Isvonaldo sou Protestante

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sábado, 19 de março de 2011

É o fim do mundo? Terremotos à luz da Bíblia e da Ciência




Por Hermes C. Fernandes

Sempre que acontece um terremoto, como o que atingiu o Japão neste final de semana, o tema "fim do mundo" volta a ser discutido. Uns o relacionam com a Volta de Jesus, outros com as profecias Maias e o ano 2012. Alguns chegam a dizer que nunca na história da humanidade houve tantos abalos sísmicos. Será que isso condiz com a verdade? Creio que devemos ser cautelosos, pois sempre houve tremores sísmicos no mundo. A diferença é que hoje somos bombardeados por notícias on-line, em tempo real, através das grandes agências de notícias.


Terremotos são medidos por uma escala chamada Richter. Ocorrem milhares deles por ano no mundo. Terremotos de até 1,9 graus na escala Richter, considerados muito fracos, acontecem cerca de 416 mil vezes por ano. De 2 a 2,9 graus, cerca de 52 mil vezes por ano. De 3 a 3,9 graus, 49 mil vezes por ano. De 4 a 4,9 graus, considerados ainda leves, 6.200 vezes por ano. De 5 a 5,9 graus (moderado), 800 vezes por ano. De 6 a 6,9 graus (forte), cerca de 120 vezes por ano. De 7 a 7,9 graus (muito forte), cerca de 18 vezes por ano. E de 8 graus ou mais, considerado devastador, pelo menos uma vez a cada ano. Ao todo, são mais de meio milhão de tremores sísmicos a cada ano.


Dados do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) mostram que o terremoto de 8,9 graus na escala Richter que atingiu a costa do Japão nesta sexta-feira (11) foi o quinto maior em todo o planeta desde 1900 e o maior dos últimos sete anos. O maior tremor da história foi registrado no dia 22 de maio de 1960, quando um abalo de magnitude 9,5 na escala Richter (que vai até dez) atingiu o sul do Chile, matando 1.655 pessoas, ferindo 3.000 e causando um prejuízo de R$ 913 milhões no país, com reflexos negativos em pelo menos outros três países. O segundo maior foi registrado na localidade de Prince William Sound, no Estado americano do Alasca, em 28 de março de 1964, com magnitude 9,2. Quinze pessoas morreram em virtude do tremor, mas outras 113 pereceram diante do tsunami causado por ele. Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto de 9,1 graus na escala Richter atingiu a costa oeste da ilha de Sumatra, na Indonésia, e causou a morte de 227.898 pessoas, muitas delas em virtude do tsunami gerado pelo tremor no oceano Pacífico. O quarto maior foi registrado em 4 de novembro de 1952, em Kamchatka, na Rússia. Com magnitude de 9 graus, o abalo gerou prejuízos de R$ 1,328 milhão, porém não foram registradas mortes na ocasião.


O que Jesus teria dito acerca dos terremotos e outros cataclismos? Confiramos nas predições contidas no Sermão Profético:


“Haverá grandes terremotos, fomes e pestilências em vários lugares, e coisas espantosas e grandes sinais do céu” (Lc.21:11).


Não nos esqueçamos que Jesus garantiu que Suas previsões ocorreriam ainda naquela geração. O assunto em pauta não era o fim do mundo, mas o fim daquela era, representada por Jerusalém e seu templo. Quando disse, por exemplo, que não ficaria pedra sobre pedra, Jesus não se referia aos prédios das grandes metrópolis do século XXI, mas especificamente ao complexo de edifícios do Templo em Jerusalém. Os trinta anos que precederam a queda de Jerusalém foram marcados por terremotos e catástrofes que acabaram dizimando a população do Império Romano. Em 46 d.C. houve um grande terremoto em Creta. Talvez fosse sobre isso que Paulo falava ao afirmar que a ira de Deus havia caído sobre os judeus de Creta (1 Tess.2:16).


No dia em que Nero assumiu a toga virillis, em 51 d.C. houve um terremoto em Roma. Houve outro terremoto em Apamea, na Frígia, mencionado por Tácito, historiador romano, que também menciona diversos outros terremotos em Campanha e em Laodicéia.


Um terremoto muito forte sacudiu Jerusalém em 67 d.C., pouco antes daquela cidade ser invadida e destruída pelas hostes romanas. Escrevendo acerca deste abalo sísmico, Flavio Josefo, historiador judeu, diz que “sobreveio uma horrível tempestade: a violência do vento, a impetuosidade da chuva, a quantidade de relâmpagos, o ribombar horrível do trovão, e um tremor de terra, acompanhado de rugidos, perturbou de tal modo a ordem da natureza, que todos o julgaram presságio de grandes desgraças”(Livro Quarto, Cap.17: 316). Não podemos nos esquecer de outros abalos registrados em Atos, como aquele que provocou a abertura do cárcere para os apóstolos Paulo e Silas (At.16:26; 4:31).


Do ponto de vista científico, os terremotos são provocados pela movimentação brusca de um terreno que possua uma falha.


Normalmente eles possuem origem tectônica, relacionados a falhas geológicas. Porém, podem também ocorrer por atividades vulcânicas ou pela ação do homem, que recebe o nome de sismos induzidos, como por exemplo, no uso de artefatos nucleares.


A terra é formada por camadas: a hidrosfera (de água), a atmosfera (de gases) e a litosfera (de rochas). A litosfera é a camada mais rígida da terra e divide-se em partes menores chamadas placas tectônicas. Essas placas tectônicas se movimentam lentamente, gerando um processo contínuo de esforço e deformação nas grandes massas da rocha. Quando esse esforço supera o limite de resistência da rocha, faz com que ela se rompa liberando parte da energia acumulada que é liberada sob forma de ondas elásticas, chamadas de ondas sísmicas. Essas ondas podem se espalhar em todas as direções, fazendo a terra vibrar intensamente, ocasionando os terremotos.


Os efeitos dos terremotos podem ser notados pela vibração do solo, deslizamentos de terra, aberturas de falhas, tsunamis e alterações da rotação terrestre.


De onde vêm estas falhas geológicas? O que as teria provocado? De acordo com a teoria científica mais aceita, um planeta por nome Théia teria se chocado com a Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos, provocando, entre outras coisas, a formação da Lua, a grande extensão e profundidade do Oceano Pacífico e a formação das placas tectônicas.


A Terra, portanto, seria um planeta ainda em convalescência. As placas estariam em constante acomodação, e quando há movimentos bruscos, terremotos acontecem.


Haveria algum indício bíblico que confirme tal postulado científico?


Apocalipse fala de uma estrela que cairia do céu, ferindo a Terra. Às vezes Satanás é chamado de estrela que caiu do céu. E Jesus afirma haver assistido quando este caíra do céu como um relâmpago. Teria isso alguma conexão com o que os cientistas afirmam?


O fato é que Deus fez a Terra perfeita, e algo ocorreu para que ela se tornasse um caos. A Terra está ferida! E alguns acontecimentos fazem com que ela reaja violentamente, principalmente os maus tratos que lhe são impingidos pelo homem. O Japão, por exemplo, foi alvo das duas primeiras bombas atômicas a serem usadas como arma de guerra.


Ao falar dos cataclismos que ocorreriam ao planeta, Jesus usou uma figura de linguagem instigante. Ele compara tais eventos às dores sentidas pela parturiente. Em Suas próprias palavras, tudo isso seria "o princípio das dores". Ora, então, a Terra está grávida! Ela não caminha para o fim de sua existência, e sim para o fim de sua gestação. Parafraseando a metáfora de Cristo, poderíamos dizer que cada abalo sísmico seria uma contração. O que emergirá disso tudo? Muitos esperam por uma catástrofe cósmica que porá fim ao nosso Universo. Mas o que as Escrituras dizem é o oposto disso.


Usando da mesma figura de linguagem de Jesus, Paulo diz que "toda a criação geme como se estivesse com dores de parto até agora" (Rm.8:22).


A nova Terra profetizada em Apocalipse não surgirá do nada, mas a partir da atual. Em outras palavras, a nova Terra nada mais é do que nosso planeta completamente renovado, reconfigurado, em plena harmonia com uma humanidade redimida, cuja consciência predatória terá sido substituída por uma consciência transformada pela Graça.


Não é o fim do mundo que se aproxima, e sim a sua renovação. E será Ele, o Filho do Altíssimo, quem será o Supremo Obstetra a conduzir este parto.

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