o seu domínio é um domínio sempiterno, e o seu reino é de geração em geração.
E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
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- Sobre o autor: James White é Pastor da Igreja Batista Reformada em Phoenix/Arizona, diretor do Alpha e Ômega Ministries, um importante ministério de Apologética Cristã. É autor de mais de vinte livros, professor e um debatedor talentoso.
- Sobre o autor: James White é Pastor da Igreja Batista Reformada em Phoenix/Arizona, diretor do Alpha e Ômega Ministries, um importante ministério de Apologética Cristã. É autor de mais de vinte livros, professor e um debatedor talentoso.
Fonte: Patheos Evangelical
Tradução: Francisco Alison Silva Aquino
Divulgação: Bereianos
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