Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Um novo ano, e ninguém sabe para onde ir!

Para cada um de nós, o ano novo traz uma pergunta implícita: O que está por vir? O que terei de enfrentar? Como será minha vida neste novo ano? Através da história de Abraão, Deus nos dá mostras de que podemos confiar nEle.
Lemos no chamado capítulo dos heróis da fé: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Hb 11.8). O homem de hoje está concentrado em ter garantias e em ter um plano bem organizado. Ele quer saber por qual caminho seguir e se pergunta no que pode confiar. Resumindo: ele quer considerar todas as eventualidades para poder calcular de forma exata e com antecedência quais atitudes deve tomar. Dificilmente alguém estará disposto a ir para algum lugar ou a assumir alguma tarefa sem conhecer os detalhes, sem determinadas premissas e garantias. A história da vida de Abraão também toca a nossa vida. No começo havia incerteza, mas no fim ele se transformou em exemplo e até no pai de todos aqueles que crêem (Rm 4.11). O motivo foi a sua confiança inabalável no Deus vivo e em Suas promessas. A maior segurança em meio a todas as inseguranças deste mundo é crer na Bíblia.
A maior segurança em meio a todas as inseguranças deste mundo é crer na Bíblia.
Abraão não podia fazer nada além de acreditar naquilo que Deus lhe dizia. Essa atitude de fé é o mais importante que uma pessoa pode ter. A vida de Abraão foi marcante porque ele obedeceu pela fé e atendeu ao chamado divino. Sua fé foi colocada em prática. Fé e ação andam juntas como o violino e o arco, ou como a chave e a fechadura de uma porta. Se falta uma parte, a outra é inútil, pois não há como tocar uma bela melodia, não há como abrir ou fechar a porta. Abraão tinha “somente” a palavra de Deus. O Senhor chamou-o a sair de seu país, a deixar seus relacionamentos e abandonar tudo o que tinha conseguido até então – sem saber para onde iria. Mas, olhando para o restante da história de sua vida, reconhecemos o maravilhoso objetivo que Deus alcançou com Abraão.
Entramos em um novo ano sem saber para onde ele nos levará. Talvez o Senhor Jesus tenha colocado em seu coração um certo fardo, um desejo de fazer alguma coisa em Seu Nome, e talvez você tenha de dar um passo ousado. Também pode ser que você tenha sido chamado por Deus para executar uma tarefa mas não sabe como continuar nem para onde isso o levará. Abraão simplesmente se pôs a caminho, impelido pelo poder da Palavra de Deus.
No começo deste novo ano é muito importante ter isto diante de nossos olhos: precisamos nos pôr a caminho, juntar forças a cada momento e orientar-nos para o alvo. E nosso alvo são as coisas de Deus. É perfeitamente possível que durante o trajeto sejamos assaltados pelo medo, pois a dor, a tristeza, as preocupações e outros sofrimentos podem surgir em nossa vida. Pode ser que às vezes fiquemos resignados no caminho. Mas isto não deve impedir-nos de continuar marchando em direção ao desconhecido, ao futuro – confiando nas firmes promessas de Deus. É exatamente nessa área da nossa vida que a nossa fé no Senhor precisa de um novo impulso.
Pode ser que às vezes fiquemos resignados no caminho. Mas isto não deve impedir-nos de continuar marchando em direção ao desconhecido, ao futuro – confiando nas firmes promessas de Deus.
Depois de listar os heróis da fé (Hebreus 11), a Bíblia nos diz como alcançar o alvo:“...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hb 12.2-3).
Depois que Abraão chegou à Terra Prometida, ele teve de suportar muitos testes de sua fé. Enfrentou a tentação de confiar mais em sua própria carne do que no Senhor que havia lhe dado a promessa. Em algumas situações de crise, tomou as rédeas em suas próprias mãos e foi derrotado. Mas o Senhor, em quem Abraão tinha depositado sua confiança, não o deixou cair. No fim, triunfaram a fé de Abraão em Deus e a fidelidade de Deus para com Seu amigo. O autor da carta aos Hebreus descreve a fé de Abraão com as seguintes palavras: “Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa” (Hb 11.9).
Nós também podemos, neste ano recém-iniciado, manter a fé nas promessas de Deus, mesmo quando os outros não nos compreendem e mesmo quando nos vêem como “estrangeiros” em seu meio. A fé em Jesus Cristo, em quem todas as promessas têm o “Sim” de Deus e por quem é o “Amém” (2 Co 1.20), nos ajudará a superar tudo o que é passageiro nesta terra até chegarmos ao grande alvo final. O caminho da nossa existência vai da tenda passageira da vida terrena para junto do Deus eterno.
O objetivo de vida de Abraão era o mais elevado que uma pessoa pode almejar. Ele não somente sonhava com uma cidade melhor, mas a aguardava com expectativa viva e cheia de esperança: “...porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). Abraão morreu e não conheceu esse lugar durante sua vida na terra, mas ainda assim ele esperava pela cidade eterna de Deus.
A fé em Jesus Cristo, em quem todas as promessas têm o “Sim” de Deus e por quem é o “Amém” (2 Co 1.20), nos ajudará a superar tudo o que é passageiro nesta terra até chegarmos ao grande alvo final.
Não sabemos quando Jesus voltará; portanto, seria tolo tentar fazer algum cálculo. Mas uma coisa é certa: também neste ano podemos esperar pela volta de Jesus e pela Jerusalém eterna. Quer o Senhor volte neste ano ou não, quer vejamos o Arrebatamento ou tenhamos de morrer antes – o objetivo e a esperança é a vida eterna com o Senhor, que nos comprou por Seu precioso sangue e que voltará para a Sua Igreja. Um dia isto acontecerá: os mortos em Cristo e aqueles que ainda estiverem vivos serão arrebatados para a presença do Senhor (1 Ts 4.15-17) e terão sua morada na Jerusalém celestial (Ap 21.9-10).
Abraão acreditava nessa cidade. E quando foi convocado a sacrificar seu único filho, Isaque, a respeito de quem o Senhor tinha feito tantas promessas, ele “considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hb 11.19).
Sejamos cristãos que esperam pelo seu Senhor, neste novo ano mais do que nunca! Então valerá também para nós a maravilhosa promessa: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).
Neste sentido, desejamos a todos os nossos leitores um ano novo ricamente abençoado pelo Senhor. Maranata! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

O Nascimento do MESSIAS


O Nascimento do Messias

No dia 19 de novembro de 1997 aconteceu algo extraordinário: Bobbi McCaughey, da cidade de Carlisle, Iowa (EUA), deu à luz a sete bebês saudáveis. Com a notícia do nascimento bem sucedido dos sétuplos, o mundo pareceu fazer uma pausa para refletir, maravilhado e assombrado. Paula Mahone, a médica que fez o parto, expressou o que estava no coração de cada um: “Esta é uma situação singular”, disse ela. “Eu consideraria isto um milagre.”
Há dois mil anos, ocorreu um nascimento ainda mais extraordinário, singular e miraculoso. Esse não produziu as manchetes que os sétuplos da família McCaughey provocaram. Na verdade, relativamente poucas pessoas souberam que ele havia ocorrido. No entanto, os efeitos desse evento não apenas dividiram nosso tempo em duas partes – a.C. e d.C. –, como também estabeleceram para sempre um testemunho vivo do amor e da fidelidade de Deus. Naquela noite nasceu o Messias. O nascimento de Jesus de Nazaré não foi prematuro, nem tardio. Ele nasceu no tempo exato, de acordo com a agenda profética de Deus. Não se tratou de um acidente, ou de um golpe do destino.  Tudo foi planejado, predito e prometido com centenas de anos de antecedência. O nascimento do Messias foi verdadeiramente umavinda abençoada.

Uma pessoa abençoada

A identidade e a linhagem do Messias não foram deixadas ao acaso, pois Deus não queria nenhuma confusão sobre o assunto. Desde o começo, Ele foi revelando progressivamente quem viria a ser o Seu Ungido.
Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente.
Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente. Esse Prometido viria da descendência da mulher e seria um homem (Gn 3.15). Isso foi reiterado mais tarde, na promessa dada por intermédio do profeta Isaías: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is 9.6). Em outras palavras, o Messias não seria um anjo, um animal, ou alguma criatura incomum. Tampouco o Messias seria uma mulher. Deus prometeu levantar um ser humano, um homem, que um dia feriria mortalmente“a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (Ap 12.9).
As circunstâncias miraculosas cercando Seu nascimento dariam indicações de Sua natureza divina. Mais uma vez, por meio de Isaías, Deus fez uma promessa. À casa de Davi não seria dado um sinal de sua própria escolha, mas um sinal determinado por Deus: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel [literalmente: Deus conosco]” (Is 7.14).
Embora muitos debates tenham focalizado a questão se o termo hebraico “almah” deveria ser traduzido como “virgem” ou “mulher jovem”, os tradutores judaicos da Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) escolheram o termo grego “parthenos”, para indicar claramente o que entendiam que a palavra hebraica deveria significar, ou seja, “virgem”.Além disso, “parthenos” foi a palavra empregada por Mateus em seu evangelho, quando citou essa passagem de Isaías (Mt 1.23). Conseqüentemente, o sinal miraculoso que Deus iria conceder seria o fato de uma virgem conceber e dar à luz um filho.
Além disso, conforme indicado por Seu nome, esse Filho seria de natureza divina. Na tradição judaica, ensinava-se que nos tempos primitivos da história humana, pela ministração do Espírito Santo, as pessoas poderiam dirigir o futuro de seus filhos por intermédio dos nomes que lhes dessem (Gênesis Rabbah 37.7). Também era prática comum dar um nome à criança de acordo com um pensamento ou conceito indicativo da sua natureza. Por isso, quão significativo é que Deus, quando concedeu o sinal especial do Filho nascendo de uma virgem, deu-Lhe, Ele mesmo, um nome que revelava não apenas o que esse Filho faria, mas também o que Ele seria (“Emanuel”). Este menino especial seria Deus e Ele estaria conosco.
Estreitando ainda mais a árvore genealógica do Messias, Deus planejou que Ele viesse de uma nação específica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); de uma tribo específica de Israel – Judá (Gn 49.10); e de uma família específica de Judá – a família do rei Davi (Jr 23.5). Portanto, esses eram os requisitos genealógicos e de nascimento para qualquer um que pretendesse reivindicar ser o Messias.

Uma época abençoada

Artaxerxes baixou um decreto que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém. De acordo com Daniel 9.25, desta data em diante, um período de 69 semanas se encerraria na época em que “o Ungido, o Príncipe”estaria presente.
Os rabinos antigos pronunciavam uma maldição sobre qualquer pessoa que tentasse calcular a época da chegada do Messias (Sanhedrin 97b). Eles temiam que o povo perderia a fé se Ele não aparecesse na data calculada. Apesar disso, a época da primeira vinda do Messias é descrita em Daniel 9.24-27:“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas será morto (a Ed. Rev. e Corrigida diz: “tirado”) o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.”
Nessa passagem, o anjo Gabriel informa ao profeta Daniel que “setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”. Essas setenta semanas são semanas de sete anos cada, e não de sete dias – um total de 490 anos. O ponto de referência para iniciar a contagem é este: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. O único decreto registrado nas Escrituras que encaixa historicamente com essa profecia é aquele baixado pelo rei Artaxerxes, em Neemias 2. Esse decreto, que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém, foi editado no vigésimo ano do rei Artaxerxes – 445 a.C.
De acordo com o anjo Gabriel, em Daniel 9.25, desta data em diante, um período de 69 semanas, ou 483 anos, se encerraria na época em que “o Ungido, o Príncipe” estaria presente. Por meio de cuidadosos cálculos (empregando anos proféticos de 360 dias), eruditos bíblicos chegaram à conclusão de que as 69 semanas terminaram em torno do ano 32 d.C.[1]
Embora tenha havido debates a respeito da data precisa, não pode ser questionado que, de acordo com essa passagem, o Messias tinha que chegar e “já não estar” (v. 26) antes da destruição da cidade e do santuário (templo). Como Daniel recebeu essa profecia algum tempo após a primeira destruição de Jerusalém e do templo, em 586 a.C., essa segunda destruição tem de referir-se àquela efetuada pelo exército romano, em 70 d.C. Portanto, o Messias deveria chegar 483 anos depois de 445 a.C. e antes de 70 d.C.

Um lugar abençoado

Miquéias 5.2 (5.1 na Bíblia judaica) é uma promessa acerca da qual há a maior unanimidade entre eruditos cristãos e antigos estudiosos judeus – concorda-se que se trata de uma profecia messiânica: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
O lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.
De acordo com essa promessa, a pequena vila de Belém-Efrata seria o local de onde viria o Messias. Numerosas fontes judaicas antigas concordam com essa interpretação (Targum Jonathan sobre Miquéias 5.1; Lamentações Rabbah 1.16, parágrafo 51). Inclusive nos dias de Herodes, o Grande, sábios judeus compreendiam Miquéias 5.2 como sendo uma referência ao lugar de nascimento do Messias (Mt 2.4-6).
É significativo que o profeta Miquéias tenha identificado claramente qual Belém se tinha em vista, pois havia duas localidades chamadas Belém. Uma se encontrava no território dado à tribo de Zebulom, no norte (Js 19.15), enquanto a outra se localizava no território dado à tribo de Judá. Efrata era o nome original dessa segunda Belém. Ela distava aproximadamente oito quilômetros de Jerusalém para o sul e foi o lugar onde Davi nasceu e foi coroado rei.
Correspondendo à localização messiânica de Belém, existe um lugar chamado “torre do rebanho”. Nos dias bíblicos, os pastores muitas vezes vigiavam seus rebanhos de uma torre especialmente construída para isso. De lá, podiam observar a aproximação de bandidos ou animais selvagens. Miquéias 4.8 faz referência a essa torre: “A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém”. Uma antiga interpretação judaica considerava esse versículo como sendo messiânico e traduzia a expressão “torre do rebanho” por “Messias de Israel” (Targum Jonathan).
A única outra referência à “torre do rebanho” encontra-se em Gênesis 35.21: “Então, partiu Israel e armou a sua tenda além da torre de Éder [literalmente, “rebanho”]”. Isso ocorreu logo após a morte de Raquel, no caminho para Efrata, ou Belém (Gn 35.19). Assim, essa “torre do rebanho” encontrava-se próxima de Belém. Como resultado da localização da torre e da interpretação de Miquéias 4.8, outro Targum judaico traduz Gênesis 35.21 da seguinte forma: “Jacó partiu e armou suas tendas além da torre do rebanho, o lugar de onde o Rei Messias se revelará no fim dos dias” (Targum Pseudo-Jonathan).
Portanto, o lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.

Um nascimento abençoado

Na época em que o Messias chegou, a Palavra de Deus havia detalhado suficientemente como Ele poderia ser reconhecido simplesmente em termos de Seu nascimento, para não mencionar as profecias concernentes a toda a Sua vida. Tal detalhamento aponta para Jesus de Nazaré.
Em primeiro lugar, Jesus possuía a linhagem física correta. Ele nasceu de uma mulher, Maria, cumprindo assim os requisitos de um ser humano, um homem, nascido de uma virgem (Lc 1.34-35). Com respeito à Sua divindade, muitas passagens das Escrituras confirmam Suas obras miraculosas e Sua confissão pessoal (por exemplo, Jo 10.30-33). Ele também foi judeu – Mateus 1 e Lucas 3.23-38 confirmam que Jesus de Nazaré foi “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).
Em segundo lugar, Jesus nasceu no tempo certo. Obviamente, Ele viveu após 445 a.C. e antes de 70 d.C. Durante Seu ministério, Ele pregou que “o tempo está cumprido” (Mc 1.15).Como mencionamos acima, os eruditos bíblicos calcularam que ao redor do ano 32 d.C. cumpriram-se os 483 anos da profecia de Daniel. Mais especificamente, acredita-se que eles se encerraram exatamente nos dias em que Jesus foi aclamado como Messias e entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Nessa ocasião, Jesus parou repentinamente e chorou sobre Jerusalém. Ele exclamou: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos... porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.42,44). A época da chegada do Messias havia sido proclamada pelo profeta Daniel. Mas os líderes judeus de então, representando a nação como um todo, não o reconheceram. Igualmente, em cumprimento da profecia de Daniel, Jesus foi “tirado” (Dn 9.26, Ed. Rev. e Corrigida), uma referência à Sua morte prematura por meio da crucificação. Até mesmo isso não ocorreu por acaso. A morte de Jesus tinha um propósito. Ele “a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.6).
Em terceiro lugar, Jesus de Nazaré nasceu no lugar certo – Belém. Ele não nasceu na Belém vizinha de Nazaré, apesar de José e Maria viverem em Nazaré. Em vez disso, Ele nasceu na outra Belém, a Belém-Efrata. Deus, em Sua providência, fez com que o imperador romano Augusto decretasse que em todo o império deveria ser realizado um recenseamento. Isso exigia que todos os cidadãos retornassem às cidades de seus ancestrais. Por isso, José foi obrigado a fazer uma viagem longa e difícil a Belém, juntamente com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. Enquanto ainda estavam lá, Jesus, o Messias, nasceu, exatamente como Deus havia planejado e prometido (Lc 2.4,7).
Um outro aspecto interessante do nascimento de Jesus é que “havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite” (Lc 2.8). Foi a esses pastores que a multidão de anjos proclamou o nascimento do Messias nas proximidades de Belém. Será que esses pastores se encontravam próximos da “torre do rebanho”, o lugar a partir do qual o Messias seria revelado?
A evidência confirma que Jesus de Nazaré foi a pessoa abençoada, nascida no tempo abençoado, no lugar abençoado. Como a identificação de um bebê, feita na maternidade, as marcas históricas identificadoras que envolvem Seu nascimento provam que, de fato, Sua vinda foi uma vinda abençoada.
Por ocasião do nascimento dos sétuplos da família McCaughey, foi dito que “o nascimento é apenas o começo da história, não o fim”. Com Jesus também é assim. (Bruce Scott - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

Nota:

1. Veja Sir Robert Anderson, The Coming Prince; Alva J. McClain, Daniel's Prophecy of the 70 Weeks; Renald Showers, The Most High God.

Por Que Não Aceito os Evangelhos Apócrifos



Por Augustus Nicodemus Lopes

Vamos iniciar perguntando o que é um “evangelho”. O termo é a tradução da palavra grega euaggelion, “boas novas”, usada a princípio para se referir ao conteúdo da mensagem de Jesus Cristo e dos seus apóstolos. Posteriormente, a palavra veio se referir a um gênero literário específico que nasceu com o Cristianismo no séc. I. Lembremos que o Cristianismo, em termos culturais, ocasionou o surgimento, não somente de novas músicas, mas também de gêneros literários como epístolas e evangelhos.

Esse novo gênero literário tinha algumas características distintas. Incluía obras escritas entre o séc. I e o séc. IV por autores cristãos que giravam em torno da pessoa de Cristo, sua obra e seus ensinamentos. Essas obras reivindicam autoria apostólica ou de alguma outra personagem conhecida da tradição cristã. Reivindicavam também que seu conteúdo remontava ao próprio Jesus.

Existem centenas de “evangelhos” conhecidos. Alguns são apenas mencionados na literatura dos Pais da Igreja e deles não temos qualquer amostra do conteúdo. Outros sobreviveram em fragmentos ou reproduzidos em parte em outras obras, como, por exemplo:
  • Evangelho dos Hebreus
  • Evangelho dos Ebionitas (ou dos Doze Apóstolos)
  • Evangelho dos Egípcios
  • Evangelho Desconhecido
  • Evangelho de Pedro, para mencionar alguns.

Já outros, sobreviveram em cópias completas ou quase, como:
  • Os Evangelhos canônicos de Mateus, de Marcos, Lucas e de João,
  • Evangelho de Tomé
  • Evangelho de Judas
  • Evangelho de Nicodemus
  • Proto-Evangelho de Tiago
  • Evangelho de Tomé o Israelita
  • Livro da Infância do Salvador
  • História de José, o Carpinteiro
  • Evangelho Árabe da Infância
  • História de José e Asenate
  • Evangelho Pseudo-Mateus da Infância
  • Descida de Cristo ao Inferno
  • Evangelho de Bartolomeu
  • Evangelho de Valentino, entre outros.
Esses evangelhos são tradicionalmente classificados em canônicos e apócrifos.

Evangelhos Canônicos

Nessa primeira categoria se enquadram somente 4 evangelhos, os Sinóticos e João. Conforme a tradição patrística e da Igreja em geral, eles foram escritos no séc. I pelos apóstolos de Jesus Cristo ou alguém do círculo apostólico. Marcosteria sido o primeiro a ser escrito, no início da década de 60, por João Marcos, que segundo a tradição, registrou o testemunho ocular de Simão Pedro. Ele escreveu aos cristãos de Roma para ajudá-los e fortalecê-los diante das perseguições.

Mateus teria sido escrito em meados da década de 60 por Mateus, o publicano apóstolo, para evangelizar os judeus, a partir do seu testemunho ocular e usando talvez o Evangelho de Marcos como base para a estrutura da narrativa.

Lucas, escrito pelo médico gentio Lucas, convertido ao Cristianismo, que foi companheiro de viagem de Paulo e que freqüentava o círculo apostólico, teria produzido esse evangelho pelo final da década de 60, a partir de pesquisa que fez da tradição oral e escrita que remontava aos próprios apóstolos. Seu objetivo, conforme declaração no início da obra Lucas-Atos, era firmar na fé um nobre romano chamado Teófilo.

Já o Evangelho de João teria sido escrito pelo apóstolo amado por volta da década de 70 ou 80, com aparentemente vários objetivos, entre eles combater o crescimento do gnosticismo. João escreve a partir de seu testemunho ocular, a partir do seu entendimento acerca da pessoa e da obra de Cristo.

Esses 4 evangelhos cedo foram reconhecidos pela Igreja cristã nascente como inspirados por Deus e autoritativos, como Escritura Sagrada, visto que seus autores foram apóstolos, a quem Jesus havia prometido o Espírito Santo para os guiar em toda a verdade (Mateus e João), ou alguém proximamente relacionado com eles (Lucas e Marcos). Assim, eles aparecerem em listas importantes dos livros recebidos como canônicos pela igreja, como o Cânon Muratório (170 d.C.), a lista de Eusébio de Cesareia (260-340) e a lista de Atanásio (367).

Os demais evangelhos, chamados de apócrifos, implicitamente reconhecem a validade do critério canônico da apostolicidade, ao reivindicar para si também a autoria apostólica e o conhecimento de segredos que não foram revelados aos apóstolos.

Evangelhos Apócrifos

O nome vem do grego apocryphon, “oculto”, “difícil de entender”. Esses evangelhos são geralmente classificados em narrativas da infância de Jesus, narrativas da vida e da paixão de Jesus, coleção de ditos de Jesus e diálogos de Jesus.

As narrativas da infância mais conhecida são o Proto-Evangelho de Tiago, Evangelho de Tomé o Israelita, o Livro da Infância do Salvador, a História de José, o Carpinteiro, o Evangelho Árabe da Infância, a história de José e Asenate e o Evangelho Pseudo-Mateus da Infância. Entre as narrativas da vida ou paixão de Cristo mais importantes se destacam o Evangelho de Pedro, o Evangelho de Nicodemus, o Evangelho dos Nazarenos, o Evangelho dos Hebreus, o Evangelho dos Ebionitas e o Evangelho de Gamaliel.

Existem apenas dois que se enquadram na categoria de coleção de ditos de Jesus, o Evangelho de Tomé e o suposto documento Q (quelle, “fonte” em alemão), do qual não se tem prova concreta da existência. Na categoria de diálogos de Jesus com outras pessoas e revelações que ele fez em secreto mencionamos o Diálogo com o Salvador e o Evangelho de Bartolomeu.

Essas obras são chamadas de evangelhos apócrifos por que não são considerados como obras genuínas, produzidas pelos apóstolos ou pelos supostos autores. Além disso, pretendem transmitir um conhecimento esotérico, oculto, além daquele conhecimento dos apóstolos. Em grande parte, esses evangelhos foram escritos por autores gnósticos com o propósito de difundirem as suas idéias no meio da igreja, usando para isso a autoridade dos evangelhos canônicos e dos apóstolos. Alguns deles foram encontrados século passado em Nag Hammadi, norte do Egito.

O Proto-evangelho de Tiago, por exemplo, escrito no século II, que descreve o nascimento e a infância de Jesus e a juventude da Virgem Maria, é tipicamente uma tentativa de satisfazer à curiosidade popular em torno de coisas não mencionadas nos evangelhos canônicos. A teologia desse "evangelho" é a de um docetismo popular: Jesus tem um corpo não sujeito às leis do espaço e do tempo. O escrito não tem valor como fonte histórica sobre Jesus.

Outro exemplo é o Evangelho da Verdade. Esse não é um evangelho no sentido costumeiro da palavra; é antes uma meditação, uma espécie de sermão sobre a redenção pelo conhecimento (gnosis) de Deus. É atribuído ao gnóstico Valentino, que viveu em meados do século II e por conseguinte, não ajuda em nada a pesquisa sobre o Jesus histórico. Na mesma linha vai o Evangelho de Filipe, escrito antes de 350. É, evidentemente, uma compilação de materiais mais antigos. O texto causou certo sensacionalismo quando da sua publicação, porque sugere uma relação amorosa entre Jesus e Maria Madalena. O Evangelho de Pedro – um fragmento que se conservou – descreve o processo contra Jesus, sua execução e sua ressurreição. Sua cristologia é a do docetismo: aquele que sofre e morre é apenas uma aparição do verdadeiro Jesus, que é divino e por isso não pode sofrer e morrer. Conforme esse evangelho, o corpo de Jesus se volatiliza na cruz antes de subir ao céu.

É preciso dizer que existem vários destes evangelhos apócrifos que foram compostos por autores cristãos desconhecidos, não gnósticos, e que aparentam refletir um tipo de cristianismo popular marginal. A maior parte deles pretende suprir a falta de informação histórica nos evangelhos canônicos, fornecendo detalhes sobre a infância de Jesus, diálogos dele com os apóstolos, informações sobre Maria e demais personagens que aparecem nos evangelhos tradicionais. Em alguns casos, parece que foram escritos para defender doutrinas não apostólicas e que estavam começando a ganhar corpo dentro do Cristianismo, como por exemplo, o conceito de que Maria é mãe de Deus e medianeira. O Proto-Evangelho de Tiago, já do séc. III, explica porque Maria foi a escolhida: por sua virgindade e santidade, e a defende como mãe de Deus e medianeira.

Alguns contém exemplos morais não recomendáveis. Por exemplo, o Evangelho de Tomé, o Israelita, narra diversos episódios em que o menino Jesus amaldiçoa e mata quem fica em seu caminho. Quase todos são recheados de histórias lendárias e bobas, como o Evangelho de Nicodemus, que narra como José de Arimatéia, Nicodemus e os guardas do sepulcro se tornaram testemunhas da ressurreição de Jesus. É um livro cheio de lendas, fantasias e histórias fantásticas.

Os evangelhos apócrifos usaram diversas fontes em sua composição: o Antigo Testamento, os próprios evangelhos canônicos e as cartas de Paulo. Usaram também tradições cristãs extra-canônicas, de origem desconhecida e suas próprias idéias e conceitos.

A Atitude da Igreja para com os Evangelhos Apócrifos

No período pós-apostólico alguns desses Evangelhos chegaram a ser recebidos por um tempo, como leitura proveitosa, como o Evangelho de Pedro, a princípio recomendado por Serapião, bispo de Antioquia em 191 d.C., mas depois, ele mesmo reconhece que ele tem elementos estranhos e o desrecomenda. Assim, nenhum deles jamais foi reconhecido como autêntico e apostólico.

Desde cedo a Igreja Cristã rejeitou estas obras, pois não preenchiam o critério de canonicidade: não foram escritas pelos apóstolos ou por alguém ligado a eles, contradiziam a doutrina cristã, tinham exemplos e recomendações morais e éticas pouco recomendáveis, e seus autores falsamente atribuíram a autoria aos apóstolos, como por exemplo, o Evangelho de Tomé, de Pedro, de Bartolomeu, de Filipe. Além do mais, suas histórias fantásticas acerca de Cristo claramente revelavam seu caráter especulativo e supersticioso, ao contrário da sobriedade e da seriedade dos evangelhos bíblicos. Não é de admirar, portanto, que eles não aparecem em nenhuma das listas canônicas, onde os 4 evangelhos canônicos aparecem.

Aqui cabe-nos mencionar o testemunho de Eusébio em sua História Eclesiástica, ao falar do Evangelho de Pedro, Tomé e Matias:
"Nenhum desses livros tem sido considerado digno de menção em qualquer obra de membros de gerações sucessivas de homens da Igreja. A fraseologia deles difere daquela dos apóstolos; e opinião e a tendência de seu conteúdo são muito dissonantes da verdadeira ortodoxia e claramente mostram que são falsificações de heréticos. Por essa razão, esse grupo de escritos não deve ser considerado entre os livros classificados como não autênticos, mas deveriam ser totalmente rejeitados como obras ímpias".
Essa postura prevaleceu até a Reforma Protestante e o período posterior chamado de ortodoxia protestante. Com a chegada do método histórico-crítico, filho do Iluminismo e do racionalismo, passou-se a negar a autoria apostólica e a inspiração divina dos Evangelhos canônicos. Os mesmos passaram a ser vistos como produção da fé da Igreja, sem valor real para a reconstrução do Jesus histórico. Dessa perspectiva, os evangelhos apócrifos chegaram então a ser considerados como literatura tão válida como os canônicos para nos dar informações sobre o Cristianismo nascente, embora não sobre o Jesus histórico.

O renascimento do interesse pelos evangelhos apócrifos, em particular, os gnósticos.

A partir da visão crítica defendida pelo liberalismo teológico e pelo método histórico-crítico, em anos recentes os evangelhos escritos pelos gnósticos passaram a receber grande atenção e importância nos estudos neotestamentários das origens do Cristianismo e na chamada busca do Jesus histórico.

Vários fatos têm contribuído para isso. Primeiro, o surgimento do Jesus Seminarnos Estados Unidos, considerada a 3ª. etapa da busca do Jesus histórico iniciada pelos liberais do século XVIII. Um de seus membros mais conhecidos, cujas obras têm sido traduzidas e publicadas no Brasil é John Dominic Crossan. Em sua obra O Jesus Histórico: A vida de um camponês judeu do mediterrâneo de 1991, ele emprega os apócrifos Evangelho de Pedro e especialmente o Evangelho de Tomé para a reconstrução do Jesus histórico. Segundo Crossan, essas duas obras são mais antigas que os Evangelhos canônicos e contém informações importantes que não foram incluídas em Mateus, Marcos, Lucas e João. Essa atitude de Crossan é característica dos demais membros do Jesus Seminar e de muitos outros eruditos neotestamentários, que aceitam a autoridade dos evangelhos apócrifos, especialmente os gnósticos, acima daquela dos canônicos. Aqui podemos mencionar Elaine Pagels, cuja obra Os Evangelhos Gnósticos, recentemente traduzida e publicada em português, vai nessa mesma direção.

Segundo, a publicidade e o sensacionalismo da grande mídia em torno da descoberta e publicação dos textos dos evangelhos gnósticos, como o Evangelho de Judas e de Tomé. A mídia tem difundido a teoria de que a Igreja cristã teria ocultado e guarda até hoje outros evangelhos que remontam à época de Jesus e que contradiriam e refutariam totalmente o Cristianismo tradicional e ortodoxo. A veiculação pela mídia vai na mesma linha de propaganda e especulações anticristãs voltadas mais diretamente contra a Igreja Católica Romana e que acaba respingando nos protestantes, especialmente as igrejas históricas. Em 2004 foi o Evangelho de Tomé. Em 2006 foi a vez do Evangelho de Judas ganhar a capa de revistas populares pretensamente científicas. A ignorância dos articulistas, o preconceito anticristão, a busca do sensacionalismo, tudo isso contribuiu para que a publicação do manuscrito copta do Evangelho de Judas recebesse uma atenção muito maior do que a devida. Em 2007 foi a suposta sepultura de Jesus, uma inscrição antiga contendo o nome de Tiago, irmão de Jesus, e outras “descobertas” arqueológicas, fizeram a festa da mídia em anos mais recentes.

Não se deve pensar que essa atitude é um fenômeno atual. Desde os primórdios do Cristianismo, escritores pagãos como Celso e Amiano Marcelino publicam material atacando as Escrituras e o Cristianismo. Estou acostumado a assistir, anos a fio, a exploração sensacionalista dessas descobertas. Quando da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto e das polêmicas e questões inclusive legais que envolveram a tradução e a publicação dos primeiros rolos, a imprensa da época especulava que os Manuscritos representariam o fim do Cristianismo, pois traria informações que contradiriam completamente o Evangelho. Os anos se passaram e verificou-se a precipitação da imprensa. Os rolos na verdade tiveram o efeito contrário, confirmando a integridade e autenticidade do texto massorético do Antigo Testamento.

Terceiro, produções de Hollywood como “O Código da Vinci”, “O Corpo”, “Estigmata”, “A última Ceia de Cristo” que se baseiam nesses evangelhos gnósticos têm servido para difundi-los popularmente.

O Evangelho de Judas

Examinemos mais de perto os dois evangelhos gnósticos que têm atraído recentemente a atenção da academia e do público em geral, que são os evangelhos de Judas e de Tomé.

Evangelho de Judas preservou-se em um manuscrito copta do século IV, que supostamente conteria uma tradução do evangelho apócrifo grego de Judas, cuja origem é estimada em meados do século II. A restauração e a tradução do manuscrito copta foram anunciados em 6 de abril de 2006, pela National Geographic Society em Washington.

Não se trata da descoberta do Evangelho de Judas. O mesmo já é um velho conhecido da Igreja cristã. Elaborado em meados do século II, provavelmente na língua grega, era conhecido de Irineu, um dos pais apostólicos. Na sua obraContra as Heresias, Irineu o menciona explicitamente, como sendo uma obra espúria produzida pelos gnósticos da seita dos Cainitas. No século V o bispo Epifânio critica o Evangelho de Judas por tornar o traidor em um feitor de boas obras.

Não se trata também da descoberta de um manuscrito antes desconhecido contendo essa obra. Acredita-se que o único manuscrito conhecido, escrito em copta, foi descoberto em meados da década de 1950 e depois de uma longa peregrinação nas mãos de colecionadores, bibliotecas, comerciantes de antiguidades e peritos, chegou às mãos das autoridades. Sua existência foi anunciada ao mundo em 2004. Trata-se de um códice com 25 páginas de papiro, envoltas em couro, das 62 páginas do códice original. Somente essas 25 páginas foram resgatadas pelos especialistas. A tradução que veio a lume em 2006 é dessas páginas.

O que é de fato novo é a tradução do texto desse apócrifo, texto até então desconhecido. Contudo, o ponto central que a mídia tem destacado com sensacionalismo, já era conhecido mediante as citações de Irineu e Epifânio, ou seja, que esse evangelho procura reabilitar Judas da pecha de traidor, transformando-o em vítima e herói.

Várias matérias publicadas na mídia diziam que Judas Iscariotes é o autor desse evangelho. Contudo, não existe prova alguma disso. Segundo o relato dos quatro Evangelhos canônicos, Judas suicidou-se após a traição. Como poderia ser o autor dessa obra? Irineu, no século II, atribuía a autoria do evangelho de Judas aos Cainitas, uma seita gnóstica. No códice descoberto e agora publicado, não consta somente o evangelho atribuído a Judas, mas duas obras a mais: a “Carta a Filipe” atribuída ao apóstolo Pedro e “Revelação de Jacó”, relacionado com o patriarca hebreu. A presença do evangelho de Judas em meio a essas duas obras apócrifas é mais uma prova da autoria espúria desse evangelho. Chega a ser irritante o preconceito da mídia, que sempre veicula matérias que negam a autoria tradicional dos Evangelhos canônicos, mas que rapidamente atribui a Judas Iscariotes a autoria desse apócrifo.

O manuscrito que agora foi traduzido não data do século II, mas do século IV. Especula-se que é uma tradução para o copta de uma obra mais antiga escrita em grego, que por sua vez dataria de meados do século II. Daí a inferir a autoria de Judas Iscariotes, que morreu na primeira parte do século I, vai uma grande distância. A seita dos Cainitas, segundo Irineu em Contra as Heresias, era especialista em reabilitar personagens bíblicas malignas, como Caim, os sodomita e Judas. A produção de um evangelho reabilitando o traidor se encaixa perfeitamente no perfil da seita.

Ao final, pesando todos os fatos e filtrando o sensacionalismo e o preconceito anticristão, a publicação do evangelho de Judas em nada contribuirá para nosso conhecimento do Judas Iscariotes histórico e muito menos do Jesus histórico – servirá apenas para nosso maior conhecimento das crenças gnósticas do século II. Não representa qualquer questionamento sério do relato dos Evangelhos canônicos, cuja autoria e autenticidade são muito mais bem atestadas, datam do século I e receberam reconhecimento e aceitação universal pelos cristãos dos primeiros séculos.

O Evangelho de Tomé

Esse Evangelho consiste numa coleção de 114 ditos que Jesus supostamente teria ditado a seu irmão gêmeo, Tomé. Ele faz parte da livraria gnóstica descoberta em Nag Hammadi em meados do século passado. O que temos é um manuscrito copta, tradução de uma versão em grego desse Evangelho, datada do séc. III. Calcula-se que o evangelho original deve ter sido escrito no séc. II.

Não se trata de um evangelho no sentido usual do termo, visto que não contém qualquer narrativa sobre o nascimento, ministério ou paixão de Cristo. Trata-se de uma coleção de ditos de Jesus sem qualquer moldura geográfica, temporal ou histórica que nos permita localizar quando, onde e em que contexto Jesus os teria pronunciado. Calcula-se que foi escrito na região da Síria, onde existem tradições sobre o apóstolo Tomé e onde se sediava a seita dos encratitas, ascéticos que defendiam uma forma heterodoxa de Cristianismo.

Apesar de trazer muitas citações dos evangelhos canônicos, a teologia do Evangelho de Tomé é abertamente gnóstica. Defende a salvação através do conhecimento secreto e esotérico que Jesus revelou a seu discípulo Tomé. Está eivado das dicotomias e dualismos característicos do pensamento gnóstico mais evoluído do séc. II. Trata-se claramente de uma produção dos mestres gnósticos, que se valeram dos evangelhos canônicos e do nome do apóstolo Tomé para divulgar e espalhar suas crenças.

Como reagimos a tudo isso?

Apesar de todos os esforços da mídia e dos liberais, não se consegue provar que os evangelhos gnósticos foram escritos no primeiro século. Eles são produções posteriores aos canônicos e que se valeram dos canônicos como fontes. O maior argumento dos liberais para provar que o Evangelho de Tomé, contendo ditos de Jesus, foi escrito no séc. I antes dos canônicos depende da existência do suposto proto-Evangelho “Q”, a qual nunca foi provada.

O testemunho dos pais apostólicos é unânime em rejeitar esses evangelhos e atribuí-los a falsificações feitas pelos gnósticos com o propósito de espalhar suas ideais e ensinamentos. O conteúdo deles é distintamente diferente dos evangelhos canônicos e da religião ensinada no Antigo Testamento.

As reconstruções do Jesus histórico feitas pelos que dão prioridades aos apócrifos, especialmente os evangelhos gnósticos, deixam sem explicação o surgimento das tradições escatológicas a respeito dele que hoje encontramos nos Evangelhos canônicos. Nem mesmo a tese da “imaginação criativa da comunidade” defendida pela crítica da forma pode explicar satisfatoriamente como um camponês judeu, com idéias e estilo de vida de um filósofo cínico, praticando o curandeirismo entre o povo simples, cheio de idéias gnósticas, acabou por ser transformado no Cristo que temos nos Evangelhos em tão curto espaço de tempo, e ainda com as testemunhas oculares dos eventos ainda vivas.

Fonte: [ O Tempora, O Mores! ]

Lição 1: O surgimento da Teologia da Prosperidade


Data: 1º de Janeiro de 2012

TEXTO ÁUREO


Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada 
dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.20).

VERDADE PRÁTICA


O pecado da Teologia da Prosperidade consiste em sua anulação da soberania de Deus.

HINOS SUGERIDOS


121, 126, 229.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Sl 90.2
Deus é eterno


Terça - Is 51.12
O homem é mortal


Quarta - Jo 10.35
A Bíblia é a infalível revelação de Deus


Quinta - Cl 2.15
A salvação foi conquistada na cruz


Sexta - 1 Pe 4.12
Os justos também sofrem


Sábado - Gl 6.2
Devemos servir uns aos outros

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Lucas 12.13-21.

13 - E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a
 herança.
14 - Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?
15 - E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer 
não consiste na abundância do que possui.
16 - E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha 
produzido com abundância.
17 - E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus 
frutos.
18 - E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali 
recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19 - e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; 
descansa, come, bebe e folga.
20 - Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado
 para quem será?
21 - Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.

INTERAÇÃO


Prezado professor, apresente aos alunos o tema geral do primeiro trimestre de 2012 
de Lições Bíblicas: “A Prosperidade à luz da Bíblia: A vida cristã abundante”. 
Explique que as treze lições analisam a prosperidade dentro de uma perspectiva 
bíblica ortodoxa. Fale também sobre o comentarista, pastor José Gonçalves 
— escritor, conferencista, bacharel em teologia, graduado em Filosofia; membro 
da Diretoria da Convenção Estadual da Assembléia de Deus do Piauí (CEADEP) e do 
Conselho de Apologética da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB).

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar as raízes da Teologia da Prosperidade.
  • Descrever os principais ensinamentos da Teologia da Prosperidade.
  • Analisar as principais conseqüências da Teologia da Prosperidade.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, inicie a aula de hoje dizendo aos alunos que não é errado o crente ser próspero.
Deus é bom e deseja que tenhamos uma vida abundante (Jo 10.10). Entretanto, isso não
significa que teremos ausência de dor, escassez ou momentos difíceis. A Palavra de Deus
está repleta de exemplos de homens que padeceram dores, enfermidades e escassez.
Por isso, nesta primeira lição, enfatize que não podemos aceitar as heresias e as
aberrações da chamada “Teologia da Prosperidade”. Este movimento, que surgiu no
EUA, alastrou-se rapidamente pela América Latina e tem feito muitas igrejas abandonarem
o genuíno Evangelho. Precisamos estar atentos, como disse-nos Jesus: “Acautelai-vos”
(Lc 12.15).

COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave
Teologia da Prosperidade: Uma teologia centrada na saúde e na prosperidade material, 
não na salvação em Jesus Cristo.

Neste trimestre, estudaremos a verdadeira prosperidade em contraposição à Teologia da
Prosperidade, também conhecida como Confissão Positiva, que se constitui em uma ameaça
à igreja cristã. Veremos que o fundamento da chamada Teologia da Prosperidade é um
equívoco, mas que isso não anula a prosperidade ensinada na Palavra de Deus.

I. RAÍZES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

1. Gnosticismo. Ainda em seus primórdios, a igreja cristã teve que refutar uma doutrina
que demonstrou ser nociva para a fé evangélica: o gnosticismo. Tratava-se de uma crença
que se originou antes de Cristo, e está associada aos sírios, babilônicos, egípcios e gregos.
Tal ensino afirmava que a matéria era má e o espírito bom.
Esse dualismo entre matéria e espírito (filosofia do antigo platonismo) levou seus adeptos
a negar a realidade da matéria. Já que a matéria não era real, o sofrimento também não
passava de ilusão. A influência desse pensamento sobre a Igreja Primitiva pode ser
percebida na crença que negava a natureza humana de Cristo. Em outras palavras, Cristo
sendo bom não poderia habitar em um corpo físico que era mau. Essa forma de crer
levou o apóstolo João a combatê-los veementemente (1 Jo 2.23; 4.2,3,15).
Foi a partir das crenças gnósticas que surgiram os modismos e heresias que viriam ameaçar
a pureza da doutrina cristã. Entre estas ameaças está a Teologia da Prosperidade.
2. Crenças perigosas. Tais pensamentos não ficaram restritos ao passado, pois a humanidade
adora especulações (Ec 7.29). Para se entender o surgimento da Teologia da Prosperidade, é
preciso conhecer um pouco da história de Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), criador do
chamado “Novo Pensamento”. Quimby estudou espiritismo, ocultismo, parapsicologia e
hipnose e, além de panteísta e universalista, acreditava também que o homem tem parte na
divindade. Por isso, defendia que o pecado e a doença existem apenas na mente. Mary Baker
Eddy (1821-1910), fundadora da “Ciência Cristã”, tornou-se discípula de Quimby após ser,
supostamente, curada por ele.
3. Confissão positiva. A crença que diz ser possível ao cristão viver em total saúde e
prosperidade financeira é resultado da junção dessas idéias. A ponte entre as crenças do Novo
Pensamento, Ciência Cristã e a fé propriamente dita, foi feita por E. W. Kenyon e posteriormente
por Kenneth E. Hagin.
Kenyon foi um cristão devoto, mas contaminou-se com os ensinos da Ciência Cristã. Já Kenneth
E. Hagin foi influenciado por Kenyon e deste obteve a maioria dos seus ensinamentos. Hagin fundo
seu ministério passando a divulgar a Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva. 
Ao pregar que os cristãos não podem sofrer ou ficar doentes e que devem tornar-se ricos à 
custa de sua fé, esse ensino tem produzido uma geração de crentes interesseiros e materialistas.
Deus “tornou-se” refém de leis espirituais que Ele supostamente teria criado. O segredo é
descobrir como usar tais leis e assim conseguir o que quiser. Uma das mais utilizadas é a do
determinismo. Fórmula essa que tem a força de mandar até mesmo em Deus! Uma vez que
essas distorções passaram a ser reproduzidas em todo o mundo, não tardaram a chegar aqui
através dos que andam a procura de novidades, desprezando a suficiência das
Escrituras (Sl 119.14,72; Mt 4.4; Jo 17.17).


SINOPSE DO TÓPICO (I)

As raízes da Teologia da Prosperidade não estão firmadas nas Sagradas Escrituras.


II. PRINCIPAIS ENSINAMENTOS DA “TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”

1. Divinização do homem. A partir de uma interpretação equivocada de Salmos 82.6, os teólogos da prosperidade criaram a doutrina dos “pequenos deuses”. Kenneth Kopeland, pregador da Teologia da Prosperidade, afirmou certa feita: “Cachorros geram cachorros, gatos geram gatos e Deus gera deuses”. A intenção dessa doutrina é ensinar a “teologia do domínio”. Sendo deus, o crente agora pode tudo. A Bíblia, porém diz que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19).
2. Demonização da salvação. Esse ensino chega ao extremo de afirmar que, ao morrer na cruz, Cristo teria assumido a natureza de Satanás e que o Filho de Deus teve de nascer de novo no inferno a fim de conquistar a salvação. Assim, os proponentes da Teologia da Prosperidade colocam o Diabo como coautor da salvação. Pois esta não aconteceu na cruz quando Cristo bradou “Está consumado!”, mas somente quando Ele voltou do inferno onde teria derrotado Satanás em seu próprio terreno. Hagin disse que o grito de Jesus referia-se ao fim da Antiga Aliança e não ao cumprimento do processo da salvação. A Bíblia, porém, diz que a salvação foi conquistada na cruz e que o maligno não tem parte com o Senhor (Mt 27.51; Jo 14.30).
3. Negação do sofrimento. Os crentes não precisam mais sofrer. Todo sofrimento já foi levado na cruz do Calvário e o Diabo deve ser responsabilizado por toda e qualquer situação de desconforto entre os crentes. Aqui há uma clara influência da Ciência Cristã que também não admite o sofrimento. A Bíblia diz que o cristão não deve temer o sofrimento e tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10)


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Contrariando o que a Bíblia diz, que o homem é estruturalmente pó, a Teologia da Prosperidade afirma que os homens são “pequenos deuses”.


III. CONSEQÜÊNCIAS DA “TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”

1. Profissionalismo ministerial e espiritualidade mercantil. A primeira conseqüência danosa que a Teologia da Prosperidade causa pode ser vista nos púlpitos. O ministério que anteriormente era vocacional tornou-se, em alguns círculos, algo meramente profissional. Os pastores passaram a ser vistos como executivos bem-sucedidos! O pastor agora é visto como um profissional liberal e não como um ministro de Deus. Segundo a Teologia da Prosperidade, ele não mais pastoreia (1 Pe 5.2), mas gerencia sua igreja. A igreja passa a ter a mesma dinâmica administrativa de uma grande empresa. A fé tornou-se um bem de consumo e os adoradores foram alçados a consumidores. Já existem denominações que contratam institutos de pesquisas para verificar se abrir uma igreja em determinado bairro é viável. Pode ser que não seja lucrativo (1 Tm 6.5)!
2. Narcisismo e hedonismo. O narcisista é aquele que só pensa em si e nunca nos outros (Fp 2.4). A Teologia da Prosperidade tem gerado milhares de crentes narcisistas. Estão morrendo e matando uns aos outros. Já o hedonista é aquele que vive em função dos prazeres.
3. Modismos e perda de ideais. De vez em quando aparece uma nova onda no meio dos crentes. São modismos teológicos para todos os gostos. Antes era o cair no espírito, a unção do riso, etc. Atualmente a lista está bem maior. Outra conseqüência terrível da Teologia da Prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Ao criar essa mentalidade de mercado e transformar os crentes em consumidores, a Teologia da Prosperidade acabou esvaziando os ideais do Reino de Deus. Para que buscar o perfeito estado eterno se é possível possuir tudo agora? A escatologia bíblica é trocada por uma teologia puramente utilitarista (Mt 6.33; Cl 3.2).


SINOPSE DO TÓPICO (III)

A divinização do homem, a demonização da salvação e a negação do sofrimento são os principais pilares da Teologia da Prosperidade.


CONCLUSÃO

A Bíblia fala da verdadeira prosperidade, mas os excessos criados por uma teologia que fomenta o materialismo é anti-bíblico. Devemos nos resguardar dos absurdos criados pela Teologia da Prosperidade no que concerne à doutrina cristã. Nenhum crente, a fim de prosperar, necessita aderir às fórmulas inventadas pelos pregadores da prosperidade. A verdadeira prosperidade vem como resultado de um correto relacionamento com Deus que é fruto de um coração obediente.

VOCABULÁRIO


Hipnose: Prática que leva uma pessoa ao estado de transe, a fim de analisar o seu inconsciente.
Mesopotâmia: Região situada entre rios.
Ocultismo: Estudos e práticas de arte divinatórias.
Parapsicologia: Estudos pseudocientíficos dos fenômenos da psique humana.
Platonismo: Doutrina de Platão, filósofo grego.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


HANEGRAAFF, H. Cristianismo em Crise. 4.ed., RJ: CPAD, 2004.
SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.

EXERCÍCIOS


1. O que afirmava a doutrina do gnosticismo?
R. Que a matéria era má e o espírito bom.

2. Segundo a lição, o que afirma a confissão positiva?
R. Ser possível o cristão viver em plena saúde e vida financeira.

3. Quais são os principais ensinamentos da Teologia da Prosperidade?
R. Divinização do homem, demonização da salvação e negação do sofrimento.

4. O que afirma o ensino da demonização da salvação?
R. Que Jesus quando morreu na cruz, assumiu a natureza de Satanás e nasceu de novo no inferno para conquistar a salvação.

5. Cite três conseqüências nocivas da Teologia da Prosperidade.
R. Profissionalismo ministerial, espiritualidade mercantil e narcisismo.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Apologético

“A Teologia da Prosperidade
A mensagem dos profetas da Prosperidade está centrada na saúde e na prosperidade, e não na salvação, sendo um desvio do verdadeiro evangelho de Cristo.
O movimento Confissão Positiva não é denominação e nem seita, mas um movimento no seio das igrejas pentecostais e neopentecostais, que enfatiza o poder do crente em adquirir tudo o que quiser. É, também, conhecido como ‘Teologia da Prosperidade’, ‘Palavra da Fé’ ou ‘Movimento da Fé’. Sua origem está no ocultismo, suas crenças e práticas, algumas vezes, são aberrações doutrinárias e outras heresias.
A Confissão Positiva é uma adaptação, com aparência cristã, das idéias do hipnotizador Finéias Parkhurst Quimby (1802-1866), conhecido como Pai da Ciências da Mente. Quimby era praticamente da saúde mental e acreditava que o pecado, a enfermidade e a perturbação só existem na mente das pessoas, e não, na realidade. Chamava seu sistema metafísico de cura de ‘Ciência do Cristo’, e, em 1863, chamou-o de ‘Ciência Cristã’.
Os quimbistas criam no poder da mente, negavam a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Deles, surgiram vários movimentos ocultistas [...]. Seus promotores querem, ainda hoje, passar-se por cristãos evangélicos” (SOARES, E.Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.305,6).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Apologético

       “Essek William Kenyon. O movimento Confissão Positiva surgiu de forma gradual a partir dos ensinos e escritos de Essek William Kenyon (1867-1948), cujo ensino era inspirado na seita Ciência Cristã. Em 1891, Kenyon ingressou na Emerson School of Oratory (Escola Emerson de Oratória), em Boston, EUA, escola eclética fundada e dirigida por Charles Emerson.
Kenyon empenhou-se nas campanhas, pregando salvação e cura em Jesus Cristo, dando ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade. Aplicava a técnica do poder do pensamento positivo. Não era pentecostal, pastoreou várias igrejas e fundou outras. Ele foi influenciado pelas seitas Ciência da Mente, Ciência Cristã e a Metafísica do Novo Pensamento. Escreveu 16 livros, e, depois de sua morte, em 1948, sua filha encarregou-se de publicar suas obras que tiveram grande influência na ‘Palavra da Fé’. Hoje, ele é conhecido como o Pai do movimento Confissão Positiva”.
       “Keneth Hagin. É reconhecido como mestre, prolífico autor e advogado da mensagem da ‘Palavra da Fé’. Nasceu prematuramente, em 1917, com problemas de coração e ficou inválido durante 15 anos. Ele converteu-se ao evangelho em 22 de abril de 1933, e, no ano seguinte, o Senhor Jesus o curou. Ele recebeu o batismo no Espírito Santo em 1937, ano em que ele tornou-se ministro pentecostal, depois pastoreou seis igrejas no estado do Texas. Hagin foi o principal expositor das idéias de Kenyon”.
(SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.306,9).