Isvonaldo sou Protestante

Isvonaldo sou Protestante

terça-feira, 26 de julho de 2011

A Shekiná de Deus está aqui. Shekiná?



É normal ouvirmos em nossos cultos, congressos, seminários, a palavra “Shekiná”. Desde adolescente ouço esta palavra na igreja. Pregadores a usam com freqüência. Os “ministros do louvor” têm o hábito de usá-la. Temos até um cântico muito conhecido: “Derrama a tua “shekiná” sobre nós.
Agora pergunto: De onde tiramos a palavra “shekiná”? O que significa esta palavra? Será “shekiná” uma expressão encontrada nas Escrituras?

Começando pela última pergunta, a palavra “shekiná” não é encontrada em nenhum lugar das Escrituras! Penso que você neste momento está perplexo. Esses dias atrás, pregando em uma grande igreja aqui em São Paulo, falei sobre isto no púlpito e imagine a reação do plenário, bem como dos obreiros. Após o término do culto, várias pessoas me pararam e diziam: “Pr Marcelo, já ouvi “pregadores de renome” falar isso!Faz tantos anos que ouço todos falarem desta palavra “shekiná”, será mesmo que o sr. não está enganado?

Exatamente aqui reside nosso problema. Nós ouvimos os “grandes pregadores” falarem, e aceitamos tudo. Não procuramos pesquisar, averiguar, perscrutar. Tudo o que é novidade, e é falada por alguém de “peso”, nós aceitamos e logo começamos a falar. Falta em nosso meio, cristão bereanos, que analisam a cada dia as Escrituras, para verem se está correto ( At 17.11). Notemos que era Paulo que estava pregando! Homem de cultura invulgar, conhecedor de toda lei judaica, e acima de tudo, um dos maiores pregadores que o mundo conheceu. Ora, se Paulo teve que passar no crivo dos bereanos, o que dizer de nossos pregadores? Serão estes maiores que Paulo?

Mas voltando ao assunto da palavra “shekiná”, este vocábulo não aparece na Bíblia Judaica [ Tanakh] nem no N.T, sendo uma palavra derivada da raiz hebraica -נ -כ- ש (sh-k-n), cujo significado é "habitar", "fazer morada". Se perguntarmos a qualquer irmão, o que significa esta palavra, todos dirão: "a glória de Deus, presença de Deus". Acontece que, “shekiná” não significa nada disso! O vocábulo “glória” no hebraico é “kavod” – o peso da glória de Deus.

A Shekiná, como uma idéia concreta, aparece só na literatura rabínica, havendo somente "alusões" a esta presença divina, no meio do povo de Israel, na Torá, quando Deus disse ao seu povo :

עָשׂוּ לִי מִקְדָּשׁ וְשָׁכַנְתִּי בְּתֹוכָֽם׃: Ve Asu Li Mikdash Ve Shakhanti Betocham

- "e fareis um santuário para Mim, e habitarei no meio deles (dos israelitas)"[1];"וְשָׁכַנְתִּיבְּנֵי יִשְׂרָאֵל, וְהָיִיתִי לָהֶם לֵאלֹהִים" - "e habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei-lhes por Deus"[2]; e יְהוָה צְבָאֹות הַשֹּׁכֵן בְּהַר צִיֹּֽון׃ "o Eterno dos exércitos, aquele que habita em Sião"[3].

Conclusão

בְּתוֹךְ

Vimos por meio deste singelo estudo que a palavra “shekiná” não está nas Sagradas Escrituras. Aprendemos também que “shekiná” não significa : glória, presença de Deus. Ela vem da raiz “shakhan” que significa – habitar, fazer morada. Esta idéia de “skekiná” aparece somente na literatura rabínica, onde os judeus cabalistas [4] começaram a usá-la a partir do séc XIII. Devemos estar sempre prontos a aprender e não ir além da Escritura. Foi o que Lutero disse para Erasmo: “ A única diferença entre eu [ Lutero] e você [Erasmo] é que eu me coloco debaixo da autoridade das Escrituras, e você se coloca acima dela.

No amor de Jesus, Pr Marcello de Oliveira.

Notas:

[1] Exodo 25.8
[2] Exodo 29.45
[3] Isaías 8.18
[4] Cabala é um sistema religioso-filosófico que investiga a natureza divina. Kabbalah (הלבק QBLH) é uma palavra de origem hebraica que significa recepção. É a vertente mística do judaísmo.

Fonte: [ A Supremacia das Escrituras ]

Via: [ Ministério Béréia ] / [ Espada do Espírito ]

[PVE] Por que Deus não salva todos?

[PVE] Por que Deus não salva todos?

Para responder essa pergunta, primeiro, precisamos responder outra famosa questão: Deus deseja salvar a todos? Creio que a resposta bíblica é um sonoro “Não!”, pois se Ele quisesse, definitivamente, todos seriam salvos[1] :

Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado (Jó 42:2). Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? (Dn 4:35). No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. (Sl 115:3; cf Ef 1:11).

Sabemos que Deus faz tudo que quer e que nada pode impedi-lO de cumprir Seus propósitos. Logo, se o plano dEle para a humanidade fosse levar todos os homens à salvação, Ele assim faria e nada – nem mesmo a escolha dos homens – impediriam Sua vontade. Assim, resumo meu argumento assim:

1. Deus faz tudo o que quer;
2. Nem todos serão salvos;
3. Logo, Deus não quer salvar todos.

Assim, aquele que discordar da afirmativa 3 só terá motivos para isso se considerar ou o ponto 1 e/ou o ponto 2 como errados. No primeiro caso, estamos tratando com alguém que nega a Onipotência de Deus; no segundo estamos tratando com um universalista – e em ambos os casos, temos estamos tratando com um herege.

Alguém pode tentar argumentar que Deus só pode fazer o que é logicamente possível e, com isso, tentar insinuar que Ele não poderia obrigar pessoas a livremente serem salvas. Eu concordo plenamente com esse conceito de onipotência: Deus só pode criar o que é logicamente possível – não existem coisas como um solteiro-casado, um círculo-quadrado ou um triângulo de dois lados; assim, Deus não pode criar essas coisas. Assim sendo, se o homem tem livre-arbítrio, Deus não pode fazer com que eles sejam salvos. Concordo, mas isso só leva a questão um pouco mais “para trás”: Se Deus queria que todos fossem salvos, por que Ele criou um mundo com livre-arbítrio? Se o propósito de Deus é a salvação de todos, ele poderia ter criado os homens literalmente impecáveis – assim como será nos céus. Então, se Deus deu um poder de decisão para o homem, essa é uma grande prova que Ele não desejava que todos fossem salvos. Então:

1. Deus sabia que nem todos seriam salvos se Ele entregasse o livre-arbítrio para o Homem;
2. Deus entregou livre-arbítrio ao Homem;
3. Logo, Deus não quer salvar todos.

Eu não acredito que a premissa 2 seja verdadeira, mas para os que acreditam, cabe a eles negar a primeira premissa para provar que a conclusão (3) está errada. Agora, deixe fazer algumas considerações sobre este tema.

Muitos ficam fortemente escandalizados quando estão frente a declarações como estas. Somos acostumados a pensar que o Plano Áureo de Deus no universo é o benefício do homem. Por exemplo, muitos daqueles que pregam sobre missões fazem um desserviço por motivar as pessoas com uma paixão pelo homem, ao invés de uma paixão por Deus que transborda aos outros. Como diz John Piper: “As missões não representam o alvo fundamental da igreja, a adoração sim. As missões existem porque não há adoração, ela sim é fundamental, pois Deus é essencial e não o homem”[2] .

Não é raro ouvirmos alguns filósofos, ao defenderem que vivemos no melhor mundo possível que Deus poderia criar, atribuírem isso a levar o maior número de pessoas a Cristo. William Lane Craig, em um debate com o famoso ateu Christopher Hitchens, declarou: “O propósito de Deus para a história humana é trazer o número máximo de pessoas, livremente, ao Seu Reino para encontrar salvação e vida eterna”. Essa declaração parece óbvia e inegável, mas a pergunta que faço é: o que a Bíblia diz sobre isso? Qual a resposta bíblica concernente ao propósito-mor de Deus para a humanidade?

Observando toda a Escritura, só posso concordar que a resposta para esse questionamento seria que, como diz John Piper, “o alvo principal de Deus é manter e demonstrar a glória do seu nome”[3], o que também é expresso por Jonathan Edwards: “A grande finalidade das obras de Deus, expressas na Bíblia de modo diverso, é, de fato, apenas uma; e essa finalidade única é mais apropriada e compreensivelmente chamada de A Glória de Deus”[4] . Essas não são apenas opiniões pessoais, mas considerações pautadas numa gama imensa de textos bíblicos[5] , como Isaias 48:

Por amor do meu nome retardarei a minha ira, e por amor do meu louvor me refrearei para contigo, para que te não venha a cortar. Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição. Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem (v. 9-11).

Essas são palavras fortes: “Por amor do meu nome… por amor do meu louvor… Por amor de mim, por amor de mim… como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem”. Se é por amor dEle próprio que Deus age, como podemos pôr os homens como o fim principal das ações do Senhor? Acho que um texto que mostra de um modo claro como o propósito final de Deus não é salvar o maior número de pessoas possível é Mateus 11:

Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. [...] E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje (v. 21,23).

Existe um ensino que, devido ao atual crescimento da filosofia molinista[6] , tem se propagado: se o Evangelho não chegou a um determinado lugar, é porque Deus sabia que aquelas pessoas não creriam na pregação. Creio que essa é uma explicação superficial. No texto citado, Jesus diz que se milagres tivessem ocorridos em Tiro, Sidom e Sodoma, eles teriam se arrependido e o julgamento não teria sido necessário. Deus sabia o que fazer para que eles cressem e Ele não fez. O mesmo acontece com os Fariseus. Veja a explicação de Jesus para o porquê de ele usar parábolas:

E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados (Mc 4:11,12).

Creio que não podemos entender isto satisfatoriamente se não tivermos em mente que o propósito final de Deus não é o homem, mas Ele próprio. Deus fará tudo para o louvor de Sua glória (Ef 1:6,12,14) e não para que o homem seja beneficiado. O problema é que nós pensamos que Deus deveria, sim, salvar aqueles homens e muitos outros que existiram no mundo. Como pode Deus deixar que homens pereçam se Ele podia salvar quem Ele bem entender? Isso não seria injusto ou malévolo?

Primeiro, precisamos lembrar que Deus tem toda a sabedoria.

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém (Rm 11:33-36).

Como podemos questionar ou acusar a Deus? Ele age como acha melhor para Seu Supremo propósito e nós, como seres desconhecedores dos intentos de Deus, não podemos questioná-lo. “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição?” (Rm 9:19-22).

Segundo, nossos padrões de justiça não podem ser aplicados a Deus. Se nós tivéssemos a oportunidade de salvar alguém da perdição do Inferno e não o fizéssemos, estaríamos cometendo um pecado terrível. Isso é certo. O erro está em tentar aplicar isto a Deus. Sabemos que o Senhor manda que não nos vinguemos, mas Ele vinga-se; Ele manda que não matemos, mas Ele mata; Ele manda que perdoemos todos, mas Ele não fará isso. Isso seria hipocrisia? Logicamente, não. Ele não é um homem nos dando regras que Ele próprio não segue, Ele é um Deus Soberano que não tem nossa mesma natureza e, por isso, vive em padrões que não podemos viver.

Sobre este ponto, precisamos considerar a justiça de Deus em não salvar todos. Muitos consideram que Deus deve salvar os homens e que Ele seria injusto em não fazê-lo. O que nos esquecemos de considerar é que o ser humano é mal e depravado (!), sendo merecedor do inferno. O livro de Provérbios diz claramente que aquele que justifica o ímpio é abominável ao Senhor (17:15), assim, se Deus simplesmente perdoasse os homens, Ele estaria cometendo uma abominação. É unicamente porque a culpa dos filhos dEle foi castigada em Cristo que podemos ser salvos de um modo justo, pois nossos pecados não ficaram impunes. Assim, se Deus escolhe deixar alguém continuar seguindo sua própria vontade (que é a de ir contra Deus, segundo Rm 8:5-8), Ele não está sendo injusto, pois os ímpios irão para onde escolheram ir: para longe de Deus.

Terceiro, Deus quer manifestar Sua glória tanto na salvação quando na condenação dos homens. Paulo explicita isso de um modo que poucos pregadores modernos têm coragem:

“Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer [...]. E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição?” (Rm 9:14-18,22).

Resumindo: Deus não salva todos porque a salvação dos homens não é Seu propósito final. Sua glória é o propósito final de tudo. Assim, Ele planeja manifestar Sua majestade tanto na salvação quando na condenação. Ele não é injusto em fazer isso porque nossos padrões não são aplicáveis a Ele e os homens merecem ir mesmo para o inferno.

Referências

[1] Alguns tentam usar I Tm 2:3-4 para defender que Deus quer salvar a todos. O problema aqui é que esses se esquecem de considerar o contexto da argumentação de Paulo, em que ele fala sobre homens de todos os tipos, e não todos os homens. Argumentei mais sobre isto em “Em Defesa da Expiação Eficaz”, que pode ser lido em teologiaevida.com
[2] PIPER, John. Alegrem-se os Povos: A Supremacia de Deus em missões. Editora Mundo Cristão, 2001.
[3] Idem.
[4] EDWARDS, Jonathan. The Dissertation Concerning the End for Which God Created the Worlf, The Works of Jonathan Edwards, vol. 1, organizado por Sereno Dwight (Edinburgo: Banner of Truth Trust), p. 119.
[5] Outros textos que embasam esta consideração são: Ef 1:4-6,12,14; Is 43:6,7,25;49:3; Jr 13:11; Sl 25:11;106:7,8; Rm 1:22,23;3:23,25,26;9:17,22,23;11:36;15:7; Êx 14:4,17,18; Ez 20:14;36:22,23,32; 2 Sm 7:23; 1 Sm 12:20-22; 2 Rs 19:34;20:6; Jo 5:44;7:18;13:31,32;16:14;17:1,24; Mt 5:16; 1 Pe 2:12;4:11; 1 Co 6:20;10:31; Fp 1:9,11; At 12:23; 2 Ts 1:8-10; Hc 2:14 e Ap 21:23.
[6] O Molinismo é a doutrina que afirma que Deus sabe o que qualquer pessoa livremente faria em qualquer situação onde Ele a criasse e, com isso, põe as pessoas em certas situações para influenciá-las até o limite de aquelas pessoas cederem ou não a tal influência.

Por Yago Martins © Voltemos ao Evangelho.

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Cristãos Relativistas?


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Por Marcos Batista Lopez

Vivemos em uma sociedade pós-modernista que está sendo assolada pelo relativismo.

Primeiramente devemos saber o que é relativismo. Segundo o dicionário Aurélio seria: “teoria filosófica que se baseia na relatividade do conhecimento.” Já ouvimos por diversas vezes frases como esta: “Ah isto é relativo!”. Ou seja, as pessoas deste século são em grande parte relativistas, acreditam que não existem verdades absolutas. Os romanos ficavam encolerizados diante da simples menção de que Cristo estava acima dos outros deuses – ou, ainda, de que nenhum outro deus sequer existia. Para eles, era insuportável, tanto do ponto de vista político quanto religioso, a insistência cristã de haver um só redentor legítimo disposto a vir salvar a humanidade.

Os romanos eram tolerantes com todos, menos com os intolerantes. Hoje as pessoas dizem que devemos ser tolerantes com as outras, principalmente se o assunto for moral, ética ou religião. E o pior de tudo isto é que o relativismo atingiu milhões de cristãos evangélicos. Hoje conversamos com evangélicos que acham que defender a fé cristã ante os algozes seria uma perda de tempo. Estudar doutrinas fundamentais – “Ah não, é muito entediante” – dizem alguns, estudar apologia – “Por favor pare com isto, você acha que eu vou perder meu tempo estudando o que os outros pensam sobre Deus e Cristo, me faça o favor”, e assim milhões de evangélicos estão vulneráveis.

Ao lerem um artigo em que alguém ataca a fé cristã através de jornais, revistas, rádio, internet ou mesmo na televisão, ao invés de procurarmos responder a estas investidas, pensam que seria uma grande perda de tempo que não levaria a nada. Acham que o cristão deve pensar em outras coisas, como em musicas, retiros se esquecendo do evangelismo, missões, vida cristã, defesa da fé que são mandamentos cristãos. Hoje defender a fé é perda de tempo para muitos líderes cristãos, e não se incomodam em perdem cada dia mais membros para as seitas, pois milhares de lideres, lamentavelmente se tornaram relativistas.

E você também é relativista?

O conhecido Pr John MacArthur Jr. certa vez alertou sobre a apostasia:

Os cristãos de hoje tendem a comprometer o ensino e o padrão bíblico. Pressionados pelo movimento feminista, alguns cristãos reinterpretam o ensino bíblico sobre o papel da mulher. Outros reinterpretam os primeiros capítulos de Gênesis numa tentativa fútil de harmonizar o relato bíblico da Criação com a teoria pseudocientífica da evolução. Alguns insistem em que a Bíblia não ensina todos os princípios necessários para resolvermos os problemas da vida, e recorrem a psicologia. A fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos” ( Jd 3) muitas vezes é transformada num cata-vento: gira com qualquer vento de mudança. Qual é a fonte suprema de autoridade em sua vida? Quando se depara com um conflito entre o ensino bíblico e uma idéia contemporânea, que você faz? Reinterpreta a Bíblia, ou rejeita a idéia nova? Você esta disposto a defender a Palavra de Deus? Estude o Salmo 19.7-11 e veja como Deus descreve sua Palavra e determine apoiar-se nela (Homens e mulheres – John MacArthur, Jr – pg 198).

Alguns estão mais preocupados em como agradar o povo de Deus e trazer entretenimento para a Igreja. Você percebeu o quanto o ensino escatológico está cada vez mais ausente dos púlpitos? Sermões sobre a existência do inferno e em como ter uma vida de renuncia é algo do passado para muitas igrejas ditas cristãs. Sobe a influência do racionalismo e da teologia da prosperidade, muitos cristãos são tentados a viver confortavelmente nesta terra. Muitos ministros preferem trazer apenas sermões que agradem o povo e não mensagens que confrontam a igreja contra o viver hipócrita.

O que é a igreja hoje? Um negócio? Um espetáculo? Um clube social? Um pronto-socorro espiritual? Qual é o verdadeiro sentido da Igreja hoje? O crescimento numérico das igrejas significa que o Reino de Deus está avançando? E qual é o lugar dos dons espirituais no cotidiano da igreja? Sua igreja desenvolve um ministério com as viúvas? Ela cumpre sua responsabilidade bíblica de cuidar das mulheres piedosas que não tem recursos próprios? ( Tg 1.27). Se a igreja não tem, você poderia orar junto com o pastor e ser o instrumento para que tal ministério seja iniciado. Enfim, será que nossos interesses tem sido os interesses de Deus para com sua Igreja?

Você obedece todos os mandamentos, ou só aqueles que coincidem com seus desejos? Lembre-se: Cristo é o seu Senhor e Ele exige obediência completa. Antes de ascender aos céus, Jesus ordenou aos seus discípulos: “Ide… fazei discípulos de todas as nações.” (Mt 28.19).

Assim ele estabeleceu a evangelização com prioridade número um para a Igreja. Muitos cristãos, porém, agem como se a responsabilidade da evangelização fosse do pastor ou do departamento de evangelismo da Igreja. E quanto a você? Está preocupado com as almas perdidas, ou suas preocupações são com os negócios desta vida passageira? Quando foi a última vez que falou de Jesus para um não cristão? Será que ao ler este folheto não poderá chegar à conclusão que você está se tornando um relativista, ou que seu amor pela obra do Senhor está esfriando? A Bíblia diz que “todas” as virgens cochilaram (Mt 25.5) e está é a situação hoje de muitos lideres e cristãos que estão dormindo e as almas se perdendo para o inferno sem retorno. Paulo diz que um líder deveria ser apto “tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” Tt 1.9. Para os evangélicos em geral, todos deveriam defender as Escrituras (1Pe 3.15) e amar a Deus com todo o seu pensamento (Mt 22.37). Deus não estabelece nenhum prêmio para a ignorância.

Você visitaria um médico que não tivesse estudado a respeito das doenças? Poderia confiar nele? Mas existem milhões de cristãos que estão confiando a sua vida eterna a ensinamentos nada ortodoxos ensinados por inúmeros lideres leigos. Estudar a defesa da fé deveria ser uma das prioridades de todo cristão pois é mandamento bíblico, e aproximar-se das falsas filosofias do mundo para estudá-las, do mesmo modo que um pesquisador médico se aproxima do vírus HIV. Ele deve estudá-las de modo objetivo e cuidadoso, com a finalidade de descobrir o que há de errado com elas.

Outrossim, todo líder pela Bíblia deveria ser um mestre nas Escrituras (Ef 4.11; Tg 3.1). Infelizmente observo a igreja atual e me torno pessimista, para mim a Igreja não irá melhorar sua conduta, pois é Bíblico que o amor de muitos esfriaria (Mt 24.12). Mas o que está em jogo é ser um cristão Bíblico em todo o seu viver. O mundo se afastará cada dia mais de Deus através do pecado e do relativismo, mas você aceitará a ideologia filosófica do relativismo como seu modo de vida?

Irá continuar aceitando todo modismo evangélico que surgir, doutrinas estranhas e tudo que lhe oferecerem como uma nova verdade? Cuidado. Somente através do estudo sistemático das Escrituras, você poderá livrar sua mente de se tornar mais um relativista. A apostasia está ai, escapa-te por tua própria vida (Col. 2.4).

Fonte: [ NAPEC ]
http://bereianos.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Se Jesus fosse neopentecostal

Por Felipe Almada

Se Jesus fosse neopentecostal, não venceria satanás pela palavra, mas teria o repreendido, o amarrado, mandado ajoelhar, dito que é derrotado, feito uma sessão de descarrego durante 7 terças-feiras, aí sim ele sairia. (Mt 4:1-11)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria feito simplesmente o “sermão da montanha”, mas teria realizado o Grande Congresso Galileu de Avivamento Fogo no Monte, cuja entrada seria apenas 250 Dracmas divididas em 4 vezes sem juros. (Mt 5:1-11)

Se Jesus fosse neopentecostal, jamais teria dito, no caso de alguém bater em uma de nossa face, para darmos a outra; Ele certamente teria mandado que pedíssemos fogo consumidor do céu sobre quem tivesse batido pois “ai daquele que tocar no ungido do senhor” (MT 5 :38-42)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria curado o servo do centurião de cafarnaum à distância, mas o mandaria levar o tal servo em uma de suas reuniões de milagres e lhe daria uma toalhinha ungida para colocar sobre o seu servo durante 7 semanas, aí sim, ele seria curado. (Mt 8: 5-13)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria multiplicado pães e peixes e distribuído de graça para o povo, de jeito nenhum!! Na verdade o pão ou o peixe seriam “adquiridos” através de uma pequena oferta de no mínimo 50 dracmas e quem comesse o tal pão ou peixe milagrosos seria curado de suas enfermidades. (Jo 6:1-15)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele até teria expulsado os cambistas e os que vendiam pombas no templo, mas permaneceria com o comercio, desta vez sob sua gerência. (MT 21:12-13)

Se Jesus fosse neopentecostal, quando os fariseus o pedissem um sinal certamente ele imediatamente levantaria as mãos e de suas mãos sairiam vários arco-íris, um esplendor de fogo e glória se formaria em volta dele que flutuaria enquanto anjos cantarolavam: “divisa de fogo varão de guerra, ele desceu a terra, ele chegou pra guerrear”. E repetiria tal performance sempre que solicitado. (Mt 16:1-12)

Se Jesus fosse neopentecostal, nunca teria tido para carregarmos nossa cruz, perdermos nossa vida para ganhá-la, mas teria dito que nascemos para vencer e que fazemos parte da geração de conquistadores, e que todos somos predestinados para o sucesso. E no final gritaria: receeeeeeebaaaaaa! (Lc 9:23)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria curado a mulher encurvada imediatamente, mas teria a convidado para a Escola de Cura para o aprender os 7… veja bem, os 7 passos para receber a cura divina. (LC 13:10-17)

Se Jesus fosse neopentecostal, de forma alguma teria entrado em Jerusalém montado num jumento, mas teria entrado numa carruagem real toda trabalhada em pedras preciosas, com Poncio Pilatos, Herodes e a cantora Maria Madalena cantando hinos de vitória “liberando” a benção sobre Jerusalém. E o povo não o receberia declarando Hosana! Mas marchariam atrás da carruagem enquanto os apóstolos contaariam quantos milhões de pessoas estavam na primeira marcha pra Jesus. (MT 21:1-15)

Se Jesus fosse neopentecostal, ao curar o leproso (Mc 1:40-45), este não ficaria curado imediatamente, mas durante a semana enquanto ele continuasse crendo. Pois se parasse de crer.. aiaiaiaia

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria expulsado o demônio do geraseno com tanta facilidade, Ele teria realizado um seminário de batalha espiritual para, a partir daí se iniciar o processo de libertação daquele jovem. (Mc 5:1-20)

Se Jesus fosse neopentecostal, o texto seria assim: “ Mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um pobre entrar no reio dos céus” (Mt 19:22-24)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria transformado água em vinho, mas em Guaraná Dolly. (Jo 2:1-12)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele teria sim onde recostar sua cabeça e moraria no bairro onde estavam localizados os palácios mais chiques e teria um castelo de verão no Egito. (Mt 8:20)

Se Jesus fosse neopentecostal, Zaqueu não teria devolvido o que roubou, mas teria doado seu ao ministério. (Lc 19:1-10)

Se Jesus fosse neopentecostal, não pregaria nas sinagogas, mas na recém fundada Igreja de Cristo, e Judas ao traí-lo não se mataria, mas abriria a Igreja de Cristo Renovada.

Se Jesus fosse neopentecostal, não diria que no mundo teríamos aflições, mas diria que teríamos sucesso, honra, vitória, sucesso, riquezas, sucesso, prosperidade, honra…. (Jo 16:33)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele seria amigo de Pôncio Pilatos, apoiaria Herodes e só falaria o que os fariseus quisessem ouvir.

Certamente, Se Jesus fosse neopentecostal, não sofreria tanto nem morreria por mim nem por você… Ele estaria preocupado com outras coisas. Ainda bem que não era.

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Felipe Almada, postado no blog Fé e Razão / Púlpito Cristão

terça-feira, 19 de julho de 2011

Jesus Realmente se Atrasou?

Quando cristãos passam por sofrimentos intensos, às vezes se questionam: “Por que Jesus ainda não veio nos arrebatar?” A resposta é: por causa da misericórdia e paciência do Senhor com aqueles que ainda vão aceitar a salvação (veja 2 Pedro 3.8-9,15).
Há algum tempo o jornal suíço Tages Anzeiger publicou a manchete: “Quando Jesus se Atrasa Demais”. O texto dizia:

“...milhares de pessoas continuam sendo amedrontadas pelas visões da Chamada da Meia-Noite sobre os tempos finais. Norbert Lieth, sucessor de Wim Malgo, expressa sua fixação pelo futuro de uma maneira mais branda que seu antecessor, mas reafirma a proximidade do fim do mundo e ganha os crédulos pregando o medo do Juízo Final iminente...”

Conforme essas afirmações, estaríamos incutindo medo nas pessoas e ganhando adeptos com a ameaça de que o Juízo Final está próximo. Porém, uma rápida olhada para o cenário mundial nos convence do contrário: não somos nós que incutimos medo nas pessoas. As pessoas já têm medo: medo de guerras, de contaminação biológica, química e atômica. Medo de ataques terroristas. Medo de viajar de avião. Medo de perder o emprego. Medo de ficar doente – medo de muitas coisas.
Pessoas como o jornalista que nos criticou estão alienadas da verdade e nos lembram da passagem bíblica de 2 Pedro 3.3-6:
“tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água.” 2 Pedro 3.3-6

Hoje isso se cumpre literalmente diante de nossos olhos, pois é comum ouvirmos afirmações de que nada mudou e que tudo continua e continuará como sempre foi.

Para onde se dirige o mundo?

O que é real nesse contexto? Não se torna cada vez mais óbvio que alguma coisa está errada com o nosso velho planeta Terra? Os acontecimentos não se atropelam? Quem consegue se lembrar do assunto que monopolizava a mídia antes dos atentados ao World Trade Center em Nova Yorque em 11 de setembro de 2001? Já foi esquecido? Hoje em dia a memória é muito curta! As manchetes daquela época eram sobre a febre aftosa que se espalhava na Europa. Na Inglaterra, Alemanha e Holanda foram sacrificadas e incineradas mais de 400.000 cabeças de gado. A revista Die Zeit escrevia:
“Epidemias, animais sacrificados em massa, o céu se tinge de vermelho acima das montanhas de cadáveres em chamas. Esse é cenário de um grande drama...”

Mas depois de 11 de setembro essa tragédia para muitos pecuaristas caiu rapidamente no esquecimento – ou será que ela deixou de ser interessante diante da dimensão do que aconteceu nos Estados Unidos? Os acontecimentos se atropelam. Uma catástrofe segue a outra. Além dos diretamente atingidos, quem ainda se recorda de fatos que foram manchete há dois ou três anos atrás? O tom adotado pelos meios de comunicação é sempre o mesmo: “Nada de pânico! Tudo vai continuar igual. A situação está controlada. Temos o domínio da situação!”
O que acontece hoje nos lembra o naufrágio do Titanic. Ele estava avariado, se enchendo de água e se inclinando perigosamente, mas o povo continuava a dançar ao som da orquestra. Isso não parece um retrato do que acontece hoje em dia? Quase nada consegue tirar nosso sossego. “O quê? Uma crise? Mas não aqui! Não conosco! Para que fazer tempestade em copo dágua?” Quando os cristãos ou, como neste caso, nós da Chamada da Meia-Noite, tentamos analisar os acontecimentos atuais no contexto bíblico, somos chamados de malucos e pessimistas e acusados de espalhar o pânico entre o povo.
Mas existem pessoas que sabem que nem tudo vai continuar como sempre foi. Um exemplo: logo depois das grandes enchentes na Alemanha em 2002, não era mais possível fazer seguro contra inundações. As seguradoras se negavam a assinar novos contratos alegando que a situação, como um todo, precisava ser reavaliada. Em outras palavras, elas estavam dizendo que nunca tinham ocorrido inundações tão graves, mas elas poderiam se repetir!

“Creia firmemente em si mesmo, pense positivo!”

Quando as águas rolaram sobre a Alemanha e a Áustria, eu e minha família nos encontrávamos na casa de amigos em Viena. Nossos amigos foram poupados pela catástrofe, mas vimos bem de perto o que é uma grande inundação desenvolvendo todo o seu potencial de destruição. Vimos casas debaixo da água até o telhado, pessoas que perderam tudo o que tinham e famílias inteiras diante da ruína econômica.
Nessa época, ouvi um programa de rádio em que psicólogos, conselheiros e pastores procuravam dar “apoio” aos atingidos pelas cheias. Eles consolavam e animavam as pessoas com chavões do tipo: “Agora o importante é acreditar muito em si mesmo!” “Vocês devem ter pensamento positivo! Só com uma postura positiva vocês conseguirão superar essa catástrofe!”
Parece que eles estavam brincando, não é verdade? De que adianta ouvir, apesar de ser dito por pessoas consideradas competentes: “Creia em si mesmo!”, tendo diante dos olhos a completa destruição daquilo que se demorou uma vida inteira para construir ou diante da perda de um ente querido? É essa a ajuda que muitos pastores, psicólogos e conselheiros têm a oferecer? Se isso é tudo, não precisamos nos admirar que os bancos de certas igrejas e os corações dos poucos ouvintes continuem vazios.
Os não-cristãos ou os cristãos nominais não oferecem ajuda real, e nós cristãos somos tratados grosseiramente pela mídia, que espalha meias-verdades e deturpa o que dizemos. Por que os meios de comunicação fazem isso? Porque os cristãos renascidos têm a coragem de oferecer ajuda real e consolo verdadeiro ao ser humano. Não um consolo barato do tipo: “Pense positivo!”, “Levante a cabeça! Creia em si mesmo! Tudo vai ficar bem”. Nós, cristãos, temos respostas para as questões que mexem com a cabeça das pessoas de nossa época. Não espalhamos o medo, não somos pessimistas e muito menos estamos tentando criar um clima de fim de mundo. Nossa mensagem é a oferta do perdão, do Evangelho da consolação e da esperança. Nossas pregações falam de um futuro maravilhoso. Por isso, se Deus nos ajudar, ficaremos firmes no Evangelho de Cristo mesmo que a mídia nos ataque, difame nossa mensagem ou nos acuse de dizer coisas que não dissemos.

Cristãos silenciosos e sinos que se calam

Infelizmente, cada vez mais cristãos se calam e igrejas silenciam. Não existem mais respostas para as grandes dúvidas e questões de nossa época. Um pastor aposentado declarou: “No meio de tudo o que se disse a respeito das inundações que varreram a Europa, senti a falta do som dos sinos das igrejas”. Com isso ele estava querendo expressar o que um outro artigo citou:

“Os tempos em que os sinos se calavam sempre eram tempos difíceis para as pessoas, independentemente da região do mundo ou do século em que eles deixaram de se fazer ouvir. Ditadores e revolucionários não apenas fizeram calar os sinos... com o seu silenciar calavam-se também as vozes das pessoas... Quando os sinos deixam de se fazer ouvir, a vida, a liberdade, a tolerância e a humanidade estão diretamente ameaçadas”.


Alexander Soljenitzyn, o famoso dissidente soviético, expressou essa idéia em um poema:

“Sinos Vespertinos”


Desde sempre
as pessoas foram egocêntricas
e nem sempre bondosas.
Mas os sinos tocavam
e seu som pairava
sobre os campos, sobre os bosques.
Avisava,
exortava
a deixar de lado
as coisas terrenas,
as coisas pequenas
que nada valem,
lembrando
dos valores eternos.
Fazendo pensar
naquilo que não passa.
O toque dos sinos
impedia que as pessoas
se transformassem
em criaturas de quatro patas.

Hoje a maior das inundações poderia assolar a Europa – e mesmo assim os sinos das igrejas continuariam mudos. Perdeu-se a voz dos sinos. Parece que as igrejas, e, com elas os cristãos, não têm mais nada a dizer. Quando alguém tem a coragem de conclamar as pessoas a tomarem consciência, a voltarem para Deus e se arrependerem, corre o risco de ser chamado de pessimista e acusado de espalhar o pânico.
Logo depois das inundações visitei uma pequena igreja evangélica na Saxônia, a região da Alemanha mais duramente atingida pela catástrofe. Quando perguntei como os cristãos estavam lidando com a situação, o pastor respondeu: “Ajudamos no que for possível e transmitimos uma mensagem bíblica para as pessoas”. Os irmãos dessa igreja não diziam: “Pense positivo!” Sua mensagem era a respeito do amor de Jesus Cristo, de Seu perdão, da esperança e do consolo de um futuro com Jesus. Até nas piores situações e no meio das maiores catástrofes, os cristãos sabem que não estão sozinhos. Eles sabem que o Senhor Jesus está ao seu lado, em qualquer lugar, pois disse:
“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).

Em meio das maiores aflições, os filhos de Deus podem dizer:
“Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão” (Sl 139.5).

Em meio aos desastres, os cristãos estão abrigados e protegidos no Deus vivo. Esta é a nossa mensagem, o nosso consolo e a nossa esperança!

Um cristão adoece porque não tem fé?

Há igrejas que afirmam: “Quem tem fé não fica doente!” Elas ensinam que Deus quer que tudo vá bem na nossa vida, que tenhamos sucesso nos negócios, um casamento feliz e filhos dos quais possamos nos orgulhar. Se essa é a sua situação, agradeça sempre a Deus, pois esse é um presente da graça dEle!
Pastores e igrejas que defendem esse tipo de ensino baseiam-se no versículo de Malaquias 3.10:

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Malaquias 3.10
Quem pensa que os crentes são poupados sempre de todo e qualquer sofrimento quando cumprem o que diz essa passagem, parece desconhecer que a Bíblia também fala que todos nós, uns mais, outros menos, temos de entrar no reino de Deus através de muitas tribulações (At 14.22).
A esposa de um dos missionários da Chamada da Meia-Noite ficou paraplégica devido a um trágico acidente. Alguém lhe disse: “Deus não quer que você fique aleijada. Se você crer de todo o coração, Deus vai curá-la...”! Esse tipo de declaração testemunha que a pessoa tem uma concepção distorcida do que as Escrituras dizem, além de uma grande falta de tato e completa ausência de piedade com quem está sofrendo.
Hebreus 11 menciona homens e mulheres que passaram por experiências maravilhosas com Deus. Eles,
“...por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos” (Hb 11.32-35a).

Mas o texto continua dizendo que alguns heróis da fé
“foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados, (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (vv. 35b-38).

Estes verdadeiros heróis da fé vivenciaram grandes milagres, obtiveram maravilhosas respostas às suas orações e por meio da fé “subjugaram reinos”. Tal foi a experiência de John Knox, o reformador da Escócia. A rainha da Escócia temia mais as orações desse homem do que todos os exércitos da Inglaterra. Entretanto, o texto de Hebreus 11 continua citando, sem interrupção, também os heróis da fé que passaram pelas mais profundas angústias, e nem por isso deixaram de ser considerados heróis espirituais. Nos dias de hoje esses heróis e heroínas da fé são encontrados no Sudão, na Indonésia, na Coréia do Norte, na China. Cristãos que sofrem dores durante toda a sua vida, que passam por lutas e sofrimentos, que perdem o emprego e muitas vezes padecem de profunda depressão são hoje nossos heróis da fé quando, ao passar por tudo isso, continuam firmes no Senhor. Pode até acontecer que casas de cristãos sejam arrastadas pela correnteza de uma grande enchente. Cristãos podem passar por todos esses sofrimentos, mas mesmo assim são e continuarão sendo gigantes da fé! Deveríamos nos conscientizar de que o sofrimento, o perigo, os problemas, “os revezes do destino”, não dizem nada acerca do caráter genuíno e da seriedade da vida cristã de uma pessoa. Porém, sua maneira de lidar com essas situações, sua postura diante dos problemas e dificuldades é que vai indicar a qualidade de sua vida espiritual.
Nossa tarefa não é pregar felicidade, sucesso e prosperidade. Muito menos queremos vender consolo barato. O que desejamos é falar de uma vida em Cristo que é possível mesmo no meio de problemas, tentações e provações. Muitas vezes Deus permite coisas que superam nossa capacidade de entendimento e vão até o limite do que podemos suportar emocionalmente. Então se justifica a pergunta: “Por que tudo isso?”

Pensamentos de paz

As coisas negativas na vida de um crente podem ter diversas origens, que vou mencionar aqui, mesmo sabendo que não conseguirei listar todas elas. Não sabemos tudo e não podemos explicar todas as coisas.
Na minha opinião, muitas vezes Deus permite que coisas ruins nos aconteçam para provar o quanto a nossa fé é autêntica. Enquanto tudo vai bem em nossa vida, quando temos saúde e nossos filhos são obedientes, então não achamos difícil ser cristãos. Mas quando a nossa vida é sacudida e começamos a passar por grandes problemas, físicos ou emocionais, quando sofremos derrotas, quando nossos filhos seguem seus próprios caminhos, então, penso eu, Deus está nos perguntando: “Você ainda me ama? Você me ama mesmo que tudo esteja ruim?”
Quando eu e minha esposa vimos pessoalmente a extensão dos danos causados pela enchente e como, em questão de horas, as águas destruíram o que as pessoas haviam levado uma vida inteira para construir, dissemos um ao outro: “Sem a Bíblia e sem a fé, numa hora dessas o desespero poderia tomar conta de qualquer um”. Como cristãos, deveríamos pensar sempre que Deus vê muito além das circunstâncias momentâneas e que Ele tem pensamentos de amor a nosso respeito:

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr 29.11).
A tradução literal do final do versículo seria “para que eu vos conceda esperança e futuro”.
Coisas ruins podem acontecer, sim, também na vida de crentes, pois como todas as outras pessoas, eles passam por muitos sofrimentos e estão sujeitos às dificuldades financeiras. Mas um cristão sabe: Deus está acima de tudo! Ele, o Eterno, segura minha vida em Suas mãos. Este Deus, que chama todas as estrelas pelo nome (Sl 147.4), nos diz que “...até os cabelos todos da cabeça estão contados” (Mt 10.30-31). Além disso, temos um Ajudador, um Advogado e Consolador, que está conosco mesmo nas horas mais negras de nossa vida (Jo 14.16-17). Depois de um culto, uma irmã em Cristo veio falar comigo e disse: “Há três meses perdi meu marido. Todas as noites, quando chego em casa, não há ninguém para me receber, ninguém que me dê um abraço. Ninguém que fale comigo, que me diga uma palavra de carinho. Me sinto tão sozinha. Mesmo assim tenho um consolo muito grande em meu coração, o consolo do Espírito Santo. E esse consolo ninguém consegue tirar de mim”. Essa irmã expressou o que Jesus prometeu:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27).

Não permitamos a ninguém que nos roube essa mensagem...
  • mesmo que o mundo desabe.
  • mesmo que exista muito sofrimento em nossa vida.
  • mesmo que não possamos mais sair da cama ou de casa devido às dores ou enfermidades.
  • mesmo que o mundo nos chame de malucos.

Temos uma mensagem de esperança e consolo. Mas temos ainda mais, pois outro aspecto importante de nossa mensagem é dizer que: Jesus está voltando!
Não permitamos que nada, nem ninguém, nos remova desse elemento maravilhoso da mensagem do Evangelho! Pois quando proclamamos a volta do Filho de Deus estamos em ótima companhia. Há dois mil anos essa já era a mensagem da Igreja primitiva. Igualmente o apóstolo Paulo, Martim Lutero, John Nelson Darby, Charles H. Spurgeon e muitos outros proclamaram o que a Escritura ensina: Jesus está voltando!
Sempre que o Evangelho era pregado em sua plenitude, incluindo a volta de Cristo, a Igreja era ardente e se preparava para encontrar-se com seu Senhor. Por esperar o Senhor Jesus a qualquer momento, ela vivia de acordo com essa expectativa. “Jesus está voltando!” foi, durante toda a vida da Igreja, um grito de alerta e, ao mesmo tempo, um brado de esperança. Mas quando se começava a negligenciar essa parte do Evangelho, a deixá-la de lado e a esquecê-la, cedo ou tarde a Igreja começava a adormecer. Ela perdia sua substância, sua força e sua autoridade espiritual.
A igreja de Tessalônica estava enfrentando problemas, e Paulo lhe escreveu, significativamente:

“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (1 Ts 4.16-18).
A Bíblia, e o apóstolo Paulo, não oferecem consolo maior para a Igreja do que o brado: “Jesus vai voltar!” Essa mensagem exprime a esperança por uma pátria melhor. A Escritura diz que nós, como Abraão, buscamos um lar,
“a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10).

Os cristãos não têm uma mensagem de medo, nem de pessimismo, e muito menos espalham pânico e pavor do futuro. Nós cristãos temos uma mensagem autêntica e uma resposta real às perguntas e questionamentos, às angústias e tristezas de nosso mundo e de nossa época. Temos muito mais a oferecer do que dizer: “Pense positivo!” Concordamos com Lutero quando ele disse: “Se eu soubesse que Jesus viria amanhã, hoje mesmo ainda plantaria uma macieira”. Essas palavras expressavam sua esperança de que Jesus poderia voltar a qualquer momento. Sua vida e seu ministério estavam adequados a essa expectativa.
Mais uma vez declaro: temos a mesma mensagem que Paulo e Lutero tinham. Não deixemos que nos encurralem em um canto nem permitamos que calem nossa pregação. O que mais queremos é animar as pessoas, proclamar o perdão em nome de Jesus e despertar em muitos corações a esperança pelo futuro glorioso junto dEle. Essa é a nossa mensagem à humanidade que vive imersa em medo e insegurança. Essa é nossa resposta às perguntas e aos anseios do mundo em que vivemos.


Autor: Samuel Rindlisbacher
Fonte: http://www.estudosgospel.com.br/estudos/escatologia/jesus-realmente-se-atrasou.html

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Volta de Cristo

Quando eu era criança, o grito da igreja era: "Cristo está voltando! Como o ladrão da noite, Ele voltará quando menos se esperar. Virá num piscar de olhos, ao soar da trombeta. Fique preparado o tempo todo".
Por toda a minha adolescência, esse grito era ouvido todo culto de domingo. Todo evangelista que vinha pregar na igreja de meu pai tinha uma mensagem comovente sobre o breve retorno de Cristo. Seus gritos se perdem em minha memória. E a mensagem formava em mim um temor e expectativa santos. Aprendi a viver esperando o Senhor voltar a qualquer momento. Esse grito: "Cristo está voltando", raramente se ouve hoje na igreja. Não me lembro da última vez em que ouvi uma mensagem sobre a volta de Jesus. Como resultado, quando olho o corpo de Cristo, vejo pouca expectativa pela breve volta do Senhor. É triste, mas só uns poucos e fiéis servos parecem desejar e querer apressar a Sua manifestação. Na verdade, há uma nova mentalidade quanto a esse assunto entre muitos cristãos. A idéia é: "Jesus não está voltando. Ouvimos isso há anos. De todas as profecias que precisam se cumprir antes de Sua vinda, só poucas se realizaram. Por que devemos esperar a Sua volta? Tudo continua do jeito que sempre foi".
A Bíblia previne quanto a essa mentalidade. Pedro diz que haveria escarnecedores nos últimos dias, zombando da mensagem quanto à vinda de Jesus:
"Nós últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o princípio da criação" (2 Pedro 3:3-4).

Incrível, muitos temem a volta de Cristo. O fato de pensarem em suas vidas chegando ao fim, e terem de enfrentar o dia do Juízo é tão amedrontador, que eles tiram isso da mente. Como tal coisa poderia acontecer com crentes, você pergunta? Segundo Pedro, suas vidas são ditadas por desejos: "andando segundo as próprias paixões" (3:3). Pense no que Pedro está dizendo. Se você se prende a um pecado favorito, não vai querer nada com esta mensagem da volta de Cristo. A idéia de que Jesus virá e o julgará é o pensamento mais assustador que um pecador pode ter. Então é preciso zombar da idéia de ter de se comparecer diante de Deus em meio à suas cobiças devastadoras, e prestar contas. A mensagem de Pedro para nós é clara: "Eis o que está por trás de toda impertinência quanto à volta de Cristo: zombaria da lei de Deus. É o ódio pela Bíblia, o depreço pelos Dez Mandamentos, o descaso pelo evangelho. Esse é o motivo que está por trás de toda corrupção, de toda essa petulância do pecado, da impotência da igreja. Os escarnecedores estão pregando uma nova mensagem: Cristo não está voltando. Não tem isso de acerto de contas. Tudo continua do mesmo jeito há anos. A gente não precisa ter medo do dia do Juízo".
Bem como Pedro profetizou, esses zombadores estão presentes hoje. E não estão zombando da lei terrena. Estão zombando das leis de Deus. Você vê isso na força feita para se romper a instituição do casamento entre um homem e uma mulher. Eles não se concentram na Constituição, mas na palavra de Deus. E tais escarnecedores estão em altos postos: no Congresso, em altas cortes, nas faculdades e escolas, até em seminários bíblicos. Por causa dessa licenciosidade desenfreada, as pessoas são atacadas por uma cegueira deliberada. Os escarnecedores podem ser ouvidos dizendo, "Tudo continua se mostrando de maneira ordenada. O sol amanhã se levantará na hora programada, as estações virão e se irão. Tudo aquilo que nos foi dito no passado ainda não aconteceu. Então, não deixe que nada lhe atrapalhe. Curta e desfrute das coisas. Faça tudo que te deixa feliz". Tenho de abanar a cabeça diante disso. Como alguém vivendo hoje poderia dizer que as coisas continuam como sempre foram? Pense no absurdo dessa declaração nesse tempo de terror. Terroristas destruíram as Torres Gêmeas em Nova York. Explodiram uma estação de trens na Espanha. E estão decapitando pessoas no Oriente Médio. Já foi dito que um genocídio em massa como o Holocausto nunca poderia acontecer em nossos dias. Contudo 700.000 ruandans inocentes foram mortos pelos próprios compatriotas em poucos meses. A AIDS está matando milhões de pessoas na África, na China, Índia em outros países. Países ameaçando uso da bomba de hidrogênio se põem na posição de manter o resto do mundo como refém. E há um crescimento de novas doenças mortais, como a SARS e Ebola, que consomem o corpo de uma pessoa em semanas. "Tudo continua como sempre"? Que ignorância teimosa. Deve estar claro até para os ímpios que o Senhor está abalando tudo que é possível ser abalado. E o que virá em futuro próximo é muito terrível até de se pensar. No entanto, à medida que tudo isso acontece, há uma força poderosa e invisível agindo na terra. É um poder do qual nenhum homem pode se esquivar, ou ignorar. Estou falando do poder do Espírito Santo. Ele é o administrador de Cristo na terra. Foi enviado para dar poder aos justos, e convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
O Espírito Santo sabe exatamente porque Jesus ainda não voltou. É porque o nosso Senhor é longânimo. É paciente com o pecador, desejando que nenhum pereça. Em Sua misericórdia, está esperando que o mais vil dos pecadores se arrependa. E por essa específica razão, o Espírito Santo não irá afrouxar Sua tarefa. Você pode zombar ou tentar se livrar dEle, mas o Espírito volta vez após outra, convencendo do pecado e revelando a verdade de Cristo. Apesar de Que os Escarnecedores Virão, as Escrituras Dizem que o Espírito Santo Também Virá nos Últimos Dias, Se Derramando Sobre a Terra, Isso aconteceu, no Pentecostes. E agora, ao final dos tempos, o Espírito Santo está dando o grito final, da meia noite: "Cristo está voltando". Os muçulmanos e os hindus ouvirão esse grito. Todo pecador, todo santo, todo judeu ou gentio sobre a terra o ouvirão. Essa verdade será proclamada às nações. Pode-se perguntar, "De que tipo de volta de Cristo você está falando? Está se referindo a um arrebatamento secreto? Está falando da volta pré, meio ou pós tribulacionista? Ou, você quer dizer que Cristo virá no extremo final dos tempos?". Alguns cristãos acreditam que Jesus subitamente evacuará o Seu povo da terra naquilo que é chamado de arrebatamento. Outros ensinam que Cristo virá na metade de um período conhecido como a grande tribulação. Esse período duraria sete anos, marcado por terror e caos de um modo nunca antes visto pelo mundo. Outros crêem que Jesus virá ao final desse período de sete anos de tribulação. Outros ainda ensinam que Cristo voltará ao final extremo de todas as coisas. Há respeitados estudiosos bíblicos em cada um desses campos. Porém há algo com o que todo cristão pode concordar: o próprio Jesus diz que ninguém sabe a hora de Sua vinda, nem mesmo os anjos. E para a pessoa verdadeiramente apaixonada por Cristo, a hora de Sua volta não é problema. Tais servos estão prontos para partirem a qualquer momento, seja por meio de um súbito arrebatamento ou em meio da tribulação. Não importa a eles que tenham de suportar tremendas provações e sofrimentos. Eles confiam que o mesmo Jesus que cuida deles agora a cada dia, cuidará deles em meio a tudo. Eles vivem em expectativa constante da Sua volta. Não, há aqui algo mais forte em ação. E isso é a idéia maligna que Satanás implantou em muitos que se dizem verdadeiros crentes. O diabo está cochichando uma mentira cruel nos ouvidos de multidões dentre o povo de Deus: "Cristo não tem previsão para voltar".
Em Mateus 24, Jesus conta uma parábola quanto a se estar preparado:
"Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens." "Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não espera e em hora que não sabe e castiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 24:44-51).

Note aqui que Jesus está falando de servos, significando crentes.Um servo é chamado fiel e o outro mau. O que torna o último servo mau aos olhos de Deus? Segundo Jesus, é algo que ele diz "consigo mesmo" (24:48). Esse servo não o diz em voz alta, e não o prega. Mas pensa. Ele vendeu o coração à mentira demoníaca de que "Cristo não tem previsão de volta". Note que ele não diz, "O Senhor não vai voltar", mas "não tem previsão de volta". Em outras palavras: "Jesus não virá de repente, inesperado. Não voltará na minha geração". Esse "servo mau" é claramente um tipo de crente, talvez até mesmo um ministro. Ele recebeu a ordem de "vigiar" e ficar "preparado", "porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá" (Mateus 24:44). Porém tal homem acalma a consciência aceitando a mentira de Satanás. Jesus nos mostra o fruto desse tipo de raciocínio. Se um servo está convencido de que o Senhor não tem previsão de volta, então não vê necessidade de uma vida reta. Ele não é compelido a fazer as pazes com os demais servos. Não vê necessidade de preservar a unidade no lar, no trabalho, na igreja. Ele pode ferir o próximo, acusá-lo, guardar rancor, destruir a reputação desse próximo. Como Pedro diz, tal servo é movido por suas paixões. Ele quer viver em dois mundos, se entregando a uma vida no mal e ao mesmo tempo acreditando estar seguro diante de um julgamento de justiça.
Alguns Dizem que Paulo Preveniu Contra a Pregação de Que a Vinda do Senhor Está Próxima, Para Não Agitar as Pessoas
Paulo escreveu:
"Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor" (2 Tess. 2:1-2).

Os escarnecedores referem, "Veja, alguém na igreja primitiva agitou os crentes com a mensagem de que Cristo estava prestes a chegar. E Paulo lhes disse, Não, não se preocupem com isso. Não deixem que isso os incomode ou preocupe"’. Mas não é isso que o original grego revela. A raiz grega é "[não vos perturbeis]...supondo tendo chegado o Dia do Senhor". O que perturbou os tessalonicenses foi acharem que Cristo já teria vindo, havendo eles perdido esse acontecimento. Paulo lhes assegura no versículo seguinte,
"Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição" (2 Tess 2:3).

Paulo estava apenas dirigindo-se aos temores deles quando disse, "Não se preocupem, pois duas coisas precisam acontecer antes". Então, qual é a teologia primordial de Paulo quanto à volta de Cristo? Nós a encontramos em duas passagens:
"E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia" (Romanos 13:11-12).

"Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor" (Filipenses 4:5).

Paulo está gritando: "Acordem! Já passou da meia-noite. A vinda do Senhor está próxima, então mexam-se. Não sejam indolentes. Jesus está voltando para os que O aguardam".
Os céticos podem perguntar: "Mas e as palavras ditas pelo próprio Paulo? Ele realmente disse que duas coisas tinham de acontecer antes da volta de Cristo. Primeiro, o Senhor não virá enquanto uma grande apostasia não ocorrer. E segundo, o anticristo tem de levantar e se proclamar Deus. Teremos de ver o anticristo sentado no templo, exigindo que as pessoas o adorem, antes que Jesus volte". Primeiro de tudo, alguém precisa estar deliberadamente cego para não ver uma apostasia violenta agarrando o mundo. A incredulidade varre as nações, com crentes caindo por todo lado. A apostasia a qual Paulo se refere claramente já chegou. Note as palavras de Paulo aqui: "O mistério da iniqüidade já opera" (2 Tess. 2:7). O quê é esse mistério da iniqüidade? É a transgressão. É um espírito do caos, sem nenhum respeito pela lei de Deus. E é a razão específica pela qual Deus destruiu a terra pelo dilúvio, devido à violência e corrupção humanas. Se a transgressão que Paulo viu em seus dias apenas aumenta, não é de se admirar que hoje as pessoas decentes fiquem alarmadas e assustadas com o que vêem acontecer. Leis e instituições que durante séculos evitaram que a sociedade caísse no caos estão sendo rasgadas a torto e a direito. Paulo diz o seguinte sobre isso: "Aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém" (2:7). Ele está dizendo: "Há um poder de refreamento agindo, detendo o caos. Mas este que restringe está prestes a ser removido". O Espírito sempre estará aqui para cumprir Sua missão. Mas Seu ministério de restrição será "levado", ou içado, "afastado". Não consigo imaginar nenhum outro poder que seja capaz de restringir a corrupção, a transgressão, além do Espírito Santo. Pense no que acontece a uma sociedade quando o Espírito Santo remove o Seu poder de restrição. Todas as instituições, sejam as do governo até a da família, saem totalmente de controle. Não dá para imaginar como seria Nova York sem que o Refreador estivesse detendo a explosão do mal. Eu não gostaria de estar perto dessa cidade se o Santo Espírito não estivesse em ação.
Mas vemos um espírito de transgressão agindo por todo o mundo. As forças do anticristo já estão se reunindo e revelando em altos níveis. Agora mesmo, a União Européia está estabelecendo uma Constituição que nega totalmente a Deus. Um ministro Pentecostal da Suécia está hoje na cadeia por ter pregado contra o homossexualismo. Isso é só um sinal de como o cenário está sendo preparado. Pode-se dizer: "Sim, mas Paulo diz claramente que Jesus não pode voltar enquanto o anticristo não estiver no poder". Mas atente ao que as escrituras dizem:
"Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho" (I João 2:22).

Segundo João, o anticristo é qualquer um que negue o Pai e o Filho. E mais, diz ele, o aumento destes anticristos é prova de que estamos vivendo exatamente nos últimos dias. Além disso, virá um homem que irá incorporar o "nome do pecado". Em resumo, nada está detendo a volta de Cristo. Pense no terrorismo mundial, na deificação do ego, nos ataques grosseiros contra a instituição do casamento e valores piedosos. Pense na brutalidade islâmica, no homossexualismo militante, na vileza da TV e do cinema, no assédio freqüente contra crianças. Uma diocese católica nos EUA há pouco declarou falência, incapaz de pagar os milhões de dólares adjudicados a sessenta crianças vítimas de assédio sexual cometidos por um sacerdote. Leve em conta que tudo isso ocorreu estando ainda sob restrição. Eu lhe pergunto, o que acontecerá quando Deus disser Àquele que está detendo tais coisas: "Remova a Tua mão de contenção. Deixe que sigam o seu próprio curso até o ápice"? Paulo nos dá um quadro disso:
"Aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém (o Refreador); então, será de fato, revelado o iníquo" (2 Tess. 2:7-8).

O Espírito Santo sabe o quê deve breve acontecer, quando inexistirão mais restrições. Todo homem se entregará às suas paixões. Toda religião militante forçará seus deuses sobre as outras. Tudo que for santo será desprezado. Toda lei será quebrada livremente. E a igreja apóstata pregará as doutrinas mais corruptas e malditas do inferno. Tudo está ajustado para acontecer até mesmo agora. Uma grande apostasia cobriu a terra. O ego assumiu o trono do coração do homem. E em um tempo muito curto, quando o Refreador tiver partido, virá o que Paulo chama "operação do erro, para darem crédito à mentira" (2 Tess. 2:11).
Que mentira é essa? Trata-se da aceitação cega de que qualquer pessoa que vier em nome de Jesus fala por Deus. Falsos mestres se levantarão, que aceitam Cristo como um bom homem mas não como Deus: "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder" (2 Timóteo 3:5). Os que seguirem esses enganadores serão atraídos a um outro Jesus, a um outro evangelho. A cegueira será devastadora, arrebanhando multidões, inclusive os que antes estavam em chamas para o Senhor. Por que Deus vai parar o Refreador? Porque, diz Paulo, "não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" ( 2 Tess. 2:12). Agora mesmo estamos vendo o refreamento do Espírito Santo sendo removido um pouquinho mais a cada dia.
Isso Nos Leva ao Ponto Central da Mensagem: O Anseio no Coração do Homem ou da Mulher Que Está em Cristo
No Apocalipse, Jesus anuncia:
"Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro" (Apocalipse 22:7).

Cinco versículos adiante Cristo diz:
"E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Apocalipse 22:12).
Cá está o anseio do coração de todos os que aguardam com expectativa a volta de Jesus: "O Espírito e a noiva dizem: Vem!" (22:17). Isso se refere à noiva de Cristo, constituída de um corpo mundial de crentes sob o Seu senhorio. Todos esses servos são crentes nascidos de novo, e purificados pelo sangue. Você pode dizer: "Compreendo que este seja o anseio do coração do crente. Mas por que o Espírito também clama a Jesus, Vem?". É porque esta é a última oração do Espírito Santo, sabendo que Sua obra sobre a terra está quase completada. Como Paulo ou Pedro, a quem Deus comunicou que seu tempo sobre a terra era curto, o Espírito igualmente clama: "Vem, Senhor Jesus". Então, onde ouvimos hoje esse clamor do Espírito? Ele vem através daqueles que estão assentados com Cristo nos lugares celestiais, que vivem e andam no Espírito, cujos corpos são templo do Espírito Santo. O Espírito clama neles e através deles, "Apressa-te Senhor, vem". Quero lhe perguntar: qual foi a última vez que você orou, "Senhor Jesus venha rápido, venha breve"? Pessoalmente, não me lembro de ter feito essa oração. O fato é que eu nunca achei que poderia apressar a volta de Cristo permitindo que o Espírito fizesse essa prece através de mim. Mas Pedro nos dá prova dessa incrível verdade:
"Esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão" (2 Pedro 3:12).
Em grego, a frase "apressando a vinda do Dia..." significa "acelerando, instigando".
Pedro diz que nossas preces expectantes estão apressando, adiantando, insistindo junto ao Pai para rapidamente enviar de volta o Seu Filho. Só um ponto está detendo esse glorioso evento. Trata-se de uma única questão não resolvida:
"Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9).

A misericordiosa paciência do Senhor dita a hora de Sua volta. Então, isso quer dizer que não devemos orar para a Sua vinda? Nada disso. O próprio Cristo nos diz no evangelho de Marcos:
"Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias" (Marcos 13:19-20).

Imagine o quê poderia acontecer se, por todo o mundo, a noiva de Cristo despertasse e orasse no Espírito, "Jesus, venha" ?
Ainda, se creio que o mundo dispara em direção ao caos irrefreável, e que Cristo voltará breve, então o meu clamor deve ser dirigido em favor aos meus familiares e amigos que estejam despreparados. Seria hipocrisia eu orar para Jesus vir, e no entanto não interceder para que os meus queridos estejam preparados para aquele dia. A minha oração deve ser, "Venha, Senhor. Mas primeiro, dê a meus familiares e amigos que estejam perdidos, ouvidos para ouvir. Salve-os, salve os perdidos". Paulo escreveu a seu filho espiritual, Timóteo:
"Sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia" (2 Timóteo 1:3).

Você pode dizer com consciência pura que tem orado por seus queridos não salvos com tal intensidade? Eis o Âmago da Questão: Por um instante, ponha de lado todas as doutrinas quanto à volta de Cristo. Atente para esse clamor do homem ou mulher que amam o Seu aparecimento: "Então, veremos face a face. O contemplaremos" (ver I Coríntios 13:12). A volta de Jesus não deve lhe perturbar. Ela deveria lhe entusiasmar. Se você realmente ama uma pessoa, então quer ficar perto dela. Dá para você imaginar como é Jesus chamando o seu nome? Imagine um casal recém casado, e o marido sendo convocado para se ausentar por um período longo, seja a negócios ou para o exército. Ele diz à noiva, "Eu voltarei, mas não sei quando. Eis o endereço onde você poderá me achar". Durante os primeiros anos, a noiva escreve sempre ao marido, lindas cartas de amor. Mas nunca diz, "Por favor - volte logo!". Dez anos se passam, depois vinte, e cada vez ela lhe escreve menos e menos. Ainda assim, nunca diz, "Volte rápido, eu te suplico.
Preciso do teu abraço, preciso ver o teu rosto. Estou orando para que você volte logo". Esse é um retrato da igreja hoje. Como podemos dizer a Cristo que O amamos e temos saudades, se nunca oramos para que volte para nós? Como pode acontecer de nunca expressarmos que Ele deve voltar depressa e nos levar consigo, e assim estarmos em Sua companhia constante? Como pode acontecer de não dizermos, "Não dá mais para resolver sem que estejas aqui. Não quero ficar longe de Ti" ?
Em meio ao nosso tempo, ouço Jesus dizendo, "Certamente, venho sem demora" (Apocalipse 22:20). E ouço a noiva de Cristo respondendo, "Vem, Senhor Jesus!" (22:20).

Que Deus nos abençoe
Autor: David Wilkerson
Fonte: http://www.estudosgospel.com.br/estudos/escatologia/a-volta-de-cristo.html

Conferindo o Futuro - Escatologia

Mateus 24.1-14


Os futuristas estão divididos: o discurso do Monte das Oliveiras (o Sermão Profético de Jesus – N.R.) já foi parcialmente cumprido? A discordância polariza-se neste ponto: Mateus 24.4-14 descreve características gerais do período da Igreja ou tão somente dos sete anos da Tribulação vindoura?
Esses versículos falam de “guerras e rumores de guerras” (v. 6); “fomes e terremotos” (v. 7); tribulação, martírio, traição, ódio, falsos profetas e corrupção (vv. 9-12).
Apesar daquilo que alguns ensinam atualmente, os versículos de 4 a 14 só podem ser escatológicos e, por vários motivos, só podem estar se referindo aos acontecimentos da primeira metade da Tribulação.

As Condições

As condições descritas precisam ser entendidas como julgamentos divinos e não como desastres “naturais”, seguindo o padrão de revelação estabelecido no Velho Testamento. Jesus disse que “...tudo isto é o princípio das dores [literalmente, “dores de parto”] (v. 8). No Velho Testamento a palavra hebraica para “dores de parto” é usada pelos profetas para simbolizar as terríveis calamidades associadas ao Dia do Senhor (Is 21.3; Is 26.17-18; Is 66.7; Jr 4.31; Mq 4.10), particularmente ao “tempo da angústia de Jacó” (Jr 30.6-7), ao qual Jesus faz referência em Mateus 24.21, quando descreve a Grande Tribulação.
Muitos judeus, nos dias do Segundo Templo, esperavam um tempo de sofrimentos imediatamente antes do fim. A seita judaica de Qumran (os essênios – N.R.) atribuía a essa angústia “dores, como de parto”.
Igualmente, o judaísmo rabínico cita as “dores de parto (em hebraico, chavalim) [relacionadas à vinda] do Messias” como uma série de convulsões globais que anteciparão a Era Messiânica. No Talmude, a lista dessas condições desastrosas (espirituais, morais, políticas, sociais e ecológicas – que caracterizam “a geração em que virá o Filho de Davi”, Sanhedrin 97a) em muito se assemelha à lista de Mateus 24.4-14.
Como o Novo Testamento indica que a Igreja não enfrentará o juízo preparado por Deus para o Dia do Senhor (1 Ts 5.9; Ap 3.10), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

A Seqüência

Em segundo lugar, Jesus declarou que esses acontecimentos não seriam “o final” do juízo, mas apenas “o princípio” (v. 8). As dores iniciais serão seguidas de dores mais intensas, no clímax do parto. Como a Tribulação não virá imediatamente após o Arrebatamento da Igreja, pois seu início está previsto para o começo da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

O maior argumento de que esses versículos se referem ao contexto da Tribulação surge na comparação dos mesmos (vv. 4-14) com os cinco primeiros selos de juízo em Apocalipse 6 (confira o Quadro 1).
Essas condições paralelas demonstram que, assim como os selos de Apocalipse 6 são seguidos pelo juízo mais intenso das trombetas e das taças, o “princípio das dores” descrito em Mateus 24.4-14 vem seguido das “dores de parto finais”, mais intensas, descritas em Mateus 24.15-26, que culminarão na vinda do Messias (vv. 27-31).
Além disso, o próprio Senhor Jesus fez referência à profecia da 70ª Semana de Daniel:
“Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (Mt 24.15-16).

Tanto Mateus quanto Marcos (Mc 13.14) apontam o texto de Daniel para esclarecimento da profecia feita no Monte das Oliveiras. Conclui-se que Jesus usa a profecia da 70ª Semana de Daniel como patamar para os eventos cronológicos apresentados em resposta às perguntas dos discípulos. Isso também acontece na seção de juízos do livro do Apocalipse (capítulos 4-19), onde Jesus, o Autor da visão recebida pelo apóstolo João (Ap 1.1), concede-a com divisões estruturalmente semelhantes à 70ª Semana de Daniel.
Colocando os textos lado a lado (veja o Quadro 2), descobrimos que o “princípio das dores” de Mateus 24.4-14 se ajusta ao juízo dos selos de Apocalipse 4-6, aonde ambos (1) focalizam eventos terrenos; (2) cabem na primeira metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27a); e (3) culminam na profanação do Templo (o “abominável da desolação”) tanto em Mateus 24.15 quanto em Marcos 13.14, o ponto central da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b).
Em seguida, os eventos intensificam-se e conduzem às dores de parto finais de Mateus 24.16-26, que (1) identificam-se com Apocalipse 7-19, (2) enfocam a dimensão celestial, e (3) culminam no surgimento do “sinal” celestial, que anuncia a vinda do Messias para julgar o mundo (Mt 24.27-31; Ap 19). Esses acontecimentos cabem na segunda metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b), que termina na destruição do desolador do Templo (“o príncipe, que há de vir”, o Anticristo, Dn 9.26).
Se os versículos de Mateus 24.4-14 predizem sinais da futura Tribulação e tratam principalmente do povo judeu nesse período, seu cumprimento não pode estar no passado, especificamente, na queda de Jerusalém em 70 d.C. Ao comparar os eventos descritos nos versículos torna-se evidente que eles não se identificam com fatos históricos do primeiro século.
A passagem descreve guerras entre diferentes nações e reinos, não apenas entre uma única nação (Roma) e Israel, como aconteceu na Primeira Revolta do povo judeu contra Roma (66-74 d.C.).
As Escrituras também dizem que muitos se levantarão dizendo ser o Cristo (Messias). Mas não existe evidência histórica de alguém que se declarasse messias no primeiro século, até Simão Bar-Kokhba (135 d.C.), um único indivíduo.
Esses sinais também não devem ser usados pela Igreja “como sinais dos tempos”, apontando a aproximação da volta do Senhor. Muitos cristãos têm usado o aparente aumento de terremotos, apostasia na Igreja, e o declínio moral generalizado da sociedade como indicadores de estarmos rapidamente nos aproximando do Arrebatamento e dos últimos dias. Contudo, o Arrebatamento não será precedido por sinais; e como as dores de parto somente começarão quando Israel entrar no “tempo da angústia de Jacó” (e não sabemos quanto tempo isso levará depois do Arrebatamento), devemos usar de cautela ao tentar prever a aproximação de eventos escatológicos, baseando-nos na presença dessas condições na era presente.
Na Era da Igreja, essas condições gerais (apresentadas em 1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-9; 1 Jo 2.18; 1 Jo 4.1-3) servem de alerta quanto a estarmos “nos últimos dias”. Mas durante a Tribulação, as condições dos versículos 4-14 serão sinais específicos dos tempos finais, e os judeus convertidos poderão localizar-se dentro da 70ª Semana e perseverar até o final da Tribulação: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” – literalmente liberto do cárcere, quando da vinda do Messias (v. 13).
Serão esses sinais – especialmente o acontecimento descrito no versículo 15, “o abominável da desolação” – que permitirão aos santos da Tribulação perseverarem física e espiritualmente enquanto esperam a libertação prometida para o final da 70ª Semana de Daniel.

Autor: Randall Price
Fonte: http://www.estudosgospel.com.br/estudos/escatologia/conferindo-o-futuro-escatologia.html

O livro de Apocalipse

Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 79—95 dC

Autor

O autor se refere a si mesmo quatro vezes como João (1.1,4,9; 22.8). Ele era tão bem conhecido por seus leitores e sua autoridade espiritual era tão amplamente reconhecida que ele não precisou estabelecer suas credenciais. A Antiga tradição eclesiásticas atribui unanimemente este livro ao apóstolo João.

Antecedentes e Data

As evidências em Apocalipse indicam que foi escrito durante um período de extrema perseguição aos cristãos, que possivelmente tenha começado com Nero depois do grande fogo que quase destruiu Roma, em Julho de 64 dC, e continuou até seu suicídio, em junho de 68 dC. Segundo esta visão, portanto, o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém em setembro de 70 dC, e é um profecia autêntica sobre o sofrimento continuo e a perseguição dos cristãos, que tornou-se bem mais intensa e severa nos anos seguintes. Com base em declarações isoladas pelos patriarca da igreja primitiva, alguns intérprete datam o livro perto do final do reino de Domiciano (81-96 dC), depois de João ter fugido para Éfeso.

Ocasião e Objetivo

Sob a inspiração do Espírito e do AT, João sem dúvida vinha refletindo os acontecimento horripilantes que ocorriam em Roma e em Jerusalém quando ele recebeu a “profecia” do que estava para acontecer— a intensificação do conflito espiritual confrontando a igreja (1.3), perpetrada pelo estado anticristão e numerosas religiões anti-cristãs. O objetivo desta mensagem era fornecer estímulo pastoral aos cristãos perseguidos, confortando, desafiando e proclamando a esperança cristão garantida e certa, junto com a garantia de que, em Cristo, eles estavam compartilhando o método soberano de Deus de superar totalmente as forças do mal em todas suas manifestações. O Apocalipse também é um apelo evangelístico a todos aqueles que estão atualmente vivendo no reino das trevas para entrar no Reino da Luz (22.17)

Conteúdo

A mensagem central do Apocalipse é que “Deus Todo-poderoso reina” (19.6). Este tema foi validado na história devido à vitória do cordeiro, que é “o Senhor dos senhores e Reis dos reis” (17.14).
Entretanto, aqueles que seguem o Cordeiro estão envolvidos em um conflito espiritual contínuo e, sendo assim, o Apocalipse fornece um maior discernimento quanto à natureza e tática do inimigo (Ef 6.10-12). O dragão, frustrado por sua derrota na cruz e pelas conseqüentes restrições imposta sobre sua atividade, e desesperado para frustrar os propósito de Deus perante seus destino inevitável, desenvolver uma trindade forjada a “fazer guerra” com os santos (12.17). A primeira “besta” ou monstro simboliza a realidade do governo anticristão e poder político (13.1-10,13). A segunda, a religião anticristã, a filosofia, a ideologia (13.11-17). Juntos, eles forma a sociedade, comercio e cultura secular cristã definitivamente enganosa e sedutora, a prostituta Babilônia (caps 17-18), composta daqueles que “habitam a terra”. Eles, portanto, possuem a “marca” do monstro, e seus nomes não estão registrado no “Livro da Vida do Cordeiro”. O dragão delega continuamente seu poder restrito e autoridade aos monstros e seus seguidores a fim de enganar e desanimar qualquer pessoa do propósito criativo-redentor de Deus.

Forma Literária

Depois do prefácio, o Apocalipse começa (1.4-7) e termina em (22.21) como uma carta típica do NT. Embora contenha sete cartas para sete igrejas, está claro que cada membro deve “ouvir” a mensagem a cada uma das igrejas (2.7,11,17,29; 3.6,13,22), bem como a mensagem do livro inteiro (1.3; 22.16), a fim de que possam obedecer-lhe (1.3; 22.9). Dentro desta carta está “a profecia” (1.3; 10.11; 19.10; 22.6-7,10,18-19). De acordo com Paulo, “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação(estímulo) e consolação” (1Co 14.3). O profeta fala a Palavra e Deus como um chamamento à obediência na situação presente e na situação futura imediata, tendo em vista o futuro definitivo. Essa profecia não deveria ser selada (22.10) por ser relevante aos cristão de todas as gerações.

Método de Comunicação

João recebeu essas profecias de uma série de visões vívidas contendo imagens simbólicas e números que ecoam aqueles encontrados nos livros proféticos do AT. João registra essas visões na ordem cronológica na qual as recebeu, muitas das quais retratam os mesmos acontecimentos através de diferentes perspectivas. Entretanto, ele não fornece uma ordem cronológica na qual determinados acontecimentos históricos devem acontecer. Por exemplo, Jesus nasceu no cap.12, é exaltado no cap.5 e está caminhando em meio às suas igreja no cap.1. A besta que ataca as duas testemunhas no cap.12 não é trazida à existência até o cap.13. João registra uma série de visões sucessivas, e não uma série de acontecimentos consecutivos.
O Apocalipse é um quadro cósmico— uma série de quadros vivos coloridos, elaborados, acompanhados e interpretados por oradores cantores celestiais. A palavra fala é prosa elevada, mais poética do que nossas traduções indicam. A música é semelhante a uma cantata. Repetidamente são introduzidos temas, mais tarde reintroduzidos, combinados com outros temas desenvolvidos.
Toda a mensagem é “notificada” (1.1). Há um segredo para a compreensão das visões, todas as quais contém linguagem figurativa que aponta para realidades espirituais em e por trás da experiência histórica. Os sinais e símbolos são essenciais porque a verdade espiritual e a realidade invisível deve sempre ser comunicada a seres humanos através de seus sentidos. Os símbolos apontam para o que é definitivamente indescritível. Por exemplo, o relato de gafanhotos demoníacos do abismo (9.1-12) cria uma impressão vívida e horripilante, mesmo que os mínimos detalhes não tenham a intenção de ser interpretados.

Cristo Revelado

Quase todos os títulos usados em várias partes do NT para descrever a natureza divino– humana e ao obra redentora de Jesus são mencionados pelo menos uma vez no Apocalipse, que junto com uma série de títulos adicionais, nos fornece uma revelação multidimensional da posição presente, do ministério contínuo e da vitória definitiva do Cristo exaltado.
Embora o ministério terreno de Jesus seja condensado entre sua encarnação e ascensão em 12.5, o Apocalipse afirma que o Filho de Deus, como Cordeiro, terminou completamente sua obra de redenção (1.5-6). Através de seu sangue, os pecadores foram perdoados, purificados (5.6,9; 7.14; 12.11) liberados (1.5) e fizeram reis e sacerdotes (1.6; 5.10). Todas as manifestações resultantes de sua vitória aplicada baseiam-se em sua obra terminada na cruz; portanto, satanás foi derrotado (12.7-12) e preso (20.1-3). Jesus ressuscitou dos mortos e foi entronado como Soberano absoluto sobre toda a criação (1.5; 2.27). Ele é o “Reis dos reis e o Senhor dos senhores” (17.14; 19.16) e deve receber a mesma adoração que recebe de Deus, o Criador ( 5.12-14).
O único que é “digno” para executar o propósito eterno de Deus é o “Leão de Judá”, que não é um Messias político, mas um Cordeiro morto (5.5,6). “O Cordeiro” é seu título primário, utilizado vinte e oito vezes em Apocalipse. Como aquele que conquistou, ele tem a legítima autoridade e poder de controlar todas as forças do mal e suas conseqüências para seus propósitos de julgamento e salvação (6.1-7.17). O Cordeiro está no trono (4.1-5.14; 22.3).
O Cordeiro, como “um semelhante ao Filho do Homem”, está sempre no meio de seu povo (1.9-3.22; 14.1), cujos nomes estão registrados em seu livro da vida (3.5; 21.27). Ele os conhece intimamente, e com um amor incomensuravelmente sagrado, ele cuida, protege, disciplina e os desafia. Eles compartilham totalmente sua vitória presente e futura (17.14; 19.11-16; 21.1-22.5), bem como a “ceia das bodas” (19.7-9; 21.2) presente e futura. Ele habita neles (1.13), e eles habitam nele (21.22).
Como “um semelhante ao Filho do Homem”, ele também é o Senhor da colheita final (14.14-20). Ele derrama sua ira em julgamento sobre satanás (20.10), seus aliados (19.20; 20.14) e sobre os espiritualmente “mortos” (20.12,15) – todos aqueles que escolheram “habitar na terra” (3.10).
O cordeiro é o Deus que está chegando (1.7-8; 11.17; 22.7,20) para consumar seu plano eterno, para completar a criação da nova comunidade de seu povo em “um novo céu e uma nova terra” (21.1) e restaurar as bênçãos do paraíso de Deus (22.2-5). O Cordeiro é a meta de toda a história (22.13)

O Espírito Santo em Ação

A descrição do Espírito Santo como “os sete Espíritos” de Deus (1.4; 3.1; 4.5; 5.6) é distinta no NT. O número sete é um número simbólico, qualitativo, comunicando a idéia de perfeição. Portanto, o Espírito Santo é manifestado em termos de perfeição de sua atividade dinâmica, complexa. As “sete lâmpadas de fogo” (4.5) sugerem seu ministério iluminador, purificador e energizador. O fato de os sete espíritos estarem diante do trono (1.4; 4.5) e serem simultaneamente os olhos do Cordeiro (5.6) significa a trindade una essencial de Deus que se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. Trata-se de um “habitar “ mútuo de Pessoas sem dissolver as distinções de ser e funções essenciais.
Cada uma das mensagens para as sete igreja é do Senhor exaltado, mas o membros individuais são incitados a ouvir “o que o Espírito diz” (caps.2-3). O Espírito diz somente o que o Senhor Jesus diz.
Portanto , o Espírito é o Espírito da profecia. Cada profecia genuína é inspirada pelo Espírito Samto e presta testemunho a Jesus (19.10). As visões proféticas são comunicadas e João somente quando ele está “no Espírito” (1.10; 4.2; 21.10). O conteúdo dessas visões não é nada menos qo que a “Revelação de Jesus Cristo” (1.1).
Toda profecia genuína exige uma resposta. “O Espírito e a esposa dizem: Vem!” (22.17). Todos ouvem ou se recusam a ouvir esse apelo. O Espírito está operando continuamente em e através da igreja para convidar a entrar aqueles que permanecem fora da Cidade de Deus. Apenas mediante a habilitação do Espírito é permitido que a esposa testemunhe e “suporte pacientemente”. Portanto, o Espírito penetra na experiência atual daqueles que ouvem com antegozo do cumprimento futuro do Reino.

Esboço de Apocalipse

Prólogo 1.1


I. As cartas às sete igrejas 1.9-3.22

O cenário: um semelhante ao Filho do Homem 1.9-20
As cartas 2.1-3.22

II. Os sete selos 4.1-5.14

O cenário 4.1-5.14
Os selos 6.1-8.1

III. As sete trombetas 8.2-11.18

O cenário: O altar dourado 8.2-6
As trombetas 8.7-11.18

IV. Os sete sinais 11.19-15.4

O cenário: A arca do concerto 11.19
Os sinais 12.1-15.4

V. As sete taças 15.5-16.21

O cenário: O templo do testemunho 15.5-16.1
As sete taças 16.2-21

VI. Os sete espetáculos 17.1-20.3

O cenário: Um deserto 17.1-3
Os espetáculos 17.3-20.3

VII. As sete visões da consumação 20.4 –22.5

O Cenário: 20.4-10
As cenas 20.11-22.5

Epílogo 22.6-21

Sete testemunhas de confirmação 22.6-17
Advertências final e garantia 22.18-20
Bênção 22.21

Fonte: http://www.estudosgospel.com.br/estudos/escatologia/o-livro-de-apocalipse.html