Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

domingo, 3 de outubro de 2010

O que foi impossível à lei. - João Calvino

Posted: 02 Oct 2010 02:30 PM PDT

.

- ( Rm 8.3 ) -

O Senhor nos justificou em Cristo, movido por sua soberana misericórdia. Tal coisa é impossível à lei fazer. Todavia, visto que esta cláusula é por demais notável, examinemos cada uma de suas partes.

O apóstolo afirma em termos claros que os nossos pecados foram expiados pela morte de Cristo, visto que era impossível que a lei nos conferisse a justiça. Daqui se infere que muito mais nos é ordenado na lei do que somos capazes de fazer. Se fôssemos capazes de cumprir a lei, não teria sido necessário buscar remédio em outra fonte. Portanto, é simplesmente absurdo medir a força humana pelos preceitos da lei, como se Deus, ao ordenar o que é justo, houvera considerado o caráter e a extensão de nossas faculdades.

No que estava enferma pela carne. Para que ninguém imaginasse que o apóstolo estava sendo irreverente, acusando a lei de enferma, ou restringindo-a às simples observâncias cerimoniais, ele expressamente afirma que esta defecção não era devido a alguma falha na lei, e, sim, às corrupções de nossa carne. E preciso admitir que, se alguém pudesse satisfazer a lei divina em termos absolutos, então o mesmo seria justo diante de Deus. Portanto, o apóstolo não nega que a lei seja suficiente para justificar-nos no que respeita à doutrina, visto que a mesma contém a norma perfeita de justiça. Contudo, visto que nossa carne não atinge essa justiça, todo o poder da lei falha e se desvanece. Por isso não é difícil refutar o erro ou, antes, a ilusão daqueles que imaginam que Paulo está privando somente as cerimônias da virtude de justificar. Porquanto Paulo expressamente põe a culpa em nós mesmos, e declara que ele não encontra falha na própria doutrina da lei.

Além do mais, é preciso que entendamos a enfermidade da lei no sentido em que o apóstolo usualmente toma a palavra, a qual significa não simplesmente uma leve fraqueza, e, sim, impotência. Ele adota este sentido com o fim de enfatizar que não é absolutamente a função da lei conceder justiça. Vemos, pois, que estamos inteiramente excluídos da justiça de Cristo, visto que não pode haver justiça em nós mesmos. Tal conhecimento é especialmente necessário, porque jamais seremos vestidos com a justiça de Cristo, a menos que antes saibamos com certeza que não possuímos em nós qualquer justiça que mereça chamar-se nossa. A palavra carne é sempre usada no mesmo sentido, significando nós próprios. A corrupção, pois, de nossa natureza torna a lei de Deus de nenhuma utilidade para nós. Embora nos mostre o caminho da vida, ela não nos impede de nos precipitarmos de ponta cabeça na morte.

Isso fez Deus enviando seu próprio Filho. Ele agora mostra a maneira como nosso Pai celestial nos restaurou à justiça por intermédio de seu Filho. O Pai condenou o pecado na carne de Cristo, ou seja: ao cancelar o escrito de dívida [Cl 2.14], ele aboliu a culpa que nos mantinha condenados na presença de Deus. A condenação proveniente do pecado nos trouxe para a justiça, porque, visto que nossa culpa foi desfeita, estamos absolvidos, de sorte que Deus nos considera justos. Em primeiro lugar, contudo, Paulo afirma que Cristo foi enviado, a fim de lembrar-nos que a justiça de forma alguma reside em nós, já que devemos buscá-la nele. E em vão que os homens confiam em seus próprios méritos, porquanto são justos somente através do beneplácito de outro, ouse apropriam da justiça procedente da expiação que Cristo efetuou em sua carne. Cristo, diz ele, veio na semelhança de carne pecaminosa. Embora a carne de Cristo fosse incontaminada por qualquer mancha, ela tinha a aparência de pecaminosidade, visto que levava em si o castigo devido aos nossos pecados. Certamente, a morte manifestava, na carne de Cristo, cada partícula de seu poder, como se sua carne se sujeitasse [espontaneamente] à morte. Visto que nosso Sumo Sacerdote tinha que aprender, de experiência própria, o que significa participar da fraqueza [Hb 4.15], aprouve a Cristo carregar nossas enfermidades, a fim de poder inclinar-se para nós com mais compaixão. Neste aspecto, também, transpareceu nele uma certa semelhança [—imago] com a nossa natureza pecaminosa.

Fonte: [O Calvinista]

Há um futuro para o movimento evangélico?

Posted: 02 Oct 2010 12:42 PM PDT

.
Por: Guilherme de Carvalho

Foi muito comentada a reportagem da revista Época sobre os "Novos Evangélicos"; celebrada por uns, criticada e até mesmo ridicularizada por outros (e não sem razão, diga-se). Agora que o susto passou e o "corpo" foi recolhido, acho que posso arriscar uns palpites sobre a "causa mortis".

Mais de uma vez ouviu-se o óbvio: que o mago da reportagem jogou numa cartola só todas as alternativas às igrejas mais tradicionais (históricas e pentecostais) e às neopentecostais, e tentou tirar dali o coelho da "Nova Reforma". É claro, foi um truque. Deu pra ver que o coelho era de plástico. Sem contar com o fundo falso da cartola da “Época”.

Mas não é que nada de novo esteja acontecendo. Há coisas novas acontecendo sim - especialmente as coisas menos conhecidas ou "anônimas" que aparecem na reportagem, como a Comunidade 242 e a banda de rock Palavrantiga - e há coisas acontecendo que nem aparecem na reportagem. O que não é novo é o que alguém ironizou como os "novos reclamantes", apresentados na reportagem como os "novos reformadores". Tudo estaria errado: parte dos "novos evangélicos" são na verdade os velhos evangélicos, alguns mais tradicionais, outros mais inovadores, reclamando juntos da grande crise evangélica. E os "evangélicos" da reportagem (neopentecostais, principalmente) são essa forma de evangelicismo defectiva e doente que conhecemos; como se fosse uma laranjeira grande, viçosa, folhuda, mas que dá laranjas esquisitas, pequenininhas e azedas. Esse tipo de árvore confunde a gente.

E muita gente atacou a reportagem: "O que é isso, Novos Evangélicos? Isso é a Globo, dividindo o povo de Deus!". Vários "reclamantes", no entanto, botaram lenha na fogueira: "É, a Época misturou um pouco as coisas, mas precisamos mesmo nos separar dessa laranjeira estéril". Sim, não nos esqueçamos dos “reclamantes dos reclamantes”, vociferando contra ambos os grupos. A pergunta de quem observa é a mesma: "Há futuro para o movimento evangélico"?

Sim
Isso é o que dizem apóstolos, bispos e pastores neopentecostais, diversos ministros de megaigrejas baseadas no paradigma moderno de religião, e a massa de crentes comprometidos com a "cultura gospel": está tudo indo muito bem, a vitória será completa, o povo de Deus vai dominar este país e ai de quem se opuser a isso. A rede Globo e os crentes que desafiam os novos apóstolos cairão sob o juízo de Deus e serão amaldiçoados. (Confesso que gosto da parte sobre a Globo).

Não
Assim dizem alguns dos "reclamantes", assim como os "reclamantes dos reclamantes": o movimento evangélico está falido, não há saída, não há esperança. Vamos esperar por algo novo. Não sabemos o que será, mas sabemos que não é o que conhecemos. Precisamos nos livrar da ortodoxia endurecida dos evangélicos mais fundamentalistas (especialmente dos calvinistas do Mackenzie e dos assembleianos doutrinários), assim como do neopentecostalismo, e partir para outra: para um cristianismo honesto, voltado para a cultura, não-dogmático, dialógico etc. E aqui às vezes se mistura de tudo: igrejas tribais e multitribais, emergentes urbanos, movimentos anti-institucionais como as igrejas nas casas, e muita gente do movimento de missão integral.

Talvez
Certo, pode parecer fácil indicar uma terceira via depois das duas caricaturas horrorosas que eu pintei logo acima, mas na verdade é bem difícil. Todo mundo identifica facilmente essas caricaturas. Quanto ao meu palpite, tenho sérias dúvidas. Sou o único que conheço pensando assim (talvez isso não seja um problema; não conheço muita gente mesmo). Enfim, as caricaturas são necessárias às vezes. Perdoem-me. Quero apresentar meu palpite com traços grossos e de forma impressionista.

E aí vai: se houver um futuro para o movimento evangélico, ele estará no Evangelho.
Não quero ser bonitinho, nem santarrão, nem piegas - estou falando sério. Ouço notícias sobre pastores se tornando muçulmanos depois de anos de trabalho; assisto ao evangelho da prosperidade na televisão e a pregadores de jatinho passando como "Evangelho" coisas que desconheço completamente; testemunho líderes e igrejas inteiras ensinando salvação por meio de esforços religiosos; ouço CD's de adoração totalmente baseados na descrição de vivências psicológicas e de promessas de santidade, mas vazios do anúncio da verdade sobre Deus e sobre a Graça; leio trabalhos de teólogos latinoamericanos da missão integral propondo sínteses entre pensamento social humanista e o Evangelho; ouço e leio pastores evangélicos dizendo que não são mais evangélicos e pregando sínteses de libertarianismo humanista e cristianismo; ouço podcasts de pessoas que realmente - realmente - acreditam que Brian McLaren apresenta um caminho viável para o cristianismo na pósmodernidade.

Sim, estou me parecendo com um dos "reclamantes". Talvez eu seja um deles, não sei. Mas sei de uma coisa: a igreja evangélica já não tem muita certeza do que seja o Evangelho.

Muita gente, quando me ouve dizer essas coisas, reage efusivamente: "É isso mesmo, vamos criticar essa malandragem! O problema dos crentes contemporâneos é que eles não tem caráter! E esses pastores, então, manipulando a fé das pessoas? Precisamos denunciá-los na internet. Precisamos de arrependimento, de ensinar o custo do discipulado!".

Com o perdão da expressão, arrisco-me a dizer que o problema é "mais embaixo". Não se trata meramente de uma crise moral, ou de uma crise de caráter, mas de uma crise de fundamentos. O mero fato de alguns cristãos acreditarem que nossa maior necessidade seja uma reforma das instituições, ou uma reforma moral em direção a um comportamento mais coerente, ou uma atitude intelectual crítica e revolucionária, revela que eles fazem parte do problema. Eles nem começaram a entender o que está acontecendo.

O que quero dizer com "Evangelho", então? Ora, refiro-me ao que se entende classicamente como o Evangelho: o anúncio dos atos e da presença salvadora de Deus. O que está acontecendo com a igreja evangélica no Brasil é que o seu conteúdo está se perdendo. As pessoas não sabem quem é Deus; nem porque ele é trino; nem sobre a condição depravada do homem diante de Deus; nem sobre o alcance cósmico da obra de Cristo; nem o que significa viver sob a Graça; nem o que significa ter esperança. Não é que não saibam essas doutrinas, meramente (a verdade é que não sabem mesmo), mas que não sabem as realidades descritas por essas doutrinas. Tenho me encontrado com centenas de cristãos, desde o tempo em que fui professor de teologia, que simplesmente não sabem o que é o Evangelho. O seu relacionamento com Deus é baseado em seus sentimentos, em suas especulações, ou em regras religiosas, ou em esforços de santificação. Eu até já parei de evangelizar católicos. Agora evangelizo crentes.

Fonte: [ Ultimato ]
.

Movimento "O $how Tem Que Parar!" em Recife

Posted: 02 Oct 2010 05:31 AM PDT

.

"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.”(2 Co 13.8)

Por Gaspar de Souza

No último dia 25 de setembro de 2010 aconteceu em Recife, no bairro de Boa Viagem, a conhecida “Marcha para Jesus”. Nós, Cristãos Protestantes, estivemos lá. Mas não fomos para dançar, pular, declarar que “Recife é do Sinhor Gezuis”, não fomos “profetizar virado para os edifícios à beira mar”, não fomos “derrubar muralhas” – havia muitas “mulheres evangélicas” vestidas e dançando de tal forma que eram capazes de derrubar muitos...hehehe... misericórdia – não fomos “marchar para o Gezuis” da Marcha. Não! Fomos para um protesto, tal como nos declaramos: fomos ser protestantes.


Seguindo o exemplo do movimento “Marcha Pela Ética Evangélica Brasileira – O $how tem queparar!”, que começou em São Paulo com os irmãos Paulo e Vera Siqueira, uma turma composta por dez jovens (eu não tão jovem assim, não é?) foi às ruas de Recife portanto faixas e camisas contendo versos bíblicos (1 Tm 6. 3 – 10; 2 Pe 2.3a) e o dizer “Voltemos ao Evangelho Puro e Simples. O $how tem que Parar!”.

Nos encontramos na Igreja Presbiteriana dos Guararapes, pastoreada pelo Rev. Gaspar de Souza (eu de chapéu) e, de lá, seguimos até o centro da passeata. Estávamos apreensivos ao que poderia acontecer. E, de fato, aconteceram algumas coisas. Ficamos pouco mais de 200 metros do primeiro trio-elétrico. Ali mesmo abrimos as faixas, o que logo chamou a atenção de muitos. Procuramos ficar próximos para evitar algum atrito e isolamento do pequeno grupo.


Qual não foi a nossa surpresa ao encontrarmos manifestação de apoio, como o rapaz aí no vídeo que disse que encomendou a camisa, mas ainda não havia chegado. Outras manifestações foram altamente positivas, como a do irmão de Guiné-Bissau aí no vídeo, que indignado chamou o evento de “pura babilônia”.


Claro que nem tudo são flores. Uma senhora, vestindo camisa da “Marcha”, ameaçava-nos processar porque estávamos filmando o evento. Outros nos mandaram “evangelizar os gays, na parada gay”. Em toda ocasião procuramos ficar calados e não responder às provocações. Apenas quando alguém nos perguntava o motivo do protesto, respondíamos e filmávamos. Em outra ocasião, os “abre-alas ou porta-bandeiras” da Marcha pararam em frente às faixas, talvez tentando barrar a massa ignara da leitura dos textos. Outro episódio foi de uma mãe que, ao ver o filhote fotografando uma das faixas, perguntou ao moleque: “é isso que você quer pra você? Eu não quero isso não!”. Parece-nos que a faixa era a que dizia: “voltemos ao Evangelho Puro e Simples!”

O que presenciamos foi um show de horrores, um babilonismo; assemelhava-se às saturnálias romanas; era uma evento dionisíaco, sem a embriaguez e as orgias explícitas, mas com as “dancinhas sensuais” embaladas pelo “timbalada gospel” do “expresso suingueira” e “expresso louvadeira”. Tinha mãozinha aos altos, os “sai do chão”, as “reboladas gospel”, “trenzinho gospel”, “mãozinhas gospel nos joelhos gospel”. Até um boneco (parecido com os da “turminha da graça” do R.R. Soares) distribuía – no Recife a gente diz que estava “fazendo bamburim” – pacotinhos de biscoitos para os “miseráveis da fé”. Lembrei-me do “pão e circo”.


Enquanto isso, um “abre-alas” chegou a ler uma de nossas faixas. Um momento cômico foi quando a chuva começou a cair. Os “poderosos da fé” levantaram as mãos aos céus e começaram a repreender a chuva! Putz! E o pior! Pareceu-nos que eles não tinham tanta fé assim, pois começaram a cobrir os trio-elétricos com os toldos...kkkkkk. Os caras nem perceberam a contradição entre o que estavam fazendo e o que estavam dizendo.

A cada trio, lá estava a multidão pulando, correndo, requebrando, berrando, misturando os comícios políticos – não faltou oportunista na ocasião. Até a Shirley Carvalhaes estava no trio. Como candidata, claro. Bandeiras de apoio a político e partidos; propagandas de aguardentes (Pitú e 51) e alguns “Após Tolos” de plantão.

Ficamos até o último trio, quando a chuva caiu mais fortinha. Os garis da Emlurb (Empresa de Limpeza Urbana) – Prefeitura de Recife – estavam lá para limpar a sujeira. Claro, ao fazerem isto, foram pagos com dinheiro de TODOS os Contribuintes de Recife, quer fosse evangélicos, católicos, ateus, espíritas ou sem religião. Enfim, os “de Gezuis” fazem a “Marcha” da saturnália, e TODOS pagam...

Agradecemos a todos que participaram conosco: Danilo, Teófilo, Tatyana, Ana, Mirian, Davison e as duas meninas (Danilo, por favor, coloque os nomes delas, ok?). A todos que apoiaram este protesto, os nossos agradecimentos. Querendo Deus, no próximo ano estaremos lá novamente. Ainda este ano enfrentaremos outro evento que acontecerá aqui em Recife. Aguardem notícias.

Rogamos a Deus que as suas ovelhas sejam acordadas para o engodo que é a tal Marcha.

Mais Fotos. O vídeo já foi editado. Aguardem para a postagem.


Davison e Taty


Esta senhora nos ameaçava....


Danilo, Rhyane e Teófilo


A marca de uma famosa aguardente aqui na região


Marcha e Campanha Política


Indo em direção aos Trios

Postado por Gaspar de Souza
__________________________
Fonte: Eis Nosso Tempo!
Extraído de: [ Blog dos Eleitos ]
.

Nenhum comentário: