Isvonaldo sou Protestante

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domingo, 21 de agosto de 2011

Jesus, Filho de Deus (geração x criação)



Graça e Paz!

Em João 10.30-33 lemos: "Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo."

A chave deste texto é a palavra blasfêmia, que significa, ofender a divindade.
Mas, por que os judeus diziam que Jesus blasfemava ao se dizer Filho de Deus?

Em nossa cultura contemporânea e ocidental, estas palavras de Jesus, com efeito, não causariam o estardalhaço que criaram na mente daqueles homens, naquela época.
Para os judeus, havia uma grande diferença entre o ser criado e o ser gerado.

Por exemplo, um artista mistura tintas, forma cores, escolhe a tela, e executa suas pinceladas de acordo com a imagem que existe em sua mente. Este é o processo de criação. De modo que, o artista criou a pintura, mas a pintura não é o artista e nem dele compartilha a mesma matéria.

De modo semelhante, eu, que sou um analista de sistemas, reúno informações, necessidades e processos e crio um sistema tendo como base a solução que planejei. O sistema não tem a minha natureza, mas apenas o criei.

No entanto, tanto eu quanto o artista de que falamos, somos seres humanos e em nossa forma de reprodução GERAMOS novos seres humanos. Só conseguimos gerar o que é igual a nós mesmos, ou com outras palavras, só podemos gerar algo igual à nossa própria natureza, um ser que divide conosco a nossa natureza.
Veja que, um cachorro não pode gerar um gatinho, ou, uma rosa não pode gerar uma macieira.

Exatamente por este motivo, os judeus acusavam Jesus de "se fazer Deus", pois quando ele afirmava que Deus era seu próprio Pai, dizia, implicitamente, que havia sido gerado de Deus.
Ou seja, dizia que compartilhava da mesma matéria, essência e natureza de Deus.
Note que, mesmo a palavra Trindade não aparecendo na Bíblia, é com base neste raciocínio que entendemos a existência de Deus em três pessoas de mesma essência e atributos.

Para os judeus essa era uma grande afronta, pois em sua religião, Deus é único. E eles estavam certos! Mal sabiam eles que era o próprio Deus quem lhes falava.
Mas pudera, eles de fato eram "odres velhos". Não eram capazes de entender e aceitar um nó teológico que, ainda hoje, ferve a mente de muitos estudiosos do tema:

"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;" (FP 2.5-7)

Que o Deus trino e abundante em amor, revelado como homem em Cristo Jesus, lhe abençoe!
Fonte: http://refletindoagraca.blogspot.com/

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