Existe um movimento judaizante que adora criar modismos e apelar para a legitimidade dos escritos hebraicos. Segundo os mesmos, o nome Jesus é uma perversão da Igreja Católica, uma tentativa de blasfemar o Salvador realizada por Jerônimo em sua tradução latina das Escrituras, a Vulgata. Então a cristandade está mergulhada num equívoco milenar ao citar Jesus e não Yeshuah? Certa vez um bispo de uma igreja G12 me falou que o Jesus que conhecemos não é o Yeshuah da Bíblia. Quanta confusão! De onde eles tiraram isso?
Segundo os judaizantes nomes próprios não são traduzidos. Isso é bem verdade. Ninguém sai por aí chamado Francis Bacon de Chico Toicinho. Contudo, há de se salientar que Jesus não é tradução, mas sim, transliteração do nome hebraico.
A transliteração é um recurso utilizado para facilitar a fonética de uma língua para outra, ela nada mais é que uma versão de letras, pois, nem todas as letras estão em todos os alfabetos. Existem muitos idiomas que tem caracteres diferentes e emitem sons diferentes. O grego moderno, por exemplo, escreve Dabide Eba. Isso porque B (o antigo beta “β”) tem som de V. Esse procedimento é tão comum que até mesmo a Bíblia utiliza.
O Novo Testamento, escrito em grego “koiné” faz a transliteração de diversos nomes. Tomemos por exemplo Jacó, um dos patriarcas. No hebraico seu nome é Yaacov, mas os redatores neotestamentários usaram Iacobo, que no português tornou-se Tiago, ou seja, Jacó e Tiago possuem o mesmo significado, que é enganador – literalmente aquele que pega pelo calcanhar. O mesmo se dá com Jesus, que é o equivalente grego para Josué. O Novo Testamento original não faz nenhuma distinção entre as nomenclaturas Jesus e Josué, apenas o contexto diferencia o sucessor de Moisés e o Messias, Filho do Deus Vivo.
De igual modo, os escritores da Septuaginta (LXX), que eram mestres judeus, quando escreveram o Velho Testamento em grego para alcançarem os seus patrícios que estavam dispersos, traduziram Josué (Yehôshua ou abreviado Yeshuah) para Jesus (Iesous).
Com isso, fica claro de que essa turma parece não ter o que fazer e fica inventando todo o tipo de bobagem. A falta de critério é tanta que se fosse pra seguir a risca, Moisés seria Moshe, João seria Yohanan e por aí vai. Nem Deus seria pronunciado dessa forma, ao invés disso falaríamos todos Elohin. São exatamente tolices como esta que invadem o cenário evangélico brasileiro e que devem ser combatidas para que a pureza da Sã Doutrina nos seja suficiente. Voltemos ao Evangelho!
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Sobre o autor: Thiago S. Oliveira, Recifense, Noivo, Cristão Reformado... um notório pecador remido pela Graça!
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